"It's a big, big world. And it's easy to get lost in it"

Ela estava sentada na minha frente, me encarando incrédula, como se eu já soubesse a resposta para a minha pergunta. Bom, eu precisava que ela respondesse, pra saber se tudo correria como eu já havia planejado, se não, nada que eu tinha tramado com Ellie daria certo.

- Vai responder ou não? Precisa pedir?

- Ué, eu sou moça de família poxa, lógico que precisa u.u

- Hm, entendi. Ah, que pena, vai ficar a eternidade inteira esperando um pedido, porque eu não sou dessas coisas, entende?

- Hãn?

- É, me desculpa, eu gostei bastante de você e tal, mas eu não namoro, foi mal.

- Ainda não caiu bem a minha ficha.

Fui andando pra varanda, e a cortina estava fechada, então a partir do momento que eu passasse por ali, não daria pra ver nada. Como eu pedi, antes de sair pra festa, Ellie deixou rosas na mesinha que tinha na varanda, e Close lerda, não deve nem ter percebido, do jeito que ela é, e ainda por cima, do jeito raivoso que ela saiu da sacada por não ter ganhado um boa noite descente, não deve ter visto nada. Peguei uma das rosas, e enquanto ela vinha atrás de mim, ajoelhei logo depois da porta. Assim que ela saiu, me olhou e simplismente não conseguiu fazer nem dizer mais nada. Eu estava ajoelhado, com uma rosa vermelha na mão, em plena noite de lua cheia, sem camisa, só de calça e meias na varanda da garota que em algumas horas, me fez sentir algo que eu não senti por mais ninguém. Acho que o nome disso é.. sei lá. Algo como.. amor.

- Near, que isso?

- Ué, você tem um raciocínio dedutivo brilhante, deduza isso.

- Você está ajoelhado com uma rosa na mão na minha sacada após conversar comigo sobre namoros. Não quero deduzir isso, me explique.

Eu me levantei, abri a mão dela e entreguei a rosa, que era tão perfeita quanto ela, e voltei a me ajoelhar. Lembrei do pequeno flashback, às 13:50 da tarde de ontem, logo depois de sair do colégio. Conseguir o número de Ellie com L, já que ele tinha pego, conversando com ela enquanto eu estava com Close, e Ligar pra ela, da joalheria, perguntando o tamanho do dedo de Close. Pra comprar alianças. Pra mim é importante, porque eu nunca namorei a ponto de usar alianças e significava pra mim algo diferente, além de achar bonito, era em formato de círculo, e não tinha início nem fim, era pra significar que o que nós tínhamos seria eterno. Consegui o tamanho, comprei e gravei. E agora eu estava ali, no momento de mais nervosismo da minha vida inteira, e não queria que nada desse errado, porque eu sentia que Close seria a garota da minha vida, não queria nada diferente disso. Então voltando para o tempo real, eu estava ajoelhado na frente dela, e tirei no bolso da calça a caixinha aveludada, com as duas jóias dentro.

- Isso é o que eu penso, Nate?

- Não sei, abra.

Ela pegou a pequena caixa das minhas mãos, e seus olhos lacrimejaram quando ela finalmente abriu, e encontrou as jóias. Ela desabou, começou a chorar e rir ao mesmo tempo, eu não sabia bem ao certo o que aquilo era, mas ela estava emocionada, e isso já devia contar pra alguma coisa. Peguei de dentro da caixa a aliança menor, e peguei a mão direita dela.

- Namora comigo, Close Shinzoo?

Ela não me respondeu, ajoelhou no chão e me abraçou com a maior força que conseguiu encontrar, e quase quebrou minhas costelas.

- Clo? Espera, eu tenho que por a aliança, espera, não me quebra!

Ela deu risada, ainda meio em choque, sem conseguir dizer uma só palavra, e eu coloquei a aliança em sua mão direita. Depois ela colocou na minha e nós nos beijamos, ali na varanda mesmo, porque agora nada mais importava. Como naquela música dizia, agora com a força do nosso amor, o único lugar que nós vamos, é pro alto.

"We can go nowhere but up, from here, my dear

Yeah we can go nowhere but up, tell what we got to fear

We'll take it to the sky pass the moon trough the galaxy

As long as you're with me baby,

Honestly, with the strenght of our love,

We can go nowhere but up".