Lives escrita por Rella


Capítulo 35
Capítulo 34




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Capítulo 34

O tribunal com suas dependências cinza e intimidadores se encontrava apinhada de gente amontoada, fãs, curiosos, repórteres do tipo loucos por acidentes fatais, homicídios, famosos e claro, polêmicos. E nesse caso, em tais circunstâncias, aquele era espetacular.

A bancada do juiz ficava junto da parede do fundo, com uma bandeira americana por trás. À esquerda situava-se o recinto do júri, e no centro havia duas mesas, separadas por uma longa passagem larga, uma para a promotoria e outra para a defesa. Mais por trás, estavam os assentos amadeirados, já lotados de câmeras e flashs que batiam em Jackson e toda a sua família ao vê-los chegar; Peterson e seu advogado ao lado de seu tio; e Murray se posicionar em seu devido lugar. Dr. Willian, Honey e Kinsey também estavam presentes. Ocorreria então, a primeira audiência.

Das testemunhas, a primeira ouvida foi a Sra. Katherine Jackson:

- Na primeira vez em que a vi, ela me pareceu bem competente. Uma médica que realmente se preocupa com seus pacientes.

O promotor inquiriu:

- E ainda pensa assim, Sra. Jackson?

- Oh, bem... não sei o que dizer... Desde a última vez em que vi meu filho – desviou o olhar para Michael, bem trajado com seu terno e gravata -, no hospital, prestes a morrer... E-eu não sei mais o que pensar. – Baixou o olhar.

O segundo, foi o Sr. Joseph Jackson:

- Nunca fui com a cara dessa mulher, a mim ela não engana. Tudo bem que ela o possa ter salvado da primeira parada cardíaca, mas logo depois, aproveitou-se para seduzi-lo e então tentar matá-lo. Quem sabe eles – Sarah e Murray – não estão juntos? Devem ter trabalhado, e quando um ia sair ganhando, o outro resolveu sacanear...

Dr. Willian:

- Sarah é um exemplo como pessoa e profissional. Nunca encontrei uma mulher tão talentosa e habilidosa com as ferramentas nas mãos no momento de salvar vidas. Dos anos em quem ele se dedica a medicina, apenas um paciente não resistiu. Sarah Peterson é sinônimo de competência. Ela salvou o Sr. Michael diversas vezes. Uma até foi em sua residência. Eu sabia que não havia ninguém melhor para isso.


Sarah esboçou um sorriso em meio aos olhos tristes. Michael não deixava de olhá-la, comovido. Você sairá daqui, Sarah. Inocente.

Outros também foram ouvidos, entre eles estavam alguns funcionários do hospital e residentes. E para a surpresa de alguns, até antigos pacientes comparecem para contar sua versão.

A justiça parecia estar do lado de Sarah Peterson, até que...

- A ré já tentou proibir um procedimento cirúrgico de emergência em Sr. Jackson. Eu a vi ordenar isso ao Dr. Wallace, administrador do hospital. O médico responsável do procedimento era o Dr. Rodner.

Sarah não avistou quem falou. Correu os olhos pelo mar de gente a sua frente, fitando-a, uns com pena, outros com ódio. Era a enfermeira Louren. Desgraçada.

- Pode provar isso, enfermeira Louren?

- O hospital tem as gravações em fitas.

- Ótimo.

- Ele iria matá-lo! – Berrou Willian, se erguendo do assento, descontrolado. – Dr. Rodner é um incompetente! Ele possui o maior índice de mortalidade do Ucla! Não acreditem no que essa vaca diz! Não a ouçam! É uma invejosa, sempre quis estar no lugar de Sarah! Sempre, desde o primeiro dia no hospital ela fez com que Sarah... – Não conseguiu terminar. – Ela tem um caso com o Dr. Wallace! Eles estão furtando a farmácia e vendendo os medicamentos para fora.

O mar de cabeças fez um “Ohhh” em uníssono.

- Retirem-no daqui. – Ordenou o Juiz. – Não admito qualquer desrespeito em meu tribunal e na minha sessão.

Willian foi levado a forças para fora, se debatendo entre os gigantes fardados e pistolas presas no cinto da calça.
Kinsey sentiu a garganta coçar. Ela sabia muito mais. Estava hesitante em ouvir sua voz ecoar por aquelas quatro paredes e ser reproduzida logo após em jornais televisivos pelas câmeras. Kinsey se levantou. Tornou-se a atenção.

- Sarah não possui qualquer ligação com o furto de medicamentos do hospital.

- Não é uma testemunha, volte para o seu lugar. – Ordenou o promotor.

- Não. Eu preciso falar.

- Hum, então fale. – Permitiu o juiz, cansado. – Espero que ajude em algo.

Kinsey relatou o que vira nos últimos dias no hospital. Não havia provas, então não lhe deram importância.

A primeira audiência teve seu fim. E nas semanas subsequentes ocorreu a segunda e a terceira, sem grandes resultados. Sarah estava mais branca que o seu normal, mais cansada que antes quando trabalhava horas incessantes em cirurgias e cirurgias. Como um jogo da vida, agora tudo estava contra ela.
Michael a abraçou.

- Acalme-se.

- Sinto que esse será o nosso último abraço.

Michael lhe tocou os lábios com os dedos.

- Não quero que diga isso. Acredite em mim, tudo acabará bem. Quando eu for ouvido, todos irão se calar, e então você será inocentada.


Ela queria muito acreditar naquelas palavras, mas a cada dia estava mais difícil. As circunstâncias não permitiam.
Sarah namorou-lhe os olhos, e então o beijou, demoradamente, com medo de que esse fosse o último. Não perceberam, mas um flash brilhou naquele instante.


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