Ouvi batidas na porta da minha nova sala. Independente de quem poderia ser, eu não queria abrir por isso perguntei ainda sentada cadeira.

-Quem é?

Não obtive uma resposta em palavras, apenas mais alguns toques irritantes na porta da sala.

Levantei-me já quase sem paciência e fui abrir a maldita porta.

-Hãm... É você! –disse com sarcasmo olhando para quem estava parado esse tempo todo do lado de fora da minha sala.

-Oi - ele me disse com um sorriso nos lábios.

-Tchau! –disse puxando a porta e a batendo na cara dele.

Não demorou muito e as batidas insistentes voltaram a me tirar a paciência.

-O que você quer? –gritei com raiva da insistência desse garoto.

-Precisamos conversar! –ele respondeu.

Levantei-me e abri mais uma vez a porta.

-Seja breve, preciso terminar o meu serviço! –disse em tom autoritário.

-Você não tem mais um serviço!

-O que? –franzi o cenho.

-Você não tem mais um trabalho! Pelo que me parece você foi demitida! –ele se sentou em um dos sofás beges que tinha na sala.

-Do que você está falando garoto? –me sentei também para me garantir de que eu não teria um treco com a confirmação dessa noticia.

-Bom, o negocio é o seguinte: - ele se ajeitou no sofá e me olhou nos olhos. –Depois daquela entrevista que eu acho que você não esqueceu, a sua querida chefe ligou para o meu empresário dizendo que estava disposta a negociar.

-E dai? –perguntei aflita.

-E dai que agora você não trabalha mais aqui!

-Você arruinou a minha vida! –gritei com ele. –EU TE ODEIO!

-Eu não arruinei sua vida! Pelo contrário, sua mal agradecida, eu te salvei dessa vida que você leva!

-Você arruinou tudo! Você fez todos acreditarem que sentia algo por mim!

-Mas eu sinto! Você é bem bonita! –ele piscou para mim.

-Eu odeio você! Se eu pudesse, eu te bateria tanto que você iria perder esse rostinho ridículo que todas adoram! Nem o seu irmão iria te reconhecer mais, Tom Kaulitz!

-Se você quer, pode me bater! Não há problemas nenhum nisso para mim! –ele riu de mim.

-E tenho nojo de você!

-É melhor você não ter mais, porque agora você é a MINHA NAMORADA! –ele disse isso com todas as palavras.

Engoli em seco.

-Você está me dizendo que eu e você... –as palavras fugiram da minha língua. Ele só podia estar brincando.

-Somos namorados! –ele se levantou e foi em direção do bebedouro que tinha na minha sala. –Isso não vai ser tão ruim assim! Eu fico mais famoso e você mais odiada! Não é demais? –ele pegou um copo e o encheu com água.

-Eu me recuso a ter qualquer tipo de relação com alguém do seu nível!

-Você prefere ter relações com aquele idiota que não te realiza sexualmente? –ele me olhou de canto de olho.

-Não fala assim do Edu! Você não tem moral alguma para isso! –me levantei da cadeira e me aproximei dele.

-Edu? Isso é nome de gente? Porque me parece mais de cachorro! –ele riu do próprio comentário.

Não me contive e soquei o rosto dele. Com certeza o meu soco não tinha produzido o efeito que eu queria que produzisse.

-Você vai se arrepender de ter feito isso, Anne! –ele segurou meus braços com força e me aproximou do rosto dele.

-Me solta agora! –eu disse entre dente para ele.

-Se não o que? –ele me desafiou.

-Se ele eu grito e todos vão saber que você está me machucando!

-Você não vai ter tempo algum de gritar!

-Por que não?

Ele selou nossos lábios. Senti a língua dele pedir por espaço dentro da minha boca.

-Vejo que já estão se dando muito bem! –era a voz de Mandy. Ela tinha acabado de entrar no recinto e infelizmente, bem na hora que o Tom tinha me agarrado.

Ele me soltou e eu me afastei dele, apoiando uma das mãos na minha mesa.

-Temos algumas novidades por aqui, meus queridos! –um homem que eu não conhecia entrou na sala segurando uma prancheta em uma das mãos.