POV Gabriela

As aulas terminaram rápidas, tive prova no ultimo tempo de matemática, nem me lembrava que era hoje, bom, até que fui bem, deu pra tirar uma nota na media.

Eu tava lá porta esperando Enzo, O Estrupicio, e meu pai, ele me buscaria hoje. Enzo iria com a gente, acho que íamos no hospital ver meu avô.

- Ei. - Falou Enzo dando um beliscãozinho no meu braço.

- Ah, oi.

- Cadê o Sandro?

- Ainda não chegou, não ta vendo? - falei, apontando pra rua. Tipo ‘Tá vendo algum carro, idiota?’

- Ta Gabriela, não precisa vir com essa grosseria pra cima de mim, que coisa - falou sentando numa parte do canteiro que tinha na frente da escola.

- Desculpe. - Tá, fui muito grossa mesmo.

- Tá, esquece, to até acostumado com isso.

- Enzo, você conhece algum Eric? - perguntei, o encarando.

- Conheço - falou, dando um sorrisinho de lado. Safado, falaram de mim, certeza. - Por que?

- Por que ele é da minha sala e falou comigo hoje. E que papo é esse dele tomar cuidado comigo?

- E não é? Você é durona e teimosa Gabi, a gente tem que pensar muito antes de falar alguma coisa com você, entende tudo ao contrario.

- Ei, qual foi? Mas eu não mordo.

Tava tão feliz por ver meu pai bem e em casa, cara que susto esse coroa me deu, pô, meu pai cara.

Bom, fomos pra casa e minha vó o levou direto pro quarto, parece que ele ainda teria que repousar, algo assim..

Gabi estava sentada no sofá, sozinha. Juliana voltou pro trabalho, minha mãe tava no quarto com meu pai, e Sandro deve ta em algum lugar, deve ter ido pro trabalho também.

Fui até a sala e me sentei ao seu lado. Ela me olhou e depois voltou a fitar o chão.

Ficamos em silencio, eu a olhava mas ela só continuava olhando pro chão, o que ela ta pensando tanto? Parece preocupada..

- Enzo - me chamou.

- Fala.

- Você acha que ele ficará bem? - falou, mexendo em suas pulseiras, agora que reparei, quanta pulseira.

- Quem?

- Meu avô? Seu pai? - falou, levantando as mãos e depois abaixando.

- Claro que vai Gabi, ele ta bem.

- Mas... E se acontecer de novo? - perguntou, me olhando.

- Não vai, ele ta bem.

- Como tem tanta certeza Enzo, eu.. - colocou suas mãos no rosto, o tampando.

- Ei, olha pra mim - falei, tirando sua mão do rosto - Você confia em mim? - Pergunta difícil..

- Confio. - Ahn?

- Sério?

- É, admito, eu confio em você. - nossa, isso é novo pra mim.

- Que bom. - sorri. - Então, você pode acreditar quando eu disser que ele ficará bem, Gabi, ele é forte como um touro. Não se preocupe.

- Promete?

- Prometo.

Pareceu que ela havia relaxado, e pra minha surpresa me abraçou por livre e espontânea vontade.