Conciliation escrita por nicoleR


Capítulo 1
Conciliação




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Naquela noite eu estava bem menos preocupado. Decidi que minha mente só estaria em Bella. Eu necessitava de um momento com ela, apenas ela. Meu corpo gritava por isso. Minha mente reagia estranhamente a sensação. Um sorriso brincava em meu rosto, aproveitando o momento.
- Será que nesta noite podemos tentar esquecer tudo e sermos apenas eu e você? – pedi suplicando. Meus olhos olhavam intensamente os seus. – Parece que jamais consigo tempo suficiente para isso. Preciso ficar com você. Só você.
Seus olhos brilharam disfarçadamente com minhas palavras. Isso me deixava tão radiante, mesmo sabendo que ela se apaixonara por um monstro terrível como eu, era incrivelmente bom saber que ela realmente me amava. Me desejava.
Mas fiquei um pouco preocupado enquanto fitava seu rosto. Ela parecia nervosa. Como se estivesse a ponto de falar algo, mas algo a prendesse. Seus dedos suavam em volta do volante. O quê eu não daria para conseguir ler seus pensamentos. Essas dúvidas sobre o quê ela sentia me matavam por dentro.
Me desliguei desses pensamentos antes que transparecesse minha preocupação e ela percebesse. Reprimi um sorriso enquanto ela dirigia lentamente até minha casa.
Quando chegamos, saí do carro e abri sua porta, ela ainda desligava o motor. A ergui com meu braço direito e coloquei seus pertences no meu outro ombro. Meus lábios moldaram aos seus completamente loucos de desejo. Tentei ignorar a queimação que subia por minha garganta e a deixava em brasa. Foi fácil ignorar, logo outras sensações melhores vieram e esse pequeno detalhe foi esquecido. A levei para dentro e a segurei levemente em meus braços. Sua respiração saia aos arquejos. Meu autocontrole estava um pouco desequilibrado esta noite. Não consegui parar de beijar seus lábios quentes e macios por vários minutos. Era quase impossível parar com todas aquelas sensações pulsando dentro de mim. Ela ficava sem ar, soltei um riso e a afastei um pouco, para que pudesse respirar.
- Bem vinda ao lar – meus olhos calorosos fitaram os seus, tentando decifrar seus pensamentos.
- Isso parece bom – ela disse ainda sem fôlego.
Sua respiração continuava acelerada, coloquei-a no chão e ela passou seus braços em mim. Meus olhos brilharam novamente.
- Tenho uma coisa para você – disse tentando parecer informal.
- Ah, sim? – perguntou.
- Seu presente de segunda mão, lembra? Você disse que era permitido – a lembrei. Esperava que ela gostasse. Meus olhos continuavam entusiasmados e ansiosos. Disfarcei a expressão, tentando controlar a emoção. E ela não percebeu. Me olhava alegremente, seus olhos fitando meu rosto.
- Ah, é verdade. Acho que disse isso.
Eu ri de sua fraca tentativa de tentar fugir do meu presente.
- Está em meu quarto. Podemos pegar? – perguntei. Seu rosto assumiu uma expressão diferente. Um tanto maliciosa.
- Claro – concordou, entrelaçando seus dedos nos meus. Os apertei gentilmente. A ergui novamente e corri para meu quarto. Estava cansado de tanta espera. A baixei na porta e fui até meu closet, voltando com seu pequeno presente. Sem me olhar, ela andou até a cama, rolou para o meio e se enroscou como uma bola.
- Tudo bem – grunhiu ela – vamos ver o quê é.
Eu ri de sua ação. Subi na cama e seu coração se acelerou.
- Um presente de segunda mão – a lembrei tentando parecer severo. Ela não aceitaria se não fosse assim.
Tirei seu pulso esquerdo de sua perna e encaixei o coração prateado no lado oposto ao lobo. Devolvi seu braço. Meus olhos brilhavam entusiasmados. Olhei sua expressão enquanto a emoção, o encantamento, a alegria passavam por seu rosto. Ela arfou.
- Era de minha mãe. – dei de ombros – Herdei algumas bugigangas como essa. Dei algumas a Esme e Alice. Assim, claramente, não é grande coisa mesmo.
Ela sorriu pesarosa com minhas palavras.
- Mas pensei que era uma boa representação. É duro e frio. – Eu ri enquanto me decifrava. – E lança arco íris no sol. – Ela me olhou encantada.
- Você se esqueceu da semelhança mais importante – observou ela – É lindo.
Seu rosto a entregava completamente. Seus olhos brilharam e ela olhou para o edredom quando percebeu que eu a fitava.
- Meu coração é igualmente silencioso e também é seu – disse orgulhoso. Esperava por aquele momento a tanto tempo...
Ela girou o pulso e o coração cintilou na luz fraca.
- Obrigada. Pelos dois – disse ela sorrindo.
- Não, eu é que agradeço. É um alívio que você aceite um presente com tanta facilidade. E é bom se acostumar a isso – sorri. A tanto que eu queria lhe dar. Minha mente passeou por concessionárias. Carros caros, de preferência a prova de balas. Tinha o carro perfeito para ela em mente. E eu a convenceria a aceitar.
Bella se encostou em mim, tremendo um pouco ao fazer o gesto. Afundou sua cabeça sob meu braço e se aninhou a meu corpo. Passei meus braços a sua volta e a puxei para mais perto.
- Podemos discutir um assunto? Gostaria que você começasse a ser mais receptivo – disse ela, sua voz com uma pontada de nervosismo.
- Vou dar o máximo de mim  - concordei agora cauteloso. Era isso o que ela tanto prendia desde que saímos de sua casa.
- Não vou quebrar regra alguma – prometeu Bella  – Trata-se estritamente de nós dois. – ela pigarreou e parecia mais nervosa que antes. Eu começava a me preocupar. – Então... Eu fiquei impressionada com nossa capacidade de conciliação outra noite. Estava pensando que gostaria de aplicar o mesmo princípio a uma situação diferente. – O quê ela tanto queria?
- O quê gostaria de negociar? – perguntei. Não importava, tudo o quê ela pedisse, eu acabaria cedendo.
Novamente, ela ficou nervosa. Seu coração acelerou tão forte que fiquei realmente preocupado.
- Ouço seu coração voar. Está palpitando como as asas de um colibri. Você está bem? – murmurei, preocupado.
- Estou ótima. – desconfiei de seu tom formal.
- Continue, por favor, então – a estimulei.
- Bom, eu acho, primeiro, que queria falar com você sobre aquela história ridícula da condição do casamento.
- Ridícula para você. O quê tem ela? – era adorável vê-la se irritar com a palavra casamento.
- Eu estava pensando... Isto está aberto a negociação? – franzi o cenho, pensando. O quê ela tanto queria que a deixava nervosa a ponto de suar?
- Eu já fiz a maior concessão até agora... Concordei em tirar sua vida, – um rosnado furioso surgiu em minha cabeça  - contrariando o que penso ser melhor. E isso deve me dar direito a algumas concessões de sua parte.
- Não.  – ela sacudiu a cabeça, e pela sua expressão ela queria parecer séria. Sem sucesso. – Isso faz parte de um acordo já feito. Não estamos discutindo minhas... renovações agora. Quero insistir em outros detalhes.
Detalhes? Olhei, desconfiado.
- De que detalhes está falando exatamente? – ela hesitou e o rosto ficou rosado.  Ela ficava tão linda corada. Suas mãos suavam, seus olhos brilhavam de entusiasmo. Mas sua boca mantinha uma linha reta. Algo a queimava por dentro, ela queria falar algo que tinha certeza que eu iria negar. Mas porque hesitava tanto sem ao menos tentar?
- Vamos primeiramente esclarecer seus pré-requisitos.
- Você sabe o quê eu quero – disse com um sorriso.
- Matrimônio – ela transformou a palavra - tão importante para mim - num palavrão.
- Sim – abri um sorriso largo – Para começar. – meu sorriso se alargou mais.
Finalmente o choque atravessou seu rosto, estragando a expressão séria.
- Tem mais? – disse ela chocada.
- Bem – enquanto falei, meus pensamentos correram rapidamente pelo o quê eu queria lhe dar. Eram tantas coisas, mas com as probabilidades tão fracas dela aceitar. – Se vai ser minha esposa, então o quê é meu é seu... Como o dinheiro das taxas da universidade. Assim, não haveria problema com Dartmouth. – Gostaria que Bella aproveitasse pelo menos um pouco a faculdade, sua fase humana. Ela adoraria, eu tinha certeza. Mas era teimosa demais até de pensar nessa possibilidade...
- Mais alguma coisa? Enquanto já está sendo absurdo?
- Eu não me importaria de ter algum tempo – disse sorridente.
- Não. Nada de tempo. Isso é quebra de acordo. – eu já sabia a resposta mesmo...
Suspirei.
- Só um ou dois anos? – pedi sem esperanças alguma.
Ela sacudiu a cabeça. Teimosa, teimosa, teimosa. Ri em silêncio.
- Vamos passar ao próximo – disse ela formal novamente.
- É só isso. A não ser que queira falar de carros.... – sorri novamente quando ela fez uma careta. Peguei sua mão e brinquei com seus dedos frágeis.
- Não percebera que tinha outro desejo além de ser transformada num monstro. Estou extremamente curioso – falei num tom baixo e suave. Mas isso era só uma máscara, eu estava tenso por dentro, e ela percebeu. Era incrível como Bella realmente me conhecia, por dentro e por fora.
Ela fitou nossas mãos entrelaçadas, a sua novamente suando, agora na minha. Observei seu rosto enquanto ele mudava de cor, ficava corado novamente. Afaguei seu rosto.
- Está corando? – perguntei surpreso. Ela manteve a cabeça baixa. Gemi baixo. – Por favor, Bella, o suspense é doloroso.
Ela mordeu o lábio, o rosto ficando mais corado.
- Bella – supliquei, o suspense me queimando por dentro.
- Bom, estou meio preocupada... com o depois – ela admitiu, finalmente me fitando.
Fiquei tenso, mas tentei manter a voz controlada.
- O quê a preocupa? – Mesmo que eu estivesse tenso, odiava qualquer coisa que a prendesse, a deixasse do jeito que estava. Nervosa, corando, seu coração acelerado.
- Todos vocês parecem tão convencidos de que meu único interesse, depois, é matar todo mundo na cidade – estremeci enquanto ela falava. – E tenho medo de ficar tão preocupada com a chacina que não seja mais eu... e que eu não queira você da mesma forma que agora.
- Bella, essa parte não dura para sempre – a garanti. Ela ficava cada vez mais nervosa, e eu não a compreendia.
- Edward – ela disse em voz baixa, fitando seu pulso. – Há uma coisa que quero fazer antes de não ser mais humana. – A olhei esperando que ela continuasse e dissesse o quê tanto queria.
- O quê você quiser – a encorajei a continuar.
- Promete? – murmurou ela.
- Sim – eu disse. Ela me fitou com seus olhos completamente envergonhados, seu rosto levemente corado. A olhei de volta, confuso. – Diga-me o quê quer e terá.
- Você – murmurou ela.
- Sou seu – sorri enquanto ela desviava o rosto, evitando meu olhar. Franzi o cenho.
Ela respirou fundo e ficou ajoelhada na cama. Passou seus braços em volta do meu pescoço e me beijou. No começo estava tudo bem, achava que ela estava constrangida demais com o quê estava em sua mente. Retribuí o beijo, aquelas sensações que eu senti antes voltaram, mas emanavam dela também, mais fortes e mais gritantes. Em minha mente eu me perguntava da onde vinha aquelas sensações. Uma vontade de nunca largar seus lábios, mas aquela queimação sempre interrompia.  Suas mãos soltaram de meu pescoço. Epa, ela nunca fazia isso. Alguma coisa gritava na minha mente enquanto suas mãos passaram por minha nuca e desceram até minha camisa. Ela abriu dois botões da minha camisa. Fiquei paralisado, a ficha caindo finalmente. Então o quê ela queria era sexo. Transar com um vampiro? Ela só podia estar louca.
A empurrei e a olhei severamente.
- Seja razoável, Bella – disse enquanto ela me olhava de volta, o rosto irradiando alívio por ter finalmente me dito o quê queria.
- Você prometeu... O quê eu quisesse – murmurou ela.
- Se eu soubesse que era isso, nunca teria prometido – murmurei em silêncio. – Não estamos tendo essa discussão. – a encarei fechando os botões que ela ridiculamente os abriu.
Seus dentes trincaram.
- Eu digo que estamos – grunhiu ela. Ela passou suas mãos e antes que eu percebesse o quê queria fazer, abriu um botão de sua blusa.
Peguei seus pulsos e os segurei ao lado do seu corpo.
- Eu digo que não – disse severamente.
- Você queria saber – assinalou ela, me encarando.
- Pensei que seria algo ligeiramente realista.
- Então pode pedir a coisa mais idiota e ridícula que você quiser... como se casar... Mas eu não posso nem discutir o que eu...
Peguei suas mãos e as entrelacei com a minha. Com a outra, pus um dedo em seus lábios, os paralisando.
- Não – disse severamente.
Ela respirou fundo, tentando controlar a raiva. Continuamos a nos encarar. A medida que os segundos passavam, sua expressão mudou.  Ela abaixou a cabeça, o rosto ficando corado novamente, os olhos pareciam estar cintilando lágrimas. Ah não. Eu não suportava, não tinha forças para vê-la triste. Será que ela não entendia? Eu era louco por isso também, mas não podíamos. Será que ela não entendia o quanto eu podia machucá-la?
Suspirei e puxei seu rosto para mais perto. Esperei até que ela me olhasse.
- Que foi agora?
- Nada – murmurou ela. Um murmúrio triste e baixo.
Examinei seu rosto por um tempo, e com o breve dos segundos, percebi que eu a havia magoado e muito. Franzi a testa enquanto o choque atravessava meu rosto.
- Eu a magoei? – perguntei sem precisar da resposta.
- Não – mentiu ela.
A dor me invadiu como um meteoro invadindo um planeta, destruindo tudo o quê havia dentro dele. A puxei para meus braços, pousando seu rosto em ombro enquanto meus dedos o afagavam, desesperados.
- Sabe porque tenho de dizer não – murmurei ainda desesperado para que a tristeza desaparecesse de seu rosto – Sabe que eu também quero você. – E como quero.
- Você quer? – sussurrou ela, em dúvida.
- É claro que quero, sua boba, linda e supersensível. – dei uma risada baixa. – E não querem todos? Sinto que há uma fila atrás de mim, tomando posição, esperando que eu cometa o grande erro... Você é desejável demais para seu próprio bem – falei, enquanto o ciúme me dominava. Aqueles garotos tolos e infantis, com desejos tão ridiculamente maliciosos. E ainda por Bella... a minha Bella.
- E, agora, quem está sendo bobo? – disse ela, duvidando do que eu disse.
- Tenho de redigir uma petição para que você acredite? Terei de dizer a você os nomes de quem está no topo da lista? Você conhece alguns, mas outros podem surpreendê-la. – sorri enquanto ela balançava a cabeça contra meu peito.
- Só está tentando me distrair. Vamos voltar ao nosso assunto – disse ela com um ponto de severidade na voz. Suspirei.
- Corrija-me se eu entendi mal alguma coisa. – ela calculava mentalmente – Suas exigências são o casamento, pagar minha universidade, mais tempo e você não se importaria se meu carro fosse um pouco mais rápido. Eu entendi tudo? É uma lista grande. – O quê? Ela estava irritada? Reprimi o riso.
- Só a primeira é uma exigência – disse enquanto tentava manter a expressão séria. Ela percebeu que eu queria rir. – As outras são apenas solicitações.
- E minha única e solitária exigência é...
- Exigência? – a interrompi, esquecendo o riso.
- Sim, exigência. – meus olhos se estreitaram e ela percebeu. Como sempre.
- Casar está além de meus limites. Não vou ceder se não conseguir algo em troca.
Abaixei a cabeça e encostei meus lábios em seu ouvido.
- Não – murmurei tentando convencê-la com minhas armas de conquista. – Agora não é possível. Depois, quando estiver menos frágil. Seja paciente, Bella.
- Mas o problema é esse. Eu não serei a mesma quando estiver menos frágil. Não serei a mesma! Eu não sei quem serei na época.  – ela se desesperava.
- Ainda será a Bella – prometi. E seria mesmo, ela só teria que ter um autocontrole e ela teria.
- Se estiver tão louca que vou querer matar Charlie... Beber o sangue de Jacob ou de Angela se tiver oportunidade... Como isso poderá ser verdade? – Jacob, ele tinha que estar no meio.
- Vai passar.  E duvido que vá querer beber o sangue de cachorro – estremeci com a idéia.  – Mesmo recém-criada, terá um paladar melhor do que esse.
Ela ignorou minhas palavras.
- Mas sempre será o quê mais quero, não é? – desafiou-me. – Sangue, sangue e mais sangue!
- O fato de que ainda está viva é prova de que não é verdade – a lembrei.
- Mais de oitenta anos depois – agora ela me lembrou. – O que eu quis dizer foi fisicamente. Intelectualmente, sei que serei capaz de ser eu mesma... Por algum tempo. Mas fisicamente... sempre terei sede, mais do que qualquer outra necessidade.
Não respondi, ela tinha toda a razão.
- Então eu serei diferente – concluiu – Porque agora, fisicamente, não há nada que eu queira mais do que você. Mais do quê comida, água ou oxigênio. Intelectualmente, tenho minhas prioridades numa ordem um pouco mais sensata. Mas fisicamente...
Ela girou a cabeça e beijou a palma da minha mão esquerda.
Respirei fundo, ela estava conseguindo me convencer. Não, eu não faria isso...
- Bella, eu poderia matá-la – sussurrei. Porque ela não acreditava nisso?!
- Não acredito que possa. – sua voz trazia um sorriso.
Estreitei os olhos. Eu teria que mostrá-la. Não havia outro jeito. Tirei a mão de seu rosto e procurei pela flor de metal, que adornava um dos pés da cama, atras de mim. Arranquei o metal e a cama tremeu debaixo de nós. Ela me olhava, curiosa e cautelosa. O ergui para ela. Amassei o metal, abri a mão e lhe ofereci a bolota que restou. Amassei novamente, e um pó se formou.
Ela me encarava.
- Não foi isso que eu quis dizer. Eu já sei como você é forte. Não precisa quebrar a mobília – ela revirou os olhos, sem mal ter consciência disso.
- O quê quis dizer, então? – perguntei sombriamente. Atirei o pó que sobrou no canto do quarto.
Concentrei-me em seu rosto, enquanto ela tentava falar.
- Obviamente, não é que você não seja fisicamente capaz de me machucar, se quiser... Mais do que isso, você não quer me machucar... Tanto que acho que jamais poderia.
Sacudi a cabeça, era impressionante que ela não entendia. Eu não podia fazer isso, não podia correr qualquer risco de perdê-la novamente. Eu não suportaria.
- Pode não ser assim, Bella – tentei protestar.
- Pode – ela zombou. – Você não faz a menor ideia do que está falando, não mais do que eu.
- Exatamente. Você imagina que eu correria esse risco com você?
Ela ficou fitando meus olhos  por um tempo. Procurava alguma coisa neles.
- Por favor – sussurrou ela – É só o que eu quero. Por favor.
Minha respiração ficou irregular. Ah, não. Ela não podia pedir assim...
- Por favor? – sussurrou ela. Seu coração se acelerou, pronto para dilacerar seu peito e sair pulando dele.  Ela tirava proveito da minha dúvida. Não, não é uma dúvida. Edward, não faça isso. Gritavam palavras em minha mente.
- Não tem de me dar garantia nenhuma. Se não der certo, bom, acabou. Só vamos tentar... Só tentar. E vou lhe dar o quê você quer. Vou me casar com você. – ignorei a leve felicidade que pulou em meu coração congelado – Vou deixar que pague Dartmouth e não vou reclamar se quiser subornar para me colocar para dentro. Pode até me comprar um carro mais veloz, se isso o faz feliz! Só... por favor.
Fechei meus braços em seu corpo e coloquei meus lábios novamente em seu ouvido. Ela não ia me convencer, não ia...
Ela tremeu com meu hálito gelado.
- Isso é intolerável. Há tantas coisas que queria lhe dar... E isso é o que você decide exigir... Tem alguma ideia de como é doloroso tentar lhe recusar um pedido quando você me fala desse jeito?
- Então não recuse. – ela estava sem fôlego.
Não respondi, não tinha palavras.
- Por favor – ela implorou novamente. Vamos, Edward, ceda. Não, não!
- Bella... – tentei dizer, mas não tinha mais o quê fazer.
Sacudi a cabeça, tentando afastar a sensação que subia dentro de mim novamente. Mais forte, mais gritante. Não aguentava mais. Desci meus lábios de seu ouvido para seu pescoço. Seu coração gritava tanto quanto minha pulsação.
Voltei devagar meu rosto para o seu, mas ela aproveitou do meu momento de lentidão e alcançou minha boca. Segurei seu rosto, mas não para empurrar. Eu não tinha mais forças para negar. Não podia magoá-la novamente. Esmaguei seus lábios, com ferocidade. Sentia desespero pela minha dúvida. Minha garganta já dilacerada, ardia em chamas com sua língua movendo-se com a minha. Mas aquela sensação estranha em meu corpo era mais forte. Eu queria tocá-la, beija-la...
Mas não podia! Não agora, não esta noite.
Ela fechou os braços em meu pescoço e me beijou com mais vontade do que antes. Não parei o beijo até que ela se afastou um pouco, ela sorria e respirava aos arquejos, totalmente sem fôlego.  Enquanto a deixava respirar, passei meus lábios para seu pescoço. Ela gemeu baixo e eu sorri.  Ela tirou os braços do meu pescoço e lidou com minha camisa novamente, a deixei que tirasse. Seus dedos passearam por meu peito me fazendo tremer levemente. A sensação crescia cada vez mais...
Ela puxou minha boca para a sua,  beijando-me ferozmente. Minha garganta queimava enquanto eu lutava para continuar beijando-a, não conseguia parar, não ia conseguir.
Deslizei uma mão para seu rosto, enquanto a outra apertava sua cintura contra a minha. Foi quando a queimação em minha garganta se tornou insuportável que a ficha caiu. Ela ainda me beijava, o coração pulando freneticamente, a língua movendo-se com a minha. Finalmente venci a sensação estranha e agradável que subia por meu corpo. Peguei seus pulsos e puxei suas mãos até sua cabeça. A deitei num travesseiro.
Coloquei meus lábios em sua orelha.
- Bella – murmurei com a voz um pouco descontrolada. – Poderia por favor para de tentar tirar a roupa?
- Quer fazer essa parte? – perguntou ela confusa, ainda acreditando que eu faria amor com ela.
- Esta noite, não – respondi com a voz controlada, agora eu tinha realmente voltado a si.  E ela percebeu.
- Edward, não.... –  começou ela.
- Não estou dizendo que não. Só estou dizendo esta noite, não. – sorri em seu ouvido.
Sua respiração se dilacerou e ela ficou mais calma. Meu sorriso se alargou.
- Me dê um bom motivo para que esta noite não seja tão boa quanto qualquer outra. – ela estava sem fôlego, começava a ceder.
- Eu não nasci ontem. – ri em seu ouvido, aliviado – De nós dois, quem você acha que está mais relutante em dar o que o outro quer? Você prometeu apenas se casar comigo antes de qualquer mudança, mas se eu ceder esta noite, que garantias tenho de que não vai correr para Carlisle de manhã? Eu sou... claramente... muito menos relutante em lhe dar o que você quer. Portanto, você primeiro. – sorri novamente.
Ela soltou um suspiro alto. Deu vontade de rir.
- Vou ter que casar com você primeiro? – perguntou ela, incrédula.
- O acordo é esse.  É pegar ou largar. Conciliação, lembra? – sorri novamente.
A puxei para meus braços e a beijei levemente. Ela se derreteu em meus braços.
- Acho uma péssima ideia. – ela arfou, tentando dizer algo coerente.
- Não estou surpreso que se sinta assim. – dei um sorriso malicioso – Você tem uma mente limitada.  
- Como foi que isso aconteceu? – grunhiu ela. – Pensei que eu estivesse no controle esta noite... Pela primeira vez... E agora, de repente...
- Você está noiva – terminei sua conclusão, numa felicidade imensa. Noiva, a minha noiva. Só minha.
- Ai! Por favor, não diga isso em voz alta – suplicou ela.
- Vai voltar atrás? – perguntei, reprimindo um sorriso. Afastei para ver sua expressão, ela estava bem irritada. Isso só me deixou com mais vontade de sorrir.
- Vai? – pressionei. Seu coração se acelerou enquanto eu sorria.
- Argh! – gemeu ela. – Não. Não vou. Está feliz agora?
Meu sorriso se alargou.
- Excepcionalmente.
Ela gemeu novamente.
- Não está feliz? – perguntei, me divertindo.
A beijei antes que ela pudesse responder, nossos lábios se movendo em sincronia.
- Um pouquinho – admitiu quando a deixei respirar – Mas com relação a me casar.
A beijei novamente.
- Você tem a sensação de que tudo está errado? – ri em sua orelha. – Por tradição, você não devia estar defendendo meu lado e eu o seu?
- Não há nada de muito tradicional em nós dois.
- É verdade.
A beijei novamente, aproveitando o meu autocontrole. É claro que ela estava adorando, assim como eu. A cada dia que passava, seu cheiro ficava mais fraco. Por um lado, eu ansiava que ela virasse imortal, assim poderia beijá-la o tempo todo, em todos os minutos. Sem dor, sem devaneios, sem parar. Mas só por um lado.
- Escute, Edward – murmurou ela enquanto eu beijava sua mão com um sorriso. – Eu disse que me casaria com você, e vou me casar. Prometo. Juro. Se quiser, assinarei um contrato com meu próprio sangue.
 Meu sorriso desapareceu com essa.
- Não tem graça – murmurei.
 - O que estou dizendo é isso... Não vou enganá-lo nem nada. Você me conhece muito bem. Então não há motivo algum para esperar. Estamos totalmente as sós... Com que frequência isso acontece?... E você ainda providenciou esta cama bem grande e confortável...
- Esta noite, não – disse novamente. Agora eu estava em meu controle novamente. Não ia mais ceder. Não esta noite.
- Não confia em mim? – perguntou ela, o rosto desmoronando teatralmente.
- É claro que confio – respondi.
Ela puxou meu rosto e olhou minha expressão.
- Então, qual é o problema? Até parece que você não sabe que vai vencer no final. – ela franziu a testa, irritada. – Você sempre vence.
- Só estou cercando minhas apostas – disse suavemente.
- Há mais alguma coisa – adivinhou ela, os olhos se estreitando. Ela observava meu rosto enquanto tentava decifrar meus pensamentos. – Você está pretendendo não manter sua palavra? – perguntou ela, irritada.
- Não – prometi – Eu juro, nós vamos tentar. Depois que se casar comigo. – Que se dane o resto. Se era isso o quê ela queria, ela teria. Eu não teria forças para negar mesmo. Por um lado... minha mente passeava pelas possibilidades. Eu poderia dar muito mais prazer a ela, seria duas vezes melhor. Talvez.
Ela sacudiu a cabeça, completamente irritada.
- Você faz com que eu me sinta o vilão de um melodrama... Torcendo o bigode enquanto tenta roubar a virtude de uma pobre moça.
Abaixei a cabeça, colocando meus lábios em sua clavícula. Não queria que ela  ficasse tão irritada assim..
- É isso, não é? – ela deu uma risada curta – Está tentando proteger sua virtude! – Ela levou a mão a boca, e tentou reprimir o riso, sem sucesso.
- Não, sua boba – murmurei – Estou tentando proteger a sua. E você está tornando tudo tremendamente difícil.
- De todas as razões ridículas...
- Deixe-me fazer uma pergunta. – interrompi-a depressa. Não podia deixa-la termina-la. O trato estava refeito. Eu faria amor com ela ainda humana. Tremi com as palavras enquanto pensava nelas. Como eu era um monstro. - Já tivemos essa discussão, mas me dê esse prazer. Quantas pessoas neste quarto têm uma alma? Uma chance no paraíso, ou aonde quer que se vá depois desta vida?
- Duas – respondeu ela, sem hesitar, sem esperar, sem devaneios.
- Muito bem. Talvez seja verdade. Agora, há um mundo de dissensão sobre isso, mas a grande maioria parece pensar que existem algumas regras que devem ser seguidas.
- Regras de vampiros não bastam para você? Quer se preocupar com as regras humanas também? – perguntou sarcasticamente.
- Não deve fazer mal. – dei de ombros – Só por segurança.
Ela me encarou, os olhos semicerrados.
- Agora, é claro que pode ser tarde demais para mim, mesmo que tenha razão a respeito de minha alma.
- Não é, não –  protestou ela. Bella sempre acreditaria que tínhamos almas, até ela se tornar uma de nós. Ou ela realmente acreditava nisso, que éramos bons e que jamais, nem por uma hipótese, iríamos para o inferno. Especialmente Carlisle. Ao quesito Carlisle, eu até acreditava... um pouco. Não existia um vampiro tão decente quanto ele. Talvez nenhum ser humano. Ele era o mais puro, o mais digno, o mais... humano.
- ‘’Não matarás’’ é comumente aceito pela maioria das crenças. E eu matei muita gente, Bella. – tentei explicar.
- Só os maus. – seus olhos eram suaves nos meus, tentando retirar a culpa dentro dos meus.
Dei de ombros.
- Talvez isso conte, talvez não. Mas você não matou ninguém...
- Que você saiba – disse ela brincalhona.
Sorri, um pouco.
-  E vou fazer o máximo para tirá-la do caminho da tentação. – prometi.
- Tudo bem. Mas não estamos brigando para cometer assassinato – lembrou-me ela.
- Aqui se aplica o mesmo princípio... A única diferença é que esta é uma área em que sou tão imaculado quanto você. Não posso deixar uma regra intacta?
- Uma? – perguntou ela sarcasticamente de novo. Deu vontade de revirar os olhos.
- Você sabe que roubei, menti, cobicei... Minha virtude é tudo o que resta – disse num tom brincalhão. Como se eu me importasse com a minha virtude.
- Eu minto o tempo todo – ela disse um pouco ofegante, enquanto observava meu sorriso.
- Sim, mas você é uma mentirosa tão ruim que não conta. Ninguém acredita em você. – mantive o tom brincalhão na voz.
- Espero sinceramente que esteja enganado sobre isso...Porque, caso contrário, Charlie está prestes a irromper por esta porta com uma arma carregada – brincou ela.
- Charlie é mais feliz quando finge que engole suas histórias. Ele prefere mentir para si mesmo a olhar mais de perto – sorri novamente.
- Mas o que você cobiçou? – perguntou ela. – Você tem tudo. – ainda não, - quis responder - eu preciso de você como minha esposa para ter tudo. E sem você, eu não tenho nada. Guardei essas palavras para mim mesmo. Seria adorável vê-la corar, mas casamento já era uma palavra muito delicada para ela.
- Eu cobicei você. Não tenho o direito de querer você...  Mas estendi a mão e peguei assim mesmo. E agora olha no que você se transformou! Tentando seduzir um vampiro.  – louco para ser seduzido, acrescentei mentalmente. Sacudi a cabeça, fingindo pavor.
- Pode cobiçar o que já é seu. – ela disse, sorridente. – Além disso, pensei que minha virtude o preocupava.
- E preocupa. – um pouco... – Se for tarde demais para mim... bem, estarei condenado... sem trocadilho... se permitir que a deixem de fora também.
- Não pode me fazer ir a um lugar em que você não está – ela jurou, nervosa. – Esta é a minha definição de inferno. De qualquer modo, tenho uma solução fácil para tudo isso; jamais vamos morrer, não é?
- Parece bem simples. Porque não tinha pensado nisso antes? – perguntei sarcástico, mas com o tom brincalhão ainda na voz.
Sorri para ela, conseguindo o quê queria, ela desistiu com um humpf de raiva.
- Então é assim. Você só vai dormir comigo quando estivermos casados – disse ela claramente irritada. Isso era adorável. Minha Bella com seus hormônios gritando dentro dela.
- Tecnicamente, não posso nem dormir com você. – ela ficou ainda mais irritada com minhas palavras. Segurei o riso.
Ela revirou os olhos.
- Quanta maturidade, Edward – disse num tom sério.
- Mas, além desse detalhe, sim, você tem razão.
- Acho que você está escondendo o motivo.
Arregalei os olhos.
- Outro? – perguntei, indignado.
- Você sabe que isso vai apressar as coisas. – É claro. Tentei não sorrir, para ela  não ver a minha tamanha felicidade.
- Só há uma coisa que quero apressar, o restante pode esperar para sempre... Mas para isso, é verdade, seus hormônios humanos impacientes a essa altura são meus mais poderosos aliados.
- Nem acredito que estou concordando com isso. Quando penso em Charlie... e Renée! Dá para imaginar o que Angela vai pensar? Ou Jessica? Ai. Posso ouvir as fofocas agora mesmo – disse ela num tom desesperado. Ergui uma sobrancelha bem alto para ela ver meu sarcasmo. Que se dane os outros, a única coisa que me importava era nós dois, e nada mais.
Ela se desesperava ainda mais mentalmente. Seu rosto suava levemente enquanto ela pensava nos breves segundos de silêncio.
- Não precisa ser uma grande produção. Eu não preciso de fanfarra nenhuma. Você não tem de contar a ninguém, nem fazer mudança nenhuma. Vamos a Las Vegas... Você pode usar jeans velhos e vamos a capela com a janela de drive-through. Só quero que seja oficial... Que você me pertença e a mais ninguém.  – ninguém, ninguém, ninguém. Conclui mentalmente.
- Não pode ser mais oficial do que já é – grunhiu ela. Pelo menos a expressão dela mudou, mais alegre.
- Vamos ver isso. – sorri alegremente. – Acho que não quer sua aliança agora, não é?  - perguntei sorrindo.
- Supôs corretamente – respondeu ela estrangulada.
Ri de sua expressão desesperada.
- Está tudo bem. Vou colocar em seu dedo em breve mesmo. – sorri novamente.
- Você fala como se já tivesse uma.
- E tenho. Pronta para colocar em seu dedo ao primeiro sinal de fraqueza.
- Você é inacreditável – disse ela, chocada.
- Não quer ver? – perguntei, pulando de empolgação por dentro. Meus olhos brilharam, e ela percebeu.
- Não! – ela praticamente gritou, acabando com a minha felicidade imensa em apenas três letras. Escondi a expressão triste enquanto ela percebia. – A não ser que queira realmente me mostrar. – ela trincou os dentes.
- Tudo bem. – dei de ombros, tentando parecer indiferente – Isso pode esperar.
Ela suspirou.
- Me mostre a porcaria da aliança, Edward – pediu ela irritada. Isso só me deixou mais chateado.
Sacudi a cabeça.
- Não – disse com a mesma intensidade que ela.
Ela examinou meu rosto, enquanto eu fugia de seu olhar.
- Por favor? – pediu ela numa voz sedutora. Isso mexeu comigo de uma forma... Por que ela fazia isso comigo? Tocou meu rosto levemente enquanto seus dedos passavam por meu rosto carinhosamente. – Posso ver, por favor? – estreitei os olhos, incapaz de não resistir.
- Você é a criatura mais perigosa que já conheci – mais que todos os Volturi juntos. É, nem tanto...
Me levantei e desci até a mesinha-de-cabeceira. Peguei a pequena caixinha e voltei colocando um braço em seu ombro. Ela observava a caixinha preta em minha outra mão. A coloquei em seu joelho.
- Vá em frente e olhe, então – disse bruscamente.
Ela pegou a caixinha lentamente e passou os dedos sobre a superfície da caixinha. Uma leve expressão de pavor em seu rosto. Isso era tão ridículo, era só um anel de noivado, afinal.
- Você não gastou muito dinheiro, não foi? Minta para mim se gastou.
- Não gastei nada. – a garanti. Seu rosto ficou menos apavorado. – É só outro presente de segunda mão. Esta foi a aliança que meu pai deu a minha mãe – falei enquanto lembrava do dia que minha mãe me contou sobre ela. Edward, esta aliança significa todo o meu amor por seu pai, ele me deu quando nos casamos. E quando eu morrer, quero que pegue ela e o dê a mulher de sua vida. Na hora, você vai saber. Mas me prometa que fará isso e que só dará a mulher que você realmente amar. Apenas me prometa. Sim, eu a respondi. Me afastei da lembrança. Não era agradável pensar nas tristezas de minha vida humana, mesmo fracas, elas eram marcantes.
- Ah! - a surpresa destacando-se em sua expressão. Ela beliscou a tampa e não conseguiu abrir, talvez ainda estava apavorada por dentro.
- Acho que é meio antiga – me desculpei. – Obsoleta, como eu. Posso lhe comprar algo mais atual. Algo da Tiffany’s?
- Eu gosto de coisas antigas – murmurou ela, hesitante, enquanto puxava finalmente a tampa.
A aliança cintilou na luz, exatamente igual quando minha mãe me mostrava naquele dia...
Ela tocou a aliança, seu rosto irradiando surpresa e emoção.
- É tão linda! – murmurou ela, num tom mais surpreso que o rosto.
- Você gosta? – perguntei, minha felicidade me invadindo como um cometa.
- É linda. – ela deu de ombros – Quem não gostaria?
Eu ri, exuberante.
- Veja se cabe – pedi enquanto ela fechava a mão esquerda num punho. Suspirei. – Bella. Não vou soldar em seu dedo. Só experimente para eu ver se precisa ser reajustada. Depois pode tirar. – por mim, ela já podia ficar aí para sempre. Agora, neste momento. Mas Bella... seria sempre Bella.
- Tudo bem – grunhiu ela.
Ela estendeu a mão em direção a aliança, mas eu fui mais rápido. Peguei sua mão esquerda e coloquei a aliança em seu terceiro dedo.  Estendi sua mão e observamos. Mas eu via coisas diferentes que ela. Enquanto observava, fui pensando. Minha mãe se orgulharia disso, se pudesse ver. Seu filho soldado finalmente colocando a aliança da Sra. Masen na mulher que amava, que era louco, que era apaixonado e que seria para sempre.
- Cabe perfeitamente – disse, a emoção me tomando por completo. – Isso é bom... Me poupa uma viagem ao joalheiro – concluí tentando parecer despreocupado.
- Você gosta disso, não é? – perguntou ela, desconfiada.  Dei de ombros.
- Claro. – tentei esconder a felicidade, sem sucesso nenhum – Fica muito boa em você.
Ela me fitou nos olhos, observando cada emoção passando por meu rosto. Mas eu não estava me aguentando, deixei que ela visse a minha emoção, o meu orgulho de finalmente a ter como minha noiva. De repente, ela estava sem fôlego.
Beijei seus lábios, enquanto ela ofegava. Minha língua moldando-se a sua de uma forma deliciosamente atraente. Passei meus lábios a seu ouvido.
- Sim, eu gosto. Você nem faz ideia – sussurrei com a respiração um pouco desigual.
Ela riu, arfando.
- Acredito em você.
- Importa-se se eu fizer uma coisa? – pedi, meus olhos brilhando de excitação, meus braços a apertando mais.
- O quê quiser – disse ela sem ter a remota ideia do que eu planejava.
A soltei e deslizei da cama.
- Tudo menos isso – implorou ela.
Peguei sua mão e a puxei da cama, nos colocando de pé. Coloquei minhas mãos em seus ombros e pedi com toda a indiferença possível.
- Agora, quero fazer isso direito. Por favor, por favor, tenha em mente que você já concordou e não estrague tudo para mim. – quase implorei.
- Ah, não. – ela arfou enquanto me ajoelhava a sua frente.
- Seja boazinha – murmurei, a emoção já escancarada em meu rosto.  
Ela respirou fundo.
- Isabella Swan? – perguntei, meus olhos intensamente nos seus. – Prometo amá-la para sempre... a cada dia da eternidade. Quer se casar comigo? – perguntei, meus olhos claramente em brasa nos seus. Ela me olhou de volta, a felicidade, a paixão, a emoção do momento passando por seu rosto. Ela sorriu levemente e sussurrou ‘’Sim’’.
- Obrigado – disse um momento depois. Peguei sua mão esquerda e beijei a ponta de seus dedos, demorando-me no dedo que mantinha a aliança. Naquele momento a única coisa que desejei foi que minha mãe estivesse viva, pelo menos só naquele momento, para que ela pudesse ver como eu estava feliz. Queria lhe dizer que iria me casar com a mulher que eu era completamente apaixonado e que tinha cumprido sua promessa. Queria lhe dar um abraço, dizer o quanto a amava e que agora podia descansar em paz. Seu filho finalmente seria feliz. Enquanto dava um último beijo na aliança de Bella, senti braços quentes e muito distantes a minha volta. Enquanto desfrutava da sensação no breve dos segundos, um sussurro soprou em meu ouvido: Sempre irei te amar, meu filho. Mãe, mãe! Quis gritar, mas a voz já tinha desaparecido junto com os braços quentes e tão impossivelmente familiares.


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Notas finais do capítulo

♥-♥



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