The Clock. escrita por AnaBonagamba


Capítulo 7
Dinner with wine.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo "perigoso". Estão avisados. (666'



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Acordei com alguém a gritar, e levantei-me depressa com a varinha na mão, pronta para a acção.

- Tem calma Ginny, é apenas o Dimus que acordou. – Disse Tom da secretaria, olhando para mim com curiosidade. – São 2.20 da manhã… ele hoje dormiu até tarde.

- Até tarde? – Olhei para ele confusa. – Que estas a fazer ainda acordado?

- Dimus adora o Natal. – Voltou a sua atenção para o livro. – Costuma acordar sempre por volta da uma. E respondendo à tua pergunta, estou a ler.

Coloquei a varinha na cama e aproximei-me. – Estas sempre a ler, qual é o tema? – Perguntei tentando alcançar o livro, que ele rapidamente desviou das minhas mãos, acabei por desistir e fingi ficar amuada, voltando para a cama. Tom deu uma gargalhada, e ouvi-o levantar-se e deitar-se também.

- Tom! Ginny! Acordem, acordem! É Natal! – Dimus gritava no espaço entre as camas, ora abanando-me o ombro, ora abanando o de Tom. – Temos de ir abrir as prendas!

Resmunguei e virei-me para a parede, tapando a cabeça com os cobertores, não me apetecia fazer isso, queria os meus pais e irmãos, não estas pessoas.

- Está bem Dimus, tem calma, já estamos acordados, vai ter com a tua mãe e deixa-nos vestir.

Dimus saiu a correr escadas a baixo, assustando os pais quando caiu e começou a chorar. Tom voltou a cair na cama e tapou-se novamente, - Ainda estas acordada? – Perguntou.

- Sim… Dimus fez um bom trabalho, vou tomar banho. – Disse-lhe e levantei-me em direcção à casa de banho. – Acorda-me quando terminares. – Murmurou Tom.

Não levei muito tempo, e depressa sai do banheiro enrolada na toalha e fui acordar Tom. Ele olhou para mim com um ar mal-humorado, que há umas semanas atrás me faria tremer, e sentou-se espreguiçando-se, enquanto eu entrava no roupeiro.

- Para uma senhora, não tens grandes problemas em andar seminua na minha presença.

- Ham? – Coloquei a cabeça de fora do roupeiro. – Que queres dizer com isso?

- Quero dizer, sempre que tomas banho, sais enrolada na toalha e vais para o roupeiro, e se te esqueceste de alguma coisa, andas por aqui…

- Oh! – Parei de tentar encontrar um lenço que combinasse com a roupa, e sai com o conjunto para trás do biombo de modo a poder vestir-me. – Sou a irmã mais nova de seis irmãos, estou habituada a correr pela casa de toalha a tentar encontrar a minha roupa, ou a fugir de alguma coisa nojenta que tentavam colar-me ao cabelo. Não é que eu goste, mas já estou tão habituada que simplesmente não quero saber ou esqueço-me.

- Acho que isso explica tudo. – Disse Tom, sai e voltei ao roupeiro para encontrar o maldito lenço.

- Desculpa se ofendi a tua modesta educação Tom, não foi minha intenção. – Disse rindo quando sai do roupeiro. – Espero já me encontrar mais apresentável aos seus olhos Mr. Riddle.

Tom revirou os olhos e desapareceu no banheiro. – Vou ter contigo lá em baixo! – Gritou por cima do som da água a correr.

Desci as escadas até à loja e acendi a lareira, enfeitiçando o bule para flutuar por cima do fogo, de modo a aquecer a água para o chá. Já estava a terminar a caneca quando Tom desceu. – Entreguei a nossa prenda a Mr. Borgin, devo dizer-te que foi do seu maior agrado. – Sentou-se na poltrona ao meu lado.

- Quais são os planos para hoje? – Perguntei terminando o meu chá. – Ou planeias ficar o dia todo a estudar?

- Claro!

- És tão aborrecido Tom…

Ele limitou-se a rir, terminar o seu chá e desaparecer para o sótão, apenas o voltei a ver à hora de almoço, quando Mrs. Borgin nos obrigou a ir almoçar com a sua família. Infelizmente para Tom, não passou a tarde sozinho e concentrado nos seus livros, porque tomei a liberdade de ocupar o sofá no sótão.

Tagarelava com ele, enquanto Tom me tentava ignorar-me, cantei-lhe a música da moda do meu tempo, uma balada das Weird Sisters, e fiquei totalmente admirada quando ele cantou o refrão comigo.

- Estavas à espera do quê? Cantas essa música todos os dias no banho, mesmo que eu não quisesse, tinha de aprender pelo menos uma parte da letra porque não dás hipótese.

Dei uma gargalhada, abracei a minha almofada com força, e fiquei a olhar para ele, e ele para mim, não pronunciamos uma palavra. Foi Tom que desviou o olhar primeiro, voltando a sua atenção para o livro.

Fintei o tecto e a voz voltou Estas a apaixonar-te Ginny… Aquela frase chocou-me e depressa a neguei, porque me havia de apaixonar pelo tipo que tanto mal me havia feito? Alias, esse era o grande motivo para não me apaixonar, só de pensar em nutrir esse tipo de sentimentos por Lord Voldemort, dava-me arrepios, muitos arrepios.

- Tens os braços arrepiados, tens frio? – Perguntou Tom, mandei-lhe a almofada à cabeça e virei-lhe as costas. Ouviu suspirar, sentar-se em cima da almofada e absolutamente mais nada, porque me deixei dormir.

- Ginevra… Ginny! – Acordei com Tom a abanar-me ligeiramente o ombro. – Acorda.

- O que se passa? – Perguntei confusa. – Porque estas assim vestido? – Olhei-o com uma sobrancelha erguida, enquanto ele compunha o sobretudo.

- Mrs. Borgin marcou-nos o jantar no Le Petit Bombom, o restaurante da moda na Diagon All. Passaram os dois, duas horas, a exterminarem-me a paciência, tive de aceitar para eles se calarem. – Olhou para mim mal-humorado. – Eu realmente preciso deste trabalho para… muitas coisas… como é que eu estou?

- Er… - Olhei para ele.

- Não precisas de responder, eu sei que estou óptimo! – Olhou para mim de forma estranha. – É melhor ires vestir qualquer coisa mais fina, eles são muito chatos com a roupa.

Ele está louco… pensei, só pode. Vais jantar fora com Lord Voldemort não estás feliz? Porque não fazes o que está certo e terminas com tudo? Ignorei a voz e levantei-me espreguiçando-me e fui até ao roupeiro buscar um vestido.

Tom já tinha tirado um casaco para mim, calcei os sapatos e aceitei a sua ajuda para o vestir. Descemos as escadas e saímos para o frio da rua, e dirigimo-nos em passos rápidos para o restaurante, sem trocar uma palavra.

O jantar correu calmamente, eu sentia que estava num jantar romântico com todas aquelas velas e musica à nossa volta, e Tom parecia tão incomodado com essa ideia como eu. Então fizemos a coisa mais estúpida que se podia fazer num ambiente destes: começamos a beber, não bebemos muito, mas foi o suficiente para ficarmos ligeiramente bêbados e desinibidos… Ginny tem cuidado.

Paramos para ver todas as montras da rua, e comentarmos o que víamos nas mesmas, andávamos de braço dado, para ajudar a manter o equilíbrio que por vezes vacilava, e ao fim de uma hora chegamos à loja.

- Vocês parecem felizes. – Disse Mrs. Borgin descendo as escadas. – Tiveram um bom jantar?

- Sim, foi bastante animado. – Respondeu Tom, tirando o casaco e ajudando-me a tirar o meu, pendurando-os depois no bengaleiro ao lado da porta.

- Podia ter tido menos velas… e se calhar menos vinho… - Dei uma gargalhada e uma pequena cotovelada em Tom que também se riu. – Sem dúvida Ginny.

Mrs. Borgin também riu, e foi buscar uma câmara fotográfica atrás do balcão. – Vamos mas é tirar uma fotografia para recordar a noitada está bem? Vão ali para ao pé da lareira.

Nós fomos, sempre a rir e a dizer piadas, tentado acertar com o sitio onde Mrs. Borgin nos queria. Olhamos um para o outro durante um momento, e Mrs. Borgin levou a máquina ao rosto. – Digam queijo! – E no preciso momento que o flash disparou, Tom puxou-me para um beijo.

Mrs. Borgin começou a rir, e eu também, enquanto que Tom limitava-se a ostentar um enorme sorriso, e a segurar-me pela cintura. – Deixo-vos em paz, boa noite. – E saiu murmurando divertida.

- Amanhã é dia de trabalho, deveríamos ir dormir… - Fui buscar o meu casaco e comecei a subir as escadas lentamente, sendo seguida por Tom.

Mandei o casaco para cima do sofá e desprendi o cabelo, ele apareceu por trás de mim, mandou o casaco para cima do meu, e segurou-me na mão, fazendo com que me vira-se para ele, olhamos um para o outro durante um momento, então ele inclinou-se e beijou-me.

Foi um beijo suave e calmo que me apanhou desprevenida, Tom colocou a minha mão no ombro dele, e abraçou-me pela cintura, puxando-me para junto dele, segurei-o pelo pescoço e o beijo intensificou-se, passei a mão pelos seus cabelos, que eram de facto tão macios quanto pareciam ser.

Apenas quebramos o beijo para respirar, ele brincava com uma madeixa do meu cabelo e olhava-me nos olhos, de uma maneira tão intensa que eu poderia apostar que estava a ver todos os meus segredos. Passei uma mão pela sua face, passando os dedos com cuidado onde eu lhe tinha batido com a cabeça, Tom sentou-se no sofá e puxou-me para si.

Dei uma gargalhada e deixei-me ser puxada para o seu colo, e continuamos o beijo. Ginny… que estas a fazer? Tu sabes perfeitamente quem ele é! Pára de o beijar. A voz da razão gritava para se fazer de ouvir. Sabes ao que isto vai levar? Sexo! Sexo com Lord Voldemort! Aquelas palavras fizeram com que mordesse o lábio de Tom, mas este ignoro isso e limitou-se a puxar-me mais para si, e começar a subir o meu vestido para cima. Queres ter o herdeiro de Lord Voldemort? Continuar a linha desse assassino?

As mãos de Tom tinham acabado o seu trabalho e o seu toque frio nas minhas pernas causava-me arrepios, o que não me impedia de abrir a sua camisa.

Estas bêbada, estão os dois bêbados, vão arrepender-se disto amanhã de manhã, mas ele provavelmente não te vai deixar em paz, vai obrigar-te… Não… ele não vai… Ele matou aqueles que amas, e tu vais dormir com ele… o que diria a tua mãe? O que diria Harry? Foi o bastante, Harry… tínhamos decidido dar um tempo no nosso namoro, e o que fazia eu? Entregava-me ao nosso pior inimigo.

- Tom… - Comecei afastando-me, mas ele iniciou uma serie de beijos no meu pescoço, que me levou a reunir uma certa força para o afastar. – Tom não podemos. – Ele olhou para mim, piscando algumas vezes os olhos para se concentrar. – O que?

- Não podemos fazer isto, podemos não estar a cair para o lado de bêbados, mas é o suficiente para amanha nos arrependermos. – Tom olhava para mim com se nunca ninguém lhe tivesse dito não. – Nós estamos a dar-nos tão bem, eu não quero arruinar aquilo que conseguimos por causa de uma noite em que bebemos de mais.

- Mas Ginny… - Olhou para mim desapontado.

- Não Tom, não. – Agora sai de cima dele, e foi o que eu fiz, descalcei-me e fui mudar de roupa. – Eu simplesmente não o posso fazer, especialmente contigo. – Entrei no roupeiro para pendurar o vestido, e quando sai ele pressionou-me contra a porta de madeira.

- Como assim "especialmente contigo" há alguma coisa em mim que não te agrada. – Tom estava a ficar zangado, o que não era bom para mim.

- Oh não… não é isso Tom, muito pelo contrário, tudo em ti me agrada. – Dei um sorriso falso, que esperei que ele não tivesse percebido e segurei-o pelo colarinho da camisa. – Mas não o podemos fazer…

- Que queres dizer com "especialmente contigo"? – disse Tom com raiva, e senti um pontada na base da cabeça, abri a boca de espanto, ele estava ler-me a mente. Empurrei-o com força para longe, e olhei-o chocada. – Como te atreves a entrar na minha cabeça? Como te atreves… - Disse-lhe com a minha voz a transbordar de ódio.

Tom estava apoiado na sua secretaria, e não me olhava, desci as escadas, era uma daquelas alturas em que precisava de chá. Desci-as descalça, e quando ia a meio ouvi-o a deitar tudo o que estava na secretaria ao chão.

Deixei passar uma hora antes de voltar a subir para o sótão, Tom já se tinha deitado e fingia dormir, não lhe disse nada, simplesmente deitei-me e virei-me para a parede, levei muito tempo para adormecer, mas não o suficiente para Tom se deixar dormir.


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Notas finais do capítulo

Comentem, comentem e comentem, amigolindos!



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