Não tenho muito para que falar... Mas, vou dizer do mesmo jeito, então, prestem atenção.

Eu passei os anos da minha vida pegando gatinhas, curtindo festas e sendo um James Bond da vida... Ou seja, eu era o espião e sempre tinha uma missão para cumprir.

Sam sempre me mandava vigiar Seth.

Quando eu estava voltando da escola, vi que Sam me aguardava perto de uma árvore.

- E aí, Sammy? Tudo bem? – perguntei, descontraído.

- Sammy? Você anda assistindo muito supernatural... Bom, sim, eu estou bem e você? Como anda?

- Bem, também.

- Novidades?

- Nem... E você?

- Eu tenho uma... Para ser mais especifico, tenho uma missão para você.

Ao ouvi-lo, logo fiquei ansioso. Eu adorava minhas missões, desde que eu tinha crescido mais do que Paul, quase da mesma altura de Sam, ele sempre me mandava em missões perigosas... Pura emoção!

- Qual? – perguntei.

- Você terá que vigiar Seth para mim.

- O que?

- Isso mesmo que você ouviu.

- Mas...

- Depois que voltou da faculdade, o garoto anda muito rebelde, ou seja, quero que o vigie para que eu o controle.

- Sam, ele tem a vida dele. Eu não posso vigia-lo, por causa de um desentendimento de você dois!

- Eu não estou pedindo garoto, eu estou ordenando!

Depois daquela, o que mais eu poderia fazer além de obedecer?

Eu vigiava Seth e era sempre a mesma coisa. Ele trabalhando como louco ou namorando a sua secretária... Um tédio!

Depois que Sam cansou-se de ouvir sempre as mesmas coisas, cansou-se e me liberou... Para uma outra missão.

Jacob, por intermédio de Sam, ordenou-me que vigiasse aquela híbrida, pelo qual apaixonou-se por causa de um imprint, enquanto ela estivesse com Nahuel.

- É isso aí, Brady! Você terá que vigiar a minha futura esposa, enquanto ela estiver com Nahuel... Aquele cara desprezível! – explicou Jacob.

- Você não confia na sua mulher, Jacob? – zombei.

- Confio, mas que me garantir.

- Certo...

Eu vigiei os monstros e, como era com Seth, era um tédio, ou seja, nada acontecia... Nada quente... Nenhuma cena proibida para menores de 18 anos... Uma luta... Nada!

Depois que Nahuel foi embora, e não tinha mais nada para ser vigiado, minha vida continuou normalmente... Uma plano ali, outro aqui, mas nada demais... Bem, isso até Leah ter seus filhos e incluir-me em seu plano diabólico...

Quando eu estava em uma lanchonete, paquerando uma morena de olhos verdes, Leah apareceu, sentou-se na mesa em que eu estava e começou a conversar comigo.

- Olá, Brady! - disse Leah.

- Oi, Leah! – disse eu, de boca cheia.

Leah revirou os olhos, mas continuou a conversa.

- Como anda a sua vida, garoto? – perguntou ela.

- Boa e a sua?

- Ótima.

Eu olhei para a mesa da garota e vi que ela não estava mais lá. Que pena..., pensei.

- Novidades? – perguntou Leah.

- Só o de sempre... Muitas garotas, ciúmes da parte delas e um monte de corações partidos... E você?

- Só alguns planos em andamento.

- Planos?

- Sim, era exatamente onde eu queria chegar. Bem, você terá que fazer exatamente o que eu disser, ok?

- Sim.

- O plano é o seguinte... Você terá que aproximar meus filhos com os de Sam.

- E porque eu faria isso?

- Porque eu estou mandando, e você me deve muitos favores para não faze-lo. Lembra aquela loura, a filha da minha tia? Quem foi que fez esquema para vocês dois ficarem juntos?

- Você, mas...

- Isso prova que você precisa me ajudar.

- Mas, porque isso?

- Porque eu tenho um grande plano.

- E qual seria ele?

- Você saberá quando for a hora certa.

- Mas...

- Vai me ajudar, certo?

- Sim...

- Perfeito! – disse Leah, satisfeita.

Eu fiz o que ela mandou, o que quer dizer que, toda dia eu dava um jeito para eles brincarem próximos um do outro, mas, quando eles se tornaram adolescentes, e os filhos de Sam já tinham tido imprint pelos de Leah, o plano mudou.

- Você terá que ajudar minha filha, Amandy, a ficar com Collin.

- Mas, Samuel...

- Eu sei, eu sei! Samuel, aquele lobinho, teve seu imprint com minha filha! Mas, acontece que ela não o quer, ou seja, você precisa me ajudar a juntá-la com Collin, que é o cara que ela ama e, o melhor, ele, também, a ama.

- Hã...

- Nada de "hã"! Preciso lembra-lo dos esquemas...

- Não, não precisa.

- Então, estamos conversados!

Eu fiz o que ela me mandou, afinal de contas, ela era, com toda a certeza que eu tinha, a mulher mais persuasiva que eu já conhecera.

Eu sempre dava um jeito de colocar Amandy e Collin no mesmo lugar. Fosse em uma festa ou em um funeral, eles ficavam sempre juntos. Eu ajudei Amandy a ir cara a casa de Collin muitas vezes e, é claro, nas vezes em que ela entrou no quarto dele à noite. Até mesmo a fuga dos dois pombinhos eu tive que arquitetar.

Só depois disso que me dei conta da maldade por trás de tudo... Leah queria destroir o pobre Samuel... Queria que ele sentisse o mesmo sentimento de abandono que ela sentiu que o pai dele a fez sentir... Senti-me culpado com isso.

Aye, o filho de Leah, abandonou Kali, a filha de Emily. Nesta parte, ela não teve minha ajuda... Mas isso não fez com que eu me sentisse mesmo culpado.

Eu fiquei infeliz por muito tempo... Até eu conhecer a filha de Jared, ter meu imprint e casar-me com ela.

- Você me salvou, Michele... – disse eu, abraçando Michele.

Estávamos na nossa lua de mel... Tudo maravilhosamente bem.

- Salvei? – perguntou Michele.

- Sim, você salvou.

- De que?

- Da culpa... A culpa por ser cúmplice de tantas tramóias...

- Que...

Eu não dei tempo de ela terminar a pergunta, então, a calei com um beijo... Eu não queria que ela visse a pessoa terrível que eu tinha sido.

Michele... A minha salvação.

Eu jamais magoaria aquela mulher, jamais daria motivos para ela se envergonhar de mim, quer dizer, mais motivos.

Viveria minha vida sem ser cúmplice de mais nenhum plano diabólico... Aquele maldito plano fora o último.

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