Minha fraqueza me levou ao sofrimento, nenhuma corda seria grande o suficiente para me resgatar do abismo no qual mergulhei.

Era frio e escuro, apenas notava vozes e vestígios de uma existência. As trevas levaram meus olhos, o silêncio roubou meus ouvidos e por fim a solidão se apossou do resto.

Agonia e tristeza dominavam meu corpo, sucumbi à desgraça. O tempo avançava mas tudo se mantinha igual, até que então o sofrimento começara a se dissipar. Foi o momento em que me conheci de várias maneiras, brincava com meus pensamentos e tinha boas lembranças. Completamente aleatório e sem sentido algum, mas aquela sensação era ótima.

Fui atingido com tanta força, me pareceu que seria partido ao meio, um questionamento invadiu minha mente, uma pergunta que intrigara minhas idéias. Afinal, por que continuava ali? Com o passar de tantos dias e noites o motivo já havia se perdido e nada mais importava.

Começou minha escalada de volta à realidade, uma subida íngreme e desafiadora. Chegando ao topo fui novamente ofuscado pela luz do mundo e ensurdecido pelos barulhos da sociedade, me vi desesperado mais uma vez.

Bastava retornar um passo, uma rápida queda levaria ao buraco pelo qual me apeguei, cômodo e escuro, longe dos olhos do homem. Mas talvez a reclusão não fosse a resposta, algo mais deveria existir.

Hesitante eu segui em frente, olhei para trás e vi, o abismo desaparecera e junto meus medos.