- Poison escrita por Bella_Hofs


Capítulo 3
- Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Bem, acho que valeu a demora, reviravoltas a vista , MUAHAH



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O meu turno simplesmente voou por mim. Tinker e a amiguinha lesada dela me encaravam com um sorrisinho de deboche, como se eu tivesse inventado a história que Miranda Frosty me deu o cartão dela.

-Impossível, ela vem na loja há alguns meses e nunca me deu um cartão- Tinker virou pra Mandy, a lesada em um cochicho baixo- Eu duvido, acho que ela devia ser internada.

Mas aquilo não foi mentira. Estava sentada no meu caixa e o cartão cintilava com um tipo de barra de ouro corporativa. A letra era floreada, com um tipo de inscrição ou coisa parecida que dizia o nome dela, o telefone (que cintilava pra fora da minha visão) e onde ela trabalha.

- Tom, posso ir embora mais cedo? Antes que eu perca meu emprego por assassinato. - sorri e pisquei para ele. Tom me olhou de novo e assentiu com as mãos nas têmporas

-Vá, só não espere um aumento no fim do mês, como prometido. - ele piscou cruelmente me congelando no caixa. – A não ser que você não precise do dinheiro.

Depois dessa agradável conversa eu segui meu turno até as oito, onde a loja fechava e eu fazia o balanço do dia. Minhas Ugg’s estavam meio apertadas, meu casaco cheirava a café e meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo desajeitado. Tommy se sentou ao meu lado e me empurrou um café. “Minha conta” ele sussurrou perto do meu ouvido. Sorri e terminei de contar uma pilha de notinhas de um dólar. Dinheiro americano é uma droga mesmo.

 - Com esse são setecentos e quarenta dólares- sorri e prendi o maço de dinheiro e coloquei no envelope- Vamos ficar ricos- gritei e ri irônicamente.

 - Vamos mesmo, você que não leva fé nisso- Ele me puxou num abraço apertado. Eita, aquele não era o Tommy de sempre, esse era cópia original.- De qualquer modo. Vamos fazer um brinde ao seu emprego dos sonhos.- ele ergueu um copo e eu bati o meu copo no dele, bebendo um pouco de café. Eu geralmente odeio café, mas é a única coisa que tem pra beber numa loja de café.

 – Pra quê isso tudo, Tom?- sussurrei e enterrei minha cabeça em meus ombros. - Esse não é você. Não mesmo. Achei que você fosse Tommy, o gerente pé no chão que nunca me dá aumento. – balancei a cabeça negativamente e me soltei do abraço dele.

- Bem, eu nem tem conheço bem Jenn. Achei que você fosse a menina revoltada e pé no chão, no entanto você tem um lado totalmente diferente quando vai fechar o caixa.- ele sorriu e bebeu mais um pouco de café

- O que você está insinuando?- me endireitei na cadeira e sorri. Os olhos de esmeralda dele me encaravam com um tipo de brilho, como se eu fosse um diamante brilhante.- Ah, eu acho que não é uma boa idéia.- sussurrei sem forças. Talvez eu nunca tenha dito, mas eu tenho uma quedinha pelo Tom, desde que eu entrei por aquela porta ali, sempre fomos amigos. Agora o brilho dos olhos dele eram quase uma mistura de diamantes e esmeraldas.

- Bem, achei que você soubesse. – Ele olhou para mim e desviou o olhar- Bem, está tarde, sua mãe vai brigar com você. De qualquer modo, amanhã nos vemos novamente- ele disse tudo rápido e me empurrou com casaco, bolsa e tudo mais pra a saída- Até Jenns.

Meu coração bateu rápido mesmo, como se eu tivesse corrido uns duzentos metros de salto agulha e com um elefante nas costas. Não que eu já tenha tentando fazer isso, mas nunca me pareceu uma boa ideia carregar elefantes de salto agulha. Atravessei a rua e consegui tropeçar pelo saguão lotado, batendo de cabeça em uma mala de uma senhora chique. “Desculpa mesmo, eu não queria” eu sussurrei e depois encarei chocada quem estava ali.

-Vô? Vó? – Fitei os dois com um tipo de expressão vazia, porque eles estavam ali. Uma palavra sobre eles. Minha avó, Ellizabeth Manor, era filha de um homem muito rico e meu avô, Harold Manor era o casal arranjado dela. Assim mesmo, sem mais nem menos eles se casaram e nunca se conheceram direito. Até dois anos atrás minha avó achava que meu avô tinha cabelos brancos naturalmente. Além disso, eles é que nos mandaram pra esse mundo idiota de concreto e sem alma. – O que trazem vocês até, ah, aqui?

- Pelos sapatos da rainha, é você Jennifer? Ah, vejo que já sucumbiu aos encantos da vida imunda de NY.

Não, é um sapato mesmo.

Ela me olhou com um tipo de pavor, ela que sempre fora de família original inglesa, como se eu tivesse casado com um drogado. – Sabia que ia me arrepender de não ter te mandado para o internato.

Sorri e sussurrei algo sobre serem bem vindos. Minha avó usava um vestido roxo de chiffon e meu avô um paletó. Meu avô nunca falava, era quase como um tipo de fantoche para minha avó, que sempre falou demais e que precisava de atenção. Ele ficava falando, mas eu nem queria ouvir, minha mãe ainda estava trabalhando e o cubículo ia ser meu por enquanto.

- Bem, tenham uma nobre noite e durmam bem – disse falsamente e sorri

E que engasguem com a janta.

Corri até meu quarto passando por Carmen que sorriu travessa pra mim. Girei a chave e agarrei o telefone, apalpando os bolsos nervosamente para achar o cartão. Droga, ele não estava ali, deve ter ficado na mesa. Uma gota pingou no carpete e sabia que estava chorando.


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