Pensamento estão escritos somente em itálico | “Flashbacks, estão normal e dentro das aspas” | Itálicos durante a frase significa entonação da palavra | “Trechos de cartas etc, estão dentro das aspas e em itálico”

Quem diria que eu chegaria a este ponto mesmo depois de seiscentos anos?Quem diria... Que quando eu abri meus olhos e olhei para a realidade já era tarde demais, que tudo já estava fora do meu controle, o que eu sentia por ela não era nada parecido com amizade ou sentimento parental, era maior. Sinceramente, não sei dizer por que e como isso tudo aconteceu. Não sei dizer... Não suporto vê-la sorrir para ele, vê-los se olhando daquele modo tão terno, e ela apenas me notando por minhas provocações. Irei partir, irei esquecer esse Amor Condenado.

“Era de madrugada, a Grand Chase tinha acabado de voltar de uma missão, alguns já estavam dormindo, inclusive ela. Algumas pessoas perceberam que a ação dele estava muito estranha. E desde quando ele arruma suas coisas após chegar de uma missão? Por que essa cara de enterro?

-Sieghart?Para onde você vai? – Arme que estava acordada percebeu a saída repentina e um papel na mão dele.

-Eu?Eu tenho que partir, eu creio que você sabe muito bem o motivo, será melhor para mim e para ela. – Sieghart disse sério e fitando uma jovem que dormia num sono profundo.

-Cara, você está louco ou bateu a cabeça?O que você pensa que está fazendo? – Jin,que escutou a conversa surpreende Sieghart  segurando-o pela gola da camisa, que após o ocorrido apareceu a Lire, a Amy e o Lass. – Você acha que simplesmente é sair e pronto e tudo ficará resolvido?Já pensou como ela se sentiria?

-Não mudarei de idéia. Bem já está na hora de eu ir embora. Quem quiser me deter, tente a vontade... - Sieghart sai caminhando e sussurra algo, porém ninguém entendeu...”

“Não sabia que o lendário imortal desistiria de algo que não está perdido. Estamos no mesmo barco, mas fugir não irá ajudar em nada – Aparece Mari vindo na direção contraria e indo em direção ao grupo que estava bem distante.”

Ainda de madrugada, quase amanhecendo, Sieghart caminhava pela floresta enquanto ele refletia até que ele percebeu uma presença mais adentrada as árvores, ele puxa sua lâmina e aguarda pelo provável inimigo que apareceria ali. Quando a presença apareceu, ele paralisou e ficou olhando estático sem acreditar no que estava acontecendo. E para a surpresa dele era ela, ela estava ali e foi até encontrá-lo. Estava toda ofegante quase pálida e sem ar, seu corpo tremia de cansaço causa do esforço repentino. Ela para apoiando uma mão sobre a árvore para apoiar o corpo puxando um pouco de ar para recuperar a voz:

-Pa...pa..rado.. aí..Si..eg..hart.

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Não sei mais o que fazer... Não consigo tirá-lo da minha cabeça, sei que ele não sente o mesmo por mim e culpa daquelas malditas centenas de gerações e famílias. Por que tínhamos que ser parentes mesmo que absurdamente distante?Ele nunca, porém nunca sentiria isso que eu sinto por ele. Quanto mais ele me provocava, me perturbava e todos aqueles poucos momentos que tivemos só faziam que o sentimento crescesse mais e mais sem eu perceber e quando eu percebi tive que tentar me “apaixonar à força” pelo Lass...porém não vem dando bons resultados.

Arme,a minha melhor amiga, sempre me dizia que o que eu estava fazendo era loucura e só acabaria ferindo ele, a mim e o Lass.Todo dia ela me dizia isso, mas eu não entendia o por que do Sieg está nesse meio,eu tenho quase certeza que para ele eu sou uma criança e jamais ele iria me olhar como mulher...eu acho...

Hoje ele estava estranho depois que voltamos da missão, tentei falar com ele, mas ele parecia me ignorar e então caí no sono e nos sonhos que sempre me relembravam os poucos e bons momentos que eu tive com ele.

“-Errr...tem certeza que é por aqui múmia? – Dizia Elesis enquanto tentava encontrar a entrada do Altar da Harmonia.

- Diz a Arme e seu magnífico mapa que tínhamos que vim pelas montanhas e nos encontra no topo dela e tentar avistar a entrada, mas se essa tempestade de neve continuar assim teremos que procurar um abrigo ruivinha. – Ele sempre ironizava a “ruivinha” quando se referia a ela. Ele adorava provocá-la com isso.

Depois de horas, a noite começou a cair e então eles se renderam e foram procurar um abrigo.

-Não acredito que vou ter que esperar a tempestade passar aqui sozinha com você. O pessoal vai pensar que eu vou morrer. - Dizia Elesis irritada.

- Não tem como pensar que você vai morrer ruivinha,lembre-se que você está acompanhada do fabuloso Imortal Sieghart - Falava com muito orgulho estufando o próprio peito para provocar a Justiceira.

-Ora sua... múmia viva metida maldita. – Tentou dar um soco que logo foi parado pelas mãos quentes do Imortal, tentou dar com a outra mão e ele a parou também – Me solta seu porco espinho! – Tentava escapar das mãos dele, porém em vão.

-Dá pra você ficar quieta um pouco?Ah...Crianças são tão peraltas... - Suspirava enquanto dava um sorriso torto e olhando para ela.

-Tente me fazer ficar quieta seu idiota. - Falou a Justiceira num tom de desafio.

Ela foi surpreendida quando Sieghart com apenas uma mão segurou os dois pulsos dela e aproximando a boca ao encontro da orelha dela fazendo com que ela corasse e ficasse completamente estática.

-Viu como foi fácil fazê-la ficar quieta ruivinha – Elesis sentiu um arrepio correr por toda sua espinha e ficar sem voz. Ficou mais estática ainda ao sentir a mão do Imortal segurar seu queixo e ver os orbes prateados dele fitar os seus orbes num olhar como várias vezes ele já olhou para ela, não de provocação e sim de algo que ela não queria por em sua mente. Por um segundo ela o viu corar e após isso ele soltou-a e se afastou dela rapidamente.

-Bem... seria bom se fossemos descansar...para podermos partir o mais rápido o possível ...após a tempestade...  – O Imortal sentou-se num canto da caverna e se apoiando na parede.

-Sim... - A justiceira senta-se um pouco distante do Imortal – Que friooooo... – Reclamou tentando aquecer suas mãos até que sente algo quente sobre os seus ombros.

-Use. – Disse Sieghart num tom de ordem.

-Mas... E você? Vai ficar nesse frio também?

-Agora que você disse... Dizem que calor humano é a melhor coisa nessas horas, não concorda comigo ruivinha? – Se aproximando da Justiceira o Imortal pega o casaco e divide com os dois – Assim não está melhor?

-Idiota... - Elesis corava enquanto ela sentia o calor do corpo dele esquentando o seu.

-Sabia que estava certo – Quando ele foi ver se ele tinha conseguido provocar ela, ela havia caído no sono. Então lentamente ele colocou seu braço envolto dela abraçando-a e fazendo com que o corpo dela ficasse apoiado sobre o peito dele dando mais conforto a ela, sem ele mesmo perceber ele fazia um pouco de carinho no rosto dela e também adormeceu.

Só que ele não imaginava que o sono da Elesis era um fingimento, um fingimento que para ela valeu muito a pena...”

Elesis acorda no meio da noite, ela jurava que sentiu algo a cutucando, observou e não viu nada, porém uma carta apoiada aos seus sapatos despertou sua atenção. Ela se levantou e chegou perto, pegou a carta e abriu após ler o conteúdo seus olhos ficaram marejados e sem falar nada ela calçou o sapato, esquece sua arma e sai correndo e sem rumo contando com a sorte.

Agora ela corria sob a luz da lua, escutando os sussurros das árvores e relembrando de trechos da carta ,a Justiceira corria sem descansar.

“Sei que você irá me odiar, mas eu estou partindo. Provavelmente quando você ler esta carta eu já esteja bem longe, mas saiba que eu, eu acho, que voltarei... um dia...”

-Quem aquele idiota pensa que é... – Dizia Elesis que enxugava as lagrimas que caíam.

“... O motivo ao qual eu estou fazendo essa loucura é por que eu amo uma garota e não consigo suportar a situação que está...”

Elesis continuava correndo, mas ela corria e não encontrava nada, fazendo com que seu peito doesse a cada passada que ela dava.

“... Fico pelos nossos bons momentos e é claro pelos nossos momentos que te irritei... Seja feliz com o Lass...”

Correndo e correndo tendo a luz da lua e as arvores como guia, Elesis corria abruptamente até que ela viu com os seus olhos a silhueta de uma lamina que de longe ela reconhecia, começou a aumenta mais ainda a velocidade de suas passadas.

“...Elesis, eu te amo...”

Agora ela via os olhos dele cerrados e em pose de luta. Tudo a partir de agora para ela parecia em câmera lenta. Pegou impulso e força, saiu do meio das arvores, a expressão mudou ficando totalmente perplexo e assim amolecendo a posição de luta dele.

Puxando um pouco do ar que ela conseguia e apoiando-se na arvore ela fala:

-Pa...pa..rado.. aí..Si..eg..hart.

-Elesis?Como você conseguiu me alcançar? – Sieghart completamente surpreso.

-Não... Importa... O que importa... é que... te... alcancei.. – Puxando mais ar para recuperar o fôlego.

-Idiota! Você veio até aqui sem arma?!Você poderia ter morrido!

-Quem se importa?Se a única pessoa que eu me importava simplesmente fugiu. – Dizia Elesis numa feição séria e ao mesmo tempo triste.

Ele parou, escutou e processou a frase “única pessoa que eu me importava” sem acreditar:

-E o Lass? Você o ama. – Expressão dele mudou para uma expressão de tristeza.

-Na verdade seu idiota, é que eu, idiota me apaixonei por outro idiota e esse idiota sempre me tratava como criança e até hoje pensava que esse idiota gostava de mim por que eu era como uma “irmã” para ele... – Elesis tenta chegar mais perto – O Idiota que eu amo... É você...

A feição do Imortal mudou completamente, ele não acreditava naquilo, será que ele estava sonhando? Quando ele se dá conta ele percebe que a Justiceira estava segurando a ponta da manga do casaco dele e com o rosto abaixado. Ela levanta a cabeça e percebe que ela estava chorando:

-Não vá...fique... – Ela fixou seus olhos nos dele – Não me deixe só...

Ele nunca havia visto ela assim, ele descobriu algo a mais, ele descobriu que estava mais do que apaixonado por ela. Logo após ele a puxa para um abraço apertando-a com força.

-Não irei... desculpe-me Elesis... – O Imortal segura o seu rosto e passa lentamente sua mão enxugando suas lágrimas carinhosamente – O único lugar que eu irei, é o lugar onde você estiver. Eu te amo sua boba.

Então sob a luz da lua Sieghart lentamente chega aos lábios da Elesis iniciando um longo e romântico beijo.

“Você é a única que eu sempre precisei,

                                                                                              Sieghart.”