Oi, meu nome é Akatsuki Soihiro. Depois que completei o colegial meus pais se divorciaram e daí eu só tive de escolher... Meu pai que é autoritário e ditador ou minha mãe que era liberal e amável, mas para mim não importava com quem eu ficasse minha vida continuaria chata e sem sentido, mas foi aí que eu me apaixonei por ela... Shiratori Kaname... Ela era popular, bonita e não dava bola para ninguém nem mesmo para os garotos que se declaravam para ela na hora do recreio!

            Daí para frente eu só conseguia pensar nela e eu juntos como namorados, mas para mim isso era impossível por ela ser do sexto ano colegial e eu do primeiro ano ginasial. Porém minha força de vontade não tinha como morrer ali, então eu pensei numa forma de fazer com que ela ficasse comigo por interesse, mas como?

—Nossa essa Shiratori é muito tímida! Ela só entra no vestuário se não tiver ninguém...

—É verdade, né? Isso parece tão estranho, será que ela quer esconder alguma coisa de nós e das outras garotas?

            Aquele comentário foi mais do que suficiente para eu me esconder num dos armários do vestuário feminino só para ver o que ela queria esconder, mas eu tive muita dificuldade para achar o armário que não tinha dona.

            Quando já havia achado um lugar para me esconder já estava quase na hora das garotas entrarem para se trocar e nada dela... Deram dez minutos e ela não tinha aparecido, mas depois de ver tantas garotas seminuas... Minha mente já estava em estado de perversão completa... Quando ela entrou meu coração parou por alguns segundos e tudo que pude sussurrar foi “Kaname-Chan”.

—Droga de camisa que esquenta demais! Maldita hora que quis sair com uma blusa diferente hoje!

            “Minha nossa!” foi tudo que pude pensar era meu dia de sorte, ela era tímida demais para se trocar no vestuário e esse era o dia que fazia exceção a regra... Eu olhava para as costas dela como um leopardo para uma gazela e estava feliz por estar ali...

—Ai! Que zíper chato!

—Larga de ser chato zíper... Tem algo que quero ver ali.

            Só me faltava um pouco mais de tempo e ela estaria seminua na minha frente sem sequer eu ter me casado com ela... Mas ela tinha tirado a camisa e tudo que vi foram duas bolas de papel que lhe faziam enchimento para o sutiã... Nessa hora eu me desapontei, mas percebi que ela ainda era muito linda mesmo que sem seios...

—Que camisa eu uso?... Ah, essa... Não, muito feia não combina...

            Eu esperava ela me mostrar seu rosto de frente para eu apreciar mais aquele momento, mas quando ela se virou eu percebi que tinha sim um grande motivo para ela não se trocar entre as amigas e não era por não ter seios crescidos... Ela não era uma garota do sexto ano colegial, mas sim um garoto afeminado do sexto ano que finge ser uma garota... Mesmo ele sendo a verdadeira Kaname eu... Eu não conseguia esquecer seu rosto de menina e sua voz linda... Mas por causa de um descuido meu acabei por chamar-lhe a atenção.

—MAH!!! (tapando a boca com as mãos)

—Hã? Quem está aí?Saia agora antes que eu chame a diretora!

            Pensei em me entregar por uns segundos, mas vi que era inviável naquela hora por isso me mantive calado... Porém minha falta de espaço me denunciou com a inconveniência de um barulho inóspito... Bati com o joelho na porta e cai dele para o chão de costas.

—Então você estava aí? Aprecie seus poucos minutos de vida... Por que você está morto!

—Espere!

—O que foi já vai suplicar por sua vida... Que patético...

—Não é bem isso... Mas se você não percebeu, eu sei seu segredo e posso espalhar pelo colégio... Posso dizer que a garota mais popular do colégio tem um “algo mais” que só simpatia e todos os caras vão querer te paquerar para descobrir o que é... Isso não te preocupa? (suando frio)

—Tudo bem o que quer por seu silencio?

—Que você finja ser minha namorada para eu conseguir um pouco de fama no colégio só isso.

—Tudo bem. Eu aceito a proposta, mas você tem que tomar cuidado! Por que eu sou bem convincente nas minhas atuações. (sorriso de malícia que me excitou)

            Bem, o que podia dizer? Ele percebeu, mas fingiu não saber o motivo do meu volume momentâneo... E logo depois ele já estava me dando às costas para se arrumar.

—Hei! Você não acha que é melhor saber como eu quero que você atue para mim?

—Por quê? Você acha que não sou bom o suficiente para ser sua mulher? (passando a mão no volume) Que se você quiser, eu posso lhe mostrar que sou mais do que só um bom ator... Mas, como já disse... Melhor você tomar cuidado por que você pode se apaixonar por minha atuação e daí não terá volta... (lambendo a ponta da orelha para me provocar enquanto alisa com a mão meu queixo levemente)

            Mais uma vez não deu para segurar, bem, ele é muito bom ator... Mas queria testar uma teoria antes de começar a atuação, então agarrei-lhe a cintura e o beijei a boca... Meu primeiro e melhor beijo, mesmo que com um garoto, foi espetacular a sensação de sentir meus lábios juntos dos dele e ver que ele tinha o mesmo desejo de uni-los aos meus... Em pouco tempo já estávamos despidos e ele estava-me “agradando” o que foi muito prazeroso admito.

—Você ainda acha que posso não ser sua mulher?

—(ofegante) Bem... Ainda não tive chance de lhe provar. (sorriso malicioso)

—Ora, ora... Bem e eu que pensava que o senhor machão iria agüentar mais que muitos outros, mas parece que estou errado, né?

            Aquela afirmação foi um aditivo muito poderoso para meu orgulho ferido, então para mostrar que eu só estava me esquentando eu mesmo conduzi o resto... Segurei-o pela cintura, o deitei no chão do vestuário feminino...

—Agora é minha vez de mostrar o que posso fazer! Não se espante se eu errar, eu não tenho nenhuma experiência.

            Só pude perceber que ele já estava soltando suspiros de prazer quando eu mal tinha começado, mas deixei ele se achar um pouco mais e fui devagar... Bem... Ele tinha quinze anos e eu dezoito isso já era motivo perfeito para pegar leve com ele, porém não me contive por muito tempo e logo eu e ele já estávamos suados no ápice do paraíso sem saber o que mais sentir para nos tornar uma alma.

—Então o que acha de minha habilidade agora?

—Soihiro-senpai... Eu te amo...

            Aquelas palavras de amor combinadas com aquele rosto maravilhoso e aquela expressão de necessidade deixaram-me estaticamente apaixonado pelo Shiratori-Chan... Não só mais por sua beleza afeminada, mas pela necessidade de ter aquela necessidade dele. Depois do episódio nós nos arrumamos e como se fosse combinado as amigas de Kaname-Chan chegaram para lhe perguntar o porquê da demora e nos viram colocando as últimas peças de roupa que ainda não denunciavam o gênero de Kaname-Chan.

—Kaname-Chan por que você ta... Nossa! Eu estou atrapalhando alguma coisa? (sorriso de quem quer ficar e ver o que ta rolando)

—Na verdade você não ta não eu já terminei o que estava fazendo já. (sorriso de embaraço) Já estou pegando minhas coisas para gente ir pro shopping Inoue-Senpai, mas agora eu preciso de um tempinho com meu namorado o Soihiro-Senpai, ta?

—O que? Soihiro-Senpai do primeiro ano do ginasial? Aquele que tira as melhores notas da classe brincando? Amiga você sabe escolher seus namorados, hein?

—Hahahahaha! Não é verdade? Agora espera lá fora.

—Nossa! Você tem umas amigas estranhas...

—Nem me fale... Mas amanhã quando eu chegar ao colégio me espere no portão para começarmos o nosso namoro oficial pro colégio, ta?

—Certo...

            Eu já não sabia se aquelas palavras eram de atuação ou verdade, mas eu tinha uma vontade muito grande de tê-lo só para mim mesmo que numa farsa diante de todos, mas verdadeiro nas sombras da sociedade... Não pensava em mais nada além daquela sensação de felicidade em unir de corpo e alma aos dele mesmo por um momento e eu sabia que precisava dele mais do que da minha própria alma.

—Então te vejo amanhã, ta? (o sorriso dele ainda me excita)

—Certo... (embaraçado)

            Ele já ia embora enquanto eu filosofava sobre esses minutos de felicidade que tive com ele.

—Kaname-Chan! Espere!

—Hã? O que foi?

            Fiz um minuto de silêncio tentando não ser muito tímido.

—O que foi Hiro-kun?

—Bem... Nada! Deixa para lá... (falso sorriso e jeito de embaraçado)

—Tudo bem eu já vou... Até amanhã!

—Até amanhã...