Tóquio atual, terça feira de manhã. A alvorada estava fria e levemente
ensolarada. A selva de concreto era lentamente coberta pela densa névoa. Os pequenos pássaros se aqueciam ao cantar enquanto já outras espécies despertavam em suas tocas. Contudo, havia uma humana em especial. Esta procurava pelo seu filhote, cujo não estava adormecido na cama como normalmente.

- Mãe, você viu o Inuyasha? –indagou a colegial
- Desculpe, querida! Ele não esta dormindo?
- Não! Eu acordei e ele não estava na cama!
- Já viu se ele está escondido embaixo dela?
- Sim! –respondeu a garota com um tom desanimado.
- Talvez o papai tenha visto ele! –sorriu a ente.
- Ah, então eu vou perguntar para ele! São sete horas ainda! O vovô deve estar dormindo ainda! –suspirou a garota antes de voltar a fitar o relógio de parede

- SETE HORAS? EU VOU ME ATRASAR PARA A PROVA!

A colegial corria mais do que suas pobres pernas suportavam. Afinal, se
perdesse aquela maldita prova, correria o risco de repetir o ano. Porém,
seus pensamentos apenas pairavam no filhote de cachorro.Em que diabos de lugar ele poderia ter se metido? Não fora de casa, o que ela esperava.

Míseros segundos se transformaram em longos minutos, e conseqüentemente, em horas. Metade do que sabia, agora não passara de branco.

 Maldição! Precisava responder aquelas questões da maneira certa. Mas como se ela não lembrava? Única opção: arriscando marcar qualquer uma das letras que parecesse mais semelhante ao que ela havia estudado. A testa da garota suava e as mãos desta, permaneciam trêmulas.

 Mal conseguia segurar o lápis. Muito menos então seu nervosismo.Exausta, Kagome ruma para casa. Para sorte dela não havia nenhum garoto lhe oferecendo os pés de um animal ou qualquer coisa do tipo. Por fim, a colegial subiu os enormes degraus daquela escada. Parou e olhou em sua volta. Nada de seu idoso ente. Assim, continuou a andar. Contudo, encontrou seu irmão caçula, Souta. Este se encontrava jogando bola. Ao menos era para ser antes dele estar caído no chão.

- Souta, o que está fazendo ai no chão?
- Estou caído, será que não vê? –perguntou o garoto, choroso.
- Como você foi cair? –indagou a irmã, curiosa.
- Eu pisei na bola e tombei! –sussurrou o menino, corado.
- Pfff...!
- Pode rir! Eu não estou nem ai! –retrucou o pequeno humano, emburrado.
- HAHAHAHAHAHA!
- Mana!
- Ai, desculpa! Eu não agüentei!-disse a colegial estendendo a mão para
o irmão.- Vem! Segura a minha mão!- finalizou ela enquanto fitava o garoto aceitar a ajuda.

Contudo, o que ela não esperava era soltar a própria mão ao ter um ataque de riso inesperado. Conseqüentemente, Souta voltou com o traseiro no chão. Este pedia, chorosamente pela ajuda dela enquanto apenas a via rir.Todavia, o jovem humano estivera falando com o vento. Sua irmã já tinha entrado em casa a uns três minutos enquanto ele reclamava de olhos fechados. Souta suspirou.
Nestes casos, sua ente era realmente mais rápida do que imaginava.

- ESTOU EM CASA! –exclamou a colegial enquanto retirava os sapatos.
- Olá, Kagome!
- Vovô? Era você mesmo quem eu estava procurando! –rebateu a garota,
sorridente.
- Depois conversamos! Sua mãe já preparou o almoço! –disse o velho,
sorridente.
- Mas, vovô...!
- Nada de mas....!

Para a sorte de Kagome, todos haviam se alimentado rápido. Assim, puxou seu ente idoso para a sala. Estaria tudo perfeito para conversarem se não fosse o cheiro forte do álcool do sake, do qual aquele velho havia se enchido.
Enfim, a colegial resolveu quebrar o silêncio.

- O senhor viu o Inuyasha?
- Inuyasha? Está falando daquele garroto com orelhas de cachorro?
- Sim! Você sabe quem é!
- E que usa um quimono vermelho e carrega uma espada?
- Esse mesmo!
- Tem cabelos prateados e olhos dourados?
- Isso mesmo!
- Não o vi!

---KAPOFT---

- Vovô! –retrucou a garota, sem paciência.
- Será que o Souta não o viu?
- Acho que ele estava preocupado demais beijando o chão! –rebateu a
colegial entre risos.
- Vai ver que ele virou sabão então!!
- Nem brinque com uma coisa dessas!
- Por que não coloca um cartaz de procura?
- Não exagera!
- Pode ser que ele tenha virado lingüiça!
- Porcos é quem viram lingüiça! Não cães!
- Que seja! –retrucou o velho.- Mas ainda acho que ele virou lingüiça!
- Você não está ajudando! –suspirou a colegial- Vou procurá-lo!

E uma tarde em busca do pequenino se passou. Não estava no armário, nem no templo. Muito menos embaixo das escadas. Afinal, onde um filhote de youkai - cachorro poderia ter se metido dentro de uma casa? Kagome não fazia idéia. Estava ficando preocupada. Não o encontrara em lugar algum. O máximo que vira eram trajes antigos, objetos que até pouco tempo estavam desaparecidos e pegadas de crianças até a cozinha. Pegadas? Parecia lama!
Ah, mas ele tomaria um banho logo que ela o encontrasse. Ou quem sabe o contrário. Bem, isto não importava agora. Por fim, a colegial seguiu o
rastro, cujo seguia pelos cômodos, por baixo da mesa, pelo quintal e a
cozinha. Adentrou a área de serviço. Não havia nada ali além do pote de
comida e de água do gato e o cestinho de dormir dele. Espere! A coberta
multicolorida parecia haver algo embaixo.Foi então que puxou as cobertas. Lá estava ele! Dormindo, aninhando como um filhote ao seu fiel patinho de borracha. Kagome o sacudiu, carinhosamente. O hanyou apenas rosnou. Odiava banho. Odiava ainda mais que o despertassem do mundo do ramen. Finalmente  ele acordou.

- Mamãe? –sussurrou o pequeno com tom sonolento ao mesmo tempo em que
desfazia, lentamente a expressão de sono.
- Estive procurando por você, Inuyasha!
- Aqui tava tão quentinho! –rosnou ele, puxando a coberta novamente.
- Mas aqui é a caminha do Buyo!
- Agora sei porque tem um cheiro tão ruim! –bufou o meio youkai, fechando
a cara.
- Vamos lavar esse seu pezinho sujo, mocinho!
- Inu-kun é cheiroso! Não precisa de banho! –ele rebateu entre
rosnados.
- Ah, vai sim! –exclamou Kagome ao mesmo tempo em que passava um pano
úmido nos pés do menino.-Prontinho!
- Mamãe? –indagou ele com a voz calma.
- Hun?
- Me dá colo? –perguntou ele estendendo os braços para ela.

Com um enorme sorriso a colegial obedeceu ao pedido dele. Realmente, seus olhares, imploradores eram irresistíveis. Muito mais ainda quando uma das pequeninas orelhas caninas dele estava um pouco dobrada. Isto fazia com que parecesse ainda mais com um filhotinho de cachorro. Enfim, após um longo banho no teimoso Inuyasha, a colegial colocou um traje nele. Desta vez era um macacão azul escuro. Praticamente uma roupa de dormir. Por fim, ela o deixou em cima da cama e ao lado dele, um pacote de bolachas. Talvez isso o fizesse ficar quieto enquanto estudava. Felizmente, foi o que aconteceu.
Depois de uma intensa tarde de aprendizado, Kagome se virou para fitar o hanyou, emudecido. Estava adormecido. Ela sorriu. E logo após uma longa ducha, o chamou para jantar. Finalmente foram dormir. Ao menos era o que se esperava já que o pequenino youkai-cachorro não parou quieto o jantar todo.
Finalmente, o silêncio da noite. Acompanhado então de desesperados roncos de um estômago, faminto.

continua!!!