Tudo estava em meio à escuridão e suas costas pareciam rachar á qualquer movimento que fazia e uma ardência insuportável tomava conta de todo seu corpo; sua cabeça parecia tão pesada que á qualquer momento dava-lhe a impressão que ela poderia se desvencilhar de seu pescoço.

   Hermione sentou-se na cama desalenta á escuridão ao redor. Ela estava em um quarto escuro, disso sabia. Porém, tinha certeza que ali não era a enfermaria. Ela se ergueu um pouco e percorreu os olhos pelo local tentando encontrar algo de que se familiarizasse; mas no mesmo instante uma silhueta masculina saiu de umas das sombras do quarto aonde se mantinha escondido revelando-se peitorais bem definidos e um abdômen muito bem trabalhado.

   Draco saiu em sua direção meio cambaleante e parou em pé de frente da castanha.

- Pensei que nunca mais acordaria, já estava começando a achar que estava morta! – disse brincalhão com um sorriso de lado cheio de graça.

- Oh meu Deus! Você..você não está..morto!- disse ela aliviada e cheia de ansiedade na voz. Hermione levantou-se da cama e pulou em cima de Draco para um abraço afobado; o movimento brusco que fizera fez com que suas costas ardessem como nunca, mas já não se importava mais com a dor.

   No momento que Hermione pulara em seus braços, o loiro parecia ter prendido a respiração, ficara estático quando Hermione o fizera.

- Hermi..Granger? – Disse o loiro com visível dificuldade para respirar; parecia estar fazendo tremenda força para pronunciar as palavras.

- Oh! Sim..certo, claro! –disse ela atrapalhada na fala enquanto soltava sua cintura e mirava o chão com as bochechas coradas. Alguns segundos de silêncio se passaram foi quando ela pigarreou e continuou:

- Er..Como você hm..Nós..É..Estamos vivos?- disse sem encará-lo mais ao em vez disso repousou seu olhar nos seus abdomens para não se perde na imensidão azul-cinza de seus olhos.(Haha danada!)

- Bom,er..No instante em que você me chamou eu senti que estávamos em perigo e bem..Eu queria nos salvar, era o que eu mais desejava Oh Meu Deus! Como ele consegue ter um corpo tão lindo sem esforço algum! E no instante seguinte eu não sei explicar..A coisa estava aqui e no outro momento.. Voou pelos ares.. Hermione? terminou olhando para a morena, observava-a enquanto falava. Ela tinha uma expressão de incredulidade no rosto enquanto fitava seu corpo. Draco sorriu. Ela nem ao menos percebeu ele usando seu primeiro nome.

   Ele se afastou sem disser nada e quando ela confusa encontrou o seu olhar ele sorriu para ela achando graça.

- Eu acho melhor eu colocar uma camisa!-terminou ele puxando mais seu sorriso de lado, um brilho pairava no seu olhar enquanto á fitava, brilho que Hermione não pôde distinguir. Ela fez uma careta falsa que se transformou em um pequeno sorriso constrangido. Draco pegou algo em alguma imensidão da parede escura que Hermione pensou ser um armário e vestiu uma camisa azul qualquer.

- Antes que você me pergunte novamente- ele fingiu fazer uma cara irritada. – Eu não sei o que aconteceu essa tarde, eu simplesmente quis nos proteger e a coisa simplesmente voou.

- E..

- E Não, eu não sei quem estava atacando á Hogwarts hoje- interrompeu o loiro com um sorrisinho de satisfação enquanto a via ficar indignada que ele soubesse as suas perguntas.

- Bom de qualquer forma eu não acho que os ataques pararão, porque praticamente todos os alunos estavam na arquibancada e..

- Era uma oportunidade perfeita para acabar com todos em Hogwarts menos os sonserinos..

--x--

  O frio tomava conta dos corredores vazios e a barulheira era audível de dentro do quadro do Salão da Grifinória.

- Seventra Manvrala – sibilou Hermione para o quadro da mulher gorda; que imediatamente abriu-lhe a passagem.

   O Salão da Grifinória estava parecendo o Salão Comunal, todos os estudantes se encontravam ali presentes. Muitos estavam com as caras aterrorizadas e outros pareciam inexpressivos, como se estivessem numa espécie de transe. E a maioria comentava os acontecimentos de hoje com a vozes excêntricas. 

   A castanha varreu o olhar por todo o salão, em busca de algum sinal de seus amigos. Porém, não achou nada.

   Subindo para o dormitório encontrou Jade Onwille encostada no assento da janela.

- Oh céus, pelo menos alguém! – falou Hermione aliviada para si mesma. A menina pareceu despertar com a sua voz, parando de mirar a janela voltou-se para encará-la.

- Você está bem? Aonde andou? – Hermione soara ofegante parando de chofre para Jade.

- Eu estou bem – murmurou em resposta. – Mas não é comigo que tem que se preocupar. Gina me disse que se eu a encontrasse á avisasse que Rony não está bem, ele está na enfermaria. Disse para você partir para lá assim que você puder.

- E onde ela está? – perguntou á garota.

- Quando nos encontramos ela estava próximo à floresta com o Harry. – terminou Jade.

- Harry -  murmurou baixinho a castanha. E saindo foi direto para a enfermaria.

--x--

Passar o tempo com os amigos agora, não estava sendo tão agradável para ele. Na verdade era quase doloroso.

   A barulheira do Salão Comunal era tão insuportável quanto no Salão da Sonserina e, tampouco nas das outras casas. Na verdade estava um verdadeiro hospício.

   Cabre e Goyle se desculpavam com Draco por tê-lo deixado na mão no momento em que começaram os ataques, mas o que estavam fazendo com êxito era aborrecê-lo. Pansy e as outras garotas sonserinas pareciam dar ataques de loucura cada vez que a chuva lá fora soltava algum relâmpago ou qualquer coisa do gênero. Blaise parecia um maníaco observando as pessoas e achando graça de tudo. E o resto de todas as outras mesas estavam em verdadeiro terror.

  - Estudantes..- alertou Dumbledore se levantando e tentando chamar a atenção para si. O que não obteve nenhum sucesso; muitos não repararam no diretor em pé diante deles. E o barulho da zona ficava impossível de se ouvir coisa alguma.

- Silêncio! – A voz de Dumbledore soou estrondosa e cortante; igualara-se aos trovãos que se lançavam na chuva lá fora; no que resultou não só nos gritos estéricos das sonserinas, mas a maioria no salão pareceu se assustar.

- Estudantes, gostaria de lhes informar, se for possível. – Disse Dumbledore com sua voz calma e doce e um sorriso sincero; olhando em volta para todos os rostos de alunos assustados e agora muitos boquiabertos. O silêncio reinou no ar e o diretor prosseguiu.

- Creio que todos vocês devam estar se perguntando sobre os ataques de hoje á tarde, certamente penso eu, que já tenham possíveis culpados em mentes. – disse o professor olhando para os rostos ansiosos e confusos diante dele.

- Porém, não lhes posso garantir que não atacaram novamente; lamento lhes informa que já não sabemos se Hogwarts é segura. – Dumbledore dera uma pausa dramática antes de prosseguir.

-Mas iremos esperar como fica toda essa situação- acalmou Dumbledore com um sorriso para os alunos já aflitos.

- Os ataques á escola nos deram muitos prejuízos. Sinto que o campo foi muito danificado, então ele será interditado até o seu aprimoramento. - com essas últimas palavras do diretor pôde se ouvir muitos protestos por todo o salão.

- Infelizmente sinto também em informar, que a estufa também sofreu danos; portanto as aulas de Herbologia também serão interditadas até que eu e a professora Sprout acharmos um lugar apropriado para continuá-las; vocês terão somente aula teórica por enquanto. – depois do professor concluir suas palavras pôde se ouvir um beleza dos gêmeos vindo da mesa da grifinória.

- A professora McGonagall dará mais informações no final do jantar. Por hora; chega de enrolação e vamos ao banquete! – surgindo assim com as palavras do professor; enormes banquetes rodeavam as mesas. Por um instante todos no salão pareceram se esquecer dos ataques; era como antes, normal, por um intante.

   Hermione que estivera com Rony na enfermaria não estava com muita fome. Ela, Gina e o Harry estavam a esperando. Rony fraturara umas das costelas, que agora estão enfaixadas e também estava com o nariz quebrado, pois um balaço o atingira no jogo antes dos raios. Madame Promfey os informou que Rony ficaria na ala hospitalar até a sua recuperação.  Desde a enfermaria ela não pôde conversar com Harry sobre o que Draco a contará, que quem quer que estivessem os atacando hoje concerteza não queriam “os puros” como alvo. Era perfeito, não havia sonserinos ali, a não ser somente Draco e sua turma.  Hermione então, depois de esperar que Gina se afastasse, checou se ninguém os ouvia e contou tudo a Harry enquanto jantavam.

   Harry não teve muito que disser assim como ela e Draco. Mas Hermione não contou que fora Draco que á dissera e ficou para o amigo,só como uma suposição sua.

- Oi Harry, oi Mione! – Jade se juntara á eles que já estavam se retirando do jantar.

- Oi Jade. –Harry respondera educadamente enquanto Hermione só sorriu e acenou com a cabeça.

   Passando por entre os alunos para a saída Hermione vê Draco e Blaise na porta; parados entre os estudantes. Ele a avista e a encara com aqueles olhos cinzas estranhamente bondosos e contemplativos. Sua testa estava franzida enquanto a mirava. Seus cabelos tão loiros e sua pele tão clara constratavam com o seu uniforme escuro. Seus lábios finos se fechavam sempre num beicinho. Hermione dá um pequeno sorriso vendo a cara de Malfoy passar por toda extensão do seu rosto para posteriormente chegar á sua boca, como sempre. Ele encontra os seus olhos e retribui o seu sorriso mais alargamente.

- O que foi Blaise? Você está muito estranho.- Perguntou Draco ao amigo ao lado da porta.

- Relaxa Draco, você tá muito tenso..Deixa as coisas acontecerem – Ele sorriu de lado e quando Malfoy bufou alargou o sorriso mais ainda.

   Esse também deu pra pirar, voltou do seu “pequeno” passeio agora ta assim. Deveria se juntar com a aquela maluca da Trelawney já esta falando igual á ela. É impressão minha ou nessa tarde todos teve uma pequena lavagem cerebral?

   Foi quando Draco estava pensando, que ele  á viu.

   Seus cabelos ondulados e caramelados caiam sobre seus ombros. Seus olhos grandes e ligeiramente castanhos mostravam inteligência e sinceridade como eram. Sua boca era vermelha e pequena, enquanto Draco parava ai para olhar; viu que seus lábios se comprimiram num pequeno sorriso; ele voltou á encarar seu olhos e sorriu pois o sorriso era para ele.