If It Was Diferent... escrita por bellafurtado


Capítulo 14
A coroação de Trudy e Caspian


Notas iniciais do capítulo

oie o/
Primeiro de tudo, eu TENHO que agradecer! Quando eu comecei a escrever if, eu nunca imaginei mesmo que teria 7 recomendações! Quero agradecer às antigas e às novas também: nataliasilveira, DeborahB e Marta_Gaby, muito obrigada, garotas! Bem, teremos mais um capítulo só, eu acho... ou dois. Depois acaba if... querem a continuação?

beeijos:*
bellafurtado (:



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Tudo passou muito rápido então. Ripchip foi curado de sua quase-morte – assim como eu. -, Trumpkin recebeu um belo urro de Aslam em sua cara – recompensa por ter duvidado de Lucia – e agora estávamos escolhendo os vestidos para a coroação. Susana escolheu um vermelho de mangas bufantes compridas com detalhes dourados. Lucia escolheu um vestido com as mangas do mesmo jeito, mas todo rosa. Disseram que os trajes meus e de Casp deveriam ser excepcionais, já que seríamos nós a sermos coroados.

Então Lúcia e Susana ficaram incumbidas de me ajudarem nessa missão.

-Nada branco, nem muito longo e nem muito exagerado – exigi.

-Você não está em posição de fazer exigências – Lúcia falou.

-Isso mesmo – Sup apoiou com um sorriso. - Está tudo nas nossas mãos.

E deram uma daquelas risadinhas malignas.

-Ok, ok. Fazer o quê, né?

-É, que bom que se rendeu. Vai, não queremos que você veja!

Rolei os olhos e saí. Eu queria mesmo ir até a cachoeira que ficava atrás do castelo, tomar um banho e relaxar. Porque por aqui a gente não tem chuveiros e eu não queria tomar banho numa banheira. Eca, é como nadar na própria sujeira. Sem falar que a água gelada da cachoeira era relaxante.

Já estava até imaginando o vestido que Sup e Lu me dariam. Seria com certeza branco, longo e exagerado. Mas são elas que entendem disso, então nem vou me meter. Fui ao meu “aposento real” - peguei mania de falar em deboche de qualquer coisa ligada à realeza – e coloquei minha túnica de tomar banho ou seja-lá-como-chamam-isso. Coloquei meu vestido por cima e calcei meu par de botas. Corri para o estábulo e peguei Liam, meu cavalo que foi chamado de volta por Aslam.

Coloquei a cela nele e montei. Segurei suas rédeas e estalei-as com força, para que ele corresse rápido. Dito e feito. Liam disparou pelo castelo, indo direto para a cachoeira. Foi ótima a sensação do vento no rosto, do friozinho, do cabelo voando... mas, enfim, nós chegamos ao nosso destino.

Lá estava a bela cachoeira.

-Heeey – falei e Liam parou. - Vou te soltar, garoto. Quando eu assoviar, volte correndo por favor. Eu provavelmente vou estar com frio, não tenho todo esse pelinho macio que você tem.

Ele relinchou alegre. Tirei meu vestido e fiquei só com a túnica branca. Ela ia até os joelhos e tinha mangas curtas, sem falar nos detalhes dourados. Corri até a cachoeira e pulei na água, que estava bem morninha. Senti o alívio percorrer o meu corpo.

Comecei a nadar, até que trombei com um par de pernas. Fui para superfície e vi que era ninguém mais, ninguém menos que Pedro. Eu me senti ficando muito, mas muito vermelha mesmo. Tipo, pimentão vermelho, ou tomate.

-Ahn, Pedro – falei. - Eu... eu não sabia que você estava aqui. Eu... eu vou saindo e...

-Não, não – ele segurou meu braço. - Fique. Não é como se estivéssemos pelados ou algo assim.

Tá agora eu fiquei tão vermelha que explodi.

-Ahn... ok.

Ficamos nos olhando por algum tempo, até que dissemos em uníssono:

-Eu tenho que te dizer uma coisa – começamos a rir. - Você primeiro. Não, você.

Ficamos assim algum tempo, entre risadas. E então, Pedro agarrou meu rosto entre suas mãos e me calou com seus lábios. Acho que foi nosso primeiro beijo de verdade. Quer dizer, da última vez eu estava morrendo, então não pude responder à altura. Agora não... foi perfeito, recíproco.

Nos separamos. Eu estava parecendo uma idiota, com os olhos fechados. E de repente o choque me invadiu: Pedro me beijou de verdade. Sem eu pedir. Ai. Meu. Aslam. Agora eu estava tipo, boquiaberta e de olhos arregalados. Pedro riu divertido.

-O que foi isso? - perguntei, colocando a mão na minha boca.

-Não é como se você não soubesse.

-Eu quero ouvir – falei. - De você.

-Ok, como quiser. Trudy Willians, eu te amo. Com todo o meu ser, e com todo o meu coração. E... isso não é da boca pra fora. Mas olha, eu não vou te forçar a ficar comigo e...

-Cala a boca.

-O quê?

-Cala a boca – falei, encostando meus lábios nos dele. - Eu te amo, Pedro. Mais do que tudo.

Ele me abraçou. Eu tinha lágrimas nos olhos. Afinal, eu e ele ficaríamos longe um do outro por um tempo...

-Vou sentir sua falta – murmurei entre lágrimas, a cabeça recostada no ombro dele.

-Por quê? - ele perguntou.

-Como assim “por quê”? - retruquei. - Eu... eu não vou voltar, Pedro. Pelo menos por um tempo e...

-O quê? - ele perguntou. De repente ele parecia... com raiva. - Quer dizer que vai me deixar? Me deixou apaixonado por você, me fez admitir, e agora vai me deixar?!

-Pedro, eu... - eu estava chorando muito. Vê-lo com raiva de mim era... horrível. - Eu posso explicar.

-Ah, pode? Então explique.

-Caspian precisa da minha ajuda. Eu tenho que ajudá-lo a conduzir tudo, Pedro. Você foi rei e sabe que não é uma tarefa fácil. Não me julgue, por favor.

-Então você pode se casar com Caspian – ele gritou e fez menção de sair.

-Pare com isso, Pedro Pevensie. Não é como se eu quisesse deixá-lo. Isso não é o que eu quero. É o que Aslam quer. Tenho certeza disso. Eu pensei que você entenderia. Pensei que seria compreensivo. Eu vou voltar e vamos poder ficar juntos. Só... espere.

-Eu pensei que você fosse diferente, Trudy.

E ele saiu.

-Pedro! - chamei. - Pedro, por favor!

Foi inútil. Ele já estava longe. Mergulhei para tirar as lágrimas dos olhos. Saí da cachoeira e me sequei numa toalha. Fiquei sentada no sol, chorando, até ficar completamente seca. Vesti minhas roupas e assoviei, e Liam apareceu quase que imediatamente. Subi nele e cavalguei para o castelo.

***

Eu sabia que seria branco, longo e exagerado. Por sorte – ou azar – o ocorrido com Pedro me fazia ignorar completamente o fato do vestido ser o contrário do que eu queria. Pelo menos era um vestido lindo. As criadas apertaram meu espartilho de uma forma que eu pudesse respirar e me ajudaram a vestir o vestido.

Ele era branco, de alças, longo e tinha umas folhas e flores de prata no busto. Era lindo. Lúcia, Susana e eu estávamos arrumando nossos cabelos. Já estávamos prontas na hora.

Penteado True

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Vestido True

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-Pelo menos finja que está feliz, Trudy – Sup pediu, compadecida e triste por mim.

-Mas... eu estou feliz – não era uma mentira completa. Eu estava feliz por um monte de coisas, só que a tristeza com Pedro afogava toda essa felicidade.

-Então se esforce em mostrar – Lu pediu delicadamente, sorrindo. Sorri para ela também e passei a fingir que estava feliz, só para deixar os outros sem tristeza.

Passamos pelas ninfas costureiras e eu agradeci infinitamente pelo novo e lindo vestido. Elas sorriam e diziam repetidas vezes que era uma honra costurar para a realeza. E então quando estávamos quase chegando aos cavalos, ali estava Aslam. Todo o seu esplendor e seu toque de magia me deixaram calma, e retiraram de mim toda a tristeza de antes.

Nos ajoelhamos.

-Eu gostaria de falar com a princesa Trudy – ele disse com seu magnífico sorriso de leão.

Me levantei envergonhada e fui atrás dele, até que paramos em um canto não-tão-particular do castelo. Aslam olhou para mim e sorriu.

-Primeiramente os meus parabéns, é claro – eu ri.

-Obrigada, vossa excelência – acho que é assim que a gente chama grandes leões donos de tudo.

-Oh, chame-me de Aslam, nobre princesa.

-Desculpe-me, Aslam. É que... estou angustiada. Triste. Sei que não deveria falar disso com você, porque você é o maioral, mas me sinto tão bem perto de você e...

Aslam meio que me abraçou. Eu me agarrei a pelo dele e continuei chorando – porque sim, eu comecei a chorar enquanto tropeçava nas palavras.

-Está tudo bem, Trudy. Tudo bem.

Sequei as lágrimas e me levantei. Agora eu havia percebido que Aslam não era só o rei dos reis, mas ele também era um grande amigo. O melhor dos amigos.

-Sabe, você é uma garota de inúmeras qualidades – Aslam disse. - Sabedoria, coragem, beleza... foi bem difícil escolher seu título. Tive a ajuda da pequena Lúcia para isso. Até mesmo eu tenho dificuldades, Trudy, mas isso não quer dizer que não possamos atravessá-las, não é? Às vezes temos que enxergar nossas prioridades também...

-Eu não entendi essa última parte, Aslam. Quer dizer, eu entendei, mas não entendi como pode se aplicar a mim, entendeu?

Ele riu, aquela gostosa risada de leão, que contagiava tudo e todos. De repente parecia que até as paredes ganhavam vida.

-Tudo tem seu tempo, Trudy. Tudo tem seu tempo.

E aí ele olhou para o lado. Susana e Lúcia me aguardavam.

-Vá, princesa. Sua coroação vai começar.

Sorri.

-Obrigada, Aslam. Por tudo.

Ergui a barra do vestido e corri atrás de Lúcia e Susana. Subimos em nossos cavalos e iniciamos uma longa procissão até o salão. Escolhemos um local perto do povo, para que não só lords pudessem ver os novos reis. E, ao por-do-sol, lá estávamos nós, sorrindo como abobados.

Os soldados formaram duas filas, de lados opostos. Os quatro grandes tronos encontravam-se erguidos lá na frente. Ao lado deles, encontrava-se Aslam.

-Boa sorte – os quatro reis e rainhas desejaram a mim e ao Casp.

As fileiras de soldados ergueram suas espadas. Pedro e Susana caminharam lentamente até seus tronos. Pararam à frente dos mesmo e se viraram na nossa direção. Lúcia e Edmundo foram andando para lá também e fizeram a mesma coisa. Os quatro se sentaram em seus respectivos tronos. Todos estavam lindos, mas Pedro... ai meu santo Aslam, ele estava irresistível!

Trombetas soaram e então eu e Caspian, lado a lado, caminhamos lentamente até o outro lado, sorrindo de maneira natural e bonita. Paramos na plataforma-altar ou sei lá como se chama aquela superfície mais alta do que o chão e nos ajoelhamos para os reis e rainhas e Aslam.

-Levante, filha de Eva – Aslam ordenou de maneira doce.

Me levantei. Edmundo se aproximou de Caspian, ainda ajoelhado e disse em alto e bom som:

-É com grande honra que eu, Rei Edmundo, o justo, lhe nomeio por força, bravura, sinceridade e alegria o nobre comandante da ordem do conselho do casco fendido (N/A: dejávu de Percy Jackson on. Foi mal, sem criatividade para inventar nome de ordens, haha).

Edmundo tocou-lhe os dois ombros com a espada do próprio Caspian. Arrisquei uma olhada para Pedro. Ele parecia um pouco triste, mas tentando demonstrar felicidade como eu. Algumas ninfas se aproximaram de Caspian e lhe entregaram um anel bonito, com um símbolo de um casco de fauno.

Edmundo sentou-se em seu trono e Susana se levantou. Ela carregava consigo uma almofada azul escura com detalhes prateados e com uma grande e majestosa coroa de ouro. Susana andou até o Caspian ajoelhado e parou em frente a ele. Aslam anunciou:

-E é pelo majestoso e verdadeiro Monte de Aslam que o nomeio Rei Caspian, o décimo.

-Viva o Rei Caspian! - os súditos gritaram.

Susana pousou a coroa na cabeça de Caspian delicadamente e sorriu.

-Levante-se filho de Adão – Aslam disse. Susana estendeu a mão para Casp e ele se levantou. - Ajoelhe-se, filha de Eva.

Me ajoelhei. Lúcia se ergueu de seu trono e foi andando na minha direção, carregando uma espada compatível para alguém de seu tamanho.

-É com grande honra que eu, Rainha Lúcia, a destemida, lhe nomeio por graça, lealdade, força e bravura a dama do conselho do casco fendido.

E pousou a espada delicadamente sobre meus ombros. Os sátiros se aproximaram e colocaram em meu pescoço um colar de prata cujo pingente continha o mesmo símbolo que o anel de Caspian. Sorri. Lúcia sentou-se em seu trono e Pedro se levantou.

Agora era a hora da verdade. Ele carregava consigo uma almofada vermelha com bordados dourados, uma coroa delicada de prata e flores sobre ela. Pedro andou até a minha frente e ficou ali, segurando a almofada. Aslam anunciou:

-E é pelo delicado e imponente Espelho d'água que eu a nomeio Rainha Trudy, a leal.

-Viva a Rainha Trudy! - os súditos gritaram. Sorri.

Pedro pousou a coroa de prata sobre a minha cabeça delicadamente e nós dois sorrimos. Talvez ele estivesse melhor agora... Bem, agora eu era a imperatriz do Espelho d'água e Caspian era o imperador do Monte de Aslam. Isso era curioso. E muito legal.

-Viva os reis e rainhas de Nárnia! - Aslam gritou.

-Viva! - os súditos gritavam.


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