Era uma vez...

Uma alma, uma vida;

Ninguémsabe ao certo.

O que se pode afirmar, é que era livre de fato;

Porém solitária.

Caminhava pelo mundo sem ter para onde ir.

Sem destino para alcançar.

Sem pressa para chegar.

E mesmo assim, caminhava em frente sem medo do desconhecido, o qual todos nomeavam de cruel.

Em certos pontos virava à direita, à esquerda, e até mesmo na diagonal.

Havia estado em tantos lugares, porém ao mesmo tempo em nenhum.

Na medida do possível fazia o que tinha vontade de fazer.

Dormia sob a luz da lua e das estrelas;

Às vezes ao chão, às vezes em copas de árvores.

Seguia seus instintos naturais.

Observava e aprendia com o mundo à sua volta; porém continuava só.

A vida ensinou-lhe a não ter medo.

Se fosse para algo acontecer, simplismente aconteceria e nada mudaria este fato.

Chamado isto era, por ela e por todos, de destino.

Já tinha ouvido falar de pessoas que mudaram seus destinos, mas nunca teve provas da veracidade destas histórias.

Quem sabe, mudar seus destinos, fossem seus destinos...

Um dia, esta vida resolveu dormir para quase todo o sempre.

Estava cansada e exausta de continuar em frente.

Então deitou-se ao chão e fechou os olhos.

Pediu à sua alma, para que não a acordasse antes de seu destino chegar.

Dormiu então por muito tempo até que uma chuva de gritos invadisse sua mente.

Eram vidas que perderam seus corpos, e agora sofriam sem rumo.

Correu tentando fugir de todos aqueles coitados.

Corria tanto que mal podia ouvir seus próprios passos.

Não podia mais ver as criaturas que perseguiram-na.

Não sentia mais o mundo à sua volta.

Não havia mais o vento;

Nem o chão;

Nem as árvores.

Havia apenas as estrelas e o céu.

Havia apenas ela mesma, seu destino...

E o infinito.