Lápis: - Você conserta meus erros.

Borracha: - Faço com prazer!

Lápis: - E me dá segundas chances.

Borracha: - Faço com prazer!

Lápis: - Qual é o motivo?

Borracha: - Jura que não sabe?

Lápis: - Não perguntaria se soubesse.

Borracha: - Nesse caso não vou dizer.

Lápis: - Que mudança repentina a sua!

Borracha: - Tenho meus motivos!

Lápis: - Conte-me, por favor.

Borracha: - Seria em vão.

Lápis: - Me dê uma chance.

Borracha: - Não devo.

Lápis: - Vou-me embora.

Borracha: - Espere... Eu te amo!

Lápis: - O quê? Como?

Borracha: - Eu disse que seria em vão, adeus!

Lápis: - Não vá! Como sabe que me ama?

Borracha: - Apenas sei, completo sua existência.

Lápis: - Realmente acredita nisso?

Borracha: - Sim, e você?

Lápis: - Por que pergunta?

Borracha: - Tenho esperança...

Lápis: - Sim, eu acredito!

Impreciso com as palavras

Guiado pela imaginação

Retrato o que sinto, o que penso

Com certa indignação

Pessoas me dizem e levam a crer

O que sou e como deveria ser

Numa busca árdua e maçante

Procuro o que realmente é importante

Indagado a seguir meu caminho

Só me entristeço por percorrê-lo sozinho

Ser de alma verdejante

Empreste-me um instante

Declaro aqui meus préstimos

Sou culpado, sou humano

Tenha certeza, não me engano

Manipulo, influencio e destruo

Nascido da ambição

Um passo em falso leva a distorção

O que posso fazer?

Não me condene sou assim

Fui criado para ser ruim

Deixo aqui meu perdão

Por tudo, por sua degradação

à Natureza, assinado Sr. Ganância