The Clock. escrita por AnaBonagamba
Notas iniciais do capítulo
O título original não é esse, mas esse capítulo me faz lembrar algumas músicas de Mussorgsky (clássico) que possuem esse nome. Imagens em exibição. Espero que gostem.
Acordei na manhã seguinte com uma enorme dor de pernas, tinha-me deixado dormir sentada no chão, com a cabeça apoiada na cama de Tom, endireite-me e pousei a mão na testa dele, que continuava tão quente como na noite anterior.
Dirigi-me ao banheiro e tomei um banho rápido, molhei uma pequena toalha em água fria, e pousei-a na testa de Tom, que inspirou fundo com o contacto, mas sem acordar.
Entrei no roupeiro e tirei a roupa com que tinha chegado a esta loja, uma calças de ganga, uma camisola de gola alta e um manto. Coloquei o manto, ainda dobrado no sofá, e o relógio em cima dele, então olhei para Tom, e um reflexo dourado chamou-me a atenção para a dobra da camisa.
Aproximei-me lentamente e sentei-me ao lado dele, e percebi, debaixo do tecido branco estava o medalhão dourado. Puxei-o do seu esconderijo e inspeccionei-o com atenção até encontrar o trinco, que abriu com um pequeno clik, do seu interior os olhos de Tom fintavam-me, frios e sem sentimentos, lendo o meu interior.
- Ginny… - A voz de Tom fez-me saltar de surpresa.
- Estas acordado… - A mão dele pousou sobre o medalhão e fecho-o, voltando a coloca-lo sobre a protecção da sua camisa. – Com te sentes? – Perguntei virando a toalha na testa de Tom.
- Mal… - Deu um sorriso fraco, os seus olhos ainda eram vermelhos, mas já não era um tom intenso.
É esta a hora Ginny, faz a tua escolha, mata-o ou deixa-o viver. Sabes quais são as opções, os prós e os contras. Que vais escolher?
- Ginny… quem era aquele… - Sabia de quem ele estava a falar, mas apenas sorri.
- Um pesadelo que me segue desde os onze anos…
Comecei a tirar a varinha do bolso de trás das calças, a minha mão tremia, escondendo a varinha atrás da perna. Tom tirou a toalha da testa e com esforço apoiou-se no cotovelo, - Vestiste a roupa com que apareceste… vais a algum lado? – Perguntou, e os olhos escureceram um pouco.
Passei a mão pelos arranhões com cuidado. – Vou para casa Tom, ter com a minha família.
- Porque não ficas comigo?
- Porque não pertenço aqui Tom, tens de seguir com a tua vida… e eu com a minha. – Agarrei a varinha com mais força. Estas à espera do qu?
Tom suspirou e deixou-se cair na almofada. – Estou muito cansado… - Resmungou.
- E muito doente também… doente de tantas maneiras… - Tom fechou os olhos e não me respondeu.
Com a pouca coragem que reuni levantei a varinha e apontei-a ao pescoço dele. – Avada… - Suspirei e fechei os olhos. – A… Avada Keda… - Por Merlin! Não consigo fazer-te isto Tom, não consigo! – Senti as lágrimas correrem pela minha face, sem que eu as conseguisse parar. – Quem me dera que as circunstancias tivessem sido diferentes, que a história fosse diferente…
Tom olhou para mim. – Ginny… - Inclinei-me e beijei-o, um beijo de despedida. Tom apoio uma mão na minha nuca, mas eu não demorei muito tempo, levantei-me de rompante, peguei no relógio, enfiei o manto enquanto descia as escadas e saltei os últimos quatro degraus, e no preciso momento em que ia abrir a porta, esta abre-se e entra o casal Borgin com o pequeno Dimus.
- Ginny! O que se passa? – Perguntou preocupada Mrs. Borgin. – Estas a chorar!
Limpei as lágrimas e sorri. – Foi um prazer trabalhar nesta loja Mr. Borgin, e adorei conhece-la Mrs. Borgin, mas tenho de ir embora. Tom está com uma febre terrível, deveriam de chamar um curandeiro ou assim… Adeus!
Passei por eles, e sai pela porta ainda aberta, assim que virei abri o relógio e o chão de madeira dura por baixo de mim. Estava de volta ao meu tempo.
Levantei-me com o relógio na mão e limpei as últimas lágrimas, olhei em volta e estavam todos a olhar para mim. – Er… Bom dia… peço desculpa por cair aqui… não quis de maneira alguma causar confusão.
- O meu relógio! – Gritou de repente Quevedo arrancando-mo da mão. – Quem és tu? Uma ladra? Uma auror? – Continuo num tom controlado mas muito acusador.
- Não, não… acho que o senhor o largou quando tropeçou em mim e… - Fui interrompida por um gesto brusco por parte do antigo devorador da morte. – Não me importa! – E desapareceu.
A mulher loira aproximou-se em passos rápidos. – Você está bem?
- Sim claro, não se preocupe. – Dei um sorriso falso. – Posso usar a sua lareira? Acho que já tive emoção suficiente para um dia.
- Esteja à vontade. – Sorrio e seguiu-me até à lareira, estendeu-me o pequeno vaso com o pó de floo, e mandei uma pitada para o fogo, que mudou instantaneamente para um verde esmeralda. Olhei para o fogo e pensei na toca, com Harry, Ron e Hermione à espera do Relógio, que lhes iria dizer?
A minha atenção foi desviada para o a loira, que estava a deslocar alguns objectos, para poder colocar uma moldura.
Tom sorria-me da fotografia, segurando a minha imagem pela cintura, ambos com um ar divertido. – O meu avô diz que é o próprio Quem-nós-sabemos, com uma mulher que trabalhou aqui pouco tempo… - Tom roubou um beijo à minha imagem, o registo perfeito daquele momento, e do nosso estado. – Parecem felizes, mas eu não acredito que seja ele. – Olhou para mim com um sorriso, e a sua boca formou um "O" perfeito, voltou a olhar para a fotografia, mas eu já tinha entrado no fogo e dito o meu destino, quando ela voltou a olhar.
Não consegui manter o equilíbrio quando sai da lareira, e acabei por cair, espalhando cinzas pela sala.
- Ginny! – Ron gritou correndo para me ajudar a levantar. – Estas bem? Conseguiste o Relógio?
Não podia esperar um abraço de boas vindas, ou um "Senti a tua falta, nem sabes como estávamos preocupados!", porque eles não sabiam o que se tinha passado… e eu também não lhes diria…
- Deixa-me sentar Ron, dei uma queda muito feia e embaraçosa no meio daquela maldita loja. – Resmunguei e sentei-me pesadamente no sofá, descalçando as botas, e logo a minha mãe apareceu com uma caneca fumegante de chocolate quente e bolachas, como sempre fazia quando regressávamos de uma missão.
- Como correu Ginny? Conseguiste?
- Não… infelizmente não consegui… ainda lho consegui tirar, mas ele desequilibrou-se e mandou-me ao chão, nem consegui aparantar… Ele depressa me viu com o Relógio na mão, e acho que tenho sorte de ele não me ter arrastado com ele, para onde quer que ele estivesse com pressa para ir, acabou por aparantar e obviamente não o consegui seguir…
- Sabia que não devíamos ter confiado em ti para algo deste género!
- Ronald Weasley! Isso não são modos de falar com a tua irmã! – A minha mãe começou, pronta para lhe explicar o porque de ele não ter autoridade para falar assim comigo.
Harry e Hermione desceram as escadas, sentando-se cada um do meu lado, enquanto eu bebia mais um gole de chocolate quente. – Para que é que achas que eles precisam do Relógio? Se aquilo funciona… o que eu duvido, não podem trazer o jovem Lord Voldemort para o futuro, pois isso arruinaria a História. – Disse Hermione.
- E ele está condenado a morrer, por isso, não interessa quantas vezes os seus seguidores, vão ao passado para o avisar de um futuro que está a mais de cinquenta anos dele.
- Sim… - E tiramos os três uma bolacha do prato, comendo-a ao mesmo tempo.
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