Aproveitando da minha repentina animação peguei minha mochila, a Colt, o documento, o dinheiro e o passaporte.  Quando estava saindo notei uma coisa que não havia notado antes, na porta estava gravada uma numeração, não era um numero qualquer:

5 14 3 15 14 20 18 1 18  19 1 13 21 5 12   5 13  6 15 18 20  12 5 5

147 03 39

Levando em conta a quantidade de números sem duvida se tratava de um código, provavelmente um que usasse números no lugar de letras, cada numero equivale a ordem numérica da letra no alfabeto: 1=A  2=B.

Demorei um pouco, mas consegui resolver o enigma. Na primeira linha dizia “Encontrar Samuel em Fort Lee.”

A segunda  linha não fazia sentido, poderia ser uma senha ou algo do tipo.

Observei o mapa, estava perto de Fort Lee, região de Nova York.

Comecei a andar, Fort Lee estava a 9 km de mim, fui pensando muito no caminho, não sabia por que estava indo pra lá, só por que no código dizia isso, pra falar com um tal de Samuel.

Esse enigma poderia nem ser dessa década, mas era a única coisa que eu tinha, então continuei andando calmamente.

Na minha caminhada pensei em uma coisa interessante: Normalmente nos sonhamos com coisas que já vimos, então eu conhecia a mulher dos meus sonhos, o que significa que o meu cérebro ainda lembra algo do meu passado.

Após aproximadamente uma hora de caminhada já avistava a cidade no horizonte.

AAAHHHH! Senti uma das piores dores da minha vida, olhei meu braço esquerdo, estava sangrando, parecia um tiro. Olhei para traz e três homens armados estavam correndo ao meu encontro.

Comecei a correr, escutava as balas passando ao lado da minha orelha, meu objetivo era um matagal com varias arvores logo à frente.

Finalmente cheguei, me joguei no mato alto e desapareci da vista deles. Peguei a Colt e me preparei para atacar, mas sabia que minhas chances eram poucas, 3x1, mas não ia desistir.

Escutei passos do lado direito, fiquei imóvel, quando avistei um dos homens passando ao meu lado sem me ver, peguei a arma, mirei na cabeça.  Ainda restavam outros dois, sabia que havia revelado minha localização, tirei a mochila das costas e a joguei para o outro lado, agora havia duas coisas se mexendo no matagal , e parei. Eles não eram espertos, para minha sorte e azar deles, os dois foram atrás da mochila e baixaram a guarda. Acabou.

Sai do matagal e continuei caminho, sabendo que a Colt havia salvado minha vida, ainda restavam 9 balas.

Meu braço estava doendo muita ainda, precisava achar algum hospital por perto antes que perdesse sangue de mais.

Cerca de 30 minutos depois cheguei à cidade. Todos na cidade me cumprimentavam e me chamavam pelo nome de Daniel. Mas algumas pessoas me olhavam com um olhar de desconfiadas. Perguntei para uma senhora a localização do Hospital Municipal.

 Guardei a Colt na mochila por garantia e entrei no hospital. A atendente falou que ia improvisar um medico rápido. Sentei na cadeira e esperei, alguns minutos depois o medico apareceu perguntando:

- Daniel, o que aconteceu?

 Não poderia falar que tinha levado um tiro.

 - Cai em cima de uma tabua com um prego e o prego ficou alojado no meu braço.

Ele falou num tom de riso:

- Como você conseguiu fazer isso? Só você mesmo!

Fomos para a sala de cirurgia para a remoção da bala, sabia que ele ia achar a bala no lugar do prego, mas o importante é que ele iria retirar aquilo dali.

Tomei anestesia e dormi. Algumas horas depois acordei e pelo vidro vi o medico conversando com os policiais. Levantei e peguei a mochila que estava ao lado da cama.

O medico entrou como se nada tivesse acontecido, mas ele comentou que não era um prego que havia dentro do meu braço, e sim uma bala. Também disse que havia conversado com os policiais e descoberto que eu estava foragido da policia por assassinato.

Não pensei em nada, apenas um branco total na minha mente.

O medico disse que acreditava na minha boa capacidade, e por isso ia dar alguns minutos de vantagem:

 - Levante-se rápido, se vista porque os policiais já vão entrar te prender, não te prenderam ainda porque falei que precisava da um tempo de repouso após a cirurgia.

Ele me apontou a janela. Subi na janela e antes de pular, li o seu nome no crachá: Samuel.

Ainda meio sonolento corri sem parar por vários minutos.

Ao dobrar a esquina havia uma viatura da policia bem na minha frente, corri na direção contraria e entrei num beco escuro, os policiais me seguiram, ao final do beco se revelou que não havia saída, os policiais apontaram a arma em mim. Tudo acabaria ali, sem ao menos ter começado.