Dos Contos Perversos de Lilith (Harry Potter)

Nem ele mesmo sabia exatamente por que estava ali, sentado num dos cantos do salão comunal da Sonserina, apenas observando.

Praticamente todos os estudantes daquela casa estavam lá reunidos, e como de costume Malfoi era o centro das atenções. Provavelmente o pai dele tinha dado mais alguns “presentinhos” para o time de quadribol...

A idéia de entrar para um time, comprando uma vaga lhe era repugnante. Não era por ser tão habilidoso como jogador, nem por ter sido o mais novo apanhador do século. Não era nada disso. Só não entendia por que Draco tinha que fazer tudo do jeito mais fácil e errado. Parecia até que queria apenas contrariá-lo. Era tão irritante!

Mas... Então, por que estava ali? Se Malfoi lhe era tão desprezível, por que saira de sua própria casa escondido sob sua capa de invisibilidade, para entrar as escondidas no salão comunal da Sonserina?? Ah, sim, queria descobrir o que o louro estava aprontado, já que tinha a ver com Valdemort

Enquanto pensava naquelas coisas, Harry esbarrou por acidente em uma mesa, derrubando uma esfera de cristal, que se estraçalhou no chão. Todos no local calaram-se, olhando surpresos para o local onde estava (Lilith- na verdade, olhavam para os caquinhos no chão).

O moreno prendeu a respiração. Malfoi olhou em sua direção e sorriu. Poderia não tê-lo visto, mas com certeza sabia de sua presença. Mas por sorte, apenas ele tinha conhecimento da capa de Harry, de modo que todos os outros alunos voltaram a fazer o que quer que estivessem fazendo, despreocupadamente, achando que a queda do globo nada mais fora que mero acaso.

(...)

Já era meia noite e quase todos os alunos tinham ido dormir. O salão comunal estava quase deserto. Isso estava deixando o bruxo da cicatriz aflito, pois sabia que Malfoi o tinha notado, e como ninguém abriu a porta, não teve com sair de lá sem chamar atenção.

Depois de um tempo, para o completo desespero de Harry, os últimos ocupantes da sala se retiraram, indo para seus respectivos dormitórios. Ou quase todos. Draco continuava lá. O louro ficou sentado em silêncio alguns minutos, até ter certeza que não tivesse ninguém mais que pudesse ouvi-lo.

− Ainda está aí, não está, Potter?− Perguntou sinicamente, em voz baixa. Mas Harry o ouviu perfeitamente, por estar tudo incomodamente silencioso. – Não precisa fingir-se de morto. – Disse, levantado-se. – Eu sei que está aí.− Sorriu sínico, aproximando-se mais de onde estava o moreno− Se não disser algo, vou te denunciar ao Snape....

Não que a ameaça o tivesse intimidado, mas Harry ofendeu-se com a idéia de ser entregue como uma criança.

− Nobre como sempre, Malfoi. – Desafiou, puxando a capa e encarando o louro.

− Olha só que esta falando, o Potter bisbilhoteiro. Pelo visto, quebrar seu nariz no trem não foi o suficiente para te ensinar a não se meter com o que não da sua conta, não é?− Riu sarcasticamente.

− Se não tem nada de útil a acrescentar...− Harry disse rangendo os dentes. Mas sabia que era verdade. Essa foi a segunda vez que era “pego” por Malfoi.

Virou-se indo em direção a saída, mas foi atingido por um feitiço paralisante qualquer. Caiu no chão consciente, porém imobilizado.  Pensou que o louro iria torturá-lo e humilhá-lo um pouco antes de se livrar de vez dele.

Malfoi aproximou-se He Harry caído de bruços no chão e pegou sua capa, analisando-a. Num movimento rápido vestiu-a. O bruxo da cicatriz sentiu-se enfurecido com o ato do outro. Seria possível que Malfoi queria roubar sua capa de invisibilidade!? Não, não podia!! A capa era herança de seu pai, e tinha um grande valor sentimental. Estava preste a ter um colapso, quando o filho de Lucio descobriu-se, voltando a ficar visível.

− Muito interessante, Potter. E muito útil também.

Se pudesse falar, Harry teria dado a melhor resposta que já dera em sua vida. Mas ainda estava paralisado no chão. Draco abaixou-se, aproximando-se do moreno.

Harry prendeu a respiração, temendo o que estaria por vir. Com certeza o louro iria aproveitar sua imobilidade para torturá-lo...

− Já tenho uma boa noção de como puni-lo por invadir a Sonserina, Harry...

O moreno sentiu o sangue ferver com aquelas palavras ditas tão próximas a seu ouvido.

Só aí se deu conta do motivo que o levou a invadir as masmorras da Sonseria.

Tava na seca.

O louro então deitou-se sobre o outro, cobrindo-os com a capa. Dessa vez faria com que Harry não se levantasse por uma semana.... >BD