Lacuna Sangria escrita por Jacqueline Sampaio
Três dias naquela casa com um desconhecido. Três dias sem saber o que estava acontecendo fora daquelas paredes. A chuva torrencial não cessava. Bella olhava a negritude da noite associada ao frio e a chuva. Não se importava com o frio que castigava sua pele. Levou a mão ao pescoço, sentia sede, muita sede! Água não adiantava, nem a comida oferecida pelo desconhecido a saciava. Talvez fosse por que no primeiro dia não comeu. Decidiu comer bem pouco quando sentiu a sede atacá-la.
“Esta sede... Esta aversão à luz... No que transformei?” - Olhou fixamente para as mãos.
-Posso entrar? –A voz se anunciou sem bater a porta do quarto.
Bella: Já o fez. –Manteve os olhos fixos na escuridão da noite.
Edward: Trouxe comida. –O cheiro que Bella sentia da suposta comida era diferente. Edward colocou a bandeja em cima da cabeceira da cama.
Bella: Não tem cheiro de comida. –Olhou para a taça.
Edward: Isso é comida. Pelo menos para nós. –Bella olhou com desdém a taça, era sangue como constatou. Pegou a taça e a jogou longe. Edward manteve os olhos impassivos. –Você deve saber o que se tornou. Sabe do que precisa para que a sede que sente passe assim como sua fraqueza.
Bella: Quer mesmo que acredite que sou uma vampira? TOLICE!
Edward: Que provas espera receber? Já tem todos os sintomas!
Bella: Não sou o que diz. E... Pra ser franca... Nem sei mais quem sou. Talvez uma figura decadente que teme sair desta casa e descobrir que tudo o que a atormenta pelas noites era verdade, a morte de seus pais. Deixe-me só.
Edward ficou a observá-la, acentiu concordando em deixá-la. O cheiro do sangue no chão fez Bella levantar-se e ficar próximo do local onde o sangue havia caído. Ah, a vontade de sorver aquele sangue! Sentia sede e aquele néctar rubro parecia à solução. –Melhor ir embora.
Edward suspirou. Ela havia erguido um muro alto demais a sua volta, um muro intransponível. Ele não conseguiria se aproximar por alguns dias. Caminhou até a porta pegando a taça.
Bella: Espere... –Edward virou-se. Vislumbrou a figura decadente de Bella tremula e aparentemente perturbada. –Obrigada. –Ficou surpreso com o que ela havia dito. Saiu com um meio sorriso nos lábios.
...
As mesmas cenas grotescas aturdiam sua mente. Bella acordou ofegante. Enlouquecida usou suas garras quebrando uma cadeira próxima a cama.
Bella: MALDIÇÃO! –Levantou-se cambaleante, estava fraca. Abriu a veneziana, ainda era noite. Mesmo com trajes impróprios, Bella tomou uma atitude imprudente, saiu da casa que até então servia de abrigo para a mesma.
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