POV Juliana

Eu. Não. Posso. Acreditar. Que. Eu. To. Na. Praia. Com. O. Bernardo.

Eu vou matar a Gabriela por ter me feito vir a praia, mas,pelo lado bom, to aqui, vendo o corpo dele.

AH JULIANA CALA A BOCA, VOCÊ É UMA MULHER CASADA!!!

- Ju? - chamou ele, sentando-se mais perto de mim.

- O que?

- Você é feliz com o Sandro? - Ein?

- Claro que sim, eu o amo.

- Entendo - falou, voltando a olhar as crianças.

- Por que?

- Nada, esquece. - Seu jeito de falar me fascinava. Ele franzia a testa cada vez que notasse que falou alguma merda.

- Fala Bê, pode falar.

- Ah, é que eu não vejo vocês juntos.

- Ele trabalha muito, está sempre viajando, mas sabemos aproveitar nossos momentos juntos. - ele me olhou e sorriu.

- É, eu fico feliz por você Ju.

- Obrigada - falei e lhe dei um beijo na bochecha.

POV Gabriela

- (...) mas e você Gabi, não tem namorado não? - perguntou, finalmente terminando outra historia, estava falando de outra garota que lhe deu um tapa quando ele apertou a bunda dela.

Tempo pra mim: Eu nunca pensei que um garoto atencioso como ele... Bom, pareceu, ele foi buscar bandaid pra mim... Pudesse ser tão tarado. Agora uma pergunta: Por que meu deus, eu só sou rodeava por garoto tarado?! É carma? O que eu fiz na vida passada?

- Não, não tenho namorado.

- Nossa.

- Nossa o que?

- Você é linda, engraçada e simpática, como não ta namorando?

- Obrigada pelos elogios e respondendo sua pergunta... Só me aparece garoto babaca e tarado. - ele me olhou um pouco em graça, afinal ele tava ali falando de como colocou a mão na bunda de uma garota, óbvio que a imagem que ele passou foi de tarado.

- Entendo, mas talvez isso mude.

- É, só se o universo parar de palhaçada com a minha cara - falei, e bom, ele riu de mim.

- Talvez se você deixar se aproximarem de você, você pode se surpreender.

- Como assim? Eu não fico na defensiva sempre.

- Bom, se não tivesse, eu já teria te beijado.

Eu o olhei e ele apenas sorriu, minha expressão era tipo “ Da onde surgiu esta criatura? Ele veio de Oriun?”.

POV Juliana

- Lembra quando eu te perguntei no telefone, se o nosso amor ainda é diferente? - perguntou-me me olhando.

- Lembro. Por que?

- Você disse que sim, sempre.

- Sim.

- É diferente como pra você? - aquele pergunta, aquele cara que ele fez, fez com que eu voltasse a época em que eu tinha 18 anos e ele 16, aquela época que eu pude escolher, e o magoei.

- É diferente ao ponto deu amá-lo, e parar de te chamar de pirralho - gargalhei baixinho.

- Para de brincadeira sua pentelha, eu to falando sério.

- Eu também, me surpreendi comigo mesma por esquecer a palavra pirralho.

- Você continua chata sabia? E ainda sabe fugir de perguntas que não sabe responder - agora me pegou.

- Então para de fazer essas perguntas.

- Não, eu gosto de te constranger.

- Por que?

- Você fica vermelha e eu adoro.

Como pode um marmanjo de 35 anos ainda me fazer corar?! Eu quis me dar um chute por isso. Ele notou meu constrangimento e sorriu, eu fiquei quieta e ele não falou mais nada.

Estar aqui com o Bê ao meu lado esta sendo ótimo para mim, é ter meu pirralho implicante de volta, mas... Que sentimento é esse que está querendo crescer dentro de mim?

POV Gabriela

- Você o que?

- Quero te beijar - repetiu.

- Você é maluco?

- Não - riu em deboche - Por que?

- Por que você querer me beijar é errado.

- E por que? E uma vontade minha, você não querer tudo bem, mas não deixo de estar com vontade.

- Você é meu primo.

- De 2º grau.

- Mas não deixa de ser.

- Olha, tudo bem, eu não vou te beijar a força ta legal? Deixa pra lá.

Ele calou. Fiquei encarando-o por alguns instantes, ele não desviou o olhar do mar. Mas que porra foi essa? Ele quer me beijar!! E eu? Bom, ta, admito, também quero beijá-lo. Mas com nossos pais ali? Ah não, de jeito nenhum.

- Gabi? - chamou minha mãe - Vamos!

Eu levantei e Noah veio atrás de mim. Peguei minhas coisas e fomos para o carro. O caminho de volta ninguém falou.

Chegamos na minha vó e eu fui direto tomar um banho.