My Complete Heart escrita por LolaPotter22


Capítulo 2
Por que ele não percebe?




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Eu, Luna, Neville e uma garota morena da Lufa-Lufa pegamos a próxima carruagem. Quando parou, descemos e fomos para a escadaria que dava para a imensa porta de madeira, de Hogwarts. Abri espaço entre a pequena multidão, que empurrava a toda hora. Luna foi para a mesa da Corvinal e eu para a da Grifinória, mas alguém me parou antes.

-Gina!

Levantei a cabeça, pois a pessoa que estava parada a minha frente era o dobro da minha altura, já imaginei quem era. Dino Thomas.

-Oi Dino.

-Como foi o feriado? – perguntou-me ele, me conduzindo para a mesa. O mais longe de Harry. Droga.

-Ótimo, e o seu?

-Passei-o aqui no castelo.

-Hum, legal – falei, olhando por cima do ombro de Dino. Harry estava olhando ansioso para a porta.

-Não foi, não. O Pirraça atirou uma bola cheia de tinta na parede, enquanto eu passava e tive que ficar limpando as férias todas aquela bendita parede.

Eu dei uma risadinha sem graça, bem convincente.

-E o que minha ruivinha fez nas férias? – perguntou-me o Dino, chegando perigosamente perto.

-Nada de mais.

E ele parou de se aproximar, olhando meu pescoço (N/A: Não, o Dino não virou um vampiro).

-Quem te deu o colar? – ele perguntou e eu levei a mão ao pescoço. O colar escrito Ginny brilhava na luz.

-Foi um presente de Natal, Dino...

-Quem te deu o colar? – ele repetiu impaciente.

E agora?

-Fred – falei, olhando meu irmão do outro lado da mesa.

Mentira descarada, eu sei. Mas não poderia dizer “Foi o Harry”. Ele iria estrangulá-lo por mexer comigo. Não mencionei, certo? Estou namorando Dino Thomas. Sim, estou. Mas tendo uma séria quedinha por Harry Potter. Quedinha nem tão pequena assim.

Ele abriu a boca para falar algo, mas Dumbledore começou a falar.

-Bem-vindos de volta. A todos. Espero que tenham passado um bom Natal. Não vou demorar muito a falar, só um aviso rápido. Quero que tomem o máximo de cuidado nesse ano! Voldemort está poderoso. Muito poderoso. Então, não saiam sozinhos e tal. Bom, vamos comer.

Depois do delicioso jantar, não consegui sair de perto do Dino. Ele ficava me seguindo a todo lugar que eu ia. Não podia simplesmente dizer “Vá embora, Dino. Quero falar com o Harry!”. Na Sala Comunal, Harry, Rony e Mione conversavam a um canto e Dino ainda me seguia.

-Dino, eu estou cansada. O dia foi longo – eu suspirei. Não gostava de mentir – vou dormir. Boa noite.

Ele, vendo que Harry nos encarava de vez em quanto, puxou-me para si. Beijando-me intensamente. Ofeguei e afastei-o com delicadeza.

-Boa noite, Gina.

Meus olhos correram rapidamente para os três. Rony estava vermelho, Hermione conversava com Harry, que estava com uma cara de quem engoliu uma meia. Engoli em seco e subi as escadas do dormitório, tropeçando nos degraus. Com toda certeza, essa seria uma noite ruim. Muito, muito, ruim.

Sonhei que estava me divertindo com Harry em algum parque qualquer. Estava bem, até aí. Dino apareceu e todo o brilho do sol, o canto dos passarinhos, a música que o vento sussurrava em meu ouvido, pararam instantaneamente. Toda a luz sumiu, dando lugar ao negrume de uma noite triste e medonha. Lembro que Harry se colocou a minha frente e disse:

-O que você quer Thomas?

-Minha mulher, Potter! Não ouse chegar mais perto, ou o matarei!

-Não tenho medo de você!

E os dois começaram a duelar! Sim, foi ridículo, insano e fruto da minha louca e agitada imaginação. Mas no final, Harry morria à minha frente e eu me debulhava em lágrimas, enquanto Dino ria. Ria!

Acordei assustada, suando frio. Levantei da cama, abri as cortinas o mais silencioso que pude. Afinal, estava muito cedo para levantar. Tomei um banho e desci para tomar café. Não avistei Dino nem Harry em meu percurso, o que foi bom e ruim ao mesmo tempo.

Sentei-me a mesa da Grifinória e comi uma torrada e tomei suco de abóbora para acalmar os nervos. Quando terminei, fui para a primeira aula. Que se passou rápido, afinal.

Quando o horário do almoço chegou, peguei meus livros e rumei para o Salão Principal. Mas antes de chegar sequer na porta, vi uma multidão acumulada um pouco antes. Deixei meus livros caírem. Não pode ser...

Corri para lá na mesma hora.

-O que quer, Dino? – achei que iria desmaiar no mesmo minuto. Abri espaço entre a “plateia” indesejada e vi. Dino e Harry se encarando.

-Quero que pare de dar em cima da minha namorada, Potter! Sabe muito bem que ela é minha!

Que retardado! Estão brigando por algo ridiculamente bobo.

Harry riu sem graça nenhuma, o que me deu medo.

-Não estou dando em cima da Gina!

-Não é? Mesmo?

-Você nem tem... provas! – Harry indagou. Ouvi pessoas cochichando atrás de mim e uma foi bem cara de pau em apontar o dedo para mim e cochichar.

-Potter, sei que gosta dela! Todos sabem! Mas nunca vai consegui-la, não é mesmo? Porque o Harry Potter tem algo mais com que se preocupar! Tem que derrotar Aquele-Que-Não-deve-Ser-Nomeado! Olhe aqui, Gina é uma mulher – tive vontade de bater palmas com a grande descoberta – E mulheres precisam de carinho e atenção!

-Já chega! Não ouse meter a minha vida pessoal nisso, seu desgraçado!

Minha nossa! Vão sair no tapa daqui a pouco. Reuni toda minha coragem e me coloquei entre eles, segurando no peito de cada um.

-Parou! – berrei – Deu, não acham?

Harry corou e Dino só se enfureceu mais.

-Não o defenda, Gina!

Tive vontade de pegar a cabeça do Dino e bater com ela na parede várias vezes.

-Não estou defendendo ninguém, seu tonto, mas se você continuar a berrar e brigar desse jeito, eu vou defender sim!

Apesar do meu medo, minha voz soou forte e destemida.

-Agora, vão almoçar que depois vou falar com vocês! E o povo aí – falei para a plateia – Circulando, andem!

Em algum tempo, a multidão foi almoçar. Me deixando sozinha com os dois.

-Vão almoçar, depois falo com vocês – eu retornei a deixar minha voz mais baixa e fui para o Salão Principal. Eu apenas brinquei com a comida em meu prato. Que infantilidade a deles! Terminei bem rapidinho e quando me levantei, parecia que o Salão inteiro tinha parado de respirar.

Olhei para Dino e Harry, que se levantaram ao mesmo tempo. Deixei o Salão Principal, sentindo os olhos de todos penetrando em mim. Caminhei em silencio para o lago, com os dois atrás de mim. Sem trocar uma palavra, apenas o som dos nossos passos. Parei em frente ao lago, observando-o.

-Dino, como você pode? – finalmente me virei para encará-lo.

-Pode? – ele parecia confuso – pode o que, exatamente?

-Falar, jogar, na cara do Harry e de toda Hogwarts que ele tem “uma quedinha por mim e que é para parar”?

-Gina, estou te defendendo...

-Não Dino, isso é ciúmes. Muito ciúme, mesmo!

-Gina, você não ficaria com ciúmes de seu namorado que você ama tanto, estar dando bola para outra?

Aquelas palavras foram como uma faca atravessando meu peito. Eu fiquei ligeiramente estupefata, e Harry percebeu, continuou por mim:

-Mas vai que ela não ama tanto o namorado, Dino?

-Não – falei – Não comecem de novo.

Os dois, que já se encaravam de novo, me olharam.

-Olha, vamos esquecer tudo isso. Tá bem? Falo com vocês mais tarde – passei a mão pelo meu rosto, cansada. Peguei meus livros e fui para o castelo.

As aulas se arrastaram como se quisessem me matar! Eu sabia exatamente o que fazer em relação aos dois. A minha mente vagava no melhor a falar, e quando as aulas finalmente acabaram, eu voei para o Salão Principal.

Mione me acompanhou até lá, onde vi os olhos verdes como esmeraldas me encarando. Harry estava na porta, me acompanhou até a mesa e sentou-se ao meu lado.

-Que foi? – perguntei-lhe.

-Acho que o Dino não vai me querer junto enquanto vocês estiverem conversando... – ele disse olhando para o prato – Então eu estarei na Sala Comunal.

Assenti, tentando disfarçar. Dino entrou no Salão, conversando com Simas Finnigan e os dois riram. Escondi meu rosto, pois o que eu iria falar a ele não era nada bom. Jantei sem apetite nenhum e me levantei. Harry me mandou um olhar de boa sorte, como se soubesse o que eu iria fazer, e voltou à atenção para Rony e Mione.

Dino percebeu minha levantada brusca e parou de andar, me esperando. Passei a sua frente, chamando-o com a cabeça. Ele me seguiu até uma sala de aula vazia, não sei o porquê, mas acho que era o melhor lugar a sós que eu conseguia pensar.

-Dino – falei, fechando a porta e me sentando na mesa. – Eu tenho algo não muito agradável para lhe falar.

Ele já tinha entendido tudo, mas me deixou continuar.

-Não vai dar certo. – esperei pela sua explosão, mas ele não disse nada – Você é ciumento demais para mim. Sabe que não gosto disso.

Esperei pela reação, mas ele soltou um longo suspiro. Encostou a cabeça na parede e fechou os olhos. Estava mesmo me ouvindo? O silencio prevaleceu.

-Foi ele, não é? – ele parecia aparentemente calmo, mas sua voz saiu num jeito triste e nervoso – Ele que lhe deu o colar, ele que lhe fez ficar caidinha assim. Ele que lhe ama do jeito que você o ama.

Engoli o nó da garganta, sentindo meus olhos se inundarem.

-Dino, é que...

-Tudo bem, Gina. Já previa isso – ele se levantou e limpou uma lágrima que caia do meu olho – Não chore, afinal, você que acabou. Não me surpreendi muito, percebi que estava amarrada ao Potter.

-Não é isso! – Por que eu gritei? – Eu não o amo...

Ele segurou meus braços e sacudiu.

-Ama sim, odeio ter que admitir. Mas é a realidade.

Soltei um suspiro.

-É, eu o amo.

Vi a chama de raiva passar-lhe pelos olhos.

-Quer saber, ele está complicando tudo! – rugiu e se afastou – Ele é o problema, Gina! Não está vendo?!

Minha nossa, que pessoa bipolar!

-Dino...

-Ele tem que acabar Gina! Você ME ama e é assim que deve ser!

Ele caminhou para perto de mim e me beijou forçadamente.

-Viu? Somos perfeitos um para o outro!

Empurrei-o para frente.

-Não me ouviu, não? Aposto que se eu sair daqui agora e abraçar o Simas você vai matá-lo por causa do ciúme!

-Vai abraçar o Simas?

-Não! Argh, eu só quero dar um exemplo! Estou terminando com você!

Afastei uns dois passos dele, e pronta para desviar de qualquer coisa que ele tacasse em mim. Ele se enfureceu e derrubou a mesa a sua frente, que derrubou as próximas. Dino soltou um grunhido.

-Vá embora, Ginevra! – me encolhi ao escutar o nome e saí de fininho da sala.

Quando já tinha fechado a porta, corri pelos corredores, com as lágrimas lavando o meu rosto. Queria ficar sozinha, e a Sala Comunal não seria boa para se estar no momento. Fui diminuindo a velocidade até parar de andar totalmente. Sentei-me no chão do corredor, vazio, e encostei a cabeça na parede. Será que foi a coisa certa a fazer? Ah, deve ter sido pois eu amo o Harry. Não o Dino.

Às vezes os nomes deles apareciam em minha mente. Harry, e mudava para Dino, e para Harry novamente. Harry. Dino. Harry. Dino. Sempre assim!

-Gina?

Engoli em seco e meu coração acelerou. Não reconheci a voz, mas também não me mexi.

-Está tudo bem? – perguntou – Ah, que pergunta boba. Se estivesse, você não estaria sentada no chão do corredor vazio chorando.

Era o Rony.

-O que você quer? – levantei a cabeça e limpei as lágrimas.

-Tá vendo! – ele falou, se sentando ao meu lado – Eu disse que o Harry não daria certo para você! Argh, eu vou matá-lo por deixa-la desse jeito!

-Não foi o Harry.

Rony passou o braço em volta de mim, me acalmando. Mas com o Rony ali eu não me sentia confortável, mesmo ele sendo meu irmão.

-Estou atrapalhando? – ele me perguntou.

-Na verdade, um pouco.

-Ah, é coisa de garota, né? Ficar chorando num canto, sozinha, quando termina com alguém?

-Rony, você é surpreendente. Ofende todas as meninas numa única frase e nem percebe.

-Eu fiz o que? – ele tinha arqueado as sobrancelhas.

Eu dei uma risadinha.

-Nada não. Vou dormir – me levantei e rumei para a Sala Comunal.

Quando cheguei, fui direto para o dormitório, me esquecendo de ver se Harry estava ou não ali. Tomei um longo banho e fui me deitar.

O outro dia amanheceu ensolarado através da neve, o que me inspirou. Levantei feliz e fui cantarolando para o banheiro. Quando desci, alguém me puxou para o lado e me abraçou.

-Gina! – aquele perfume... – Fiquei preocupado com você. Te esperei até tarde.

-Desculpe, Harry. Tive um... improviso.

-Rony me disse que você estava chorando, o que houve?

Olhei para ele, pela primeira vez no dia.

-Oh, se não quiser, não precisa falar – apressou-se a dizer.

-Não, tudo bem. É que eu terminei com Dino.

Engoli o nó na garganta. Harry deu tapinhas em meu braço.

-Você supera.

Assenti triste.

-Vou tomar café, até mais tarde.

-Até.

E enfim chegou sábado, e no domingo iríamos para Hogsmeade. Desci as escadas do dormitório e me joguei no sofá, esperando Mione.

-Bom dia, Gina – disse Harry, se sentando ao meu lado.

-Bom dia Harry.

Nós havíamos nos tornado grandes amigos depois daquele dia.

-Esperando quem? – perguntou.

-Mione. E você?

-Você.

Sorri e deitei a cabeça para trás no sofá.

-Que semana – comentei depois do breve silêncio.

-Pois é – ele copiou meu movimento.

-E eu tenho os N.O.M’s – comentei sem emoção – Que droga.

(N/A: Gina tá no quinto ano e Harry no sexto.)

-Posso te ajudar a estudar, se quiser.

Levantei a cabeça para olhá-lo, que fez o mesmo.

-Sério?

-É, amigos servem para essas coisas – terminou dando um soquinho no meu braço.

-Achei que estivesse ocupado...

-E estou, mas é só à noite.

-E nos dias de treinamento de Quadribol.

-É, você também.

Sorri.

-Então... Está com dificuldade em alguma matéria? – perguntou-me.

Fiz uma careta.

-Transfiguração.

Ele torceu o nariz.

-Também não gosto, mas posso te ajudar. Tirei um “Excede Expectativas” no N.O.M. Podemos estudar hoje, o que acha?

-Combinado – sorrimos um para o outro e deitamos a cabeça para trás novamente.

-Hey Gina, Harry – chamou Hermione. Harry se levantou e me estendeu a mão, me ajudando a levantar também. – Onde está o Rony?

-Foi ver algo em relação à monitoração de hoje – falei com descaso.

Ela arregalou os olhos.

-Mas hoje não é a vez dos sonserinos?

-Ah, ele falou também algo sobre um improviso – completou Harry e eu assenti.

Mione não disse nada, só voou pela Sala Comunal, saindo dela como um jato.

-Que bom, a espero e lá se vai – eu falei, revirando os olhos.

Harry riu.

-Que bom que você me esperou, Harry – eu disse, indo para o Salão ao seu lado.

Tomamos café, rindo algumas vezes que comentávamos a paixonite de Rony e Mione. Terminei antes de Harry e o esperei.

-Pronto, vamos?

-Vamos – falei e me levantei. – Ah, preciso pegar meu livro.

-Não vai precisar.

Ergui as sobrancelhas, mas as abaixei logo depois.

-Tá certo, o professor é você... Biblioteca?

-Não.

-Oras, onde então?

-Você vai ver.

E saiu, corri para alcançá-lo e fomos. Reconheci o caminho logo, logo. Era a Sala Precisa, onde foi o nosso treinamento para a Armada do Dumbledore. Ele passou três vezes e uma porta se abriu. Entramos e lá estava a mesma sala que foi usada para o treinamento da AD.

-Pronta para começar, Srta. Weasley? – perguntou-me, se pondo a minha frente.

-Pronta.

Ele esperou um pouco, como se estivesse pensando e uma taça de ouro apareceu do nada.

– Bem, esse feitiço foi difícil para mim e Rony aprendermos. Mas você aprenderá. É o Feitiço de Desaparição. Pronuncia-se Evanesco. Repita.

- Evanesco.

-Muito bom. Agora vamos coloca-lo em prática. Ah, devo lembrar que cairá nos N.O.M’s de Transfiguração na parte teórica e prática.

Gelei. Eu sou HORRÍVEL em Transfiguração!

-Não se preocupe, vou ajudá-la – ele me disse, com um sorriso, como se acabasse de ler minha mente.

Ele se pôs ao meu lado.

-Varinha.

-Confere – falei, tirando-a do bolso.

Ele sorriu e me posicionou.

-Ótimo, agora pronuncie.

Respirei fundo.

- Evanesco.

Só metade da taça desapareceu. Ótimo.

-Boa Gina!

-Boa nada! Tá vendo aquilo?! É uma nota T na certa! (N/A: T = Trasgo).

Ele riu.

-Com prática você consegue, mas para uma iniciante você foi ótima!

Cruzei os braços.

-Sua vez – falei.

-Tá bem.

Outra taça apareceu do nada, ele se posicionou e pronunciou:

- Evanesco.

Pluft

A taça se foi!

-Hey! Por que eu não consigo? – falei, apontando para onde a taça estava segundos antes.

-Prática. Tente de novo.

Outra taça apareceu.

Passamos um bom tempo da tarde fazendo esse feitiço. Até que eu consegui!

-Aaaaaa! Viu aquilo?! Ela sumiu por inteiro! Eu consegui! – eu berrava, pulando em círculos, parei meio tonta e o abracei – Você é um ótimo professor, Harry!

Ele passou a mão nos cabelos, encabulado.

-Ah, não sou não. Você que é uma ótima aluna.

Sorri e sentei nas almofadas ao lado.

-Uma pausa? – pedi.

-Uma pausa – ele concordou e se sentou na almofada ao lado.

-Que dia! – exclamei excitada – Estou melhorando!

-É, mas tem um mais difícil ainda.

-Urgh.

Ele riu.

-O Feitiço Conjuratório.

-Achei que fosse só nos N.I.E.M’s que se aprendia isso.

-E é, a prática. Mas não é tããão difícil, só que não é só um.

Engoli em seco.

-Tipo... Tipo o do Patrono?

-Esse mesmo. Aguamenti, Avis, Feitiço do Patrono, Feitiço para Conjurar a Vida, Ferula, Fogomaldito, Incarcerous, Incendio, Morsmordre, Orchideous, Serpensortia, entre outros.

Arregalei os olhos e ele riu.

-Não é difícil. Quer tentar?

Suspirei.

-Tá bem.

-Vamos no Patrono – ele se levantou. Me levantei também – Pense numa lembrança feliz, bem feliz. A mais feliz que conseguir lembrar.

Vasculhei minha mente e, sem dificuldade, achei.

-Pronto.

-Ok. O feitiço é Expecto Patronum. Repita.

-Expecto Patronum.

-Ótimo. Agora use a varinha.

Pensei na lembrança e pronunciei:

-Expecto Patronum.

Um cavalo prateado irrompeu da ponta da minha varinha e saiu trotando pela sala. Arregalei os olhos, junto com Harry e ficamos observando-o. Quando ele deu uma volta inteira pelo aposento, voltou para a varinha e desapareceu.

-Uau! – nós exclamamos.

-Gina você foi ótima! – ele me girou no ar e me deixou no chão – Próximo?

-Próximo – falei excitada.

Quando eu soube como fazer todos os feitiços, desabamos nas almofadas, cansados.

-Que bom que amanhã é domingo – comentei, de olhos fechados.

-É, domingo... Hum, quer ir a Hogsmeade comigo?

Abri os olhos rapidamente.

-Quer dizer, como amigos... – ele completou.

-Eu adoraria, Harry.

Sorri para ele e meu estomago roncou.

-Vamos jantar, tá bem? – implorei, já que passamos o dia todo ali e nem se quer fomos almoçar.

Ele riu.

-Tá bem.

Levantamo-nos e fomos jantar no Salão Principal.

-Harry, Gina! – exclamou Hermione e nos sufocou com um abraço – Onde se meteram?! Os procuramos a tarde toda!

Gelei. Ela disse no plural! Só pode ser... Rony! Ah não...

Meu irmão estava na mesa, fuzilando Harry como se pudesse esmagá-lo só com o olhar.

-Harry estava me ajudando com Transfiguração – apressei em falar.

-Onde? – Rony disse num urro.

Senti que metade do Salão Principal se virou para nos olhar. Hermione riu sem graça.

-Cala a boca, Rony! – ela sussurrou como um grito.

-Na AD – Harry respondeu.

Sentei a mesa e, depois de fazer meu prato, enfiei o garfo cheio na boca para impedir de responder as perguntas de Rony como uma desculpa. Terminamos de jantar e fomos para a Sala Comunal. Nós quatro nos sentamos perto do fogo, já que nevava forte lá fora.

O domingo amanheceu branco, como todos os dias de inverno. Fui cambaleando para o banheiro e tomei um banho. Coloquei uma calça, botas, trocentas blusas quentes e um abafador de orelha branco felpudo.

Desci as escadas, vendo o garoto com cabelos bagunçados e óculos tortos sentado na poltrona em frente à lareira, pensando. Sentei ao seu lado.

-Esperando por quem, Sr. Potter?

-Ninguém mais – ele sorriu e me deu um beijo na bochecha – Vamos tomar café.

Quando terminamos de tomar café, fomos, junto com Ron e Mione, para a Sala Comunal.

-Alunos que vão para Hogsmeade, sigam-me – falou Minerva, alguns minutos depois. Novamente, a seguimos e, quando Filch terminou toda a baboseira dele, fomos para Hogsmeade. Rony e Mione mais a frente e Harry e eu mais atrás.

-Acha que vai rolar algo? – sussurrei para Harry, em relação a Rony e Mione.

-Provavelmente. Assim ela tira o Rony do nosso pé.

Eu ri. Quando os dois a nossa frente já estavam longe, fomos andando sem rumo pela Hogsmeade.

-Gina, posso perguntar uma coisa?

-Pode – me deparei com a Casa dos Gritos não muito longe.

-Ontem, quando executou o Feitiço do Patrono perfeitamente, no que pensou? – ele soava curioso e nervoso.

-Hum, uma ótima pergunta – falei como se fosse resposta final, só para deixa-lo preocupado. E eu ri com sua cara – Lembra-se do seu primeiro ano?

-Perfeitamente – ele conferiu.

-Lembrei-me da primeira vez que te vi. Dos seus cabelos rebeldes, e óculos meio tortos, carregando um malão e uma coruja branca sem equilíbrio nenhum. Quando, sem saber que você era Harry Potter, me apaixonei.

Esperei sua reação. E ele sorriu, me puxou para si e me beijou intensamente.

 


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Notas finais do capítulo

E aí, boa?
=D
Quero Review!!!
Beeijiiinhos!