- Shou-chan ~ - aquela voz dócil e cínica chamando seu nome novamente.
Quando era convocado por aquele ser, ele gelava, nunca sabia o que a mente maluca do seu suposto chefe poderia inventar.

Seu plano estava em mente, daria tudo para ver Byakuran morto, até sua própria vida. Isso por que Shoichi se sentia culpado por ter condenado o futuro... mas será que era isso que ele realmente queria ? Aquele mesmo ser foi a coisa mais próxima de um amigo para ele. Então ser amigo é matar, trair ?...

Esses pensamentos irritavam o menor, mas eram inevitáveis, e sabia que ele era o verdadeiro culpado. Se não fosse tão estúpido, Byakuran agora poderia estar vivendo uma vida normal e feliz. Quando despertou o enorme poder dele, foi como arrancasse essa opção de uma vida normal, já que o poder pode facilmente subir a cabeça de alguém.

Ele era o grande culpado... Matar um... um... INOCENTE por culpa dele ? Shoichi não sabia mais o que fazer, queria que existisse um modo de consertar tudo, mas era tarde de mais.

- Shou-chan? Está ouvindo? - Falo com um tom de voz um pouco mais sério.

- Sim, perfeitamente Byakuran-san, descul... - Foi interrompido pela sua consciência novamente, assim dessa vez formaram-se grossas lágrimas nos olhos do menor, que agora pareciam duas esmeraldas brilhantes.

Tirando proveito da situação, o maior abre um grande sorriso, como se estivesse segurando uma risada.

- É verdade que... - Dá uma pausa enorme, e junto com ela muda drasticamente sua expressão facial, seu grande sorriso tinha se convertido numa expressão séria. Uma expressão terrivelmente assustadora, ao ponto de fazer seu subordinado se sentir como uma criança que fez algo errado aos pais. -...você realmente daria tudo para me ver morto ?

Pronto, acabou. Shoichi não conseguiu mais segurar o seu choro, caiu em prantos.

- Eu quero um resposta. - Fala com a mesma voz insistente e rígida.

- N...NÃO, EU NÃO POSSO MATAR QUEM AMO. - Gritou, não tinha acreditado no que tinha dito, foi como se as palavras escapassem do seu coração.

Logo após ouvir a resposta, Byakuran se dirigiu onde o menor estava e abraçou-o ainda chorando.

- É bom mesmo que seja assim - fala com cuidado perto do ouvido do menor - Não sei o que seria sem você...

Quando terminou a sua declaração, deu uma leve mordida na orelha dele, assim se afastando um pouco e finalizando o abraço com um pequeno beijo nos lábios do subordinado.

Logo após, saiu do cômodo, como se nada tivesse contecido, no seu típico jeito de sempre.