Olhos de Sangue escrita por valeriac


Capítulo 3
A aventura começa




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       Mitchell adquiria uma expressão séria á medida que nos aproximávamos do lugar, era como se tivesse se preparando para algo, resolvi não perguntar nada, eu apenas dava as instruções da localização. Finalmente chegamos. Logo que entramos nesse lugar, senti uma áurea forte, estranha e assustadora. Tentei me acalmar ao máximo.

       -Fique aqui. – Mitchell disse já saindo do carro.

       -Não... Espera! –Eu respondi segurando seu braço. Ele parou, virou em minha direção e olhou nos meus olhos.

       -Por favor, me obedeça. -Ele completou friamente. Seu tom de voz me assustou, eu resolvi obedecê-lo.

       Ele saiu em direção à floresta, até que sumiu na escuridão. O que um garoto de 16 anos quer em um lugar como esse? Essa pergunta me incomodava. Comecei a temer que ele fosse, eu não sei, talvez um louco? Um psicopata? Ou um bandido? Eu simplesmente não sabia, e algo em mim preferia não saber. Enquanto estava perdida em meus devaneios, percebi que um ruído exageradamente irritante se formava. Comecei a me desesperar, tranquei as portas do carro, e então o tal ruído simplesmente cessou. Um alívio tomou conta de mim. Comecei a procurar pelo carro, um telefone, ou talvez algo que pudesse ser útil. Mitchell estava demorando a chegar, apesar de não conhecê-lo a muito tempo, senti-me preocupada. Nunca havia sentido esse tipo de sentimento antes por alguém, nem mesmo pelos meus pais, por isso sempre me achei estranha de diferente em relação aos outros.Quando novamente eu estava disperça em meus pensamentos, o ruído recomeça, agora acompanhado por passos, não passos comuns, mas sim passos pesados e barulhentos. Eles pareciam vir em direção ao carro, tentei me acalmar, aquilo estava muito surreal. Eu já havia trancado as portas, apesar de não ser muita coisa, pelo menos ajudava um pouco... Ou muito. Logo após pensar isso, as portas destrancam. Tá... Agora eu me desesperei. Tentei trancá-las novamente, mas não houve nenhum resultado. Percebi algo se aproximar da porta do lado do motorista, e lentamente a porta começou a abrir. Não aguentei mais aquela tortura, saí do carro e corri em disparada em direção à floresta não me importando de onde eu estaria indo. Foi quando senti algo me segurando, tentei me soltar, mas aí percebi que era Mitchell.

    -Mai, acalme-se.  - Ele falou tentando me impedir de correr.

    -Mitchell. Algo de muito estranho vive aqui. Vamos logo embora! – Eu falava desesperadamente o puxando para longe da floresta. Foi quando ele me abraçou. Sim, ele me abraçou, não foi um simples abraço, mas sim um calmo, carinhoso e reconfortante.

    -Está tudo bem agora. Acalma-se, eu estou aqui. – Ele falava com o objetivo de me acalmar, e estava conseguindo. Eu me sentia segura na sua presença. Nós voltamos para o carro, ele parecia intacto. Enquanto ele me levava de volta para casa pergunta:

    -Está melhor?

    -Sim. Já me acalmei. - Eu tentei parecer convicente.

    -Não parece. Está tão calada, e isso é muito estranho. - Ele brincou ao falar a última parte. Mas eu ignorei.

    -Eu só estou tentando entender as coisas. - Falei.Eu estava meio atordoada, apesar de aquilo não ter parecido tanto.

    -Seria melhor se você não entendesse. - Ele falou voltando os olhos para mim.

    -Eu perguntaria o porquê de você sempre falar esse tipo de coisa. Mas eu não teria resposta, não é? - Olhei para ele.

    -Tente me entender... – antes que ele continuasse o interrompo:

    -Não precisa me explicar o porque de não me dar explicações. Ah e você pode me deixar na estrada principal, de lá eu vou para minha casa.

    -Não. Eu te levo em casa, é o mínimo que posso fazer. - Ele parecia estar preocupado comigo.

    -Eu moro muito longe daqui. - Falei. Por algum motivo não queria continuar mais ali...com ele.

    -Não tem importância. - Ele insistiu

    -Mitchell, se você não sabe, são meia-noite e meia. - Eu falei olhando-o.

    -E o quê que tem? - Ele ignorou completamente o que eu tinha dito.

    -Muita coisa. - Falei, embora soubesse que não adiantaria nada.

    -Está com medo do que os vizinhos vão achar vendo você ser deixada em casa por um jovem, no meio da noite? - Ele falou dando um "quase" sorriso de lado. Quase imperceptível.

    -N... Não é isso. – Putz, gaguejei. Estava sentindo minha face ficar vermelha. E infelizmente ele percebeu.

    -Eu estou apenas brincando.  - Ele falou na tentativa de me acalmar.

    -Não gostei dessa brincadeira. - Eu respondi mostrando-me irritada com a situação.

    -É... Eu sei que você preferiria se eu entrasse na sua casa. - Ele brincou.

    -Você é repugnante. – eu respondi. Ele apenas riu. Em todo o trajeto conversamos assuntos variados, até que estava me dando bem com ele, o que era muito estranho. Chegamos em minha casa.

    -Então... Obrigada pela carona. - Agradeci

    -Depois de tudo que passou ainda agradece. - Ele falou dando um pequeno riso.

    -Sou uma pessoa educada para sua informação.

    -Quando eu te conheci não pareceu muito.

    -Mas você também não cooperava. No primeiro dia de aula achei que você não falava.

    -Nem perguntou se eu tinha língua, não é?

    -É... Eu pensei nisso... Ei! Espera. Como você sabe que eu ia perguntar isso? – eu perguntei. Ele pareceu arrependido de ter tocado no assunto.

    -Ah... Isso? As pessoas costumam fazer esse tipo de pergunta. Bom, já está tarde. Entre, aqui fora é perigoso.

    -Como se me assustasse...

    -Ah é? Você demonstrou toda sua coragem hoje. – ele falou sarcasticamente.

    -É diferente tá?! - Tentei reverter a situação, o que não levou a nada.

    -Eu sei qual a diferença... - Ele estava tentando me aborrecer.

    -Olha, você não tinha de ir embora?

    -Tinha. Falou bem. É passado.

     -Se eu soubesse que era tão engraçadinho assim, eu teria mantido distância. - Falei olhando para ele.

     -E se eu soubesse que era tão azeda assim, eu teria me apresentado mais cedo, sabe... Os opostos se atraem. - Ele respondeu retribuindo meu olhar.

     -Foi por isso que começou a falar com alguém inteligente. Isso tem coerência. - Falei sentindo que havia vencido o "debate", por assim dizer.

     -Ou não. Continua não sendo eu que saí correndo em uma floresta desconhecida. - Ele não esquece isso.

     -Quem te garante que é desconhecida? - Falei. O que fez eu me arrepender.

     -Como assim? – Ele perguntou desconfiado, sua expressão começava a ficar séria.

     -Nada. Olha... Obrigada pela carona, mas agora eu tenho que ir.

     -Esper... – antes que ele pudesse terminar, eu entrei em minha casa. Já tive muitas emoções em um dia só.


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Notas finais do capítulo

Mais um capitulo para vocês õ/
Agradeço os reviews dos capitulos anteriores =D
E mais um vez digo: Se tiverem gostado deixem review...se não também deixem xD O importante é eu pogredir com seus comentários.

Se houver reviews rapidamente, o próximo capitulo será postado provavelmente amanhã.

Até a próxima =D