Meu Anjo Vampiro escrita por Lice Lutz


Capítulo 22
Capítulo 20 - Paraíso


Notas iniciais do capítulo

Uma curiosidade: não era para esse capitulo existir. Ele só foi escrito, por causa da súbita inspiração que uma música me proporcionou. Pra quem quiser sentir um pouquinho do que eu senti com a música taí o nome: Your Guardian Angel - The Red Jumpsuit Apparatus.
Tenham uma ótima leitura!



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Por Isabella Swan.

Todos estavam errados afinal. O Inferno não existe. Mas os anjos existem. Mesmo. Eu estava diante do meu.

Ou talvez eu esteja no Inferno e Deus tenha enlouquecido. Afinal, como pode permitir um dos seus anjos descer até as chamas do inferno? Era absurdo. O Meu Anjo corria perigo. Aquilo era eminente. Seu rosto perfeito estava manchado de cinzas e cortado por vigas negras. Ele não deveria estar aqui. 

Mas apesar daquelas cicatrizes horríveis em seu rosto, ele sorria para mim, enquanto uma das suas mãos também marcadas afagava o meu rosto. Eu fechei meus olhos, apreciando aquele carinho divino, e tentando entender o porquê dele estar ali. Ou talvez me fazendo acreditar que ele realmente estava comigo e não era mais uma das minhas ilusões. A menos é claro, que a loucura tenha permanecido comigo, mesmo depois da minha morte. 

Eu abri os olhos e ele continuava ali, perfeito. Seus olhos me fitavam como se eu fosse o verdadeiro milagre ao invez dele e seus lábios pareciam que iam rasgar sua face, de tão abertos que estavam num sorriso...

Angelical. 

Então outra teoria viera a minha mente: talvez eu estivesse mesmo no Paraíso. Ele estava ali. E eu estava com ele. E era tudo o que bastaria, para fazer do Inferno o Céu mais divino. 

Mesmo com a certeza já quase completamente formada em mim, eu abri e fechei os olhos de novo. E como num sonho, ele continuava ali. Sorrindo. 

- Paraíso... – eu disse. Fazer a voz sair, foi como cravar milhões de navalhas com fogo na minha garganta. Ardia. Talvez eu não estivesse no Céu, afinal...

Meu Anjo pareceu hesitar por um instante. Dois riscos fundos fincaram-se em sua testa, mas logo ele estava sorrindo outra vez. Eu senti a minha cabeça rodar e os meus pulmões queimaram, implorando por ar. Estranho. Mortos não respiram. Pelo menos os vampiros não, que morreram, mas ainda tinham os seus corpos. Deve ser diferente com as nossas almas, então... 

  - Ah! Minha Bella... – ele sussurrara no meu ouvido, puxando-me mais para si e me abraçando. 

Eu me apertei mais a ele, queria fundir-me completamente a ele, como uma garantia de que jamais nos separaríamos novamente. Mas agora isso não importava. Estávamos juntos, pertencíamos ao mesmo mundo de novo. Estávamos mortos. O lugar, tão pouco importava, contanto que permanecêssemos juntos.

Sentia-me um pouco zonza, com o movimento brusco. Respirei de novo, mas as navalhas com fogo desceram para os meus pulmões, queimando todo o caminho pelo qual o ar passou. Talvez eu não precisasse mesmo respirar. Devia ser apenas um habito humano, que eu estava demorando em largar. Ou então, quando morremos, nossas almas permanecem do mesmo jeito que nossos corpos ainda vivos. Porque Edward permanecia exatamente igual. Sua pele fria como gelo, queimava a minha, enviando ondas elétricas por cada molécula do meu ser. Eu fechei os olhos, desfrutando da sensação de estar com ele novamente. 

Era impossível quantificar a saudade que eu tinha sentido dele. Faltariam números para isso, mesmo eles sendo infinitos. Mas agora, eu teria a eternidade toda para compensar e, mesmo assim, parecia não ser o suficiente.

- Como... – eu comecei a falar, mas percebi que realmente precisava de ar. Respirei fundo, e ignorei a queimação. Comecei de novo – Como permitem você estar aqui?

Ele estava de olhos fechados, com um sorriso satisfeito nos lábios. E quando ele me olhou, eu senti o meu coração parar – isso se ele ainda existisse, é claro. Ele era um anjo perfeito. Seus olhos dourados eram os letreiros de boas vindas para a eternidade. Uma eternidade feliz. Eu sorri em resposta as boas vindas. 

 - Eu realmente não sei, vida. – ele me respondera. 

Eu dei uma risadinha leve. Vida. Era um vocativo meio contrario, considerando a nossa atual situação.

- Isso é um absurdo. Anjos não podem estar no Inferno. – Edward arregalou os olhos, surpreso. Eu não entendi a sua reação. Continuei mesmo assim – Estar aqui te machuca... Olha como você está. Como Deus pode permitir que um dos seus anjos sofra?

 Edward olhou para mim, com cara de desentendido. Um ponto de interrogação enorme cruzava a sua expressão. Eu desviei meus olhos do seu rosto – o que exigiu uma grande dose de esforço – e segurei sua mão, estudando-a, a fim de comprovar o que dissera. Quando olhei para seu rosto novamente, ele também fitava a própria mão, que contrastava com a minha. O ponto de interrogação ia desmanchando-se aos poucos, à medida que um novo sorriso surgia em seus lábios.  

- Bella – ele me chamara. Eu fechei meus olhos, quando escutei sua voz pronunciar o meu nome. Não me lembrava o quão mágico era. Aquele era definitivamente o meu Paraíso. Edward era o meu Paraíso. – Você... – ele continuou, hesitante – Você está pensando que aconteceu o quê, exatamente?

Confesso que não entendi muito bem a sua pergunta. Como ele não sabia o que estava acontecendo? A parte de não saber como tinha ido parar do meu lado – independente da onde nós estávamos – eu entendia. Mas ele estava nessa... Nesse mundo a mais tempo do que eu. Já sabia como era morrer.

- Que eu morri. Por isso estou com você. – eu lhe respondi – O que eu realmente queria entender é o porquê de você estar aqui. Eu sou a suicida. Eu deveria queimar no Inferno sozinha, não levar um Anjo comigo. É errado e não faz nenhum...

Eu não pude continuar. Edward me interrompera. Ele estava rindo, deliciado. Rindo não. Gargalhando.Se seus olhos eram as boas vindas escritas, sua risada era a melodia de fundo.

- O quê? – perguntei. Eu não estava entendo a reação dele.

Ele respirou fundo, na tentativa de controlar o riso. Depois passou a mão no meu cabelo e por fim respondeu:

- Então você acha que está morta, Bella? – que pergunta idiota era aquela? Era óbvia a resposta.

- É claro que estou. Eu pulei do penhasco, me afoguei e morri. – respondi-o, convicta – Pelo menos você não me viu morrer, então...

Senti Edward estremecer. Se ele tivesse um coração, ele estaria acelerado agora. Seu rosto cortara-se agora numa dor aguda, encaixando-se perfeitamente com o cinza da sua pele e os vincos negros saltados. Eu tive vontade de chorar, vendo-o assim. O maior pecado de todos, com certeza era permitir um anjo sofrer.

- Eu jamais suportaria ver isso de novo. – ele disse, repentinamente sério e com a mesma dor presente também em sua voz. Eu fiquei mais confusa do que já estava. Tentei interrompê-lo, mas ele me impediu, voltando a falar – Essa foi a segunda vez que eu pensei ter te perdido. Acho que já foi mais que o suficiente para uma única existência. 

Edward me apertou mais contra o seu corpo, enquanto beijava o meu cabelo molhado. Eu não conseguia ver o seu rosto, mas sabia que os seus olhos estavam fechados – eu não sentia mais o calor deles sobre mim. Aninhei-me mais a ele, encostando minha cabeça que rodava em seu peito imóvel e duro feito pedra. Eu precisava confortá-lo de alguma maneira. Ver seu rosto cortado pela dor era mil vezes pior do que senti-la em mim. 

- Edward – chamei-lhe, um pouco hesitante.

- Diga, amor.

- Como assim pensar ter me perdido pela segunda vez? – eu perguntei-lhe, realmente intrigada – Houve a primeira, e você foi até Volterra – estremeci, enquanto as lembranças começam a surgir. Interrompi-as logo. Estava tudo bem. Edward estava comigo. - Agora é definitivo.

Eu esperei receosa por sua reação. Talvez fosse doloroso demais para ele, acreditar que eu estava morta também. Edward segurou meu rosto com as duas mãos. Seus olhos penetravam nos meus com tanta intensidade, que todos os meus pensamentos se focaram nele.

- Bella, você não está morta. – Eu arfei. Como assim? Busquei um pouco mais de ar, pronta para replicar-lhe, mas ele colocou um dedo na minha boca, pedindo meu silencio e continuou – Você já olhou a sua volta? Sabe onde estamos?

É claro que eu não tinha visto nada a minha volta e não fazia idéia de onde estávamos – eu estava concentrada demais nele para prestar atenção em qualquer outra coisa – e tudo o que tinha feito eram suposições, considerando o fato deu ter morrido. Fiz o que Edward havia pedido. E realmente o ar faltou-me.

Estávamos em La Push. À oeste, separado por uma extensa faixa de mar, estava o penhasco. Era exatamente a mesma praia que Jacob havia me levado, quando saltei pela primeira vez. 

Eu não havia nem deixado a Terra ainda.

- Como? 

Edward sorriu, suas mãos faziam um carinho gostoso no meu rosto. Porém quando ele falou, sua voz era tensa.

- Nós não estamos mortos, Bella. – ele enfatizou a frase toda. Eu definitivamente havia desistido de respirar. Queimava e eu não conseguiria de todo jeito. Era informação de mais. Ele continuou: 

– Eu não sei o porquê, muito menos como, mas... Quando eu morri, eu me transformei no seu Anjo da Guarda. Acho que isso você já sabe, até porque já havia mencionado. E eu estava sempre ao seu lado, até que aconteceu aquilo no hospital, você se lembra? – eu assenti, sorrindo. Nunca iria esquecer a alegria de tê-lo visto naquela noite. – Eu fiquei assustado com isso e então tentei me afastar de você. Foi insuportável. Doía tanto, que eu pensei que estava morrendo de novo e o pior, era que sabia, sentia, o quanto era ruim para você também. – eu estremeci de novo. A lembrança era vivida de mais. 

Edward também parou de falar. Ele estava imóvel, e seus olhos perdidos. Eu toquei sua face, que já havia clareado um pouco, apenas para lembrar que eu estava com ele. E dessa vez seria para sempre. Ele olhou para mim, sorrindo. Eu me aninhei mais ao seu peito mudo, enquanto ele aspirou o meu cabelo, fazendo carinho com o nariz. Eu estremeci ao seu toque, com frio. Edward levantara bruscamente e quando ele voltou a falar, sua voz era rápida e preocupada.

- Nós temos que sair daqui. Eu quebrei o tratado e logo os lobos estarão aqui. – eu olhei para ele, sem entender. Edward não deveria estar preocupado com aquilo. Nós estávamos mortos. Os lobos não se incomodariam com o espírito dele. – Bella. – ele me chamara, enquanto me ajudava a levantar – Eu sei que é inacreditável, mas nós estamos vivos. E temos que sair daqui. Eu vou tentar te explicar isso mais tarde.

Eu continuei parada, enquanto ele começara a caminhar. Edward se aproximara de mim novamente, suas mãos seguravam o meu rosto.

- Olha, eu sei que parece loucura, mas não é. Nós estamos vivos. – ele colocara a mão sobre o meu peito, aonde meu coração deveria bater – Você sente? Seu coração ainda bate e você está respirando. – Edward colara seu corpo junto ao meu, seu hálito de menta me deixando ainda mais tonta. Eu desmaiaria a qualquer momento. – E eu ainda provoco as mesmas reações em você... Respire, Bella.

Edward sorriu, e eu jamais seria capaz de fazer o que ele pedira. Pelo menos não enquanto seus lábios estivessem sobre os meus, sugando todo o meu ar. Talvez Edward estivesse certo. Nós estávamos mesmo vivos. Eu não acredito que um corpo morto, possa sentir tantas emoções assim. Eu sentia o meu coração martelar sob as minhas costelas; a qualquer momento elas quebrariam tamanha era a força do meu coração.

Completamente tonta e entregue, eu já nem me lembrava do meu nome, onde estávamos, como ele viera parar ali, se éramos vivos ou mortos. Simplesmente não importava.

Cedo de mais, Edward se afastara. Eu caí mole em seus braços e senti-o rindo. 

Paraíso.

- Respire. – ele pedira de novo, um pouco ofegante também. 

Dessa vez eu o obedeci. Edward me pegara no colo, e começara a andar normalmente – eu morreria congelada, se ele começasse a correr.

- Agora vamos.

- Para onde? – eu perguntei. Para todos, Edward estava morto. Então ele não podia simplesmente aparecer na minha casa, como se fosse apenas mais um dia chuvoso e monótono na cidade.

- Alice. – ele respondera simplesmente.

- Vamos para a sua casa?

- Não, amor. – ele riu – Alice nos viu. Ela acha que enlouqueceu, mas não conseguiu não acreditar na sua visão. Então ela trouxe a Mercedes de Carlisle até fronteira.

Eu olhei para seu rosto perfeito e agora menos cinza. O tom não passava de um ligeiro azeitonado, como o dos vampiros mais antigos – como o de Aro. Ele sorria, mas um pequeno vislumbre de dor e desespero cortava sua expressão de novo.

- Você não quer ir ver a sua família primeiro?   Seu sorriso aumentou um pouco mais, porém não o suficiente para apagar a expressão pesarosa em seu rosto.

- Não quero matá-los de novo. Não agora, que eu voltei.

- Alice não vai dizer nada pra eles?

- Não. Ela acha que está louca. E não vai querer dar falsas esperanças. Esme está desesperada o suficiente para acreditar em qualquer coisa. Acho que todos eles estão, até mesmo a própria Alice.

- Todos nós estamos loucos e desesperados, Edward. Eu estou até acreditando que estamos vivos...

Eu dei uma risada leve e ele me acompanhara.

- Você não precisa acreditar. Você está viva. Só tem que aceitar isso. – ele parara a caminhada ritmada. Já havíamos chegado até o carro. O tempo parecia não ser contado mais.

Edward abrira a porta do carro com uma das mãos, enquanto ainda me segurava firmemente no colo. Ele me sentara no banco e abrira o porta-luvas em seguida. Havia  dois envelopes ali. O maior e mais cheio, Edward pegara primeiro e o abrira. Eu tive um pequeno vislumbre do conteúdo: era dinheiro. Muito dinheiro. Além de alguns documentos e cartões dourados e pretos. Edward o fechara rapidamente, pegando o outro, pequeno e quadrado. Ele hesitara um pouco antes de tirar dali de dentro, um cartão timbrado do exato tamanho do envelope. 

- Alice... – ele sussurrara baixinho. Havia saudade e gratidão em sua voz. Seus olhos encontraram os meus e ele estendia o cartão para mim. Eu o peguei. Havia apenas algumas frases ali escritas, com uma caligrafia perfeita.

“Talvez minhas visões estejam totalmente erradas. Ou eu simplesmente tenha enlouquecido. Mas eu nunca me negaria a ajudar vocês. Mesmo que pareça impossível e totalmente surreal. 
Sejam felizes, e não desperdicem essa nova chance.
Eu amo vocês, irmãos. 
Alice Cullen – a vidente maluca.”

Eu sorri, quando terminei de ler o pequeno recado. Alice não tinha apenas a aparência de uma fadinha, ela era uma. Talvez não a mais normal, mas com certeza, a melhor. A minha melhor amiga e irmã. Eu teria que arranjar algum de jeito de recompensá-la, quando tudo estivesse resolvido.

A porta do lado do motorista batera, e eu pulei assustada. Mas qualquer resquício de um sentimento ruim se fora, quando nossos olhares se cruzaram. A simples presença dele, já era o suficiente para me fazer sentir surpreendentemente bem. Inteira, como há tanto tempo não me sentia. Edward desviara o olhar, passando-o para minhas mãos, que apertavam o papel lilás contra o peito. 

- Ela é incrível. – ele sorrira, cheio de orgulho e gratidão – No porta-malas, tem algumas malas com roupas, esse cobertor – ele o estendera para mim. Eu o peguei, agradecida; eu estava congelando – e até comida. Ela está sempre um passo a nossa frente.

Eu apenas sorri para ele, enquanto fitava seus olhos, que agora estavam um pouco mais escuros como uísque velho e distantes. 

- Tem certeza que você não quer ir para casa?

- Não é seguro lá. Temos que nos esconder. 

- Você parece estar com saudade. – eu observei.

- E estou. Mas não tanto quanto de você. – ele afagou meu rosto, chegando mais perto. Eu apenas sorri, corando. – Você não faz idéia, do quanto eu senti falta de ver você sorrindo. De ver a sua pele corada. 

Edward segurou meu rosto com as duas mãos, depositando um beijo rápido nos meus lábios, e em seguida descendo para o meu pescoço. Eu arfei e fechei os olhos. Aquilo era bom e eu sentia uma falta imensurável do seu toque. Porém, rápido de mais, Edward se afastara, fechando os olhos com força, assim como seu punho.  

- Eu senti falta, até mesmo da dor que me causa estar perto de você. – ele disse, com a voz rouca. Quando ele abriu os olhos, eles estavam totalmente pretos.

- Quer ir caçar primeiro? – eu estava preocupada. 

- Não, temos que sair daqui. Pior do que a dor por estar perto de você, é a de ficar longe. Infinitamente pior.

Eu apenas assenti. Eu sabia o quão ruim para ambos era nos afastar. Não nos torturaríamos assim nunca mais. Edward ligou o carro, e logo estávamos numa velocidade absurda. A floresta passava como um borrão ante meus olhos, La Push ficava para trás. Mas eu não olhava para ela de qualquer forma. Eu estava concentrada de mais em Edward, vendo como suas mãos trabalhavam ágeis, como seu peito subia e descia em intervalos regulares levantando sua camisa branca e ainda um pouco úmida. 

- Qual o destino, madame? – Edward rira. Mais uma vez, eu me senti no céu, e esperei por mais anjos aparecerem a minha volta, para se juntarem ao coro também. 

O que pode ter acontecido, considerando a nossa atual situação e eu realmente não me importava com isso. Poderiam aparecer todos os seres celestiais. Todos os demônios. Todos os seres humanos. Todos os animais. Ou simplesmente, as cores do crepúsculo, que coloriam o céu a nossa volta. Eles seriam apenas simples testemunhas do milagre que estava acontecendo. Edward e eu estávamos vivos. E juntos. Agora, eu só esperaria a eternidade chegar. 

E para mim, ela de fato já começara – eu ainda não tinha abandonado completamente a idéia de ter morrido e de alguma forma ter ido parar no Paraíso, afinal, não poderia haver um momento mais perfeito do que aquele. Mais do que ter renascido – e isso vale para nós dois – estávamos finalmente completos. Nossas almas se uniram novamente, e o meu coração era a força que garantiria a permanência eterna dessa união. Nada nos separaria outra vez. Eu não o permitiria e esse caminho, seria o fim definitivo. Sem voltas.

- Não importa. Eu vou para qualquer lugar com você. – eu finalmente respondi a sua pergunta.

Edward segurou uma de minhas mãos.

- É claro que não importa. Somos sempre o destino um do outro. 

Edward sorriu – aquele sorriso torto, que me fascinava. Eu definitivamente, nunca me acostumaria com ele, com sua simples presença ou com o quão indescritível era ser tocada por ele. Nunca superaria o efeito que ele tinha sobre mim ou o seu poder de me deslumbrar. Nunca veria um sorriso tão perfeito, puro e feliz como o que ele estava sorrindo agora. Edward apertou um pouco mais minha mão e a beijou em seguida. Eu desfrutei, maravilhada, a quantidade de ondas elétricas que vibraram todo o meu corpo. 

Nossos olhos se encontraram de novo, mas eu me perdi de mim mesma. Eu era dele, outra vez, como nunca deveria ter deixado de ser. O carro parou no semáforo vermelho, no centro de uma cidade que não tinha a mínima importância. Edward tirou as duas mãos do volante e me puxou mais para si, colando nossas bocas num beijo rápido, porém forte o suficiente para me deixar tonta.

Paraíso.

Era onde eu não poderia estar, mas de qualquer jeito me encontrava. Era onde eu estaria, se ele também estivesse. Todo o mais poderia perecer naquele instante; nós já havíamos quebrado todas as regras mesmo. Estávamos juntos, e aquele seria de qualquer forma o nosso Paraíso.

Independente do lugar para onde estávamos indo. Independente das conseqüências que viriam.         


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Notas finais do capítulo

Heey!
Gostaram do capitulo? Eu tentei retratar a genuina felicidade deles estarem juntos, que se iguala com a descrença da parte de Bella, forçando um pouco a lentidão do cérebro humano 'HAHHAA
Bem, deixem seus comentários.
Beijos e mordidas ;*