Calor Humano escrita por Sparky


Capítulo 1
Calor Humano - OneShot


Notas iniciais do capítulo

PARABÉNS PARA TU, HANNAH-CHAN *----*



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- Vocês não vão a lugar nenhum.

Quem dizia essas palavras com a dureza de uma rocha era William, que acabara de surgir do corredor que daria em seu antigo quarto e no laboratório dos pais de Anabelle. O rapaz parecia indeciso, assustado, sem saber o que fazer; e a visão de Vincent ao lado da jovem caçadora, gravemente ferida no abdômen, intensificou mais ainda essa sensação.

- Ana? - ele chamou, hesitando em se aproximar; afinal de contas, a garota agora era sua inimiga.

- Will - começou ela, cambaleando em sua direção - Garanta que a Associação valha a pena, okay? - Uma de suas mãos pálidas e sanguentas tocou levemente o rosto do rapaz, deixando rastros vermelhos sobre sua pele. - Promete?

- Como...? - Aquilo apenas o deixou mais confuso. Por que um inimigo agiria daquela maneira? Diria aquelas coisas? Tocaria seu rosto de uma maneira tão carinhosa?

- Deixe-me ir, por favor - palavras frias, dolorosas.

- Ana, eu não posso - ele pressionou seu rosto contra a mão dela, sentindo o sangue sujar mais ainda sua face. Não queria perdê-la novamente.

Vincent apenas assistia a cena, sem demonstrar emoção alguma. Sem demonstrar o ciúme que sentia do ex-vampiro naquele momento. Viu Anabelle tentar se afastar, porém o jovem a seguiu. William estava de costas para uma das janelas, enquanto ela lutava para ficar de pé. Estava fraca. Não aguentaria por muito tempo. E logo, o único jeito de salvá-la seria...

- Você vai me deixar morrer? - ela indagou com sarcasmo, indicando a mão que sem sucesso tentava estancar o sangue jorrando do profundo corte.

- Ana, você sabe que não - William sussurrou, sôfrego.

- Então deixe-me ir; não quero te machucar - tocou seu rosto novamente - Por favor.

Um estrondo. Som de vidro grosso se estilhaçando. Anabelle arregalou os olhos; uma silhueta surgiu na janela atrás de William, com olhos rubros e longos caninos afiados e brilhantes. Stephen. Anabelle encarou-o por um milésimo de segundo, no qual teve a certeza de que ele estava ali para matar William. Para matar aquele que antes ocupava seu lugar como filho de Alexander e Isabella. A garota, ainda que temendo por sua própria vida, queria protegê-lo. Devia protegê-lo, mesmo estando naquele estado deplorável. Não importava de onde fosse tirar forças para isso.

- CUIDADO...! - gritou Vincent, sem ser capaz de fazer nada. Apenas testemunhou, estático, o outro vampiro partir, com o braço esticado e unhas que mais pareciam garras, para um fulminante ataque na direção do jovem humano - BELLE!

“Ora, Willy, se eu me esquecer de você e você se esquecer de mim, teremos de nos conhecer novamente. Se nós nos esquecermos, ninguém irá sofrer.”

E com essas palavras nos pensamentos, ela usou as últimas forças que lhe restavam para jogar William longe, tirando-o da área de ataque de Stephen, porém se tornando o alvo certeiro do golpe fatal do vampiro.

- BELLE!

A mão de Stephen atravessou o peito da garota como se ali não houvesse ossos nem músculos. Ela gritou de dor e cuspiu sangue, que atingiu o rosto do vampiro. William ainda se levantava, atordoado, e Vincent parecia paralisado de horror. Stephen congelou, com seu sorrisinho debochado se alargando, e cumprimentou com escárnio - Olá, caçadora!

Anabelle engasgou-se numa súbita falta de ar, e seus pulmões doeram mais do que o buraco que o vampiro de cabelos negros havia aberto em seu tórax. E logo em seguida sentiu um vazio verdadeiro no peito quando ele bruscamente retirou sua mão dali.

E em sua mão, completamente lambuzada com o sangue da humana, jazia o coração ainda pulsante Anabelle, que logo em seguida desabou, sem vida.

- BELLE! - urrou mais uma vez Vincent, saltando com uma expressão insana para cima do vampiro mais jovem. Este não foi rápido o suficiente para escapar de suas garras cheias de fúria e rancor. As mãos do ruivo se fecharam em volta do pescoço do rapaz, que ainda não tivera nem tempo de desmanchar seu sorriso de desdém - MALDITO! IREI ARRANCAR SUA CABEÇA COM MINHAS PRÓPRIAS MÃOS!

Palavras que cumpriu, poucos segundos depois.

William não conseguia se mover. Já havia visto muitas mortes durante sua vida como caçador, mas nunca nenhuma delas o afetara tanto. Anabelle estava morta. Morrera para salvá-lo. Estava morta. Seus olhos já haviam perdido a luz da vida. Sua cabeça tombara para o lado, e sangue escorria de sua boca. Ana. Sua Ana. Estava morta.

“- Eu sou a Anabelle, mas todo mundo me chama de Belle.

- Se todo mundo te chama de Belle, então vou te chamar de Ana. O que você acha?”

Sentiu uma pontada lancinante na lateral de sua cabeça, enquanto observava Vincent cair de joelhos ao lado da garota morta. De quem eram aquelas vozes? De onde vieram?

“- Porque seu cachorro de pelúcia se chama Senhor Gato?

- Ah! É porque ele é um cachorro muito gato; ou, pelo menos, foi isso que a minha mãe disse dele.”

Mais dor. Como se algo perfurasse suas têmporas. Uma das vozes ele reconheceu como sua própria, e a outra com certeza pertencia a uma criança. Mas que criança? Enquanto isso, o vampiro ainda tentava, de algum modo, reanimá-la. Mas era tarde demais.

- Ficou pronto. O antídoto... Finalmente está pronto.

- Isso é ótimo! William! Mas que maravilha!”

Ele não conseguia mais suportar aquela dor. Era horrível. Parecia que sua cabeça ia explodir. Antídoto? Estariam falando do composto que fazia vampiros voltarem a serem humanos? Ele levou as mãos à cabeça, incapaz de aguentar aquele martírio. A voz da criança havia desaparecido, e quem falava agora era... Anabelle?

- Seus pais disseram que eu irei me esquecer de tudo; será como se eu nascesse de novo, e isso quer dizer que...

- Vai se esquecer de mim.”

William gritou, como se isso pudesse de algum modo acabar com aquele sofrimento. Ele queria que parasse. Então gritou mais. O som atraiu a atenção de Vincent, que ainda tinha Anabelle em seus braços.

 “Então me faça esquecer de você.

- NÃO, ANA, NÃO! - ele urrou, quando sentiu suas memórias voltarem por completo, quando sentiu a dor que já se instalava em seu peito aumentar, quando sentiu que tudo poderia ter sido diferente...

O vampiro, que acomodara o cadáver da jovem num sofá que havia ali perto, voltou-se para William e seguiu em sua direção; seus passos faziam um ruído engraçado ao caminhar pelo chão coberto de sangue. Ele passou pelo corpo sem cabeça de Stephen e parou diante do rapaz, que ainda estava no chão. O moreno levantou o olhar e viu, com seus olhos cheios de lágrimas, que o ruivo também chorava. Porém as marcas úmidas que desciam de seus olhos eram escuras... Como sangue.

- Você... - o vampiro murmurou, num tom de voz muito baixo, antes de rapidamente agarrá-lo pela gola de sua camisa e levantá-lo bruscamente do chão - William... - ele bateu o humano contra a parede, arrancando deste um gemido de dor - Você... É culpa sua...

O rapaz viu nos olhos de seu agressor uma tristeza profunda, talvez ainda mais profunda do que a que ele próprio sentia naquele momento. Os rastros vermelhos em sua pele pálida faziam-no parecer ainda mais monstruoso do que o normal. Agora que se lembrava, Vincent não era apenas um vampiro desconhecido que fora responsável pela morte dos pais de Anabelle; ele era seu tio, o homem que traíra toda a sua raça para que ele tivesse a oportunidade de voltar a ser humano. Que o ajudara a fugir daquela corja que o transformara em um deles contra sua vontade. Não havia se acostumado por completo com essa idéia, e ainda o condenava por ter acabado com a vida de Ana, porém via-o ali... Naquele desespero... Naquela dor...

- Vincent... - ele começou, segurando o pulso do vampiro com as mãos. Logo sentiu seus pés deixarem o chão enquanto o homem o levantava mais ainda com sua força sobrenatural - Tio...

- Tio... - repetiu o ruivo, sem emoção nenhuma na voz, com o - Não venha me dizer que se lembrou... Não agora... Não agora que ela já está...

Vincent chocou-o mais uma vez contra a parede, fazendo-o perder o fôlego por um momento.

- Não fale... Como se fosse... Culpa minha... - ofegou, tentando fazer com que o vampiro o soltasse - Eu... Não tive... Escolha...

- CLARO QUE TEVE! - William mais uma vez sentiu suas costas baterem contra a superfície fria e dura - VOCÊ PODIA DITO ‘NÃO’ QUANDO LHE OFERECERAM O ANTÍDOTO! PODIA TER CONTINUADO COM SUA EXISTÊNCIA VAMPÍRICA!

Os dois ficaram em silêncio; o único som por perto era a respiração descompassada do jovem.

- Se você fosse um vampiro agora... Ela não precisaria salvar sua vida... Se você não tivesse fugido da sua família... Stephen não seria um vampiro... E ela ainda estaria viva...

- Mas foi você quem me levou até os Stevens! - interrompeu o moreno, se debatendo mais - Foi você quem disse que eu deveria lutar pela minha humanidade! E foi você quem matou os pais dela! A culpa disso tudo é sua!

- Cale a boca, William. Você não passa de um humano inútil agora.

Vincent baixou os olhos, escondendo-os de William sob seus cabelos ruivos.

- Mas você também não foi capaz de salvá-la.

O humano sentiu seus pés voltarem ao chão lentamente enquanto o ruivo o soltava. Este deu-lhe as costas, sem mais nem menos, como se não houvesse acabado de acusá-lo pela morte de Anabelle, e caminhou em direção ao sofá no qual repousara o corpo da mesma. O rapaz o seguiu, um pouco cambaleante, porém não conseguiu chegar muito perto. A visão de garota morta ainda era muito assustadora para ele. Vincent, pelo contrário, parecia não se incomodar tanto; ele levou seus dedos longos e brancos pela face dela, numa carícia terna.

- Ainda sinto o calor dela - ele comentou, mais uma vez sem deixar suas emoções aparecerem em sua voz - Mas logo estará tão fria quanto eu.

William sentiu um aperto no peito, enquanto pensava na época em que era vampiro. Ao lembrar-se dos toques quentes de Anabelle sobre sua pele fria, da sensação de seus lábios vivos sobre os seus, mortos... Mas depois que se tornara humano, não existia mais essa magia. Será que a relação dela com aquele homem à sua frente fora a mesma? Será que a dor que sentia naquele momento era compartilhada por seu tio?

O ruivo inclinou-se sobre ela e depositou um beijo em sua testa, logo depois unindo sua fronte à dela. Algo moveu-se dentro de William; seria ciúme?

- Eu perdi meus três amores - Vincent se afastou dela mais uma vez, voltando-se para o moreno ainda com o olhar baixo - Perdi todo o calor humano que podia sentir - Finalmente encarou o jovem, mas havia algo estranho em seus olhos; era intimidante, de algum modo, porém com um leve rastro de curiosidade e fascinação.

Os pelos da nuca de William se eriçaram antes do vampiro sumir de sua vista com aquela velocidade inumana e reaparecer com a face a um palmo da sua, em seguida empurrando-o novamente contra a parede; mas não de uma forma violenta, como fizera anteriormente. Ele o prendia com uma mão em seu pescoço, deixando-o receoso quanto a mover-se, porém não parecia inclinado a machucá-lo. Era estranho.

- Você, em contraposto, recebeu todo seu calor de volta - com a mão livre, ele tocou a bochecha esquerda do jovem, o que acarretou uma reação brusca por parte deste - E ainda teve a compaixão dos humanos - ele pressionou a pele do rapaz com uma de suas unhas afiadas até que a perfurasse, e então deslizou-a até um pouco antes do canto do olho, criando um corte não muito profundo; William gemeu - Seu sangue é vermelho, e não mais negro, como o meu. Você foi... Abençoado.

- Abençoado? Ana está morta. Como pode...

Ele então sentiu um arrepio que chegou até sua alma quando Vincent aproximou a boca sem cor de seu rosto e lambeu de um modo lascivo o sangue que escorria do corte. Um calor subiu por seu corpo todo, e suas pernas falharam por um momento. O vampiro voltou a tomar distância, ainda com a expressão séria, e encarou o ofegante William que se debatia assustado, sem entender.

- O que foi isso? - ele perguntou, com o coração disparado. Gotas de suor frio começaram a aparecer em sua testa; estava apavorado.

- Ora, não vá me dizer que se além de se tornar humano, tornou-se também um tolo? - retrucou o mais velho, com um sorriso sarcástico despontando nos lábios.

- Vai... Vai me matar e beber meu sangue?

- Eu não te mataria - ele voltou a ficar sério, franzindo um pouco as sobrancelhas - Não sabendo que ela morreu para que você vivesse.

O humano desviou o olhar, tentando evitar aquelas íris vermelho-escuras que o observavam com tanta voracidade. Se não pretendia matá-lo, o que estava querendo?

- Isabela estava destinada a Alexander - o ruivo disse, aparentemente mudando o assunto enquanto soltava o pescoço do jovem caçador e o segurava pelos ombros, sem deixar de encará-lo - Cecille estava destinada a John Stevens. E Belle estava destinada a você.

William permaneceu em silêncio, confuso; lembrava-se das coisas sem sentido que seu tio falava, e que na maioria das vezes era incapaz de acompanhar seu raciocínio. Desta vez não foi diferente. Vincent jamais abrira mão daquele jeito de falar e agir misterioso e incompreensível.

- Apesar de tudo que eu fiz, de tudo que eu lhe disse, ela nunca quis nada comigo - o jovem encolheu-se de novo ao ver que o ruivo se aproximava mais uma vez, principalmente porque ele não focava seu rosto, como da outra vez, e sim seu pescoço - Sabe por quê? - como não houve resposta, ele continuou - Por que ela te amava.

O moreno estacou; como se não bastasse a boca de um vampiro estar a poucos milímetros de seu pescoço, ainda escutava isso. Onde ele queria chegar com essas coisas?

- Se ela tivesse aceitado meu amor - Seus lábios roçaram de leve a pele do rapaz, que tremeu por inteiro com o contato - Eu poderia ter sentido seu calor mais uma vez. - William fechou os olhos com força, com medo do que viria a seguir - Mas não pude, por sua causa - Sua voz ia se tornando cada vez mais baixa e rouca, o que fazia o jovem ficar ainda mais receoso - O que fez para que ela se apaixonasse por você, William? - Suas mãos desceram para os braços do moreno, um pouco acima de seus cotovelos, e afundou o rosto em seu pescoço - Foi o seu cheiro? - ele aspirou com vontade a pele de William, que novamente se arrepiou, sem conseguir se mover - Foi o seu gosto? - e, para a surpresa do rapaz, beijou seu pescoço, assustando-o mais ainda e tirando-o de seu estado de transe.

- Está maluco? - inquiriu o caçador, empurrando-o para longe. Percebeu que seu coração batia forte, e que o suor em sua testa parecia ter se espalhado pelo corpo todo. Limpou o sangue de seu rosto com as costas da mão e tentou não encarar o homem à sua frente - Por que está fazendo isso? Falando essas coisas, tocando em mim desse jeito. Parece até que....

- Ah, já sei - interrompeu Vincent, segurando seu rosto com as duas mãos e chegando bem perto. William até quis se desvencilhar, mas ele estava tão próximo... Não conseguia se concentrar - Foi o seu beijo, não foi?

Todos os seus músculos se contraíram de tensão quando sentiu os lábios do vampiro cobrirem os seus. Eram frios, como mármore. Não era uma sensação de todo agradável, mas ainda assim ele não conseguia abandoná-la. Estava paralisado. Vincent novamente encostou-o a parede. Um beijo calmo, sem pressa. Quem o cessou foi o próprio vampiro, que sorriu diante da expressão de pavor do mais novo e de suas bochechas completamente coradas.

- Só com isso não dá para ter certeza, William.

E então beijou-o mais uma vez, com um pouco mais de voracidade. O moreno até fez um esforço para se livrar, tentando empurrá-lo pelo peito, mas Vincent segurou seus pulsos e prendeu-os contra a parede. Aprofundou o beijo, sua língua pedindo passagem por entre os lábios do jovem, que não demorou a se render. Sentiu o gosto metálico do próprio sangue que ficara na boca do vampiro enquanto a sua própria era explorada com volúpia. Seu rosto queimava, tamanha a vergonha que sentia. Estava beijando, não, estava sendo beijado por um homem. Por seu tio. E estava gostando.

Aquilo era errado.

- P... Pare... - implorou após interromper o beijo para recuperar o fôlego - Isso.. Não está... Certo...

- Não? - Vincent perguntou, sarcástico, divertindo-se com o estado do jovem - Você me privou da única oportunidade que eu tinha de ser amado, de sentir o calor. Eu não gosto quando tiram o que é meu por direito. Então você vai ter que pagar. Com o seu calor.

Apesar de serem ditas com um sorriso no rosto, aquelas palavras apavoraram até o íntimo de William. Tentou mover seus braços, mas a força do ruivo era inabalável. Não queria aquilo. Não queria ser o brinquedo de Vincent. Não sabia se aquilo seria apenas uma experiência singular ou se o vampiro pretendia levar isso por toda a eternidade. Não entendia como ele podia querer uma coisa dessas com Anabelle estando morta. Não entendia mais nada. Estava sozinho e com medo.

- Também tiraram de mim a única oportunidade que eu tinha de ser feliz - disse por fim, virando o olhar para Anabelle e sentindo as lágrimas voltarem - Ela não estava destinada a mim também; não estava destinada a ninguém. Eu também vou ficar sozinho no final, como você. Ana está morta. O Conselho está morto, e a Associação provavelmente ruirá como eles. Nada mais importa. Então faça o que quiser comigo.

Sentiu os dedos frios de Vincent segurarem seu queixo e forçarem seu rosto para que olhasse diretamente nos olhos dele.

- Tentando me comover, William? - murmurou o mais velho, com aquele sorriso irônico - Saiba que não terá sucesso. Jamais. Se algo de humano ainda vivia em mim... Morreu junto com Belle.

Um estrondo seguiu-se às palavras do vampiro, o que fez ambos voltarem à realidade. Uma invasão havia ocorrido, e era apenas questão de tempo até que os “reforços” chegassem. Tempo que já se fora. Três ou quatro caçadores irromperam pela porta à esquerda deles, gritando, insanos. Vincent rapidamente agarrou William pela cintura, colocou o corpo de Anabelle sobre seus ombros com o outro braço e saltou pela janela que Stephen quebrara, desnorteando completamente os caçadores.

Ao aterrissar suavemente do lado de fora, continuou correndo com sua velocidade vampírica e transpassou com facilidade os muros da Associação. Logo já estava longe demais para que fossem alcançados.

- Primeiro, vou providenciar um enterro descente a ela - ele disse, após colocar tanto o rapaz quanto Anabelle no chão - E agora tenho uma verdadeira razão para querer matar meu irmão, já que tanto você como Stephen são culpa dele, então é o que pretendo fazer.

William, caído, na entendeu direito o que ele queria dizer. Um pouco atordoado, foi puxado para cima pela gola da camisa e viu o vampiro aproximar a boca a seu pescoço. Então sentiu uma dor aguda, sentiu sua pele se rasgar sob os dentes do homem, que sorveu seu sangue com vontade.

- E você vai me acompanhar por toda a eternidade, William - completou, fazendo um corte profundo no lábio inferior com uma de suas garras e em seguida beijou o rapaz mais uma vez - Quem mandou ter sobrevivido?

Só espero que Anabelle não me odeie por isso.

Era o pensamento que ecoava na cabeça de ambos quando decidiram partir para essa nova aventura. Mas como já diziam há muito tempo, um dia é do caçador, o outro e da caça.

FIM?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado, Hannah-chan *---*
E também você, pessoa aleatória que leu *----*
Deixem um review, porfavorzinho.



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