Lives escrita por Rella


Capítulo 26
Capítulo 25




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/85176/chapter/26

Capítulo 25

Sarah se permitiu olhar para aquele par de olhos dardejantes bem na sua frente; um sorriso lhe floresceu. Ele também sorriu. Continuaram a se fitar, e Sarah se aproximou vagarosamente de seus lábios, e tocou-os por um longo momento para sentir ao extremo aquela sensação que parecia dançar dentro de seu ser. Era algo novo, e não sabia muito bem o que se tratava, só tinha certeza que isso lhe avivava ainda mais, feito o ar que nesse momento lutava para consegui-lo. Frio na barriga.
Ela se distanciou para olhá-lo mais uma vez, e para sua surpresa, ele ainda permanecia de olhos fechados com um sorriso esboçado, parecendo ainda sentir aquele beijinho que lhe dera.

Jackson olhou-a, acariciou seu rosto e beijou-lhe a testa. O perfume. E desviou a boca para a de Sarah, lentamente, num beijo vagaroso, cálido, de sentimento, de desejo. Após, disse-a:

- Sarah, eu não quero ser rápido, e nem que pense o pior de mim, mas... – Se aproximou, deslizou os longos dedos para os fios loiros de Peterson e sussurrou junto ao ouvido dela: - Faça amor comigo essa noite?

Faça amor comigo essa noite? Faça amor comigo essa noite? Faça amor comigo essa noite?

Sarah não acreditava no que ouvira, a frase lhe correu mil vezes por segundo junto ao perceptível descompasso de respiração e palpitação. Ela deslizou as mãos para a gola de sua jaqueta, agarrou-a, e o trouxe de colarinho rente ao seu rosto quando ele se afastou. Sussurrou também junto ao ouvido:

- Não quero que pense que sou fácil.

Michael apertou o lábio inferior crente que vencera.

- Não pensarei.

E apertou-a contra seu corpo no instante em que deslizou a boca nos lábios de Peterson. Ela lhe puxou o lábio, e Jackson deixou escapar um leve gemido. Passeou em beijinhos úmidos pelo busto de Sarah, louco para lhe desfazer da veste branca.

- Michael! – Ofegava. - Michael! – Não entendia como ainda conseguia ter consciência diante dele. – Não acha arriscado ficarmos aqui? Alguém pode vir, ou até as crianças...

- Tem razão... venha comigo.



Trancou a porta. Olhou para a mulher com um suave rubro na face sentada em sua cama.

Linda.

Se achegou assaltando-a os lábios, sôfrego, ansioso, deitando-a em sua cama enquanto acariciava toda a extensão de sua cintura. Olhou-a, sorriu e beijou-lhe a face.

Iniciou pelos minúsculos botões da camiseta branca de Sarah, ela já não sabia onde mais buscar o ar. Olhou para Michael todo cuidadoso em libertá-los.

- Michael?

- Hum?

Agora com o decote aberto e o prenúncio do sutiã rendado, ele acariciou com os lábios a extensão visível dos seios firmes e cheios de Sarah. Ela não conteve em arquear o corpo para trás e suspirar. Ele sorriu.

Peterson sentiu as mãos grandes subirem por suas costas ao mesmo que a desfazia da camisa. Frente a frente, juntos, se despiram das primeiras peças. Quando Sarah o arrancou a camisa, Jackson lhe segurou o rosto e mais um beijo se deu início. Deitou sobre ela fazendo os dedos passearem pelo corpo feminino, tendo em mãos a pele macia e aveludada dos seios.

- Tem noção do quanto é linda?


Ela sentiu cada músculo do corpo magro de Michael se contrair contra o seu, definidos. Passava longe de um homem de cinqüenta e um anos. Isso só pode ser mentira!

Peterson desceu as mãos para o cós da calça preta, Michael suspirou indolente, deixando claro o que pensara. Olhou-a como se dissesse: “Siga em frente, não tenha medo”. Então Sarah o empurrou para a cama e sentou em suas pernas; ele tinha um olhar provocante. Agarrou o cinto e arrancou-o. Quando tocou o zíper, Michael se apoiou de cotovelos no colchão junto com um sorrisinho de canto. Puro charme.

- Vem aqui, Sarah.


Fez com que deitasse ao seu lado, e afagou seus os cabelos e rosto opalino. Contornou-lhe com o polegar os lábios doces, fitando-a.

- Quero que isso seja especial para nós.

Ela nada disse, apenas olhou-o.

- Entende? – Perguntou ele a espera de alguma resposta ao erguer uma sobrancelha.

- Só de estar com você já é especial, Michael. – Confessou ela.

Ele sorriu e apertou-lhe a cintura. Sussurrou:

- Me ame.




Sarah despertou com o toque desenfreado do celular. Meio zonza, apenas abriu os olhos e virou o corpo na extensa cama. Deparou-se com Michael a admirando acompanhado de um sorriso bobo.

Se pôs sentada num pulo.

- Não acredito que dormi aqui! – Quase gritou ao varrer o quarto com os olhos e esconder sua nudez com os lençóis.

O celular continuava com o seu som irritante. Michael deitou a cabeça nas mãos ao se acomodar no travesseiro.

- E qual o problema? – Indagou. – Aliás, já era tarde.

- Onde está meu celular?

Sarah se inclinou por cima de Michael tentando olhar o outro lado da cama. Nada.

- Sabe onde está minha bolsa?

Jackson se sentou, fitando-a.

- Bom dia, Sarah. Dormiu bem essa noite? – Ironizou, achando graça daquela agitação matutina de Peterson.

Sarah desanuviou a face.

- Me desculpe. Bom dia, Michael.

Ele a beijou na pontinha do nariz. Levantou-se revelando já vestido para um dia de trabalho, foi até a poltrona próxima a janela e pegou a bolsa de Peterson. Entregou-a.

Sarah a remexeu e ao encontrar o “barulhento” levou no exato instante ao ouvido.

- Susie?


Ela pareceu preocupada.

- Como assim não está em Nova Iorque?

Viu Michael a olhar e sentar ao seu lado, atento.

- E tio Ben?

Pausa. Susie possuía um timbre choroso.

- Me diga onde está que vou lhe buscar.

Momento após:

- Como assim não sabe onde está?

Ela olhou para Michael, que parecia querer saber o que estava ocorrendo.

- Procure alguma placa... Dê-me uma referência!

Sarah se levantou envolta do lençol a olhar para fora da janela, consultando o tempo.

- Ok. Não saia daí. Já estou indo.

- O que houve? – Perguntou ele, preocupado. – Quem é Susie?

Peterson agarrou suas roupas que estavam sobre a poltrona e olhou para Michael.

- Minha irmã. Ela se perdeu ao fugir do aeroporto. Me parece que ela está no centro da cidade agora.

- Fugir do aeroporto?

Ela o olhou de esguelha e deu um meio sorriso.

- É uma longa história.

- Adoro histórias.

- Mas essa você não gostaria de saber. Pode acreditar.

Jackson surgiu pelas costas, acarinhando sua cintura enquanto Sarah ajeitava a roupa para se vestir. Cheirou-lhe o pescoço e juntou os cabelos nas mãos tentando algo que parecia ser uma trança.

- Quer que eu mande alguém pra te acompanhar?

Ela se virou e pôs os braços em seus ombros largos. Olhou-o por um momento. Sorriu.

- Agradeço, mas não precisa.

Ele lhe achegou ao ouvido, sussurrando:

- A noite foi maravilhosa. – Comentou ele ao tirar das mãos de Peterson o nó que lhe segurava o tecido no corpo.

- O mesmo para você. – Sarah ergueu o lençol que escapava. – Mas agora eu realmente preciso ir. E ainda tenho pacientes hoje.

Michael inspirou e expirou com força se deixando cair sobre o colchão de tecidos amarrotados. Levou as mãos ao rosto e esfregou os olhos ao passo em que Sarah se metia no banheiro para se aprontar.

- Por que não se veste aqui? – Brincou Michael ainda deitado, tateando a calça social a procura de seu celular.

- Engraçadinho você, não é? – Retrucou Sarah do banheiro momento após ao ver o reflexo de Jackson apoiado no batente da porta, olhando-a de cima a baixo, com o lábio inferior apertado pelos dentes brancos.


- Não vejo porque ter vergonha de mim depois de ontem.

- Sabia que tinha sido fácil demais. Que imbecil!

- Pelo ao contrário, custou-me muito.

Sarah se viu arrepiar por inteira ao tentar encontrar o fecho do sutiã, quando Jackson se achegou e tocou-o.

- Primeiro ou segundo? – Perguntou ele ao olhá-la pelo vasto espelho.

Ela corou.

- Primeiro.

Fechou-o.


- Sim, senhor, a médica pelo jeito dormiu aqui. – Falou Morgan, baixinho. – Com Michael Jackson.

O automóvel de Sarah arrancou para fora da mansão de Holmby Hills.

- Placa: MSAJ-0942.


A ligação caiu.


- Sabe que tio Ben virá te buscar. – Falou Sarah ao deixar as malas no chão e rodar a chave na porta.

- Eu disse que não queria ir com ele! – Exclamou Susie ainda chorosa. – A minha sorte foi que o vôo atrasou demais ontem à tarde e o embarque ficou para hoje de manhãzinha. Consegui fugir.

Sarah olhou-a, incrédula, ante tamanha artimanha de Susie. Esperou que ela entrasse e trancou a porta.

- Não entendo porque não quer ir com ele. Lá é bem melhor que aqui. Tio Ben vive muito bem. Você continuará o seu curso numa boa universidade, fará amigos e... Ah, será bem melhor que aqui, Susie. Eu não tenho nem tempo para ficar com você!

Susie se jogou no sofá com os braços cruzados, amuada.

- Tia Meg é um saco! Tio Ben só sabe falar da morte de papai e da empresa dele, e em Rochester só tem gente chata! Quer que eu viva como ali?

Ela se pôs de joelhos em frente à Sarah.

- Ah, Peter, me deixe ficar com você. Eu prometo que não trarei mais problemas... Vou sempre te avisar aonde vou... Deixe-me ficar! Poxa, eu só tenho você com quem contar nessa vida!

- Não seja dramática, Susie. Vamos, levante-se! – Estendeu a mão à ela.- Ainda temos nossos tios. Deve ficar feliz por isso.

Susie entortou a boca diante de tal comentário.
- “Grande família” a nossa... “Unida”...

- Ok. Tudo bem! Por mim você pode ficar. Mas temos que conversar com tio Ben. Entendeu?

- Sim!

- Ótimo! Agora vá guardar suas malas! Estou indo trabalhar... – Sarah pendurou a bolsa no ombro e pegou as chaves do carro. – Quero que ligue para ele e avise que está aqui. Quando ele chegar, me avise.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lives" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.