- Poison escrita por Bella_Hofs


Capítulo 6
- Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAH , finalmente *OOOO*



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Quando eu saltei do táxi foi simplesmente o pior dia da minha vida.

Eu escorreguei no gelo, a lista voou da minha mão e o táxi reclamou que eu não tinha pagado.

Só deu tempo de enfiar uma nota de cinqüenta na boca do motorista e atravessar para pegar a coisa que eu fora designada para cumprir: uma lista.

Depois de saltar do táxi e quase ser atropelada por uma mini van de natal e causar um engarrafamento daqueles na semana do natal, só faltava um helicóptero da CBS ou Fox news parar para me perguntar se eu estava roubando o natal, porque eu corri como uma maluca até notar que eu estava no lugar onde a moda era tudo: a quinta avenida.

As luzes quase me cegaram, porque refletidas em flocos de neve a luz parecia se estender mais ainda. Bem, pensei, tinha que começar por algum lugar, porque pior que está não fica. Resolvi pegar um mapa de um ambulante e verificar mais ou menos onde eu devia ir primeiro. Cheguei a conclusão, em segundos, que ia começar pela Dolce Gabanna.

Nem precisei andar muito.

A loja toda cheirava a limpeza (e o que não cheirava?) e a lilás, de alguma maneira. Os sapatos arrumados, as mulheres uniformizadas, os manequins, o champanhe e... uma porta fechada na minha cara.

- MOÇA, me deixa entrar, é uma emergência!- gritei e bati na porta de vidro até que uma asiática veio falar comigo. Nada contra asiáticos, mas ela era meio falsa sabe?

- Desculpe, estamos fechados para balanço- ela disse com um sorriso de desdém do tipo aeromoça-maligna que sorri até mesmo quando está prestes a ligar para a polícia.

-Mas é uma emergência- eu tirei as mãos da porta e ela ia fechar quando eu enfiei a mão e a travei- Preciso falar com Mitchie, é sobre uma encomenda... - ela não deixou eu continuar e me interrompeu repetindo que estava fechada para balanço.

- MAS É PARA MIRANDA FROSTY, SERÁ QUE DÁ PRA ME AJUDAR?- perdi a cabeça e ela sorriu.

COMO ELA PODIA SORRIR SE UM SEGUNDO ATRÁS ELA IA LIGAR PARA A POLÍCIA?

Ela sorriu e chamou uma menina loira e bonita que estava sentada em um pufe, bebendo champanhe. Os cabelos dela eram iguais os de Barbie, sempre no lugar e ela deslizava no chão de madeira sem deixar registros com uma saca enorme com um D e um G enormes no lado da sacola de papel. Ela sorriu.

-Ah, podia ter falado. Aqui está, fale com ela que foi um prazer, Mademoiselle- eu peguei a sacola e acenei. Ok, passar na Mac e arranjar duas pipas amarelas e ainda tenho que achar três vestidos azuis anil.

Ah, e é claro que são quase onze e quarenta.

                                                                           ***

Depois de quase tropeçar num mendigo eu literalmente dei de cara com a Toys’r’us e com um guarda que mais parecia um guarda-roupa vestido de terno. Atrás do vidro eu vi o que eu precisava: duas pipas, amarelo ouro e meio douradas. Só tinha um problema: um guarda de dois metros bombado e forte na minha frente perguntando se eu tinha um problema.

-Olha, a minha chefa precisa de duas pipas amarelas senhor... – me aproximei para ler o nome dele no crachá. – Senhor Leonel. Ela é a editora chefe da Poison e diretora executiva. Minha cabeça está em jogo moço.

Eu fiz uma cara de cachorro sem dono, mas eu só recebi um olhar de reprovação.

Foi aí que eu achei o que precisava dentro da loja.

Mike Basshunt, filho do gerente do The Pallace, minha casa improvisada esta lá dentro, junto com outras crianças durante uma sessão de pique esconde na maior loja do mundo. O pestinha, erm, filho pródigo de Chuck Basshunt tinha sido convidado para uma festa do pijama no valor de quase mil dólares de sua amiguinha rica filha de um cara estranho Bella Froms, uma menina tão esquisita quanto o pai e loira que às vezes derrubava as coisas do hotel de propósito. Teve uma vez que eu a salvei do castigo de Carmen, e tudo o que eu precisava era chamar a atenção dela ou de Mike, o que viesse primeiro.

-Ah, senhor, meu afilhado está lá dentro e eu só queria saber se ela estava bem- eu sorri e tirei do bolso da calça um cartão do The Pallace – só pra constar, eu queria vê-lo.

-Eu já ouvi essa antes menina, teve muita gente maluca aqui antes querendo entrar. Incluindo uns paparazzi malucos- ele sorriu e bloqueou minha visão- Eu não nasci ontem.

É, nem eu. Só precisava de um plano melhor, e que chamasse mais atenção.

Atenção era isso que eu queria. É se prepare senhor Leonel, porque os holofotes vão te iluminar.

Andei para trás discretamente e corri em direção ao vidro como se eu quisesse o quebrar, quando na verdade era só para causar mesmo. No meio do caminho ele me pegou pela cintura enquanto eu me debatia e as crianças me observavam vidradas. Mike olhou para mim e sorriu e eu me balançava e gritava freneticamente, as pessoas me observando com aquela cara de ‘ah, ela é doida’ conhecida por mim desde quando eu tinha ataques de manha.

- DEIXA EU ENTRAR SEU MONSTRO QUE COME CRIANCINHAS... MIKE, MIKE ME AJUDE POR FAVOR, VOCÊ ME DEVE UMA E VOCÊ TAMBÉM BELLA- eu gritei com toda a minha voz e consegui chutar a cara do guarda enquanto tentava quebrar o vidro com as mãos.

Mike, que estava chocado riu de mim e pediu para me soltar. Eu estava praticamente morta, o cabelo desgrenhado e quase sem casaco quando abriram a porta e eu voei no pescoço de criança de oito anos dele.

-Você não me deve uma mais. Agora só precisa me ajudar a pegar duas pipas amarelas ok?- eu disse cada palavra lentamente, me arrumando e assentindo para ele. Foi aí que ele colocou um sorriso enorme e malicioso e tudo afundou lentamente e o princípio do fim começou.


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