- Poison escrita por Bella_Hofs


Capítulo 8
- Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Gente, voltei aqui para postar. IsabelNery, obrigada pela recomendação, meeesmo *o*

O capítulo teve uma reviravolta e tanto e ficou meio grande, pra compensar os pequeninhos. Simplesmente culpo o fato que eu estava inspirada hoje. Obrigada a todos e curtam a fic ;*

xoxo, Bells '



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Sério mesmo. Um ensaio de parada de natal.

Na rua comercial mais badalada de Manhattan.

No último lugar na terra onde Jingle Bells ia me assombrar.

Mas, droga, como eu estava errada naquela noite. Eu nem tive tempo de pensar, não mesmo, só saltei do táxi e fiz minhas preces para o papai Noel não vir a NY, não essa noite, não na porcaria da parada de natal que estava ali. Mas foi aí que eu corri e não olhei mais para trás. O problema de nunca olhar para trás é que você se esquece que tem pessoas ao seu redor com trenós natalinos e carros e fantasias e etc. Mas estava nevando, o que fazia o asfalto arder sobre meus pés descalços o tempo todo, deixando extremamente dolorido.

Depois disso o mundo virou slow-motion.

Eu me lembro de ter escorregado, recuperado o controle e então virado para ver de onde vinha um grito que, por incrível que pareça, com apenas uma palavra me assustou: “NÃO!” e depois disso eu estava na calçada, sentada sem os cappuccinos, sem as sapatilhas e sem as bolsas. Mas feliz porque eu estava viva, porque eu tinha sobrevivido o maior acidente de trenó de todos os tempos, de acordo com um cara franzino e pálido que estava do meu lado, tagarelando e falando sobre o que aconteceu com uma pequena multidão do meu lado: “... e aí a mulher de salto agulha empurrou ela longe e pegou as coisas que ela carregava e levou até o prédio grande e chique. Cara, você devia ter visto, ela ia morrer, não vejo um acidente assim desde que Bob morreu no inverno passado.”

Primeiramente. Eu gostaria de esclarecer três coisas: primeira, quem é a mulher de salto agulha e porque ela me salvou e me ajudou? Segunda, quem é Bob e como ele morreu? Terceira e última: como o Papai Noel ouviu meus planos conspiratórios sobre o natal e como ele conseguiu me punir assim tão friamente? É sério, achei que ele era o “bom” velhinho que ama você mesmo sendo rico ou pobre, ou negro ou branco. É eu realmente não estou feliz com o natal, meus filhos vão ouvir essa história e vão conspirar contra o bom velhinho também, e como ele quase me matou. Ah, se vão.

***

A porta do elevador abriu e eu apertei o botão do 40º andar e tentei me arrumar, mas foi impossível. Parecia um daqueles mendigos da rua onde eu supostamente moro. Além disso, as paredes espelhadas do elevado e uma mulher de uns 20 anos, loira, alta e bonita totalmente perfeita do seu lado, enquanto você estava lá, moribunda, exausta, sem sapatos e com folhas, neve e Papai Noel sabe mais o que no meu cabelo. É simplesmente um golpe na auto-estima.

Depois de correr pelo elevador a menina, Violeta eu acho, entrou correndo no elevador com um café da Starbucks e uma arara de vestidos incluindo um azul anil perfeito que a minha suposta babá me deu. Ela me viu e quase sorriu, mas o fato de eu estar sem sapatos não contribuiu.  Corri em direção ao escritório de Miranda, onde ouvi uma voz baixa e abafada, porém melodiosa sair. Droga, eu odeio ter que fazer isso. Peguei um copo de uma secretária por perto e coloquei na porta para ouvir a conversa.

“... pisar aqui novamente! Eu te coloquei fora daqui e disse para nunca, nunca, nunca mais voltar. Vou chamar a segurança agora, se não se importa.”

Foi aí que eu abri a porta e a minha babá encarava Miranda com tanta tenacidade que eu me assustei. Resolvi interromper algo que a minha babá ia dizer e comecei:

- Miranda, essa mulher salvou minha vida duas vezes hoje. Sério. Não pode colocar ela pra fora assim, eu insisto que ela fique. Por favor.

Miranda congelou e desligou o telefone e com um movimento simples e casual, foi encostar a porta.

-Ora, ora, ora, agora recém empregados podem mandar? Quem diria que a minha mais nova aquisição não consegue manter a boca fechada na hora certa. - ela olhou para mim e eu tenho que admitir que senti frio. Ela parecia selvagem, não a mesma pessoa alegre e dissimulada que eu vi alguns minutos, que pareciam dias, atrás. – Então quer que eu abrigue este traste? Pois bem, eu Miranda Frosty, a piedosa e clemente, vou reempregar essa mulher. Mas você irá sofrer as consequências minha querida Jennifer, cedo ou tarde.

Depois disso, eu me senti pesada e ela sorriu quase com uma alegria disfarçada.

- Bem, só pra constar eu não sou sua babá mais Jenn. Meu nome é Sara May e é melhor você começar a se vestir melhor querida, não quero que achem que eu ando com escórias da moda como você.

E com esse comentário feliz ela sorriu maliciosamente e se retirou.

Eu desabei ali mesmo no carpete da minha chefe, suja e molhada, porque eu trouxe um monstro pra dentro da Poison. Miranda olhou para mim com cara de nojo e me ajudou a levantar com um sorriso malicioso, como o de Sara, porém o dela zombava de mim em toda a sua perversidade.

- Eu te disse pequena Jenn, eu te disse. Ela é sua nova parceira de estágio agora, e essa é melhor punição que eu podia imaginar. – Ela sorriu como uma víbora e se sentou por um pouco ao meu lado, na cadeira cinza dela- Ah, notei que você não gosta muito do Natal, não sei por que, é uma época tão bonita. Embora verde e vermelho seja a pior combinação de cor do mundo, nem um elefante subdesenvolvido asiático iria vestir isso.

Eu sorri um pouco.

- Veja, eu gostava do natal, até que quando eu tinha 11 e meu pai, bem, ele... foi assassinado perto de um bar na véspera do Natal. Eu nunca suportei o fato dele ter ido dessa pra melhor na véspera do melhor acontecimento do ano. Desde então, eu não suporto o natal, nem nada relacionado a ele. – eu enxuguei uma lágrima com a minha camiseta enquanto ela retorceu o rosto em uma cara de pena e levantou em direção a porta.

- Bem, então eu te desejo sorte com isso porque You better watch out, cuz’ Sara May is coming to town.* – disse ela cantarolando com o ritmo de Santa Claus is coming to town e com um sorriso encantador deixou a sala dela, saltitante, me deixando exasperada.

* A tradução é: Melhor se cuidar, porque Sara May está vindo à cidade.

 


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