Lagrimas de Uma Grifinória escrita por Naty 25


Capítulo 1
1 - Lembranças a bordo




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Lembranças a bordo

 

   Uma garota em seus dezessete anos estava sentada em sua poltrona no avião que ia para Austrália, ela mirava tristemente a janela e pensava na guerra da qual ela participara. Ela era, provavelmente, a única pessoa naquele avião que sabia da batalha que se travara durante o ultimo ano e que finalmente havia terminado a pouco menos de duas semanas.

   Ela não estava pensando somente na guerra e na batalha que houvera entre Voldemort e Harry, na qual o ultimo sairá vencedor, mas no que ocorrerá na Casa dos Gritos. Algo que só ela sabia...

 

   Flashback on.

 

   Eles estavam nos túneis embaixo da Casa dos Gritos. Haviam acabado de ver Voldemort atacar Snape e sair deixando-o para morrer ali através do veneno de Nagini e da perca de sangue. Ela notou quando Harry se esgueirar para fora do alçapão coberto pela Capa da Invisibilidade.

   Harry tirou a Capa da Invisibilidade e olhou do alto para o homem que odiava, cujos olhos arregalados encontraram Harry ao tentar falar. Harry se curvou sobre ele; Snape agarrou a frente de suas vestes e puxou-o para perto. Um gargarejo rascante e terrível saiu da garganta do professor.

   —Leve... Isso... Leve... Isso... Alguma coisa além do sangue vazava de Snape. Algo prateado, nem gás, nem líquido, jorrou de sua boca, ouvidos e olhos, e Harry percebeu o que era, mas não sabia o que fazer... Um frasco materializou-se no ar e foi empurrado em suas mãos por Hermione. Harry recolheu a substancia prateada com varinha. Quando o frasco se encheu e Snape pareceu enxangue, ele afrouxou o aperto nas vestes de Harry. — Olhe... Para... Mim. — sussurrou o bruxo. Os olhos verdes encontraram os negros, mas em um segundo alguma coisa no fundo dos olhos de Snape pareceu sumir, deixando-os fixos inexpressivos e vazios.

   A mão que segurava Harry bateu no chão e Snape não se mexeu mais. Harry permaneceu ajoelhado ao lado de Snape, simplesmente contemplando-o, até que, de súbito, uma voz aguda e fria falou tão perto que ele se pôs de pé com um salto, o frasco bem seguro na mão, pensando que Voldemort tivesse voltado à sala.

   A voz do Lord das Trevas ressoou nas paredes e no chão, e Harry percebeu que o bruxo estava se dirigindo a Hogwarts e a toda a área vizinha, para que os residentes de Hogsmead e todos que ainda lutavam no castelo o ouvissem tão claramente como se estivesse ao lado deles, bafejando-lhes na nuca, a distancia de um golpe mortal.

   "Vocês lutaram", disse a voz, "valorosa mente, Lord Voldemort sabe valorizar a bravura. Vocês sofreram pesadas baixas. Se continuarem a resistir a mim, todos morrerão, um a um. Não quero que isso aconteça. Cada gota de sangue mágico derramado é uma perda e um desperdício. Lord Voldemort é misericordioso. Ordeno que as minhas forças se retirem imediatamente. Vocês tem uma hora. Dêem um destino digno aos seus mortos. Cuidem dos seus feridos. Eu me dirijo agora diretamente a você, Harry Potter. Você permitiu que seus amigos morressem por você em lugar de me enfrentar pessoalmente. Esperarei uma hora na Floresta Proibida. Se ao fim desse prazo, você não tiver vindo ao meu encontro, não tiver se entregado, então a batalha recomeçará. Desta vez eu participarei da luta, Harry Potter, e o encontrarei, e castigarei até o ultimo homem, mulher e criança que tentou escondê-lo de mim. Uma hora”.Ambos, Rony e Hermione sacudiram a cabeça freneticamente, olhando para Harry.

   —Não dê ouvidos a ele — disse Rony.

   —Tudo dará certo — acrescentou Hermione, irrefletidamente. — Vocês precisam voltar ao castelo, se ele for para a Floresta Proibida precisaremos pensar em um novo plano...¹

   —Certo! — falou Harry sem pensar, — Parai! O que você quer dizer com "vocês"? Onde é que você vai, Mione?!

   —Não vou há nenhum lugar! Eu só preciso descansar, por que depois que agente saiu da Sala Precisa, naquela explosão, eu bati minha cabeça e está doendo muito, eu vou ver se tenho alguma coisa na bolsa para fazer isso passar e depois eu vou atrás de vocês eu não to a fim de voltar para lá com minha cabeça parecendo um sino! — falou a garota passando a mão com cuidado pelos cabelos.

   —Tudo bem, mas você não quer que eu mande alguém para ficar com você? Ou o Rony pode ficar com você, sei lá! — falou Harry.

   —Não precisa afinal quem pensaria que a melhor amiga do grande Harry Potter estaria tão longe da batalha? — falou meio que pedindo desculpa. — Agora vão!

   —Tudo bem! Primeiro a sua segurança! Agora vamos Rony! — falou Harry energicamente.

   —Calma comandante! To indo! — falou fazendo posição de sentido, ao que os amigos deram uma curta risada. — Alguém tem que manter o bom humor! — Completou desaparecendo pelo buraco do alçapão após o amigo. Após a saída dos dois amigos Hermione lacrou a porta do alçapão com alguns feitiços e se virou para o corpo imóvel no meio do chão, ela se aproximou lentamente e abaixou ao lado do homem a quem amava e agora mais do que nunca sabia que não iria poder tê-lo ao seu lado, nunca. Hermione tocou, lentamente, o rosto daquele a quem amava há tanto tempo em segredo e que agora perdera, definitivamente, para sempre.

   Ela inclinou lentamente o rosto de encontro ao rosto dele e beijou levemente os seus lábios enquanto as lágrimas escorriam como numa cascata do rosto dela de encontro ao rosto dele. Enquanto ela o beijo conseguiu sentir uma fraquíssima respiração indo ao encontro de seu rosto.

    —Ele está vivo! — sussurrou quase sem voz tamanha a emoção que sentira ao sentir os sinais vitais dele sob seus dedos. — Não se preocupe eu vou te salvar! — completou levando a mão ao pescoço de onde tirou uma bolsa de coro de dragão parecida com a que Harry havia ganhado de Hagrid, porém está tinha mais feitiços protetores entre outros.

   De dentro dela tirou algumas poções que usaria para cicatrizar, limpar e reconstituir a força de Snape. Ela apoiou a cabeça de Snape em seu colo e começou a executar alguns feitiços simples no pescoço dele para impedir momentaneamente a hemorragia, para que ele não ficasse ainda mais fraco. Ela pegou primeiro a poção Sanguini Reportaton e começou a dá-la delicadamente com alguns movimentos massageadores na garganta para auxiliar na digestão do líquido.

   — Tudo bem agora se concentra Hermione... Você tem que se lembrar do feitiço e do modo correto de executá-lo. — pensava a garota em voz alta — Vamos lá Hermione você é ou não é a Insuportável Sabe-Tudo?... Expulsian Venato!!! — quando ela terminou de pronunciar o feitiço a ferida se rompeu novamente, porém dessa vez o sangue jorrou com o triplo de força por um tempo para logo depois reduzir até quase parar de sangrar, a garota suspirou aliviada e logo repetiu o feitiço cicatrizante no pescoço do homem quase morto em seu colo dessa vez, ela pode perceber, o efeito foi obtido mais rápido e com maior eficiência e logo após recomeçou a aplicar as poções que havia separado antes, começando pela Sanguini Reportaton, a qual ela resolveu dar duas, e depois deu a Vitan Reporton, a qual também deu dose dupla, e por ultimo ela passou a poção Limpa-Ferida sobre a ferida recém cicatrizada. Quando passou a ultima poção ela escutou um gemido baixo e rouco escapar da garganta dele, ela sabia que a poção arderia, mas também sabia que não poderia dar a poção anestesiante, que também tinha, pois ela poderia manter o Snape desacordado e neste estado ela sabia que dormir não era a melhor escolha. — Agora o toque final... — falou com a voz tremula. — Enervate!

   —Ahn...! - o baixo, frágil e rouco gemido de Snape pareceu ressoar nos ouvidos da garota. Então lentamente ele conseguiu abrir os olhos e não conseguiu conter uma exclamação sair de sua boca: — Granger?!

   —Professor Snape? O senhor esta bem? — perguntou quase sem voz, o ajudando a se sentar.

   —Sim, mas não consigo mexer minhas pernas. — imediatamente ele notou a garota corar muito. — Granger? O que você fez com as minhas pernas?

   —Bem, o senhor... O senhor é bem... O senhor ainda é um...

   —Um Comensal da Morte, entendo ... — falou fracamente. — Mas, então, por que você salvou a vida de um Comensal? — ele perguntou erguendo uma sobrancelha.

   —Simplesmente por que eu confio no professor Dumbledore e tenho certeza de que se ele confiava no senhor então nós também podemos confiar no senhor. — ela respondeu com segurança, porém Severus desconfiava de que ela mentia.

   —O Potter já viu minhas memórias? — perguntou praticamente cuspindo o nome do garoto o que fez Hermione sorrir, e ele levantar uma sobrancelha.

   —Desculpe, — disse fechando o sorriso. — É que eu não entendo por que vocês dois se odeiam tanto! Acho que nem o Harry sabe! Ele simplesmente se acostumou a odiá-lo!

   —E você acha que eu me importo com o que aquele moleque pensa ou deixa de pensar de mim? Você realmente acha que eu me importaria com um Potter?!

   —Não, mas se o senhor realmente não se importa com um “Potter”, por que o senhor salvou o Harry tantas vezes?

   —Por que eu prometi ao Dumbledore, apenas por isso.

   —E que tipo de promessa você fez que seja assim tão importante para que o senhor tenha suportado tantas coisas por causa de alguém de quem o senhor não gosta?

   —Por que você acha que eu iria responder a essa pergunta?

   —Por que se o senhor não contar o Harry irá! — Disse com um discreto sorrisinho de vitória.

   —Touche!

   —Mas eu nem disse: Angar! — ela disse com um sorriso sapeca, muito diferente da Hermione que ele conhecera.

   —Muito engraçado senhorita Granger!

   —Eu sei! — disse com um sorriso irônico.

   —Tudo bem eu contarei. — disse com um suspiro resignado. — Quando eu era criança....      — Snape narrou tudo o que viverá ao lado de Lílian Evans e o que aconteceu depois que ela já era Lílian Potter e quando terminou disse: — Agora você poderia me soltar e devolver a minha varinha?

   —Sim... — ela disse fazendo dois movimentos rápidos de varinha e levando a mão ao bolso de onde tirou a varinha de Snape.

   "Harry Potter está morto. Foi abatido em plena fuga, tentando se salvar enquanto vocês ofereciam as vidas por ele. Trazemos aqui seu cadáver como prova de que o seu herói deixou de existir. A batalha está ganha. Vocês perderam metade dos seus combatentes. Os meus Comensais da Morte são mais numerosos que vocês, e O-Menino-Que-Sobreviveu está liquidado. A guerra deve cessar. Quem continuar a resistir, homem, mulher ou criança, será exterminado, bem como todos os membros de sua família. Saiam do castelo agora, ajoelhem-se diante de mim e serão poupados. Seus pais e filhos, seus irmãos e irmãs viverão e serão perdoados, e vocês se unirão a mim no novo mundo que construiremos juntos.” Eles ouviram aquela voz sibilante e aterrorizante novamente.

   —Você acha que isso é verdade? Acha que o Harry está mesmo morto?— perguntou a garota com uma cara tão assustada que deixou Severus momentaneamente aturdido.

   —Eu não sei. — respondeu já se levantando e com a varinha em punho.

   —Onde você pensa que vai? — perguntou ela olhando séria para ele.

   —Lutar! — Respondeu como se fosse obvio.

   —Não, vai não ! O senhor está fraco de mais para isso! — Ela disse quase no mesmo tom de Madame Pomfrey.

   —A Senhorita acha mesmo que poderia me deter? — perguntou dando um passo à frente, o que normalmente teria assustado um aluno, porem essa não foi à reação causada.

   —Pode ter certeza de que o senhor iria ter serias dificuldades para me derrotar, professor. — falou dando um passo para frente numa copia quase exata do movimento dele a diferença foi que ela cruzou um dos braços e deixou o outro, que segurava a varinha, pendido num movimento que mirava bem entre as pernas de Snape.

   —Ora, ora a senhorita está me ameaçando?

   —Estou? — Ela perguntou de forma irônica e quase inocente com um certo brilho nos olhos que disse a Snape que era melhor não contradizê-la.

   —Vamos senhorita Granger! Nós estamos perdendo tempo aqui! — ele disse um pouco impaciente, mas tendo o cuidado de antes se desviar da varinha da mesma.

   —Tudo bem, mas antes tome isso. — falou se dando por vencida tirando um frasquinho de dentro da bolsinha que ainda estava presa ao pescoço.

   —Onde a senhorita arranjou essas poções? — ele perguntou com sua habitual sobrancelha erguida.

   —Eu mesma as fiz. Mas não se preocupe se elas não estivessem boas o senhor estaria morto a está altura do campeonato.

   —Não, duvido. — Falou bebendo o liquido âmbar e abrindo o alçapão.

   —O senhor primeiro... — ela disse de varinha em punho

   —Tudo bem, desconfiada... — ele disse sarcástico.

   —Precavida! — Falou sorrindo pulando no alçapão após ele.

 

   Ao saírem do atalho por baixo do Salgueiro Lutador, Hermione teve que conter um grito ante a cena que se desenrolava à sua frente, porém ela não pode disfarçar o susto em suas feições, o que não passou despercebido ao homem ao seu lado. Severus pensou em falar algo, mas antes que pudesse dizer algo eles ouviram a voz de Voldemort.²

   —Neville agora vai demonstrar o que acontece com quem é suficientemente tolo para continuar a se opor a mim. — anunciou Voldemort e, com um aceno da varinha, fez o Chapéu Seletor pegar fogo. Gritos cortaram o amanhecer, e Neville ardeu em chamas, pregado ao chão, incapaz de se mexer.

   Então, muitas coisas aconteceram no mesmo instante. Ouviu-se um clamor nas distantes divisas da escola, dando a impressão de que centenas de pessoas escalavam os muros fora do campo de visão de todos e corriam em direção ao castelo, proferindo retumbantes brados de guerra. Nessa hora, Grope apareceu contornando a quina do castelo e berrou "HAGGER!". Seu grito foi correspondido por urros dos gigantes de Voldemort: eles avançaram para Grope como elefantes estremecendo a terra. Depois vieram os cascos, a vibração de arcos distendendo e flechas começaram repentinamente a chover entre os Comensais da Morte, que romperam fileiras, gritando, surpresos.

   Com um único movimento rápido e fluido, Neville se libertou do Feitiço do Corpo Preso que o imobilizava; o chapéu em chamas caiu de sua cabeça e, e do fundo dele, o garoto puxou um objeto prateado com um punho cravejado de rubis.

   O ruído da espada de prata cortando o ar não pôde ser ouvido acima do vozerio da multidão que se aproximava, ou o estrepito dos gigantes se enfrentando, ou a cavalgada dos centauros, contudo, pareceu atrair todos os olhares. Com um único golpe, Neville decepou a cabeça de Nagini, que girou alto, reluzindo à luz que vinha do saguão de entrada, e a boca de Voldemort se abriu em um berro de fúria, que ninguém pôde ouvir, e o corpo da cobra bateu com um baque surdo aos seus pés...

   Hermione e Severus correram em direção ao castelo, ambos sabiam que este era o momento de atacar Voldemort, a ultima Horcruxes havia, finalmente, sido destruída. Voldemort estava desprotegido era verdade mais ainda era o Lord das Trevas e conhecia Magia Negra suficiente para exterminar todos os que estavam lutando para defender o Mundo Bruxo.

   Então, sobrepondo-se aos gritos, rugidos e ao sapateio dos gigantes em luta, ouviu-se o berro de Hagrid mais alto que tudo.

   —HARRY! — gritou ele. — HARRY... ONDE ESTÁ HARRY?

   Reinou o caos. A investida dos centauro dispersava os Comensais da Morte, todos fugiam das pisadas dos gigantes, e, cada vez mais próximos, estrondeavam os reforços que ninguém sabia de onde tinham vindo; ela viu grandes criaturas aladas, os testrálios e Bicuço, o hipogrifo, rodeando as cabeças dos gigantes de Voldemort, gadunhando seus olhos, enquanto Grope os esmurrava; e agora os bruxos, defensores de Hogwarts, bem como os Comensais de Voldemort, estavam sendo empurrados para dentro do castelo. Vários Comensais da Morte caíam sem saber o que ou quem os atingira, e seus corpos eram pisoteados pela multidão em retirada.

   Hermione procurou Voldemort e viu-o do lado oposto, a varinha disparando feitiços para todo lado enquanto recuava para dentro do Salão Principal, ainda berrando ordens para os seus seguidores. E agora havia mais, muito mais gente irrompendo pela escadaria da entrada, eles viram Carlinhos Weasley alcançar Horácio Slughorn, que ainda usava o pijama verde-esmeralda. Pareciam ter reassumido a liderança dos familiares e amigos de cada estudante de Hogwarts que ficara para lutar, acompanhados dos lojistas e habitantes de Hogsmead. Os centauros Agouro, Ronan e Magoriano invadiram o saguão em um forte tropel, no momento em que a porta que levava à cozinha era arrancada das dobradiças.

   Uma enxurrada de elfos domésticos de Hogwarts adentrou o saguão gritando e brandindo seus trinchantes e cutelos, e à frente deles, com o medalhão de Regulo Black pendurado ao peito, vinha Monstro, sua voz de rã audível, apesar da zoeira:

   —À luta! À luta! À luta pelo meu senhor, defensor dos elfos domésticos! À luta contra o Lorde das Trevas, em nome do corajoso Régulo! À luta!

   Eles cortavam e furavam os tornozelos e canelas dos Comensais da Morte, seus pequenos rostos brilhando de malícia, e, por onde quer que se olhasse, os Comensais estavam se dobrando a superioridade dos números, vencidos pelos feitiços, arrancando flechas dos ferimentos, esfaqueados na perna pelos elfos, ou, simplesmente, tentando fugir, mas engolidos pela horda invasora.

   A batalha, contudo, ainda não terminara.

   Voldemort estava no centro da luta e atacava e fulminava tudo ao seu alcance. E o Salão Principal foi lotando sempre mais, pois todos que podiam andar entravam à força.

   Hermione viu Yaxley ser nocauteado por Jorge e Lino Jordan, viu Dolohov cair com um grito às mãos de Flitwick, viu Walden Macnair ser atirado do outro lado do salão por Hagrid, bater na parede de pedra e escorregar, inconsciente, para o chão. Viu Rony e Neville abaterem Lobo Greyback, Aberforth estuporar Roockwood, Arthur e Percy derrubarem Thicknesse, e Lúcio e Narcisa Malfoy correndo entre a multidão, sem sequer tentar lutar, chamando, aos berros, pelo filho.

   Voldemort agora duelava com McGonagall, Slughorn e Kingsley ao mesmo tempo, e seu rosto transparecia um ódio frio ao vê-los trançar e se proteger ao seu redor, incapazes de acabar com ele...

   Belatriz também continuava a lutar, a uns cinqüenta metros de Voldemort e lutava com duas de uma vez; Gina e Luna, ambas dando o seu melhor, mas Belatriz valia por todas juntas, e atenção de Hermione foi desviada quando uma Maldição da Morte passou tão perto de Gina que por menos de três centímetros não a matou... Ela mudou de rumo, avançando para Belatriz em lugar de Voldemort, mas dera apenas alguns passos quando foi puxada para o lado por Snape.

   —A MINHA FILHA NÃO, SUA VACA!

   A Sra. Weasley atirou sua capa para longe enquanto corria, deixando os braços livres. Belatriz girou nos calcanhares, às gargalhadas, ao ver quem era sua nova desafiante.

   —SAIAM DO MEU CAMINHO! — gritou a Sra. Weasley às duas garotas, e, fazendo um gesto largo com a varinha, começou a duelar. Hermione observou com terror e animação crescente a varinha de Molly Weasley golpear e girar, e o sorriso de Belatriz Lestrange vacilar e se transformar em um esgar. Jorros de luz voavam de ambas as varinhas, o chão em torno dos pés das bruxas esquentou e fedeu; as duas mulheres travavam uma luta mortal.

   —Não! — gritou a Sra. Weasley quando alguns estudantes correram, em seu auxílio. — Para trás!Para trás! Ela é minha!

   Centenas de pessoas agora se encostaram às paredes observando as duas lutas, Voldemort e seus três oponentes, e Belatriz e Molly, e Hermione querendo atacar, mas sendo impedida por Snape, que os mantinha escondido atrás de uma pilastra, nas sombras.

   —Que vai acontecer com seus filhos depois que eu matar você? — provocou Belatriz, tão desvairada como o seu senhor, saltando para evitar os feitiços de Molly que dançavam ao seu redor. — Quando a mamãe for pelo mesmo caminho que o Fredinho?

   —Você... Nunca...Mais... Tocará... Em... Nossos... Filhos! — Gritou a Sra. Weasley.

   O feitiço de Molly voou por baixo do braço esticado de Belatriz e atingiu-a no peito, diretamente sobre o coração. A risada triunfante de Belatriz congelou, seus olhos pareceram saltar das órbitas; por uma mínima fração de tempo, ela percebeu o que ocorrera e, então, desmontou, e a multidão que assistia bradou, e Voldemort deu um grito.

   Hermione sentiu como se estivesse virando em câmera lenta; viu McGonagall, Kingsley e Slughorn serem arremessados para trás, debatendo-se no ar, quando a fúria de Voldemort, face à queda de sua última e melhor tenente, explodiu com a forca de uma bomba. Voldemort ergueu a varinha e apontou-a para Molly Weasley.

   —Protego! — berrou uma voz, e o Feitiço Escudo expandiu-se no meio do Salão Principal, e Voldemort olhou admirado ao redor, procurando de onde viera, ao mesmo tempo em que Harry despia, finalmente, a Capa da Invisibilidade.

   O berro de choque, os vivas, os gritos de todos os lados de 'HARRY!', 'ELE ESTÁ VIVO!' Foram imediatamente sufocados. A multidão se amedrontou, e o silêncio caiu brusca e completamente quando Voldemort e Harry se encararam e começaram no mesmo instante a se rodear.

   —Não quero que mais ninguém tente ajudar — disse Harry em voz alta e, no silêncio total, sua voz ecoou como o toque de uma trompa. — Tem que ser assim. Tem que ser eu. —

   Voldemort sibilou.

   —Potter não está falando sério — disse ele, arregalando os olhos vermelhos. — Não é assim que ele age, é? Quem você vai usar como escudo hoje, Potter?

 —Ninguém. — respondeu Harry com simplicidade. — Não há mais Horcruxes. Só você e eu. Nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver, e um de nós estão prestes a partir para sempre...

   —Um de nós? - caçoou Voldemort, e todo seu corpo estava tenso e seus olhos vermelhos atento, uma cobra armando o bote. — Você acha que vai ser você, não é, o garoto que sobreviveu por acaso e porque Dumbledore estava puxando os cordões?

   —Acaso, foi? Quando minha mãe morreu para me salvar? — desafiou Harry. Eles continuaram a se movimentar em um circulo perfeito, mantendo a mesma distância entre si, e para Harry só existia um rosto, o de Voldemort. — Acaso, quando decidi lutar naquele cemitério? Acaso, quando não me defendi hoje à noite e, ainda assim, sobrevivi e retornei para lutar?

   —Acasos! — berrou Voldemort, mas ainda assim não atacou, e os circunstantes permaneceram imóveis como se estivessem petrificados, e, das centenas de pessoas no salão, ninguém parecia respirar, Snape apertou o braço de Hermione com suavidade, apenas para que a garota tivesse algum conforto. Ou talvez para confortar a si mesmo? — Acaso e sorte e o fato de você ter se escondido e choramingado atrás das saias de homens e mulheres superiores a você, e me permitido matá-los em seu lugar!

   —Você não matará mais ninguém hoje à noite — disse Harry enquanto se rodeavam e se encaravam nos olhos, veres e vermelhos. — Você não será capaz de matar nenhum deles, nunca mais. Você não está entendendo? Eu estive disposto a morrer para impedir que você ferisse essas pessoas...

   —Mas você não morreu!

   —...Mas tive intenção, e foi isso que fez a diferença. Fiz o que minha mãe fez. Protegi-os de você. Você não reparou que nenhuns dos feitiços que lançou neles são duradouros? Você não pode torturá-los. Você não pode atingi-los. Você não aprende com os seus erros, Riddle, não é?

   —Você se atreve...

   —Me atrevo, sim. Sei coisas que você ignora, Tom Riddle. Sei muitas coisas importantes que você ignora. Quer ouvir algumas, antes de cometer outro grande erro? — Voldemort não respondeu, continuou a rondá-lo em círculo, e Harry percebeu que o mantivera temporariamente hipnotizado e acuado, detido pela tênue possibilidade de que Harry pudesse, de fato, conhecer o segredo final...

   —É o amor de novo? — disse Voldemort, a zombaria em seu rosto ofídico. — A solução favorita de Dumbledore, amor, que ele alegava conquistar a morte, embora o amor não o tivesse impedido de cair da Torre e se quebrar como uma velha estátua de cera. Amor, que não me impediu de matar a sua mãe sangue-ruim como uma barata, Potter; e ninguém parece amá-lo o suficiente para se apresentar desta vez e receber a minha maldição. Então, o que vai impedir que você morra agora quando eu atacar?

   —Só uma coisa — respondeu Harry, e eles continuavam a se rodear, absortos um no outro, separados apenas por aquele último segredo.

   —Se não for o amor que irá salvá-lo desta vez — retrucou Voldemort —, você deve acreditar que é dotado de uma magia que não tenho, ou, então, de uma arma mais poderosa do que a minha?

   —Creio que as duas coisas — replicou Harry, e observou o choque perpassar aquele rosto de cobras e instantaneamente se dispersar; Voldemort começou a rir, e o som era mais apavorante do que os seus gritos; desprovidos de humor e sanidade, o riso ecoou pelo salão silencioso e Hermione sentiu seu corpo se congelar e buscou instintivamente segurança aproximando o corpo do de Snape, que continuava ao seu lado.

   —Você acha que conhece mais magia do que eu? Do que eu, do que Lord Voldemort, capaz de magia com que o próprio Dumbledore jamais sonhou?

   —Ah, ele sonhou, sim, mas sabia mais do que você sabia o suficiente para não fazer para não fazer o que você fez.

   —Você quer dizer que ele era fraco! — berrou Voldemort. — Fraco demais para ousar, fraco demais para se apoderar do que poderia ser dele, do que será meu!

   —Não, ele era mais inteligente do que você, um bruxo melhor e um homem melhor.

   — Eu causei a morte de Alvo Dumbledore!

   —Você pensa que causou, mas se enganou.

    Pela primeira vez a multidão que assistia se moveu quando as centenas de pessoas em torno das paredes unanimemente prenderam o fôlego, Hermione olhou para Snape, ambos prevendo o que aconteceria.

   —Dumbledore está morto! — Voldemort atirou as palavras para Harry como se pudessem lhe causar um dor insuportável. — O corpo dele está apodrecendo no túmulo de mármore nos jardins deste castelo, eu o vi, Potter, e ele não irá retornar!

   —Dumbledore está morto, sim — respondeu Harry, calmamente —, mas não foi você que mandou matá-lo. Ele escolheu como queria morrer, combinou tudo com o homem que você julgou que era seu servo. — Hermione sentiu o corpo de Snape se retesar, o seu lado, e percebeu quanto eles tinham se aproximado.

   —Que sonho infantil é esse? — exclamou Voldemort, mas, ainda assim, ele não atacou, e seus olhos vermelho não se afastaram dos de Harry.

   —Severus Snape não era homem seu. Snape era de Dumbledore, desde o momento em que você começou a caçar a minha mãe. E você nunca percebeu, por causa daquilo que não pode compreender. Você nunca viu Snape conjurar um Patrono, viu, Riddle?

    Voldemort não respondeu. Eles continuaram a se rodear como dois lobos prestes a se estraçalhar.

   —O Patrono de Snape era uma corça — disse Harry —, o mesmo que o de minha mãe, porque ele amou minha mãe quase a vida toda, desde que eram crianças. Você devia ter percebido - disse Harry quando viu as narinas de Voldemort incharem -, ele lhe pediu para poupar a vida dela, não foi?

   —Ele a desejava, nada mais — desdenhou Voldemort — mas, quando ela se foi, ele concordou que havia outras mulheres, de sangue mais puro, mais dignas dele...

   —Naturalmente foi o que Snape lhe disse, mas ele se tornou espião de Dumbledore a partir do momento em que você a ameaçou, e dali em diante trabalhou contra você! Dumbledore já estava morrendo quando Snape o matou! — Hermione olhou para Snape, mas ele mal se mexia enquanto fuzilava Harry com o olhar.

   —Não faz diferença! — guinchou Voldemort, que acompanhara cada palavra com extasiada atenção, mas, em seguida, soltou uma gargalhada demente. -Não faz diferença se Snape era meu seguidor ou de Dumbledore, ou que mesquinho obstáculos ele tentou colocar em meu caminho! Eu os esmaguei como esmaguei sua mãe, o pretenso grande amor de Snape! Ah, mas tudo isso faz sentido, Potter, e de modos que você não compreende!

   "Dumbledore tentou me impedir de possuir a Varinha das Varinhas! Queria que Snape fosse o verdadeiro senhor da varinha! Mas passei à sua frente, garotinho: cheguei à varinha antes que você pudesse pôr as mãos nela, compreendi a verdade antes que você percebesse. Matei Severus Snape há três horas, e a Varinha das Varinhas, a Varinha da Morte, a Varinha do Destino é realmente minha! O último plano de Dumbledore falhou, Harry Potter!"

   —É falhou. Você tem razão. Mas antes de você tentar me matar, eu o aconselharia a pensar no que fez... Pensar, e tentar sentir algum remorso, Riddle...

   —Que é isso?

   De tudo que Harry lhe dissera, acima de qualquer revelação ou zombaria, nada chocara tanto Voldemort. Harry viu suas pupilas se contraírem até virarem finos traços, viu a pele em torno dos seus olhos embranquecer.

   —É a sua última chance — continuou o garoto —, e é só o que lhe resta... Vi em que se transformará se não aproveitá-la... Seja homem... Tente sentir algum remorso...

   —Você ousa...

   —Ouso, sim, porque o último plano de Dumbledore não saiu às avessas para mim. Saiu às avessas para você, Riddle.

   A mão de Voldemort estava tremendo em torno da Varinha das Varinhas e Harry apertou a de Draco com força. O momento, ele sabia, estava apenas a segundos de distância.

   —A varinha não está funcionando corretamente para você, por que você matou a pessoa errada. Severo Snape jamais foi o verdadeiro senhor da Varinha das Varinhas. Ele jamais derrotou Dumbledore.

   —Ele matou...

   —Você não está prestando atenção? Snape nunca derrotou Dumbledore! A morte de Dumbledore foi planejada pelos dois! Dumbledore pretendia morrer sem ser derrotado, o último e verdadeiro senhor da varinha! Tudo correu conforme ele planejou, o poder da varinha morreria com ele, porque jamais foi arrebatada de suas mãos!

   —Mas, então, Potter, Dumbledore praticamente me entregou a varinha! — A voz de Voldemort tremeu de prazer. — Roubei a varinha do túmulo do seu último senhor! Retirei-a, contrariando o desejo do seu último senhor! O seu poder é meu!

   —Você ainda não entendeu, não é, Riddle! Possuir a varinha não é o suficiente! Empunhá-la, usá-la, não a torna realmente sua. Você não escutou o que Olivaras disse? A varinha escolhe o bruxo... A Varinha das Varinhas reconheceu um novo senhor antes de Dumbledore morrer, alguém que jamais tinha posto a mão nela. O novo senhor tirou a varinha de Dumbledore contra sua vontade, sem perceber exatamente o que tinha feito, ou que a varinha mais perigosa do mundo lhe dedicara a sua fidelidade...

   O peito de Voldemort subia e descia rapidamente, e Harry sentiu a maldição a caminho, sentiu-a crescer no cerne da varinha apontada para o seu rosto.

   —O verdadeiro senhor da Varinha das Varinhas era Draco Malfoy.

 Absoluto aturdimento surgiu no rosto de Voldemort por um momento, mas logo desapareceu.

   —Que diferença faz? — perguntou, brandamente. — Mesmo que você tenha razão, Potter, não faz a menor diferença para você nem para mim. Você não possui mais a varinha de fênix: duelaremos apenas com a perícia... E depois de tê-lo matado, posso cuidar de Draco Malfoy...

   —Mas é tarde de mais. Você perdeu sua chance. Cheguei primeiro. Subjuguei Draco faz semanas. Arrebatei a varinha dele.

   Harry girou a varinha de pilriteiro e sentiu convergirem sobre ela todos os olhares no salão.

   —Então, a questão se resume nisso, não é? — sussurrou Harry. — Será que a varinha em sua mão sabe que seu último senhor foi desarmado? Porque se sabe... Eu sou o verdadeiro senhor da Varinha das Varinhas.

   Harry ouviu o grito agudo de Voldemort quando ele próprio berrou sua grande esperança para o céu, apontando a varinha de Draco:

   —Avada Kedavra!

   —Expeliarmus!

   O estampido foi o de um tiro de canhão e as chamas douradas que jorraram entre as duas, no centro absoluto do círculo que eles tinham descrito, marcaram o ponto em que os feitiços colidiram. Harry viu o jato verde da maldição de Voldemort ir de encontro ao seu próprio feitiço, viu a Varinha das Varinhas voar para o alto, escura contra o nascente, girar pelo céu encantado como a cabeça de Nagini, girar pelo ar em direção ao senhor que se recusava a matar e que viera, enfim, tomar legitimamente posse dela. E Harry, com a habilidade infalível de um apanhador, agarrou a varinha com a mão livre ao mesmo tempo em que Voldemort caía para trás de braços abertos, as pupilas ofídicas dos olhos vermelhos virando para dentro. Tom Riddle bateu no chão com uma finalidade terrena, seu corpo fraco e encolhido, as mãos brancas vazias, o rosto de cobra apático e inconsciente. Voldemort estava morto, atingindo pelo ricochete de sua própria maldição, e Harry ficou parado com as duas varinhas na mão, contemplado o invólucro do seu inimigo.

 

Y~Y

 

   A Batalha tinha acabado há pouco tempo e no meio da confusão Hermione saiu pela lateral do castelo com o professor de poções.

   —O que você vai fazer agora? — ela perguntou tentando esconder toda a tristeza que sentia por ter que deixá-lo ir.

   —Eu me viro. — ele respondeu desaparatando em seguida.

   —Educação mando lembranças... — ela falou irônica e ressentida ao mesmo tempo, ela então voltou para dentro do castelo e para junto de seus amigos.

 

   Flashback off.

 

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Notas finais do capítulo

(NA)

Sanguini Reportaton => serve para repor o sangue.
Vitan Reporton => serve para repor a forca da pessoa.
Expulsian Venato => serve para fazer o veneno ser expelido.
Todos esses foram criação minha.

Até onde tem esse número => (¹) eu copiei do livro “Harry Potter e as Relíquias da Morte”, depois eu usei minha imaginação.
Até onde tem esse número => (²) eu usei minha imaginação,depois eu copiei do livro “Harry Potter e as Relíquias da Morte”.
Y~Y => significa passagem de tempo.

A maior parte do capitulo eu copiei do livro só fiz algumas modificações para se adaptar a história...