Paranormal escrita por Neru


Capítulo 3
Capítulo 3 - Tia Amélia


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo para vocês!



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Assim que saí do box, já com os cabelos penteados, roupa nova e com o rosto limpo, me sentia bem melhor, até parecia que meus olhos estavam mais claros, geralmente eles tem uma cor de mel, mas agora até parecia que eles eram verdes, o sabonete eu achei dentro do armário de toalhas, junto com o aromatizador de ambiente.

Assim que abri a porta do banheiro me senti perdida, subi as escadas com tanta pressa para tomar banho que nem notei qual o caminho que eu percorri. Eu me encontrava em um corredor longo, com paredes e chão de madeira, mesmo de manhã, só daria para se enxergar bem naquele corredor com a luz acesa. Encontrei a escada e fui me juntar aos meus pais na sala de jantar. Cheguei quando a Rosária colocava o lanche na mesa. De repente senti uma fome imensa, antes disso nem tinha percebido que estava faminta.

Na mesa tinha de tudo: café, leite, sucos, pão doce, doce de leite, manteiga fresca, queijo branco, e mais um monte de coisas deliciosas que se possa imaginar. Isso tudo só cabia na mesa porque ela era imensa e como tudo na casa, feita de madeira escura e com um vidro no centro. Enquanto comia, comecei a analisar a sala. Ela tinha uma janela grande que dava para o quintal dos fundos, com um gramado bem verde e, a distância, havia uma amoreira, anotei mentalmente ir lá de tarde. Nas paredes havia muitos quadros de paisagens e enfeites, o que volta a reforçar o meu pensamento de que Rosária é bem esforçada, porque para limpar aquilo tem que ter muita paciência e esforço.

Comi até não querer mais, eu não ia querer ver comida na minha frente por longas horas.

Depois do lanche, Rosaria nos indicou uma sala na qual poderíamos esperar a tia. Aquela sala levou a minha mãe ao delírio, as paredes laterais da sala eram cheias de livro em estantes. Eu fiquei pensando caso eu puxasse um livro, alguma porta secreta iria se abrir, igual aos filmes de terror. Mas a minha mãe comprovou que isso não iria ocorrer, pois assim que entrou na sala, saiu fuçando em todos os livros, e eu juro que se tivesse alguma anotação ou marcação naqueles livros a tia Amélia iria ter que fazer outras,pois a minha estava tão empolgada que não queria perder nem um minuto, então folheava os livros o mais depressa que conseguia. Ela não sossegava nem um minuto, nunca vi minha mãe tão acordada, nem quando falava de um projeto de decoração novo.

- Que foi Mady? Até parece que nunca percebeu que sua mãe é louca por livros.

Fiquei tão pasmada olhando minha doida mãe que fiquei parada em pé aonde eu entrei. Caminhei até uma poltrona perto da de meu pai e me esparramei, eu precisaria de um longo sonho de beleza.

- Eu sabia papai, - respondi- mas não sabia que esta loucura chegava á tanto.

- Você devia ver ela no tempo da faculdade. Pelo menos eu sabia o que dar a ela de aniversario e de comemoração de mês de namoro, era só olhar no jornal os livros mais lidos e comprar um para ela, ela sempre adorava.

- Pai, você nunca me contou como vocês se conheceram.

- Mas sua mãe já não te disse?

- Já, mas queria ver do seu ponto de vista, como Mauro sempre me dizia, para se comprovar algo tem que ter uma segunda opinião.

- Esse Mauro... Esta bem. – Ele deu um longo suspiro pensando como iria começar a contar.- A sua mãe sempre foi assim, linda. Eu estudava na mesma universidade que ela, só que em prédios diferentes. Eu a conheci, pois ela requeriu o meu serviço para divulgar a firma de desing de interiores que ela estava construindo com a amiga. A empresa estava bem no começo então não tinham muita clientela. Outro motivo para isso era que as duas ainda não tinham terminado a faculdade, e nem eu. Ela me contratou alegando que o meu serviço seria mais barato devido ao motivo de eu ainda não ter diploma. Esse foi o meu primeiro “emprego”. - Ele suspirou e olhou para a minha mãe, que ainda se encontrava revirando livros. – Depois desse meu “trabalho”, eu a convidei para sair e para minha surpresa ela aceitou. Nunca imaginei que um magrelo, alto e quatro-olhos, como eu, um dia iria sair com uma quase modelo e quem diria casar com uma.

- Quanto tempo vocês namoraram?

- Mais ou menos um ano, ficamos noivos mais seis meses e depois, quando terminamos a faculdade, nos casamos. - Terminou respirando profundamente de satisfação enquanto secava a minha mãe, era um olhar muito penetrante, eu achei melhor sair da sala antes que a coisa ficasse muito melosa, para não falar outra coisa.

            Como não tinha nenhum “guia” a vista, resolvi desbravar a casa sozinha. Eu me encontrava num corredor comprido, essa casa só tem corredor, não vou sair da cama para nada durante a noite.

            Resolvi investigar uma sala no terceiro, e último, andar, cuja porta estava somente encostada. Abri a porta vagarosamente, temendo qualquer ruído, me sentindo uma espiã de um filme, aonde a garota larga tudo, até o gato, para ficar com o prestigio.

O que eu vi me surpreendeu. O quarto era todo pintado de rosa claro, com uma janela grande na parede oposta, com cortinas brancas e suaves, tinha uma cama encostada junto a parede na qual havia a porta. O quarto era todo cheio de bonecas e porcelana das mais variadas cores e nacionalidades a única coisa que se diferenciava do resto era uma boneca de madeira tão linda, e estranha ao mesmo tempo, em cima da cama. Aproximei-me e a peguei no colo, mas percebi que tinha sido uma ma idéia, no momento que a ergui da cama, sua peruca caiu e foi parar debaixo da cama, me agachei esperando ver somente a peruca lá, mas havia varias caixas, o que será que tinha dentro delas?

- Senhorita Mady,o que esta fazendo?

 De susto, levantei a cabeça, bati-a na cama. Esfregando o hematoma, consegui me levantar.

- Oi tia, como vai? – Minhas bochechas ficaram vermelhas de vergonha de ter sido pega no flagra, a final de contas que tipo de espiã eu sou?

- Não se preocupe minha fofinha, você iria conhecer esse quarto mesmo. Ele era meu quando criança, bem pelo menos foi por dois anos, depois eu e meus pais e sua avó nos mudamos para São Paulo, mas eu não gostava de lá e resolvi voltar quando tinha 19 anos.

- Eu não sabia que essa era sua casa quando pequena.

- Essa casa passa de geração em geração, não se deixe enganar pela aparência, ela é muito velha, mas com os ajustes que estou fazendo ela vai ficar melhor. Venha vamos descer, estou doida para ver sua mãe.

- Ela está no andar de baixo, você não a viu?

- Rosaria tinha dito que te viu subir aqui, então vim ver o que minha investigadorazinha preferida estava fazendo.

- Faz tempo que eu não ouço isso.- Abracei-a e fomos para a biblioteca.

Todo mundo acha que os pais são doidos, mas nenhum deles vencem da minha mãe. Quando chegamos, meu pai segurava um atlas, a uns três metros de distancia minha mãe estava pronta para lançar um dardo, não deu tempo de perguntar, e ela acertou a mão do papai.

-Não sabia que o casamento de vocês andava tão ruim assim!

- Tia!!!!- minha mãe largou os outros dardos na mesinha do lado, e correu para abraçar a tia Amélia.

- O que vocês estavam fazendo? É só eu sair que vocês piram? – Falei segurando a mão do papai que tinha, por sorte, apenas um vermelhão de pancada.

- Tudo bem princesa, a ponta do dardo ta cega.

- Mas...

- Está mesmo, faz tempo que eu não jogo. Mady, a gaze está no armário da cozinha, pede para a Rosária pegar.


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Notas finais do capítulo

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