Tem alguma coisa muito errada, mais muito errada mesmo. Tudo bem que o amigo dele tá com HIV mais o médico disse que ele está bem, que pegou uma virose ou alguma coisa assim mais vai ficar bem em um ou dois dias, pelo menos foi isso que Tom disse por que eu não entendo nem uma palavra do que o médico diz, ou do que qualquer outra pessoa disse, acho que encontrei uma coisa pra fazer quando voltarmos pra casa, um curso de inglês, especialmente com esses dois morando com agente, eu não quero passar os próximos meses olhando pra eles com cara de paisagem enquanto eles conversam. Mais esse não é o problema de fato, o problema é que depois de algum tempo que nós estamos no hospital o médico teve uma conversa com um ar de seriedade muito grande com Tom e Gustav, seriedade de mais pra dizer que o cara vai ter alta depois de amanha, depois Tom e Gustav trocaram um olhar muito significativo para em seguida Tom entrar em uma sala com o médico, e é lá que ele está faz vinte minutos, ele não me disse onde estava indo e nem o que ia fazer e isso não é comum, agora eu estou aqui sentado nessa sala de espera sem grassa e Gustav está me olhando com cara de quem quer dizer alguma coisa mais não consegue. Ele até parece ser um cara legal e parece simpatizar comigo, pelo menos é o que parece, ele está sempre sorrindo quando olha pra mim.

Depois de quase meia hora Tom voltou, ele parecia estar enjoado, disse alguma pro Gustav em inglês depois olhou pra mim com um olhar que eu não gostei mesmo de ver.

Tom: Nós precisamos conversar.

Parece que eu estou reaprendendo a ler as expressões dele.

Bill: Tem uma cafeteria no terceiro andar.

Ele segurou minha mão e nós fomos até o elevador, essa é a parte que eu mais gosto disso tudo entre nós, ele está sempre segurando minha mão.

O café está muito doce e o lugar cheira a remédio mais eu não estou realmente me importando com isso, parece que ele não sabe por onde começar.

Tom: Quando estávamos no Instituto Georg e Gustav eram os únicos amigos realmente próximos que eu tinha, nós passávamos a maior parte do tempo livre juntos. Uma noite Gustav conseguiu contrabandear uma garrafa de tequila, nós estávamos no meu quarto e Gustav saiu pra encontrar um garoto, nós estávamos muito bêbados e já fazia muito tempo que estávamos naquele lugar então....

Ele nem precisa continuar, está na cara o que aconteceu, mesmo assim que quero ouvir.

Tom: Eu e Georg acabamos passando a noite juntos, não foi nada de mais e nós concordamos que não ia acontecer outra vez assim que acordamos, nós sequer falamos nisso e ninguém sabia anão ser Gustav é claro.

Ele me olhou como quem que muito se desculpar mais até eu tenho que admitir que ele não tem nada pelo que se desculpar, nós não estávamos juntos nem nada assim, eu não esperava que ele tivesse passado seis anos sem fazer sexo com ninguém, seria muita burrice, mesmo assim não é uma coisa agradável de se ouvir.

Tom: Bill diz alguma coisa.

Bill: Não tem nada pra dizer, eu sabia que isso tinha acontecido Tom, claro que conhecer o cara não ajuda mãos isso não muda nada, eu não estive em celibato o tempo que você esteve fora e não achei que você estivesse.

Ele pareceu bastante aliviado, com certeza estava esperando que eu fizesse um escândalo e na verdade eu me sentiria muito melhor se fizesse um mais não seria certo, não agora.

Tom: Bill eu não sei se Georg já estava infectado na época.

E de repente todo o ar se esvaiu dos meus pulmões.

Bill: Está dizendo que...

Tom: Eu acabei de fazer o exame, o resultado sai em uma hora.

Merda, isso não pode estar acontecendo, ele não pode estar doente agora, não agora que eu finalmente consegui me curar, nem agora e nem nunca, ele não pode estar com AIDS, isso não pode estar acontecendo.

Tom: Você está se sentindo bem? Está pálido.

Bill: Eu só... eu .

Tom: Olha só Bill isso já faz muito tempo, o mais provável é que Georg tenha adquirido o vírus nos últimos meses, ele tinha uma vida bem agitada no internato.

Bill: Mais existe a possibilidade, se não você não estaria me dizendo isso e não teria feito exame.

Tom: Eu sei, eu só não quero que você fique chateado por causa disso, não quero que se sinta mal, se você não quiser que eles fiquem hospedados com agente eu posso procurar um outro lugar ou...

Bill: Eu não estou preocupado com isso, eu não estou nem ai se você dormiu com todos os garotos daquele lugar, eu estou preocupado por que você pode estar doente. Não importa de quem você pegou.

Tom: Você quer dizer que...

Bill: Quero dizer que a única coisa que me importa é que você esteja bem.

Ele respirou e me olhou com o olhar mais lindo que eu já vi, tinha tanta emoção que senti vontade de chorar. Não me importo de parecer um idiota agora.

Tom: Está certo então, vamos esperar o resultado sair antes de entrarmos em pânico, e se der positivo...

Bill: Se der positivo nós vamos dar um jeito, nós sempre damos.

Tom: Isso mesmo, nós vamos dar um jeito.

Segurei a mão dele tentei dar meu melhor sorriso.

Tom: Agora vamos pedir alguma coisa pra você comer.

Bill: Ah não, o café está horrível e a comida deve estar tão ruim quanto.

Tom: Isso é mesmo muito triste mais você ainda não comeu nada desde que chegamos.

Bill: E nem você.

Tom: Tem razão, vamos pedir alguma coisa pra nós dois então.

Bill: Tenho certeza que não tem nada vegetariano aqui.

Tom: Aposto que posso encontrar alguma coisa.

–x-

E aqui estou eu outra vez, assistindo o médico falar com Tom e sem entender nenhuma palavra do que ele está dizendo, isso está realmente começando a me irritar. Depois de falar por vários minutos o médico entregou um papel pra Tom e voltou pra um sala do fim do corredor.

Bill: O que ele disse?

Tom simplesmente olhou pra mim com a boca levemente aberta e ficou assim pelo que pareceu ser varias horas.

Bill: Anda Tom, o que ele disse?

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