Walkie-talkie escrita por Franiquito


Capítulo 11
A irmã mais velha


Notas iniciais do capítulo

Minna-san! Vcs estão bem? ^.^
Hoje não vou falar muito pq minha net tá se fresqueando... AH, caiu de novo! D:
*espera a net voltar*
Esse cap, obviamente, terá uma boa participação da Mai. Já foi o chefe, o Akira... Faltava a Mai ter seu momento "legal", não é mesmo? Espero que gostem!!
A net voltou! Não perderei mais tempo! Boa leitura. ^.^

EDITED: Na loucura da internet alok, esqueci de avisar o mais importante: com esse cap entramos na reta final da fic! ;D



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Capítulo Dez – A irmã mais velha

Mai observava a irmã e seus movimentos há alguns minutos. Yoko estava agindo diferente nos últimos dias... Primeiro a caçula ficou terrivelmente abalada pelo incidente com o tal de Yuk. Mai teria ficado aliviada se não fosse o desânimo incomum que se apoderara de Yoko, deixando-a em um estado quase preocupante.

Mas agora fazia dois dias que Yoko não tirava aquele sorriso bobo do rosto... Sua energia também voltara e a moça não conseguia passar um minuto quieta. Aquilo sim era preocupante.

Mai se aproximou com cautela da irmã, que se ocupava em lavar a louça animadamente. Yoko estava tão distraída que só notou a aproximação de Mai quando esta já estava praticamente ao seu lado, analisando sua expressão. Um prato quase escorregou das mãos da caçula devido à surpresa.

- Mai! Você quer me matar do coração? Que susto!

Yoko recebeu como resposta um olhar inquisidor e desconfiado que a fez corar.

- O que foi, onee-san?

- O que foi pergunto eu – Mai revirou os olhos – Posso saber de onde surgiu esse sorrisinho feliz, se nos últimos dias você estava um completo desânimo?

O tom róseo se intensificou na pele clara de Yoko, que desviou o olhar e apertou os lábios, fingindo se concentrar na louça.

- Você sabe que não adianta tentar mentir para mim, Yoko. Você voltou a falar com aquele sujeito, não foi? – a mais nova assentiu envergonhada – Vocês se encontraram? – Yoko negou com a cabeça e Mai suspirou cansada – Pensei que você tivesse dito que nunca mais falaria com ele... O que te fez mudar de ideia?

- Eu pensei melhor no que tinha acontecido e cheguei à conclusão de que podia ter sido um mal-entendido – Yoko disse em um tom firme para convencer a mais velha de suas palavras, e animou-se logo – E eu estava certa! Eu tinha entendido uma coisa completamente diferente.

A mais velha suspirou outra vez, segurando o rosto da irmã com as mãos para encará-la.

- Ele pode ter inventado qualquer coisa para justificar esse “mal-entendido”, Yoko...

- Não, Mai, não dessa vez – Yoko sorriu docemente – Pode ter certeza disso!

Mai não podia negar o que via dentro dos olhos brilhantes de Yoko. Ela estava completamente envolvida por aquele homem, quisesse Mai ou não. Vendo-se sem opção, a mais velha decidiu agir por conta própria.

- Ah, Yoko-chan – Mai abraçou a irmã – Você sabe que só estou preocupada com você, não sabe? Eu preciso te proteger de todas as coisas ruins do mundo...

- Se você tentar me proteger sempre, nunca vou crescer e seguir adiante – a voz de Yoko estava abafada no abraço de Mai – Já tenho 23 anos , posso me virar sozinha.

- É, eu vi como você ficou quando brigou com esse tal de Yuk! – Mai torceu o nariz.

- Foi só um mal-entendido – riu-se a mais nova – Você tem que acreditar em mim e começar a confiar nele, Mai.

- Eu só acredito no que os meus olhos veem...

^^^^

Mai seguia caminhando pela rua a passos firmes e rápidos. Não demorou muito para chegar à lanchonete combinada.

O olhar crítico de Mai percorreu o lugar assim que o adentrou. Era uma lanchonete de design simplista, mas ainda assim muito bonito e moderno. Havia pessoas de todas as idades, mas os grupos de jovens predominavam, preenchendo todo o ambiente com suas conversas e risadas. Definitivamente era um lugar agradável para ir com os amigos.

Mai, porém, não estava ali para encontrar quaisquer amigos. Seu olhar continuou atrás do sinal que combinara enquanto caminhava pelo ambiente amplo. Mai finalmente o avistou na mesa mais ao fundo da lanchonete. “Bem típico dele se esconder”, pensou a mulher ao se dirigir até o homem de costas para ela. Mai retirou de dentro da bolsa o walkie-talkie que pegara sem o conhecimento de Yoko e o colocou sobre a mesa, ao lado de seu par. A atenção do moreno foi imediatamente despertada.

Mai sentou-se à frente do homem a fim de analisá-lo: ele tinha cabelos escuros, cortados curtos de forma irregular; seu rosto era oval, de pele clara e lisa; a boca era pequena e o nariz achatado; os olhos estavam cobertos pelos óculos escuros, mas Mai não precisava vê-los para reconhecer aquele homem. De forma geral, ele era bastante magro e não parecia muito alto.

- Prazer em conhecê-la, Mai-san – ele disse na voz grave que ela já ouvira pelo walkie-talkie – Sou Uke Yutaka – e quem não sabia daquilo? – Ou simplesmente “Yuk”, como sua irmã me chama.

- Poderia retirar os óculos? Não gosto de falar com as pessoas sem olhá-las nos olhos.

Yutaka atendeu ao pedido prontamente, sorrindo com suavidade logo em seguida. Pequenas covinhas se desenharam em seu rosto de menino.

Então a paixão secreta de Yoko era nada mais, nada menos que um dos músicos mais famosos do país inteiro. Qualquer um no Japão reconheceria aquele rosto. As perguntas na cabeça de Mai tinham duplicado.

- Minha irmã sabe quem você é? – Mai já sabia a resposta, mas achou melhor partir do princípio.

- Não, ela não sabe. Ela me conhece apenas por Yuk. Mas ela sabe que sou baterista de uma banda.

- Por que não contou a ela? Está achando que Yoko é uma interesseira? – disparou a mulher. Ela não ia se deixar levar pelo sorriso simpático.

- No início eu pensei nisso – o moreno admitiu – Afinal eu não a conhecia. Mas eu pude perceber que Yoko não é esse tipo de pessoa conforme conversávamos.

- E ainda assim não contou que era famoso? Está pensando que vai tirar algum proveito dela? Que pode brincar com a Yoko como deve fazer com todas as suas fãs histéricas?

- Está com uma ideia errada de mim, Mai-san – Yutaka encarava a mulher com seriedade – Não sou esse tipo de celebridade. Se eu realmente quisesse brincar com a Yoko não esconderia minha identidade dela, não concorda? Eu poderia ter dito que sou o Kai há muito tempo... Nomes famosos atraem garotas, e não o anonimato.

Mai sabia que aquilo fazia sentido, mas Yutaka continuava omitindo coisas importantes de Yoko. Ela não confiava em pessoas assim.

- Se quer saber por que eu ainda não contei... – Yutaka suspirou, desviando o olhar para as próprias mãos – Eu tenho medo da reação que a Yoko-chan possa ter. Talvez ela não acredite e pense que é uma brincadeira de mau gosto se eu contar por walkie-talkie. Talvez ela saia correndo e não fale mais comigo se me vir pessoalmente. E sinto muito, Mai-san, mas eu não suportaria ficar longe da Yoko de novo.

- Está querendo me dizer que realmente gosta e se preocupa com ela? – Mai ergueu uma sobrancelha com incredulidade.

- Não é óbvio? Eu não teria aceitado sua proposta de nos encontrarmos se não estivesse levando a Yoko-chan a sério.

Mais uma vez, Mai teve que dizer para si mesma que fazia sentido o que Yutaka dizia. Se ele quisesse apenas brincar com os sentimentos de Yoko não teria ido até um local público se esclarecer com Mai... Principalmente sendo ele um artista com uma reputação a zelar.

- Eu sei o que parece para os outros – Yutaka prosseguiu – Que é impossível se apaixonar por alguém que não conheço o rosto, com quem converso há tão pouco tempo. Meus amigos já me disseram isso milhares de vezes, Mai-san – o moreno riu – Mas foi o que aconteceu... Sua irmã me encantou e me conquistou conforme fomos conversando. E eu não sei se você sabe – Yutaka parecia sem jeito –, mas eu não fui exatamente gentil com a Yoko-chan a princípio.

- Eu estava com ela quando vocês se falaram pela primeira vez – Mai disse azeda, deixando o músico ainda mais envergonhado.

- Bom... a princípio continuei falando com ela porque o queria de volta – Yutaka apontou para os walkie-talkies sobre a mesa – Mas depois de um tempo eu esqueci completamente disso. A única razão para falar com a Yoko... era para falar com a Yoko.

O sorriso desenhado no rosto de Yutaka era... tão... gentil. Ele parecia sincero. Seus olhos pequenos brilhavam de forma similar aos de Yoko e foi com espanto que Mai viu ali exatamente a mesma coisa que vira no olhar da irmã naquele mesmo dia, mais cedo.

- O que exatamente você pretende, Yutaka-san?

O músico sorriu novamente tímido antes de responder.

- Eu quero a sua permissão para me encontrar com a Yoko, Mai-san... E pra... – ele pigarreou ainda sem jeito, fazendo Mai revirar os olhos com impaciência.

- Como se vocês já não agissem como namorados... De qualquer forma, se encontrar ou não com você é uma decisão que a Yoko deve tomar.

A mulher se levantou e pegou o walkie-talkie de cima da mesa para guardá-lo na bolsa. Os olhos de Yutaka estavam arregalados em espanto.

- O que foi? – ela perguntou – Yoko vai precisar disso para vocês marcarem o encontro. Aliás, ela não sabe dessa nossa conversa.

O moreno sorriu, ainda muito espantado para dizer algo, e Mai não pôde evitar sorrir de volta. A mulher já se afastava da mesa quando algo lhe ocorreu e a fez retornar.

- Faça Yoko pensar em chorar – ela sibilou em tom perigoso – e você estará morto, não me importa quem você seja!

- Eu jamais faria qualquer coisa ruim à Yoko-chan.

- Acho bom mesmo.

Mantendo a pose de durona, Mai saiu da lanchonete suspirando com a derrota. Ela sabia que era impossível lutar contra dois apaixonados. O que mais ela poderia fazer? Pelo menos as irmãs poderiam processá-lo por danos morais e ganhar um bom dinheiro se Yutaka resolvesse fazer alguma gracinha...

Em meio a esses pensamentos, Mai chegou ao apartamento que dividia com a irmã caçula. Yoko estava sentada no chão à frente da televisão, comendo guloseimas e assistindo a mais um de seus intermináveis doramas.

- Onee-san! Seja bem-vinda de volta! – Yoko a saudou animada, sem tirar os olhos da televisão.

- Yoko, eu andei pensando... – Mai começou com displicência – Eu não vou mais me meter entre você e o Yuk. Você tem razão, já é bem crescida e pode tomar suas decisões sozinha.

A atenção da mais nova finalmente foi desviada da TV. Seus olhos muito abertos agora encaravam a irmã, uma bala a meio caminho de sua boca.

- Como assim?

- Você está livre para fazer o que achar melhor, Yoko-chan. Eu confio em você. E se você confia nesse cara... Deve ter um por que – Mai não achou conveniente comentar que sabia exatamente o porquê.

- Sério? – Yoko continuava incrédula. A bala já caíra de sua mão há tempos e ela nem notara.

- Aham.

- MAI-CHAN!!!

- O quê...?!

A mais velha não teve tempo de reagir ao salto que Yoko deu em direção ao seu pescoço, abraçando a irmã com uma força que esta desconhecia.

- Obrigado, obrigado, obrigado!

Mai riu, se convencendo de uma vez por todas que tomara a decisão certa.


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