A Crônica Esquecida escrita por EmmaW, Clarizabel


Capítulo 2
Quando uma Aventura Acontece




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           É quase certo que quase todos os quais leram histórias e contos de fada na infância já sonharam em que participavam delas, ou mesmo almejavam que algo parecido acontecesse, porém com o passar dos anos, antes mesmo de nos tornamos adultos esse desejo desaparece.

           Felizmente, alguns ainda possuem alguma esperança, certa crença de que um dia, algo inusitado irá acontecer. E foi isso o que aconteceu com a nossa personagem. Uma moça inteligente e cuja ninguém acreditaria que ela gostaria de viver numa terra mágica, seu nome era Catherine, mas não pense que ela queria ser uma moça que conheceria um príncipe logo depois se casariam e viveriam felizes para sempre. Não, ela queria lutar em batalhas, governar uma nação, ela gostaria de liderar um povo que luta pela sua liberdade e honra.

           A aventura começa, logo após o bombardeio à Londres em 21 de agosto de 1940, quando a Studies Center for Youth (Centro de Estudos para Jovens), decide, devido à guerra, que seria ótimo ter os jovens mais talentosos e estudiosos disponíveis.

           Os pais dela acharam que era uma ótima oportunidade sair de Recife uma cidade litorânea no Nordeste do Brasil, para ir a Barnet uma cidade mediana próximo ao centro da Grande Londres, cuja única desvantagem seria uma viagem longa e desgastante. Teria de ir a São Paulo, tomar um navio e partir para a cidade do Porto em Portugal, embarcar novamente para Plymouth. Depois de chegar descansaria por um ou dois dias e pegaria um trem para Barnet na Plymouth railway Station.

            Você pode achar estranho. Por que ir a um lugar que foi bombardeado? Pelo simples fato que a Inglaterra retaliou, e era mais provável que passado algum tempo atacassem o Brasil, (o que ironicamente aconteceu em 1942), mas isso já é outra história.

       Logo que Catherine chegou a Plymouth (após longuíssimas viagens de pelo mar) dirigiu-se ao hotel que lhe fora indicado, e lá permaneceu por duas noites.  Na manhã seguinte a segunda noite foi até a estação de trem comprou uma passagem de segunda classe.

           Por coincidência ou Providência (que era o que Catherine acreditava), uma moça de aspecto muito agradável sentou ao seu lado, parecia-lhe tímida, mas ao ver que estava segurando um livro logo se interessou por conhecê-la, e indagou:

             -Que livro é este que está lendo? A propósito me chamo Catherine.

             -Este é um romance de Jane Austen,  Persuasão. Muito prazer em conhecê-la meu nome é Marrie Anne.

              -Eu simplesmente adoro os romances dela. Você deve estar indo para Londres imagino.

              -É, estou indo para Barnet, mais precisamente, sempre adorei literatura desde pequena e com a guerra, meus pais acharam melhor eu estudar no SCY.

             -Que interessante. Eu também estou indo para lá.

           E foi assim que ganhou sua primeira amiga, descobriu durante a viagem várias coisas sobre ela. Como por exemplo, que era francesa e que estava nervosa sobre como seria a chegada. Passaram então a conversar sobre suas vidas e famílias. E ambas concordaram que era uma vantagem que fosse um regime interno com várias folgas semanais, e ainda com um campo (um tanto pequeno), porém agradável para ler, cavalgar ou apenas respirar um ar puro. Próximo a este campo havia uma pequena trilha envolta por uma pequena mata de pinheiros que levava a um pequeno riacho.

            A chegada ao centro foi bem tranqüila, Catherine e Marrie Anne pediram para dividirem o quarto. O que foi prontamente atendido. Passado umas semanas haviam se adaptado ao local, claro que havia algumas brincadeiras com as duas por serem ambas estrangeiras, mas Catherine sempre respondia de modo sarcástico, o que fazia todos rir e quebrava a tensão.

           As boas amigas estavam sempre em atividade, seja em grupos de debates ou atividades artísticas como, aulas de instrumentos, teatro, desenho e pintura. Mas nem sempre estavam juntas, pois Catherine gosta mais de história, política, geografia econômica e é claro ia sempre aos debates sobre guerras. Já Anne estava nas aulas de línguas e literatura de todos os gêneros possíveis, e fazia desenho. Porém sempre estavam juntas no teatro.

           A esta altura você deve estar se perguntando: Bom, ela mudou para outro país e tudo mais, mas onde está a aventura à qual o titulo do capitulo se refere? O fato é que toda essa informação é importante para o que acontece a seguir.

           Em certa noite no inicio do outono, uma voz sussurrante acordou Catherine, o que fez sentar-se em sua acama e olhar em volta. Sua amiga dormia profundamente e não havia mais ninguém, então se deitou. De novo a voz chamou-a, ela provavelmente teria pensado estar imaginado coisas se a voz não a tivesse chamado novamente e desta vez mais forte, logo respondeu:

             -Quem é você?

             -Sou Aquele a quem você tem procurado. –Disse a voz.

           Então, algo ainda mais extraordinário aconteceu, uma luz pálida e morna iluminou o quarto e dentro dele espalhou o aroma mais agradável que Catherine já sentira na vida.

              -O que quer de mim?

              -Catherine, eu tenho uma tarefa para você. Mandar-te-ei a uma terra distante, uma terra que nem mesmo os loucos ousariam imaginar, e você irá libertar o meu povo de seus inimigos. E nessa terra irá enfrentar muitos problemas e situações difíceis, mas Eu estarei contigo.

             -Mas senhor, porque não enviar o líder desta terra? E como e a quem pedirei auxilio?

             -Ouça com atenção, você irá ao Grande Rei e dizer que Aquele por quem eles conhecem por Aslam a enviou para alertá-lo que muitos narnianos (é assim o nome do meu povo) estão cativos na Calormânia.

              -Só mais duas perguntas. Primeiro: como irei até esta terra distante? E segundo: e se o Rei não me der ouvidos? Que farei eu?

             -Minha querida, espere que eu mesmo a mandarei, e se, contudo o Rei não lhe ouvir você deverá ir, e mesmo se ninguém ouvir-te e se dispuserem a auxiliar-te, saiba: Eu estarei contigo.

           E assim como um sopro a voz parou de falar.

           Os dias que se passaram pareciam-na não ter fim, mas distraia-se de vez em quando com as aulas ou os debates, mas continuava a pensar no que Aslam (bom esse era seu nome afinal), havia lhe dito. E por isso todos os dias, ela passeava pelos campos até uma pequena mata que ficava próxima a um riacho.

           Mesmo a amiga dela pensou que algo de ruim tinha acontecido, e achando que era o melhor que devia fazer, Marrie Anne perguntou se algo havia acontecido, porém Cathy disse que gostava de pensar um pouco enquanto caminhava.

           Catherine começou a achar que tudo o que ouvira naquela noite não passava de sua imaginação ou poderia ser uma brincadeira de algum dos seus colegas, mas enfim já não importava mais, uma vez que já havia passado uma semana da conversa com Aslam. Então numa tarde fresca e ensolarada ela resolveu ir ler e descansar próximo ao riacho.

           Porém chegando lá se sentou e encostou-se a uma arvore frondosa, mas antes de terminar de ler a terceira página do livro É Fácil Matar, de Agatha Christie, quando se sentiu cansada e decidiu dormir um pouco, só por alguns minutos e voltaria.


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