Walkie-talkie escrita por Franiquito


Capítulo 13
Sonho laranja


Notas iniciais do capítulo

E chegamos ao último capítulo da fic... Prometo tentar ñ me estender, mas tenho certeza q vou *ri*
Esse cap foi escrito com trilha sonora tmb: "Don't know what to say", mais uma balada LINDA do último álbum da BoA. Link para quem quiser ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=HM-WNuGHyRA
Ah, eu fiz uma pesquisa sobre doces japoneses, ok? É só jogar o nome dos que aparecem aqui no google imagens q vcs acham suas carinhas *ri*
Bom *lá vem discurso* Eu quero agradecer de coração a cada um q participou dessa fic! Passou tão rápido... Eu ñ dava NADA por esse textinho e olha só, estou postando o último cap com mais de 100 reviews e 3 indicações, além de ter conhecido mta gente bacana. O q mais eu poderia querer?? DOMO ARIGATOU GOZAIMASU!!!! Esse cap é pra vcs, amores! E vou parar por aqui /antesqchore xD
Tem uma nota final MUITO importante. Mas já calei! Mais uma vez: boa leitura! ^.^



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Capítulo Doze – Sonho laranja

Yoko se debruçou sobre o balcão de vidro, segurando o rosto com a mão pesarosamente. A vida tranquila naquela lojinha de doces era tão monótona... Se eles tinham três clientes por dia era muito. Aquela calmaria não ajudava em nada Yoko a se distrair e parar de pensar no dia seguinte, quando finalmente encontraria Yuk pessoalmente.

A jovem suspirou, entre o cansado e o sonhador. Seu chefe também estava bastante entediado e não se preocupou em repreendê-la pela atitude nada convidativa ao público. O homem gorducho de meia idade jazia esparramado na poltrona próxima à pequena vitrine da loja, se abanando calmamente com um leque vermelho.

Se ao menos não estivesse um pôr-do-sol tão lindo lá fora... Yoko não podia ver o sol, mas suas cores atingiam lindamente os vidros dos carros estacionados na rua. Olhar para a rua era como mergulhar em um sonho cor de laranja...

Uma pessoa parou em frente à vitrine para analisar as caixinhas de doces, o que fez o chefe de Yoko abaixar o leque e sentar-se de forma ereta e sorridente na poltrona. Yoko riu, um pouco pela atitude do chefe, um pouco pelo lindo sorriso que o transeunte abriu ao observar os docinhos. Ele tinha covinhas tão fofas... Será que ele também era parte do sonho laranja?

Ainda sorridente, o homem entrou na lojinha retirando os óculos escuros que usava. Yoko arrumou a postura e sorriu de forma polida, recebendo um olhar de advertência do chefe. O cliente, um homem bastante magro e não muito alto de cabelos escuros, não notou a atitude de nenhum dos dois funcionários e caminhou direto para a prateleira cheia de caixinhas e embrulhos localizada na parede lateral da loja, um pouco afastada do balcão onde Yoko estava. A moça suspirou, voltando a apoiar o rosto na mão enquanto se perdia novamente nas luzes do crepúsculo lá fora.

Poucos instantes depois, a atenção de Yoko foi desviada do sonho cor de laranja na rua para sua bolsa no chão, próxima aos seus pés.

- Yoko-chan?

Yoko sorriu ao reconhecer a voz de Yuk, apesar de estar tão baixa e abafada, se resumindo quase a um ruído. Talvez a facilidade em ouvi-lo se devesse ao fato de ela estar esperando ansiosamente pelo encontro dos dois em menos de vinte e quatro horas.

A jovem olhou rapidamente para seu chefe, que voltara a se abanar despreocupadamente, e para o cliente, que mantinha a atenção na prateleira afastada. Ambos estavam de costas para Yoko, aparentemente muito distraídos em seus próprios pensamentos. Yoko se sentou no chão com as pernas cruzadas, as costas apoiadas no balcão de vidro, e pegou o walkie-talkie dentro de sua bolsa.

- Olá, Yuk-chan – ela sussurrou o mais baixo que pôde em resposta.

- Está no trabalho ainda? Eu não percebi o horário, me desculpe... – mesmo fora da bolsa, a voz de Yuk no walkie-talkie continuava um pouco baixa. Ele também sussurrava, assim como Yoko.

- Pelo jeito você também está trabalhando...

- Na verdade, não. Estou de férias por enquanto.

- Então por que a voz baixa? – a voz de Yoko subiu um pouco, em tom acusatório.

- Acho que as pessoas daqui me achariam meio doido se me vissem falando sozinho... – Yoko pôde ouvi-lo rir baixinho – Mas eu quero lhe fazer uma pergunta rápida, antes de lhe causar algum problema.

- Ou antes que alguém o chame de louco – Yoko abafou uma risada – Tudo bem, o que é, Yuk-chan?

- De que tipo de doces você gosta?

- Quê?! – Yoko ficou surpresa e grata ao ouvir sua própria voz permanecer baixa mesmo com o susto – O que... O que você quer dizer?

- É só uma pergunta simples – Yuk pareceu encabulado e Yoko se sentiu mal por aquilo – Uma curiosidade minha...

- Eu... não sei... – era irônico Yoko estar rodeada de doces todos os dias e não ter um que considerasse especial.

- Talvez... Mochi? Ou você prefere algo como Dorayaki? Um Manju! É bem bonitinho...

A voz de Yuk parecia ficar mais alta conforme ele falava. Yoko achou aquilo engraçado... Talvez ele estivesse caminhando em um lugar com menos gente agora. Ou talvez simplesmente se esquecera de manter a voz baixa. Yoko riu.

- Aqui tem umas tortas também – continuou o rapaz e agora sua voz parecia estranhamente próxima – Toda menina gosta de tortas, certo? Vou perguntar quais variedades tem... Moça? Moça!

Yoko teve a impressão de estarem chamando-a... Bem agora que ela estava falando com o Yuk! Ela teria problemas se seu chefe a visse ocupada com outra coisa que não o trabalho...

- Moça, com licença...

Yoko voltou-se lentamente para o topo do balcão, ainda sentada no chão com o walkie-talkie na mão, uma expressão serena no rosto. Era o cliente que tinha vindo do sonho laranja... Ele estava debruçado sobre o balcão tentando chamar a atenção da jovem, com cara de quem queria ser atendido.

Os olhos dele eram tão brilhantes e seu sorriso era tão gentil... Tinha covinhas... E ele tinha um walkie-talkie na mão direita...

Yoko não conseguiu segurar o queixo no lugar. O homem demorou mais um segundo ou dois para notar que Yoko segurava um walkie-talkie idêntico ao seu, mas quando o viu seu sorriso se desmanchou e os olhos pequenos se arregalaram.

- Yoko! O que você pensa que está fazendo aí???

Os dois jovens se voltaram sobressaltados para o dono da loja que surgira de repente. O homem gorducho estava parado com as mãos na cintura, dirigindo um olhar assassino para Yoko que se levantou rapidamente.

- Eu... Eu... – ela começou sem saber o que dizer, olhando do chefe para o cliente.

- Você o quê, Yoko???

- Eu... A culpa é toda dele! – a moça apontou o dedo infantilmente para o cliente sem encará-lo.

- O quê? Como se atreve a falar assim de um cliente?? – o chefe mudou completamente o tom e a postura ao se dirigir ao homem mais jovem – Peço desculpas por isso, senhor, essa garota...

- Tudo bem – o rapaz o tranquilizou sorrindo – Acho que ela está certa.

O queixo de Yoko caiu novamente, junto com o do chefe.

- Mas... – começou o senhor de meia idade – Mas essa garota insolente não estava sequer atendendo-o!

- Ela estava pegando as tortas da última prateleira do balcão para mim – nada parecia abalar aquele sorriso hipnotizante – Não é, Yoko-chan?

Yuk se virou para encarar Yoko e ela não conseguiu ficar imune àquele sorriso, retribuindo-o imediatamente. A moça confirmou o que Yuk tinha dito acenando com a cabeça, finalizando com seu entusiasmo habitual:

- Estou trabalhando! Sempre trabalhando!

Yuk alargou seu sorriso, mostrando suas covinhas e fazendo Yoko desviar o olhar, totalmente corada. O chefe olhou de um para outro com certa desconfiança.

- Você está sempre se safando, isso sim! – ele resmungou antes de se afastar. Aquilo fez Yuk rir como um menino, a gargalhada que Yoko tanto gostava de ouvir no walkie-talkie...

A jovem rapidamente pegou o que tinha na última prateleira do balcão e embrulhou para manter a pose diante do chefe. Yuk pagou e agradeceu, ainda sorrindo abertamente enquanto observava encantado cada movimento de Yoko.

- Eu nunca imaginei que nos encontraríamos assim... – ele disse e Yoko concordou com um meneio de cabeça. Ela sentia o rosto esquentar de novo com o olhar de Yuk sobre si, analisando cada traço de seu semblante.

- Muito obrigado pela preferência! - Yoko riu ao estender a sacola com os embrulhos para Yuk. Ele também sorriu ao pegar o pacote e então pareceu hesitar antes de se retirar.

- Posso lhe fazer uma pergunta?

- Está cheio de perguntas hoje, Yuk-chan... – ela sorriu, torcendo as mãos sem jeito.

- A que horas você solta, Yoko-chan?

A pergunta pegou Yoko desprevenida e a jovem se viu gaguejando sem saber o que dizer diante daquele sorriso tão encantador.

- Pode ir, Yoko-chan.

Os dois encararam o dono da loja com surpresa.

- Mas... – Yoko consultou o relógio – Ainda falta meia hora.

- Tudo bem.

- Eu nem fechei o caixa...

- Vai logo!

O grito surtiu efeito: Yoko retirou o avental bordado em um piscar de olhos, catou sua bolsa e seu walkie-talkie, e saiu praticamente correndo da loja com Yuk em seu encalço. Quando se viu no quarteirão seguinte, Yoko parou e desatou a rir, acompanhando Yuk.

- Isso foi engraçado... – ele disse em meio às risadas, mal se mantendo em pé – Superou tudo o que eu tinha imaginado, Yoko-chan!

Yoko riu, encarando Yuk nos olhos. Aos poucos eles pararam de rir e ficaram incertos do que fazer, um constrangimento pairando entre os dois. Yoko foi a primeira a agir, fazendo uma pequena reverência.

- Me chamo Shimizu Yoko. Prazer em conhecê-lo.

Yuk sorriu e a imitou.

- Sou Uke Yutaka. O prazer é todo meu.

- Yutaka! – a moça bateu de leve na própria testa – Como não pensei nisso?

Yutaka riu e recomeçou a caminhar a passos lentos, conduzindo Yoko até uma praça a poucos metros de distância. Era uma praça muito bonita e bem cuidada, as árvores estavam muito floridas e um grupo de crianças corria de um lado para outro na parte central do lugar. O casal sentou-se em um dos bancos.

- Então... – Yutaka começou – Agora que sabe meu nome e me conhece pessoalmente... Ainda acha que sou um matador?

Yoko riu com vontade e sacudiu a cabeça.

- Não... Eu te entendo agora. Quero dizer, eu te conheço. Você é um músico famoso, não é?

Yutaka fez que sim com a cabeça.

- Por isso estava com receio de se revelar – completou Yoko – E você, me acha com cara de sequestradora? Chantagista?

O moreno jogou a cabeça para trás enquanto ria. Sua risada era ainda mais gostosa ao vivo... Yoko suspirou sem perceber.

- Definitivamente não – ele disse – Mas isso eu já sabia faz um tempo...

- Então você realmente pensou isso de mim? – Yoko se surpreendeu, abrindo muito os olhos pequenos. Yutaka coçou a cabeça um pouco sem jeito.

- Eu não sabia quem poderia ser. E você me chamou de assassino! – ele disse, como se aquilo justificasse.

- Você não queria me dizer no que trabalhava e parecia tão bravo... – Yoko se defendeu, e então sorriu – Mas é realmente impossível você ser um assassino com um sorriso tão...

Yoko se calou antes de completar a frase, sentindo o rosto queimar com o sorriso malicioso que Yutaka lhe dirigiu. Ser espontânea sempre fora um problema...

- Oh! As tortas! – ela exclamou dramaticamente, tentando desviar o assunto – Por que não comemos as tortas?

- Sem limusine e sem terno, como você tinha pedido – Yutaka sorriu divertido.

- E sem cinema – completou Yoko ao morder sua fatia de torta recém desembrulhada – Você não tinha falado alguma coisa sobre flores também aquela vez?

- O cinema é amanhã, não é? – o moreno se surpreendeu – Ou hoje já vale como encontro?

- Ah – Yoko sorriu desconcertada – Cinema ainda seria muito bom... – ela murmurou sem encará-lo.

Yutaka assentiu, voltando a sorrir com certa malícia enquanto deslizava as pontas dos dedos pelos cabelos lisos e escuros de Yoko. Ele parecia novamente encantado por vê-la em sua frente, e procurava cada pequeno detalhe que imaginara e que não fazia ideia no rosto de menina.

- Quanto às flores... – ele murmurou ficando sério, a boca formando um beicinho adorável. O moreno olhou a praça à sua volta e em seguida se levantou, deixando Yoko atônita no banco observando seus movimentos. Yutaka voltou segundos depois com um pequeno lírio branco na mão.

- Não é um buquê, eu sei – ele disse enquanto equilibrava a flor sobre a orelha de Yoko – Mas foi tudo o que as circunstâncias me ofereceram.

- É lindo, Yuk... – o moreno sorriu com a expressão deslumbrada de Yoko – Eu acho que também tenho que lhe dar algo, não é?

A jovem tirou da bolsa o walkie-talkie preto que iniciara aquilo tudo e o estendeu na direção de Yutaka.

- Isso é seu.

Yutaka pegou o pequeno aparelho com as duas mãos, o antigo sentimento de tristeza voltando. Aquilo fazia parecer que tudo estava se dando por encerrado, que todo o mal-entendido tinha se resolvido e suas vidas poderiam voltar ao que eram antes... O que era a vida de Yutaka antes de Yoko? Apenas trabalho e obrigações, sem qualquer vestígio de toda a luz que a moça lhe trouxera. O peito de Yutaka pesava só de pensar em se afastar novamente de Yoko, a garota que ele via pela primeira vez naquele fim de tarde, mas que já amava há muito tempo.

Yutaka procurou os olhos de Yoko, mas eles estavam distraídos com o sol quase encoberto pelos prédios. A luz alaranjada refletia em sua pele alva lindamente e fazia seus olhos sonhadores brilharem ainda mais. Yoko, sentada bem ao seu lado, parecia um sonho... Como ele vivera sem ela todo aquele tempo?

- Você é exatamente como eu imaginei, Yoko – o músico disse, chamando a atenção da jovem – É como eu imaginei e ainda mais...

- Uma garota distraída que fala sem pensar? – ela brincou e Yutaka entrou na brincadeira. Como eles sempre faziam.

- Uma garota distraída que fala sem pensar e faz eu me sentir um adolescente bobo de novo.

Yutaka afagou o rosto de Yoko com carinho, trazendo-o para si com suavidade. A jovem fechou os olhos, esperando os lábios se encontrarem num beijo calmo e sereno que a fez suspirar. Yoko sentiu a pele inteira se arrepiar sob o sol morno que se punha. Yutaka segurava seu rosto com as duas mãos, desejando que Yoko jamais deixasse seus braços agora que a tinha encontrado.

A muito custo, Yutaka terminou o beijo, afastando-se minimamente dos lábios delicados de Yoko.

- Ainda bem que sua irmã nos deu seu consentimento – ele brincou –, ou acho que eu estaria em apuros agora.

- Não sei se a permissão dela incluía esse tipo de... contato – Yoko disse entre o divertido e o pensativo.

- Então ela não vai deixar você ser minha namorada?

Yoko se afastou para poder encarar Yutaka nos olhos. Ele tinha novamente aquele sorriso lindo e hipnotizante nos lábios, e seus olhos escuros eram os mais gentis. Ele era a pessoa mais encantadora que ela já tinha conhecido.

- Acho que não me importo tanto assim com o que a Mai vai pensar... – Yoko disse, fazendo Yutaka rir a risada que ela mais amava. Yoko o beijou em seguida, capturando seus lábios de forma carinhosa.

Era definitivamente um sonho. O seu sonho cor de laranja.

FIM


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Notas finais do capítulo

AVISO: Tenho uma surpresa pra vcs, espero que gostem! *ri* Eu pensei "poxa, a fic vai terminar menos de uma semana antes do niver do Kaizinho, que coisa ñ?". E então... QUINTA-FEIRA, dia 28/10, aniversário do nosso baterista-amor postarei o epílogo da fic! Coisa bem simples e curtinha, mas achei justo dar mais um pouquinho de Yuk&Yoko pra vcs. Esperarei todos na QUINTA, hein. Beijos, amores, eu realmente amo vcs!! s2



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