Show –

Sim, deu uma grande confusão. Garotas ~~eu~~ pularam as barras na fila para entrar. As pessoas da pista Premium se esmagavam para valer. Eu não conseguia respirar, estava vendo a hora de quebrarem minhas costelas. E então tudo ficou escuro e bambo, senti minhas pernas amolecerem. E então, cai no chão desmaiada. Não sei nem como cheguei ao chão, já que não tinha espaço para isso. Meu amigo, Julio Cesar, me ergueu e entregou-me para os seguranças que me colocaram na maca.

Fui levada para o posto médico. Me deram um copo d’agua. Foi ai que agi como criança, comecei a chorar dizendo “Eu to bem, quero voltar, por favor, eu quero assistir ao show”. Nunca na vida achei que fosse agir daquela forma.  Sai do posto e vi que a parte de trás da Premium, nem tão longe do palco estava totalmente vazia. As meninas estavam se empurrando às 14h30min da tarde á toa. Deitei-me no chão da pista Premium e fiquei vendo o céu. Estava tão azul.

E as garotas gritavam a cada avião e helicóptero que passavam. Alfredo apareceu no palco, Scooter, Vovô Mallete e Dan Kanter. Na arquibancada atrás do palco apareceu nada mais nada menos do que Pattie e Selena. Sim, e houveram vaias? Não, as cariocas se redimiram gritando “Selena, Selena” e a mesma sorriu e deu tchau. E foi-se a tarde assim, com eles aparecendo e fazendo todas nós deliramos. Então escureceu, as luzes se apagaram e Cobra Starship entrava em palco.

Só pensei “Está começando”. E eles detonaram. As fãs adoraram. E que vocalista – hohohoho. Quando o show do Cobra estava no fim eles gritavam “We say Justin, you say Bieber” e aquele coro tomou conta do estádio. Cada menina e menino presente naquele local gritou Bieber com todas as forças que tinham e como ficou lindo aquele som.

O show de abertura acabou e o cronometro apareceu no telão. Quinze minutos, era esse o tempo que me separava dele.  A cada minuto a menos todo o estádio gritava de excitação. Tay James entrou no palco faltando dois minutos para o fim do tempo. “I Say One, You say Time” e mais uma vez o coro mais lindo do mundo tomou conta de cada cantinho daquele estádio. Cada garota e garoto gritou com todas as forças que tinham. Era isso, tinha que ser, Justin queria ouvir fãs animados. Era isso que o Rio de Janeiro daria à ele.

Quando ele entrou em palco, eu não consegui cantar. Não consegui gritar. Eu juro. Eu só pude olhar. Ele existia mesmo, não era só uma animação gráfica, não era só música, não eram só vídeos na internet. Ele existia de verdade, ele estava ali em minha frente.  Love me, foi a primeira música, a gritaria no estádio era de queimar os tímpanos mesmo. Eu gritava com tanta intensidade depois que minha fala voltou, que sentia meu corpo inteiro literalmente vibrar, eu já não sentia meus músculos faciais e foi então que minha garganta começou a queimar, mas eu só consegui pensar “Eu só vou ter isso hoje, grita mais, canta mais, é por ele. Grita, porra, você é uma Belieber”

E eu gritei, e como cantei. E então aquela one less lonely girl entrou no palco, meu coração se apertou. Eu queria ser ela. Algumas lágrimas escapuliram, droga, dói isso. É tão idiota, não é? Eu queria mais do que qualquer coisa estar ao lado dele. Mas eu não podia estar. Engoli o choro e cantei aquela linda canção. Todas as músicas fizeram com que eu chorasse e quisesse que aquilo fosse durar para sempre. Mas eu sabia que não e sabia que a cada canção estava mais próxima do fim. Então, a melodia de ‘that should be me’ começou. Eu não pude segurar, todas as lágrimas que segurei durante esses três anos escaparam de meus olhos sem minha permissão.

E eu pude sentir todo aquele estádio. Todas aquelas garotas gritando aquela música com um significado. Deveria ser eu, Justin. Ele abaixou a cabeça, limpou um indicio de lágrima e não parou de cantar. E o coro foi o melhor da noite. As luzes dando vida ao estádio. Outras músicas se seguiram, e tudo ficou escuro, ele saiu do palco e no telão escrito “Thank you and Goodnight. Love, Justin”  Não, não podia acabar daquele jeito. Sem um último “eu amo vocês, Rio” ? Não, por favor, não.

Ele voltou olhou para nós e gritou “O quê vocês querem ouvir, então?” e nós apenas gritamos uma única e significativa palavra “Baby”.

- What?

- Baaby

- Whaaat?

- Baaaby

- Whaaaat?

- Baaaaaby

Flexionou as pernas, colocou o microfone no alto e gritou com toda animação.

- WHAAAAAAAAAAAAt???

- BAAAAAAAAAAAAAABY!

E todas gargalharam, os dançarinos entraram e uma última música naquela noite foi tocada. E ele deixou aquele gostinho de queremos mais? Claro. Eu queria morar com ele. Eu queria ser a mulher dele. Mas não dá, certo? Então eu me conformo com apenas uma noite.

E Justin…Uma única coisa pelo show de ontem: Obrigada. Por fazer a melhor noite da minha vida, por merecer cada lágrima que escorreu de meu rosto durante todos esses três anos. Obrigada por me fazer sorrir, por dizer que nos ama, por sorrir ao ouvir nosso coro, por dizer que somos lindas, mesmo não conhecendo todas nós. Por dizer que somos suas. Obrigada por sorrir, por ser feliz, por estar aqui. Obrigada por ser tudo o que você é hoje. Eu agradeço de coração, só pelo fato de você existir.

Eu amo você, Justin. Com todo o sentimento que bate em meu coração. Até o fim.

“…I’m strong enough to climb the highest tower.”