Skylines And Turnstiles escrita por Christine


Capítulo 1
Skylines and Turnstiles


Notas iniciais do capítulo

Nota1: Primeira vez que eu escrevo Gerard/Frank. Se estiver podre, me perdoem.
Nota2: My Chemical Romance, Gerard Way, Mikey Way e Frank Iero não me pertencem. Os eventos descritos nessa fic não são reais, foram inventados pela minha cabecinha doida.



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“E então?” – ele perguntou com um sorriso matreiro desenhando-se nos lábios.

Silêncio.

“O que acha?” – insistiu, o sorriso aumentando.

Gerard abriu e fechou a boca várias vezes, sem decidir o que falar. Levantou uma sobrancelha. Frank conhecia esse sinal de expressão: significava que ele estava absolutamente espantado.

E Frank sabia que decididamente não era fácil deixar Gerard Way espantado. Sorriu mais um pouco.

“O que acha?” – perguntou de novo, erguendo a mão para acariciar os cabelos escuros.

Gerard se afastou dele, encostando-se na parede. Estavam num pequeno cômodo que usavam para guardar alguns instrumentos quando estavam fora de turnê. Do lado de fora da porta trancada, o irmão de Gerard, Mikey, cochilava num sofá.

“Acho que você é completamente louco.” – respondeu Gerard num sopro de voz.

Frank riu.

“Não foi isso que perguntei” – declarou ele, erguendo novamente a mão, dessa vez para acarinhar a bochecha de Gerard – “Responda, por favor.”

Gerard desviou o olhar e observou a porta, sentindo de repente uma grande vontade de sair correndo por ela.

“Não.”

Frank franziu a testa, surpreso.

“Por que não?” – perguntou com um tom de voz mais alto que deveria.

Gerard lançou-o um olhar de reprimenda antes de retorquir.

“Você sabe porque.” – pausa – “E pare de passar a mão no meu rosto.”

Frank obedeceu, ainda surpreso pela negativa do outro.

“Por que não?” – insistiu – “Não há nada de errado com isso, Ger...”

“ Vá se foder!”

Frank riu de novo e, por alguns instantes, Gerard sentiu um grande ódio dele.

“Engraçado, achei que tinha acabado de fazer isso com você.”

Irritado, Gerard virou-se para sair do cômodo, mas Frank segurou-o pelo braço, mantendo-o no mesmo lugar.

“Por favor...” – pediu, o sorriso sumindo – “... fique.”

Gerard soltou-se dele e apoiou-se na parede, raivoso, passando a mão no braço.

“Idiota, você me machucou.”

Frank não disse nada. Apenas esperou Gerard parar de acariciar o braço machucado.

“Por que não?”

“Quer que eu diga as razões em ordem alfabética ou em ordem de gravidade?”

Frank deu um meio sorriso. Pronto, Gerard estava voltando ao normal com seus usuais petardos sarcásticos.

“Em ordem de gravidade” – disse, encarando-o.

Gerard pareceu ficar furioso por tamanho cinismo, mas controlou-se antes que quebrasse o nariz de seu guitarrista.

“Você é casado” – sibilou.

Frank deu os ombros, como se aquilo não tivesse muita importância.

“Sempre existe a separação. Além disso” – acrescentou – “Jamia e eu estamos nos desentendendo muito. Acredite, se eu não pedir a separação, ela o fará.”

Gerard ficou um pouco desconcertado.

“Eu não sabia disso.”

“Saberia em breve” – garantiu Frank – “Próxima razão?”

Eu tenho namorada. E não posso...”

“Claro que pode” – retrucou Frank sem nem piscar – “Vocês não são casados nem nada. Próxima?”

“Você é um cachorro cínico e desgraçado.”

“E você me adora.” – devolveu Frank na mesma hora. Antes que Gerard explodisse em xingamentos, acrescentou – “Por que você acha que eu sou um cachorro cínico e desgraçado?”

“Isso mereceria uma lista de razões à parte.”

Frank cruzou os braços e apoiou-se na parede.

“Estou ouvindo.”

Gerard respirou fundo, o rosto vermelho de raiva.

“Você só me procura quando está brigado com a vadia.”

“Jamia não é uma vadia!” – exclamou Frank, aborrecido – “Escuta, Gerard, eu sei que você não gosta dela, mas isso não é motivo para...”

“Que seja” – interrompeu ele – “Mas você só quer fazer sexo comigo quando você e ela estão brigados. Se isso não é ser um estepe, eu não sei o que é.” – concluiu, com um tom ligeiramente magoado.

Frank deu um suspiro cansado. Então era isso, mágoa.

“Gerard...” – começou, bem devagar – “ontem à noite eu não estava brigado com Jamia. Eu fiquei com você porque eu gosto de você. Entende isso? Você não é um estepe para Jamia. Longe disso. Você é muito importante para mim.”

Gerard estremeceu. Seu rosto não estava mais vermelho. Cuidadosamente, passo por passo, Frank se aproximou dele e o abraçou. Sentiu o cheiro doce característico do cabelo dele.

“Eu amo você” – sussurrou, os lábios bem juntos ao lóbulo da orelha – “Casa comigo.”

Gerard estremeceu de novo. Os dedos de Frank brincavam com seu cabelo.

“Tenho duas exigências” – disse, por fim, afastando-o dele.

Frank sorriu.

“Isso é um sim?”

“Não necessariamente” – replicou Gerard com um tom sério, embora não tenha consigo impedir um riso involuntário. – “Tenho duas exigências.”

“Diga” – pediu Frank, novamente brincando com seu cabelo.

“Primeira: peça o divórcio.”

“Então dê o fora na sua namorada.”

Os olhos de Gerard se estreitaram.

“Pensei que fosse eu que fizesse as exigências aqui.”

Frank mordeu o lábio com um ar pensativo.

“Claro. Só que não faz sentido eu me separar de Jamia e você continuar com a sua namorada.” – deu um selinho de leve nos lábios de Gerard – “Continue.”

Gerard olhou para um ponto fixo acima da cabeça de Frank durante algum tempo.

“Sem crianças” – disse por fim.

Frank arregalou os olhos.

“Mas eu adoro crianças!” – reclamou.

“Desculpe, mas eu não tenho a menor vocação paterna.”

“Gerard, poderíamos adotar pelo menos uma...”

“Não, Frank. Sem crianças.”

Ele bufou, inconformado.

“Tudo bem.” – um segundo depois, ele já sorria de novo – “Então, aceita?”

“Só se vocês concordar com as exigências.”

“Eu concordo.”

“Então, eu aceito.”

Fizeram silêncio por alguns instantes, ambos sorrindo. Frank beijou Gerard suavemente, resistindo à tentação de lhe dar um belo amasso ali mesmo – afinal, Mikey cochilava à apenas alguns metros de distância.

“Então” – disse quando o beijo finalmente acabou – “podemos ir para Massachusetts?”

Gerard fez uma cara estranha.

“Como assim, ir para Massachusetts?”

“Para nós casarmos, claro. É o único estado americano que permite o casamento gay.”

Gerard arregalou os olhos.

“Frank, você quer...”

“Gerard, eu te pedi em casamento, esqueceu?” – perguntou Frank, achando aquilo quase engraçado.

Gerard olhou para os lados, meio que em pânico.

“Frank” – começou, a voz baixa e urgente – “se nós nos casarmos de verdade, vai ser...”

“Um escândalo” – Frank abriu o maior de seus sorrisos até então – “Claro que vai. Isso não é divertido?”

“Não, não é. Os fãs do MCR vão ficar...”

Frank balançou a cabeça, dando risinhos.

“Gerard, querido. Você é completamente desinformado. As garotas nos adoram, entende?”

“Não vão nos adorar se admitirmos que somos gays.”

Frank piscou um olho.

“Vão nos adorar principalmente se nos casarmos. Ah, Gerard...” – disse quando o outro fez uma cara de desânimo – “... se não gostarem, elas podem ir à merda. Não estamos fazendo nada ilegal.”

Gerard não parecia convencido. Frank lhe deu outro selinho e o abraçou mais forte.

“Gerard, escuta” – ergueu o rosto do outro com delicadeza – “Eu não me importo com esses fundamentalistas religiosos ordinários. Muito menos com aqueles homofóbicos ignorantes. Nós vamos ficar bem juntos e isso é o que importa, certo?”

Gerard sorriu, um sorriso inicialmente vacilante, que depois se fortaleceu, parecendo mais feliz.

“Claro que é isso que importa, Frank” – afirmou, acariciando seu rosto. Suspirou, ainda parecendo um pouco preocupado – “Mas só quero saber como eu vou contar isso para o meu irmão. Ele nem desconfia disso.”

Do outro lado da porta, com o ouvido grudado para ouvir melhor a conversa, Mikey quase deu uma gargalhada com a inocência do irmão.

Às vezes Gerard Way podia ser mesmo muito tolo.

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