Egoísmo, a palavra que me cercava enquanto eu andava aos quatro cantos da casa. Podia até ser que aos olhares alheios eu fosse julgada como egoísta, mas eu não queria pensar dessa maneira. Eu estava decidida a dar uma chance a ele, ao Igor. Mas eu não pensava em sua felicidade, pensava na minha. Seria, a melhor forma para eu esquecer o Bruno, meu mais sofrido e patético amor. Porque a vida só prega peças de terror em mim?

 E eu queria me libertar dessa prisão, na qual eu mesma me condenei. E enfim, conseguir encontrar, uma contínua felicidade. Felicidade que eu via expandida nas pessoas à minha volta.

 De início, não me preocupei se eu acabaria machucando-o com minha proximidade repentina. E agora noto que fui uma estúpida agindo assim. Se eu começasse, não poderia andar para trás depois. Ninguém merece sofrer assim, eu acreditava que ele não passaria por isso. Estaria fazendo o que fizeram e ainda fazem comigo, desconsiderando os sentimentos dele e importando-se somente com o meu.

O Igor parecia me amar, pois nunca desistiu de mim, mesmo eu o rejeitando diversas vezes. Ele era lindo, mas não estava no padrão que eu exigia. O padrão do Bruno, que eu não sei por que, mas era quem conduzia os meus olhos. Já me dei muito mal ligando para a beleza dos outros, que nem me importava muito com isso.

Bruno era o responsável por toda a minha infelicidade, por não nivelar o que sentia por mim com o que eu sinto. Por sempre me fazer acabar cedendo quando ele pedia. Por conseguir tudo que queria de mim, e me fazer sofrer com isso. Por amá-lo tanto que era incapaz ser forte o bastante para combater ao seu charme e encanto. Por não querer nada além de um lance, como qualquer outro, que fica quando quer.

 E o que eu queria, definitivamente, era um namoro de verdade, com alguém que me ame e demonstre o que sente. Pessoa que me faça tirar a armadura e realmente me fazer poder ser o que sempre quis ser. Feliz!