Ainda estávamos deitados em minha cama, e aquilo poderia parecer constrangedor se alguém chegasse e visse, e naquele momento eu não me importava muito, mas eu tinha, porque minha reputação, e a dela estavam em jogo com aquela pose.

- Acho melhor nós sairmos daqui, Close.

- Por?

- Se alguém chegar, vai pegar meio mal.

- Vamos pra onde?

- Lugar nenhum, você vai pra sua casa, pega seu notebook e nós ficamos a madrugada inteira nos falando na sacada, está bom assim?

- Não, queria ficar perto de você, mas enfim, é melhor mesmo. Vou indo.

Ela chegou bem perto, e quando estávamos prestes a nos beijar de novo ela sussurrou no meu ouvido.

- Você também vai ficar na vontade.

 Me roí de raiva por dentro, mas ela estava no direito de me provocar também, do jeito que eu interrompi o que nós estávamos tendo.

Ela saiu do meu quarto e desceu. Chegando no andar de baixo, avisou Ellie que estava indo pra casa, e foi se indo, atravessando a rua e entrando na sua casa, e eu fui pra minha varanda, bem na frente do quarto, que ficava á poucos metros da casa dela. Ou seja, se eu quisesse colocar uma tábua de madeira entre as nossas varandas dos quartos, eu coseguiria facilmente ir até ela. Não desconsiderei esta idéia.

Peguei o notebook e fiquei esperando até que a figurinha ilustre apareceu de pijama na varanda, e ligou seu notebook. À essa altura, todos os convidados pareciam ter ido embora e agora o único som que eu ouvia era o das folhas se chocando com o movimento da brisa suave da noite. Não sabia onde Ellie e Lawliet estavam, e Mello devia ter dormido em cima da aparelhagem de DJ.