Um Cego Amor escrita por mary wendy


Capítulo 1
1 - Gota de Sangue


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic, então me ajudem vlw.



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Frente a frente com seu pior inimigo, aquele q sempre lhe falava a verdade,  verdade que Bela conhecia muito e bem e que nunca a abandonava.

Ainda com a escova na mão, lá estava ela o encarando e ele refletindo os olhos  da garota,de um lado olhos molhados, e do outro olhos gelados e impiedosos.

-- Feia!

Bela  segorou um soluço.

-- Gorda!

Uma lagrima foi se formando no canto dos olhos.

-- O que é isso no seu rosto? Uma rosa!

— Cale a boca... por favor...

Já mais grossa, a lágrima  escorreu pelo rosto de Bela.

— Sabe que essa  rosa vai  ficar amarela? Amarela e grande... A  lágrima penetrou-lhe pelos

lábios e  Bela  reconheceu aquele gosto salgado,  tão comum e  tão amargo em momentos como

aquele.

— Por favor... me deixe em paz...

— Você vai espremer a rosa amarela. O seu nariz vai inchar... Os lábios de Bela apertaram e, molhados,  sem  palavras. Aquela  garota  que  sempre  tinha  resposta  para  tudo,  sempre  uma gozação  na  hora  certa,  uma  tirada  de  gênio  que  deixava  qualquer  provocador  sem  graça,  não sabia o que dizer quando seu grande  inimigo apontava sadicamente cada ponto fraco que havia para apontar.

—... e você vai ter vergonha de voltar às aulas na semana que vem...

— Cale a boca!

A raiva foi tanta que a escova de cabelo voou com força, acertando o inimigo em cheio, bem na cara.

— Bela! Venha cá. Morreu aí no banheiro, é?

A voz penetrou-lhe os ouvidos como uma campainha de despertador. A voz irritante do pai.

Estridente como uma campainha. Devia  estar estressado, é claro. Na certa ia reclamar de alguma coisa, queixar-se de...

O  combate  com  o  inimigo  estava  suspenso,  por  hora.  Bela sacudiu  a  cabeça,  como  se despertasse, e esfregou o rosto, apagando as marcas da luta.

Uma última olhada para o inimigo. Ele a olhou de volta, agora com uma rachadura de alto a baixo.

"Sete anos de azar!", pensou Bela.  "Ah, o que são sete, para quem já viveu dezessete dos anos mais azarados do mundo?''

—Bela! — ainda mais irritado, a voz de seu pai invadiu o banheiro. — Não me ouviu chamar?

"Dezessete anos de azar!" ainda pensava a menina ao abrir a porta.  "Será que a meu pai quebrou dois espelhos quando eu nasci?"

                                                      ***

— Você sabe que eu chego cansado do trabalho, Bela. Você devia...

— Está bem, pai. O que você quer?

—Sua tia Esme acabou de telefonar. È o aniversário do Edward e ela faz questão que

você vá.

—Edward? Que Edward?

— O seu primo, ora. Não se lembra de Edward? Vocês brincavam tanto...

— Ah, pai! Isso já faz um século...

— É, faz tempo mesmo. Também, Esme foi casar-se com um  homem que não pára em nenhum  lugar! Não sei o que tanto tem aquele sujeito de mudar-se de cidade. Mas parece que desta  vez  vai  sossegar.  Ele está bem de vida, agora.  Montou uma casa que é uma beleza.

Esme vai fazer uma festa para o Edward o que...

— Que droga! Aniversário de um primo que eu nem conheço!

—Claro que você o conhece, ele já vai fazer dezoito anos, Bela.

— Eu não quero ir.

— Não discuta Bela. Estou muito cansado...

                                                       ***

— É claro que eu vou! — concordou Jessica, do outro  lado da  linha. — As férias estão no fim mesmo, e os programas andam raros. Acho até gozado: sempre sou eu quem tem de arrastar você para alguma festa. Você sempre arranja uma desculpa, tem sempre que estudar...

— Acontece que eu não quero ir sozinha, Jessica — desculpou-se Bela, como se estivesse convidando a amiga para uma sessão de tortura. — Meu pai exige que eu vá. É o aniversário do Edward, um primo que eu não vejo há anos. Dizem que sempre foi o melhor aluno da classe.

Um chato! E o pior é que ele foi transferido para o nosso colégio. A partir de segunda-feira vou ter de conviver com o chatinho a vida  inteira. Faltam só dois dias... A festa deve ser tão chata quanto ele. A gente fica só um pouquinho e...

— Já disse que vou, Bela. Uma festa é uma festa. E esta não deve ser mais chata do que as outras...

                                                       ***

Lá estava ele de novo. O inimigo, agora rachado de cima a baixo, dizendo para Bela que ela

ficava medonha com aquela blusa, que seu cabelo estava um  lixo, que todo mundo  ia rir dela na festa...

— Todos riem, não é? Só que eu nunca dou tempo para que riam de mim. Eles têm de rir do que eu digo. Têm de rir comigo, na hora que eu quero que eles riam. Todo mundo ri do que eu digo,  não  é?  Bela, a  grande  gozadora!  Bela, a contadora de casos. Vamos, riam todos com Bela!

Levemente, seus dedos tocaram a face fria do inimigo, bem na rachadura. tateando como um cego que procura reconhecer alguém.

— Todos riem... Mas eu não queria tantos risos. Eu queria um sorriso apenas. Um só. Queria estar quieta e ver alguém aproximar-se, olhando nos meus olhos... sorrindo... Eu sorriria de volta, e nada mais precisaria ser dito...

Bela deixou as lágrimas correrem fartas pelo rosto. Foi aí que o inimigo resolveu feri-la mais fundo e cortou-lhe o dedo com a borda da rachadura. Num gesto espontâneo, a menina levou o  dedo  à  boca,  chupando  o  ferimento. Na rachadura, no peito do inimigo, ficou uma gota de sangue.

O dedo não doía quase nada.

Era ali que doía. 

 


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Notas finais do capítulo

gente pra me dar motivações eu porto o proximo cap depois de 3 comentarios. Bjox da Mary



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