Reset escrita por Razi


Capítulo 17
Ruas


Notas iniciais do capítulo

Salve pessoal,
Trazendo um cap. que acho interessante, não me agora é o porque.



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Com o cair da tarde resolvi fazer uma caminhada pelo parque que havia próximo de casa, não tanto quanto se presumi, mas deixa pra lá.

Alonguei-me por alguns minutos antes de começar a correr ouvindo Superstar, supernova. Mantinha-me apenas a letra olhando apenas de relance um ou outro corredor que dava um caldo.

Quando um certo moreno de olhos acobreados ficou ao meu lado, me fazendo estremecer.

-Quanta coincidência – disse ele com um meio sorriso de matar.

-Demais para o meu gosto – repliquei seria – O que veio fazer aqui?

-Correr um pouco – respondeu ele – É surpresa te ver aqui.

-Não brinca – disse revirando os olhos – O que quer?

-Por que acha que quero alguma coisa de você? – retorquiu ele ficando na minha frente.

-Não vou perder meu tempo respondendo isso – respondi ríspida – Poderia sair da minha frente?

-Não até que tenha aceitado meu convite – respondeu ele serio.

-Não, obrigada – dispensei querendo passara a sua frente.

-Vamos, Scalat – disse ele me olhando – Sempre temos que ficar com o pé esquerdo na frente?

O encarei.

-Não quero problemas – disse o empurrando para o lado.

-E eu sou um problema? – indagou ele ficando novamente na minha frente.

-Dos grandes, diga-se de passagem – disse seria parando para olhá-lo.

-Proponho um acordo – sugeriu ele me olhando ansioso – Me acompanhe hoje á noite e vê se sou mesmo um problema. Se ficar provado isso, não irei mais pegar no seu pé.

-Isso é tentador – deixei escapar mordendo meu lábio inferior.

Os lábios dele repuxaram-se num sorriso estonteante, abri minha boca para negar, mas ele colou seu indicador nos meus lábios.

-Passarei na sua casa ás nove – disse ele alegre – Até mais.

Logo depois se afastou me deixando petrificada com a idéia de sair com ele.

Soltei um grunhido de raiva antes de voltar para casa.

Devo estar ficando louca!

Por que eu estava me arrumando para sair com ele?

Deveria fazer quando ele chegasse bater a porta em sua cara, isso sim.

Isso não!

Mesmo que ainda sentisse raiva por suas atitudes bem irritantes, queria saber para onde ele queria me levar.

Realmente devo estar ficando louca.

Coloquei minha túnica cinza com estampa abstrata, legging preta, bota preta cano curto e algumas correntes na cintura. Apenas brincos como acessórios maquilagem um pouco carregada e perfume cítrico.

Olhei-me pela décima vez no espelho quando ouvi a porta sendo aberta e mamãe conversando com alguém.

Respirei fundo e sai do meu quarto me deparando com ele vestindo uma camisa preta colada ao seu corpo, uma jaqueta esverdeada, calça jeans de lavagem escura.

Zero tinha um sorriso no rosto enquanto falava com meu pai que parecia o conhecer.

-Lista telefonia opera milagres – comentou ele antes de se voltar para mim – Oi.

Já tinha descido a escada ainda o contemplando.

-Oi – murmurei me voltando para meus pais vendo suas expressões divertidas – Até a volta.

-Claro, querida – disse mamãe beijando-me na testa – Divirta-se.

-Cuide dela Zero – pediu meu pai o olhando serio.

-Não esquenta – assegurou ele – Trago de volta intacta.

-Acho bom mesmo – reforçou papai.

-Tchau para vocês – me despedi empurrando Zero para fora.

Ouvimos eles responderem enquanto fechava a porta.

-De onde conhece meus pais? – perguntei curiosa

-Derick me apresentou eles um tempo atrás – respondeu ele vago não querendo aprofundar o assunto.

-Claro – concordei – Para onde está me levando?

-Surpresa – respondeu ele abrindo a porta do Jeep para mim – Por gentileza.

-Você ainda me paga – resmunguei entrando.

Novamente um sorriso escapou de seus lábios antes de entrar e assumir a posição de motorista.

-Gosta de musica? – indagou ele dando a partida.

Levei minha mão ao radio, o ligando deixando que a musica que tocava verberar em nossos ouvidos.

So long, good-bye; 10 years.

Achava a melodia linda que comecei a cantarolar baixinho parando ao ver outro sorriso nos lábios dele.

-O que foi? – perguntei curiosa

-Sua voz é encantadora – respondeu ele fazendo uma curva.

Encolhi-me envergonhada com aquele elogio. Só que para minha surpresa ele logo começou a cantar a musica me embalando com sua voz altamente sexy. Sentia-me bem ouvindo ele cantar que fechei os olhos absorvendo o que ele transmitia para mim, a sensação de paz era angustiante.

A letra soava mesmo como uma despedida que não parecia estar tão longe como queria acreditar. Estava próxima e parecia voraz.

-Scalat – ele me chamou numa voz preocupada.

-Sim? – disse abrindo meus olhos para analisá-lo.

-Está chorando – contou ele limpando meu rosto – Por quê?

-Nada de mais – respondi com um falso sorriso que ele percebeu – Numa hora terei forças para contar.

-Espero que seja logo – ansiou ele tirando seu cinto – Agora vem.

Ele saiu do carro e fui logo em seguida me deparando com um galpão isolado já que havia apenas mato ao seu redor. Alguns metros a frente pude ver a placa de “Bem-vindos a Washigton”

Voltei-me para olhá-lo surpresa.

-Você me trouxe para o limite da cidade! – exclamei

-Calma, vai gostar do que verá – disse ele me puxando pelo pulso para dentro do galpão.

Parecia até que eu tinha entrando em outro mundo ali.

Havia a estrutura metálica do galpão que parecia um grande palco, o jogo de luzes, as pessoas dançando ou contemplando quem dançava. Um DJ falava algo que não entendia direito, mas logo percebi que ele apresentava o grupo que dançava no centro do salão.

Aproximei-me mais para ver a apresentação enquanto a musica já rolava.

-Não pode ser – balbuciei surpresa ao reconhecer dois dançarinos.

Amanda e Al.

Observei-os darem um mortal para frente enquanto o resto do grupo deslizava no chão numa posição maneira. Logo outro grupo de apresentou.

Não acredito que veria minha primeira disputa de grupos!

Tal como previa o segundo grupo apresentou sua coreografia que era bastante louca e sincronizada. Sentia meu corpo ferver de excitação para ver quem ganharia aquela disputa.

O grupo de Al deslizava de um lado para outro fazendo alguns movimentos com os braços instigando seus adversários a fazer melhor.

A galera gritava os impulsionando a continuarem coisa que comecei a fazer também até sentir uma mão na minha cintura e lábios beijando minha nuca.

Virei-me no mesmo instante para ver quem era o tarado, me deparando com um cara que já avançava na minha direção novamente, caso Zero não interferisse.

-Ela é minha – disse ele dando ênfase na ultima palavra.

Queria negar o que disse, mas me mantive calada até ver a mordida que havia em seu pescoço.

Recuei para trás até que topei em algo que me fez ir ao chão fazendo o olhar de todos virem até mim.

Ótimo, eu estava no meio da disputa.

Levantei-m no mesmo instante que Amanda veio até mim.

-Não sei como chegou até aqui, mas lamento informar que agora vai ter que dançar – disse ela pondo suas mãos em meus ombros – Uma vez entrando em uma disputa, vai ter que rebolar.

-Mas eu apenas sei dançar balé – argumentei querendo me livrar daquilo.

-Nas ruas isso não importa, querida – disse ela me puxando ao seu grupo.

Engoli em seco enquanto recebia os olhares curiosos de todos.

-Minha amiga – avisou aos seus parceiros, depois se voltou para mim – Eu te acompanho.

-Se eu pagar mico à culpa é sua – sentenciei me voltando para o grupo a minha frente.

Soltei um pouco de ar antes de sentir a musica em meus ouvidos e ver Zero tirando sua jaqueta tomando a frente do outro.

Ele me olhou com um sorriso nos lábios, mas que desapareceu no instante que encostei meu corpo ao seu com um olhar repleto de fúria.

Mordi seu queixo antes de me afastar sendo ovacionada por todos.

-Isso vai ter uma tremenda disputa – disse o DJ enquanto eu ficava ao lado de Amanda.

-Hora de fazer as coisas melhorarem – disse me voltando para Zero que me olhava confuso.

-Tudo bem – concordou ela.

Então coloquei meu pé direito na frente levando logo meu corpo em seguida, depois recuei um pouco, girei minha cabeça e bati palmas. Em seguida bati meu quadril ao de Amanda passando a fica ao lado de Al que me olhava curioso. Dei-lhe um sorriso antes de ficar atrás de si projetando seu corpo para frente depois para trás. Ele me enlaçou pela cintura enquanto minha perna era erguida e meu olhar sustentava o seu.

Afastei-me dele indo ficar na frente de Zero vendo o roxo que ficara no lugar da mordida.

Como era safado e hipócrita.

Fiz mais alguns passos em conjunto com Amanda antes dele começar a revidar com o outro de seus olhos mais sólidos do que nunca. Por um segundo senti mal por ser dura com ele, mas logo mudei de opinião ao ver uma morena segurando seu jaqueta e gritando por ele de maneira carinhosa.

Era uma mulher a cada dia da semana pelo visto.

Quando acabou, comecei a dançar, mas dessa vez sozinha. Amanda já me dera à base, bastava eu usá-la.

Aproximei-me dele no segundo que inflei meu peito fazendo nossos narizes se roçarem. Sentia a velha onda elétrica percorrer meu corpo e algo dançar em meu estomago.

Ele chocou seu corpo de contra o meu fazendo nossas respirações se misturarem. Ele me girou, meu corpo ficou de costas ao seu, enquanto ele o levava para frente e para trás. Com o delírio da ousadia presente suas mãos deslizaram por meus braços antes de me afastar dele com a louca vontade de esmurrá-lo.

Provavelmente Amanda notou isso, falou algo para Al que chamou seus parceiros e assumiu o controle de tudo enquanto Amanda vinha ao meu encontro.

-Quero beber algo – murmurei

-Vem comigo – disse ela me guinado para fora da grande pista – O que veio fazer aqui?

-Sou eu quem pergunto isso – respondi amarga sentindo o bolo na minha garganta ao lembrar com quem tinha vindo.

-Eu faço parte daqui – contou ela pegando duas cervejas – Sou das ruas, Scalat.

Dispensei a cerveja, não iria encher a cara por conta dele.

-Você parece uma freira – disse ela colocando as cervejas no balcão novamente – Veio com o Zero não é?

-Sim – me limitei – Al também?

-Foi apenas meu convidado hoje, ele não curti muito disputas – esclareceu ela – Você esta assim por que?

-Irritada, furiosa? – indaguei retórica – Já passou.

-Queria saber a razão, Scalat – disse ela seria.

-Nada de mais – disse dando de ombros – Esquece, beleza?

Ela me fitou por um momento antes de assentir com a cabeça.

-Scalat – disse Zero aparecendo

Voltei-me para ele meio seria.

-Acho que vou deixar vocês sozinhos – disse Amanda se afastando.

-Não – discordei com veemência – Seja lá o que Zero contar não me importo que ouça.

Ela lançou um olhar inquiridor á ele que me olhou.

-Podemos ir? – indagou ele

-Amanda irá me deixar – disse me aproximando dela – Não se preocupe comigo, pode voltar para sua namorada agora.

Ele semicerrou os olhos tornando sua expressão seria.

-Até mais, Zero – me despedi amarga.

Afastei-me com Amanda dando um leve sorriso.

-O que foi? – perguntei curiosa

-Nada – ela deu de ombros – Vamos chamar Al para irmos embora.

Enquanto a seguia, vislumbrei no outro extremo Zero se aproximando da morena de antes que estendia sua jaqueta com um sorriso nos lábios.

-Scalat – me gritou Amanda ao lado de Al.

Logo me juntei a eles, sem mais notar Zero e sua acompanhante. Quando saímos o ar estava mais gélido fazendo minha respiração ficar mais forçada.

-O que é isso? – perguntei gesticulando para o galpão.

-Disputa de grupos de rua – respondeu Al abrindo a porta de seu Civic prata – Amanda sempre curtiu isso.

-E você não? – indaguei entrando no carro.

-Não gosto de disputas – disse ele dando a partida – Vim porque Gregory tinha um compromisso.

-Com uma mulher qualquer – complementou Amanda fazendo um beicinho.

Sorri levemente enquanto via o trajeto que estávamos fazendo.

-Por que veio com Zero? – perguntou Al me olhando de relance pelo retrovisor.

-Isso não importa mais – respondi meio brusca – Ele não interessa mais.

Amanda soltou um suspiro de desapontamento, mas nada mencionou até que chegamos em casa.

-Scalat – me chamou ela depois de desci do carro.

-Oi – disse me voltando para ela.

-Amanhã tudo começa – avisou ela solene.

-Tudo bem – murmurei me voltando para casa – Tchau.

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Notas finais do capítulo

Tragico não?
Sim, próximo cap. tudo começa, tal como tem o momento de alguém sem camisa e outras coisinhas mais.
Até lá.
o/



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