Sexta-Feira, chegada em New York

Com suas botas que fazem jus a sua origem, Edward Cullen, um atraente homem de vinte e três anos, pousa pela primeira vez seus pés na grande Nova York. Seu andar era confiante, um tanto quanto marrento e sombrio, mascara essa que ele usava com as pessoas para tentar esconder toda sua dor e revolta. Para Edward, encontrar seu pai morto no chão de sua casa, com parte de seu cérebro espalhados por todas as partes graças ao tiro certeiro que Charlie acertou a si próprio na cabeça, não fora nada fácil, já que seu pai era seu melhor amigo e companheiro. Sua dor cruzava o horizonte e o massacrava por dentro. A dor do fracasso. A dor de se sentir inútil por não ter conseguido evitar a morte de seu pai. Mas agora ele sabia como recompensar toda a dor que ele e sua mãe, Esme, sofriam há anos. Vingança. Vingança ao crápula sem coração que foi o causador da profunda depressão e morte de Charlie. Na cabeça de Edward, Carlisle foi internamente culpado e ele não iria sair ileso da situação. Charlie amava seu emprego e daria a vida por ele, e Carlisle não reconheceu tal fato antes de chutá-lo de sua empresa como se ele fosse um cachorro sarnento.

Edward andava distraidamente pela agitada Rua de Nova York, até que uma cena o faz parar. Era um beco sujo e estreito, tomado pelo lixo e pelo mau cheiro, duas pessoas mexeram-se ali. Um homem negro alto que parecia estar completamente nervoso para o lado da menina pálida e de aparência frágil que o encarava como se fosse uma verdadeira lutadora de luta livre.

’’ Eu quero meu dinheiro, sua vadizinha’’ cuspiu o homem negro, agarrando com fúria o braço da garota que o empurrou com força, não aparentando medo ou estar precisando de ajuda.

’’ Eu já dei o seu dinheiro! Mais do que isso está fora de cogitação’’ a garota gritou de volta, fazendo o homem a empurrar com força contra a parede, automaticamente a fazendo cair no chão por falta de equilíbrio. Ele obviamente era muito mais forte do que ela.

’’ Escuta aqui garota, você não sabe com quem está se metendo. O combinado não foi esse’’

’’ Ninguém mandou você e seus amiguinhos vendedores de crack serem idiotas’’ debochou a garota, rindo de lado e o encarando novamente sem medo nos olhos.

’’ Sua vagabunda!’’

O homem levantou a mão para bater na garota, mas Edward correu em sua direção e o lançou contra a parede. Achando total covardia um homem do tamanho dele querer bater em uma garota tão frágil. Não importa o que ela tenha feito de errado, bater em mulher era a coisa mais repugnante, nojenta e covarde que um homem podia fazer.

’’ Ei, cara, você ta maluco?’’ Perguntou Edward aos berros, tentando segura-lo.

’’ Não se mete caipira, esse assunto não é seu!’’

E o homem negro acertou em cheio seu olho esquerdo, fazendo Edward cair no chão. Ele caminhou até a garota com passos pesados e a agarrou pelo cabelo, a fazendo gritar. Edward rapidamente levantou-se do chão e foi mais uma vez tentar impedir o grandalhão de machucar a garota que dava chutes e pontapés em sua direção, mas sem acertá-lo.

 Os dois começaram a brigar. Socos e mais socos banhavam o local com o sangue dos dois que já se misturavam. A garota parecia estar sem reação ou talvez em choque, já que a mesma não tentou ajudar em nada.

Ao ouvir o barulho da sirene policial ecoar pelo local, o negro grandalhão se desespera e em uma atitude completamente covarde pula o muro e foge, mas sem antes deixar de ameaçar a garota ’’ Isso não vai ficar assim. Você e seu namorado vão me pagar. Isso terá volta!’’

’’ Você está bem? ’’ Edward perguntou a garota, que agora limpava sua roupa e o olhava com descrença.

’’ Estou ótima. Melhor impossível. E eu poderia muito bem ter me defendido sozinha, caipira. ’’ Ela rosnou, sentindo-se humilhada por não ter sido ela mesma a encarar o homem.

Edward a olhou confuso

’’ Eu só estava querendo ajudar, eu não... ’’

’’ E em algum momento eu pedi a sua ajuda?’’ A garota atrevida o encarou com ira nos olhos, o achando completamente patético por querer bancar o herói '' Eu poderia muito bem ter acabado com ele, se o super homem aqui não tivesse aparecido. Até nunca mais, seu esquisito’’.

’’ Que saudades do Texas’’ ironizou Edward em pensamento, sem acreditar no quão idiota ele foi por querer ajudar uma garota tão mal agradecida.