Ajudei a garota a se arrumar, eu ainda sentia sono, tinha acordado umas duas horas antes dela. Mas a alegria dela era contagiante, não parecia nem de longe a jovem que havia chorado desconsoladamente ao saber que seu noivado se aproximava. Escovei seus cabelos como de costume, ela sorridente contava a mim sobre ervas que com toda certeza colheria, ervas medicinais, a grande e perigosa paixão que alimentava desde pequena. Seus olhos brilhavam, tamanha era a fascinação que sentia ao falar no assunto, a tomariam por bruxa se tivessem certeza que aquelas ervas não seriam usadas em chás...

- Emily, quero muito colher a erva certa.- sentenciou em um tom pouco usual.

- Tenho certeza que colherá! – exclamei em resposta.

- Sabe do que estou falando Emi? – sua respiração havia sido interrompida, estava claramente esperando uma resposta afirmativa de mim. Parei de tecer a trança e corri os dedos por toda sua extensão, amarrei sua ponta, nesse momento ouço um sussurro vindo dela.

- Emily, não me ignore!

- Sabe que não o faria, porém não tenho culpa se pergunta algo de que já sabe a resposta.- posicionei-me a sua frente, ela estava sentada em sua cama, ajoelhei-me ante a mimada jovem, toquei sua face e prossegui dizendo:

- Sei perfeitamente o que procura, embora não deseje que encontre. Creio que encontrará, temo que não faça bom uso...

- Não sabe o quanto me anima ouvi-la falar assim.- Chantal falou com ironia.

- Seja como for, estarei aqui mesmo...

- Assim espero...

  Minha preocupação era crescente, sabia que ela poderia meter-se em muitos problemas, as conseqüências iam além de uma advertência, poderia botar sua vida em risco com isso, quem sabe até a de outros... Na verdade, essa era a intenção

Continua...