Olhos de Sangue escrita por valeriac


Capítulo 15
Aliado ou rival?


Notas iniciais do capítulo

Sinto que demorei novamente á postar :s peço-lhes desculpas. Mas eu acho que vou começar a postar um dia sim e um dia não. Fica melhor para os dois lados, não concordam? xD Bom, um novo capítulo para vocês õ/



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      Durante todo o caminho, eu e Mitchell não trocamos muitas palavras. E se ele tiver falado, eu com certeza não ouvi. Passei todo o trajeto recordando das coisas que ocorreram desde a chegada dele.

      Percebi que passávamos por um bairro que deveria ser antigo, pois em todo o trajeto havia casas grandes e velhas, muito velhas. Parecia um bairro abandonado, se não for mesmo. A rua pela qual passávamos era escura, sendo iluminada apenas por poucos postes com luz fraca. Não se via pessoas andando nem crianças brincando, também não havia cachorros nem gatos ou qualquer outro tipo de animal. Apenas ratos, que eram visíveis correndo pelo asfalto, pelos muros e entrando em suas tocas. As árvores pareciam apenas sobreviver, por causa da água das chuvas. Folhas secas encontravam-se ao redor das raízes das árvores e por toda a extensão dos gramados das velhas casas. No final daquela rua, havia uma grande casa, maior do que as outras. Tinha aspecto mal-assombrado e morcegos rodeavam a torre mais alta. O estranho era que esses morcegos não saiam do terreno daquela casa.

      -É aqui – Falou Mitchell, entrando pelos grandes e velhos portões da casa.

      Quem quer que seja o morador daquele lugar, com certeza não deve receber muitas visitas.

      -Quem mora nessa casa? – Perguntei, olhando para o jardim da velha moradia.

      -Um velho amigo meu – Ele respondeu, dando um sorriso quase imperceptível.

      Alguma coisa me diz que esse “velho”, era realmente um amigo muito antigo, se é que me entendem. Mitchell estacionou perto da casa principal, desceu do carro, contornou o mesmo e abriu a porta para mim. Desci do carro, olhando a fachada da casa. Não sabia qual era a cor anteriormente, mas agora só podia-se ver um preto desgastado. Nós nos dirigimos a porta e antes que Mitchell pudesse bater na mesma, ela abriu - A visita já começou normal, para não dizer o contrário – Nós nos entreolhamos e Mitchell murmurou um rápido: “Vamos” . Eu o segui, apesar de não estar enxergando nada dali. O lugar estava completamente escuro, não havia sequer um ponto de luz. Olhei para trás e pude ver apenas a luz da lua iluminando o carro de Mitchell, mas antes que eu pudesse aproveitar mais a luz da lua, a porta fechou-se, fazendo um pequeno rangido.

      Quase que involuntariamente, segurei o braço de Mitchell, mais especificamente, abracei o Braço de Mitchell. Não. Eu não estava aproveitando-me da situação, mesmo que eu não quisesse, eu estava sentindo medo. De repente, várias luzes começaram a acender-se, fazendo com que eu usasse meu braço para proteger-me da forte luz. Quando eu já havia me acostumado com a luminosidade do local, levei um grande susto ao ver que parte interior da sala, não tinha nada a ver com a fachada da casa, ou até mesmo com o bairro. As paredes tinham uma coloração branca e as luzes eram amarelas, fazendo com que as paredes adquirissem leve tom amarelado. As escadas centralizadas na sala eram brancas e seus corrimões eram dourados com pequenos fios de prata os percorrendo. Entre as duas escadas, havia um grande quadro, com a pintura de um homem que deveria ter uns 20 á 23 anos de idade, seus cabelos eram loiros e seus olhos eram pretos. No teto da sala, havia um grande lustre, que iluminava maior parte da sala. No chão do grande cômodo, havia um grande O.S. marcado. Aquela marca me chamou atenção, fiquei alguns segundo olhando para a mesma, até que ouvi alguém falando:

      -Bem – vindos a minha humilde residência.

      Humilde?! Eu levantei a cabeça, a fim de ver o dono daquela voz.

      Ele estava no alto da escada e pude perceber que se tratava do mesmo homem da pintura que eu havia visto a pouco. Era um homem muito bonito, tenho que admitir. Ele usava uma camisa preta formal com mangas, e as mesmas estavam dobradas até a altura dos cotovelos, também usava uma calça azul escura com um cinto preto. Muito elegante, em minha opinião. Ao falar, ele desceu as escadas, vindo ao meu encontro e de Mitchell. Olhei para o lado, a fim de ver a reação de Mitchell ao ver tal homem. Eu sei que ele disse: “Um velho amigo meu”, mas eu não senti firmeza na palavra: “amigo”. Ele tinha um pequeno sorriso de lado, mas não um sorriso qualquer, e sim, um desafiador.

       -Derick Walker – Eu ouvi Mitchell dizer ao vê-lo – Você não mudou nada.

       - Meu caro, Mitchell – O homem falou, ao aproximar-se mais – Você também não.

       Os dois se encaravam, eu estava começando a estranhar aquilo. Me virei para Mitchell e perguntei:

       -Então... Quem é ele?

       -Mai, esse é Derick – Mitchell olhou para “Derick” e por fim para mim - meu irmão – Completou

        Irmão?! Mas que coisa mais estranha! Ele nunca havia me falado de irmão ou de qualquer outro parente seu. Comunicação mandou lembranças e chocolates. Isso explica o fato da beleza de Mitchell, teve para quem puxar. Apesar de que eles não têm nada a ver com o outro. Se Mitchell é um vampiro, com certeza seu irmão também deve ser. Isso também explica o fato do sorriso desafiador, quem nunca teve uma rivalidade saudável com o irmão/irmã mais velho (a)?

       -Prazer – Derick falou, fazendo uma reverência e beijando minha mão. Pelo menos era um homem educado.

       -Prazer também – Respondi, minha face havia ficado vermelha devido ao gesto que Derick havia feito.

       Mitchell pareceu perceber, porque se colocou na minha frente. Derick levantou-se e disse:

       -Bem... A que devo a honra da visita do meu irmãozinho?

       Sinto que ele falou a última parte como forma de provocação, mas Mitchell pareceu ignorar.

       -Preciso que me explique algumas coisas.

       -O que te fez pensar que eu faria tal coisa? – Derick respondeu, dando um pequeno sorriso de lado. Só podiam ser irmãos mesmo.

       -Derick... – Mitchell falou com um tom ameaçador.

       -Mitchell... Você não me assusta – Derick respondeu, colocando sua mão no ombro do irmão – Mas... Vou fazer esse favor para você, se bem que um: ”por favor,” não cairia tão ruim.

       Mitchell suspirou e disse um rápido e abafado: por favor.

       - Então... No que deseja minha ajuda?

       -Isso... – Mitchell falou, tirando o papel que continha a mensagem do bolso e dando-a para Derick.

        Ele pegou o papel e demorou alguns segundos lendo o mesmo. Sua expressão ficou séria e assustadora, quanto mais lia a mensagem.

        -Mitchell... Onde você encontrou essa garota? – Derick perguntou.

        -Aonde mais? Ela estuda na mesma escola que a minha. – Mitchell deu uma pausa e continuou – O que tem nesse papel? O que ele quer dizer?

        Derick desviou o olhar para mim e falou pausadamente:

       -Ela é... – Derick olhou a sigla no chão da sala, e depois voltou a olhar para mim – Uma olho de sangue legitima.

       Por alguns segundos após Mitchell ter ouvido Derick, ele começou a adquirir uma expressão séria. Eu vi que ele olhou-me de relance e depois fechou os punhos, agachando-se e dando um soco contra o chão.

       -Como assim?! Derick... Você está louco – Mitchell respondeu, com o tom de voz elevado.

       -Não. Eu não estou. –Derick olhou para mim – Eu estudei sobre eles por toda a minha vida.

       -Eu pensei que os legítimos não existissem mais – Mitchell murmurou, levantando-se – Não pode ser.

       -Por incrível que pareça – Derick falou – Eu também não acreditei.

       Aquela conversa estava assustando-me. O que estava acontecendo? O que era olho de sangue? A reação de Mitchell havia me assustado, nunca tinha visto ele daquele jeito. Eu podia ver a apreensão no tom de voz dos dois, mas Derick apresentava-se muito mais calmo.

       -O que é um olho de sangue? – Me pronunciei, apesar de temer a resposta.

      Os dois olharam para mim e depois se entreolharam. Percebi que eles não queriam me contar, então antes que eles pudessem dar-me alguma desculpa esfarrapada, eu falei:

      -Eu quero e devo saber – Olhei Mitchell e depois para Derick. Mitchell abaixou a cabeça, colocando as mãos em seus bolsos e Derick deu um longo suspiro e começou a falar:

       -Olhos de sangue são vampiros – Ele percebeu que eu ia pronunciar-me e para que eu não o interrompesse, continuou – Que não precisam de sangue para sobreviver, eu sei que essa foi a primeira dúvida que apareceu em sua mente.

       -Foi a primeira e não a última – Respondi, percebendo que ele havia “pausado” a explicação.

       Eu havia respondido involuntariamente devido o grande choque que eu havia levado. Admito. Eu estava abalada, até demais para falar a verdade. Vampira?! Eu era uma vampira. Era simplesmente impossível. Não havia como, nem que eu não precisasse de sangue. Era tão surreal que, eu não estou nem acreditando, quer dizer, eu não acredito.

       -É a espécie mais evoluída dos vampiros – Derick olhou para Mitchell – Até mais que a classe A.

       -Classe A? – Perguntei, olhando de Mitchell para Derick

       -Sim. Era a espécie mais evoluída, depois dos Olhos de sangue. – Derick soltou um suspiro.

        -Era? – Perguntei apreensiva.

       O fato deu estar conseguindo prestar atenção na explicação é surpreendente. Meu coração batia cada vez mais rápido a cada palavra que Derick estava pronunciando. Minha cabeça estava começando a doer. Eu não conseguia acreditar naquela história. Era completamente sem sentido, não tinha as mínimas possibilidades disso. 

        -Sim... Os olhos de sangue estavam extintos- Ele olhou para mim –pelo menos até agora.

        Como assim? Até agora? Eu era a última olho de sangue? Não havia como, e os meus pais? Eu sei que eles haviam morrido, mas não foi há muito tempo. Quando ele falou: extintos, era como se os olhos de sangue tivessem deixado de existir... Há séculos. Uma parte disso eu até acredito, pois as únicas pessoas da minha família que eu conhecia eram meus pais, minha avó e minha tia. Sendo que meus pais e minha tia já não estavam mais vivos. O que sobrava minha avó. Será que ela é vampira também? É muito impossível... Não... Não há como. Ela estava doente e pelo pouco que sei sobre vampiros, eles não poderiam ficar doentes, já que estão mortos.

        -Sua mãe era uma meio-olho de sangue e seu pai era um vampiro classe A – Derick falou, tirando-me de meus pensamentos

        -Uma meio-olho de sangue? – Perguntei, mostrando semblante confuso.

        -Sim. A mãe dela, ou sua avó, era uma olho de sangue legítima , assim como você, e seu pai, ou seu avô, era um humano.

        Então era realmente verdade, eu sou a última olho de sangue legitima. Minha avó, que está viva, é humana, pois era mãe de meu pai e o mesmo era humano. Eu nunca cheguei a conhecer minha avó nem meu avô maternos, mas agora não daria mais, com certeza já deviam estar mortos. Impressiono-me por nunca ter perguntado aos meus pais sobre o resto da minha família, era realmente uma coisa muito estranha.

        -Pensei que vampiras não pudessem ter filhos – Falei friamente, ao lembrar-me das antigas histórias de vampiros que eu lia.

        -Você está certa. Vampiras não podem ter filhos – Derick olhou para Mitchell – Mas você é uma olho de sangue, eles são muito diferentes dos vampiros, e tem vantagens como a de conseguir ter filhos, tendo como companheiro: um humano, vampiro, olho de sangue ou meio-olho de sangue.

         Será que devo ficar feliz por saber disso?!

        -Meio- olhos de sangue também podem ter filhos, não é? – Perguntei

        -Sim. Sua mãe é um exemplo. – Derick respondeu.

        -Mas porque ela nasceu uma meia- olho de sangue e, eu nasci uma olho de sangue legitima? –Perguntei, querendo saber ainda mais sobre aquele assunto. Admito que, cheguei a não acreditar em tal história.

        -Por que sua mãe era meio- sangue de olho e seu pai era vampiro classe A, ou seja, dois vampiros, digamos assim. E como sua mãe tinha DNA de uma olho de sangue, você acabou nascendo legitima. – Derick respondeu, calmamente.

        -E minha mãe? – Murmurei.

        Derick suspirou e continuou:

        -A mãe de sua mãe era uma olho de sangue legitima e o pai de sua mãe era humano, ou seja, ele não era vampiro. Apesar do forte DNA de sua avó, por ela ser legitima, ele não foi o suficiente para suprimir todo o DNA humano de seu avô, então sua mãe nasceu uma meio – olho de sangue.

        - Acho que entendo – respondi e olhei para Mitchell – O que eu não entendo, foi a reação de vocês dois.

        Derick fez menção em se pronunciar, mas antes que pudesse Mitchell o interrompeu:

        -Mai... Você é a última olho de sangue legitima – Ele levantou a cabeça e me encarou – Você significa uma ameaça para os líderes dos classe A.

        -Ou seja, todos seus integrantes devem estar a sua procura, para... – Derick falou

        -Me matar – Completei friamente, olhando para a sigla no chão.

        -Parece que você sabe lidar bem com a situação. – Derick falou, rindo.

        -Você nem imagina... – Mitchell respondeu, mas com reação contrária a do irmão.

        Além de descobrir que eu não sou humana, e sim uma vampira, mais especificamente uma olho de sangue, eu descubro que eu estou sendo “caçada” por poderosos vampiros que querem ver minha caveira. Se eu fosse outra pessoa, com certeza já tinha desistido e me entregado para a morte, mas olha a surpresa, eu não sou. Eu posso lutar contra eles, até porque eu sou uma olho de sangue, apesar de não saber o que necessariamente eles podem fazer, eles são a espécie mais poderosa dos vampiros, ou seja, para que temer? Tudo bem... Eu estou falando isso, mas medo é o que não me falta no momento. Mas eu tenho a ajuda de Mitchell, ele parece ser bem forte, tá bem que o físico dele ajuda no meu ponto de vista. Derick, eu ainda não sei se ele é realmente aliado, até porque ele é um classe A e também pode querer me ver “passar dessa para melhor”

     -Então... Foi por isso que destruíram a casa de Mitchell? – Perguntei – Por minha causa? – Completei, abaixando meu olhar.

     É muita covardia uma pessoa tentar atingir outra, usando as pessoas próximas dela, as pessoas que ela ama. Eu penso, eu pensava e acho que sempre pensarei sobre isso. O fato de existir pessoas, e no caso, vampiros, que se sujeitam a fazer coisas como essa, que têm atitudes como essa. Usam métodos tão baixos, são pessoas-vampiros- sem escrúpulos. Existem pessoas que chegam ao limite com isso, que até alguns vampiros se tornam mais humanos do que elas. A pergunta que têm passado pela minha mente é: O que é exatamente a humanidade? O que é exatamente ser humano? O que torna um ser em humano? Dizem que ser humano é “normal”, seres que moram na terra, têm consciência, e nenhuma anormalidade muito abrupta, mas... O que é ser... Normal?

     -Não Mai. – Mitchell respondeu, aproximando-me de mim – A culpa não foi sua – Ele falou, abraçando-me.

     -Bem... Casalzinho. – Derick nos interrompeu – Havia mais coisas na mensagem. – ele olhou para Mitchell que já havia me soltado, infelizmente. –Ela deve saber.

     -Saber o que? Ainda tem mais? – Perguntei, agachando-me e colocando a mão em meus cabelos.

     Mitchell agachou-se também, segurou meu braço e levantou-me junto com ele... O mesmo tinha uma expressão séria, apesar de que sua reação a pouco, tenha sido a mais carinhosa possível.

     -Mai, na carta estava dizendo que... – Mitchell olhou para Derick e novamente para mim– Eles iriam matar sua mãe, caso você não fosse ao encontro deles, dos classe A.

     -O que?! Minha mãe?! – Gritei – Mitchell, ela está morta! Junto com meu pai! – Meu tom de voz estava alterado e elevado, as lágrimas escorriam pele meu rosto.

     -Acalme-se mai! – Mitchell respondeu – Seu pai morreu... Isso é certo. Mas sua mãe pode não ter morrido, ela é uma meia- olho de sangue, tecnicamente uma vampira. Vampiros não morrem tão facilmente assim.

      -Mas meu pai também é um vampiro! E um classe A! – Argumentei.

      -Sim, eu sei Mai, mas ele virou um traidor ao... - Mitchell deu uma breve pausa – Relacionar-se com uma meio- olho de sangue, então, ele deve ter sido assassinado.

      - Você está querendo dizer que aquele acidente foi provocado pelos classe A, a fim de “tentar” me enganar, dizendo que meus pais haviam morrido por causa do acidente?! E assim matá-los depois, com suas próprias mãos?!

      -Mais ou menos isso, mas eles queriam apenas sua mãe... – Derick murmurou – Viva.

      -Porque ela é uma meio – olho de sangue?! – Respondi ainda alterada.

      -Não. Eles queriam sua mãe para usá-la como uma isca! – Mitchell falou – Para conseguir... Você.

      Ok. Tudo bem. Eles podem ter me feito de gato e sapato, podem ter me feito sofrer e eu não liguei, mas a partir do momento que eles mexeram com Mitchell e com minha família, com minha mãe e meu pai, já é outra coisa e eu não ia deixar barato.

    -Onde é o ponto de encontro? – Perguntei, as lágrimas haviam cessado. Agora meu tom de voz era frio.

    -Mai... Não seja precipitada. – Mitchell respondeu

    -Floresta das folhas. – Derick falou, olhando o papel que continha a mensagem – Ás sete da noite do dia vinte e cinco.

    -Derick! – Mitchell gritou para o irmão – Mas que droga!

    -Amanhã – Falei friamente para mim mesma – Na floresta das folhas?

    -Sim – Derick respondeu, ignorando Mitchell – Por quê?

    -Tenho algumas lembranças daquele lugar – Falei, relembrando.

    Mitchell acalmou-se e pareceu lembrar-se do primeiro dia que tivemos uma conversa normal.

    -Agora eu lembro-me que você não quis contar-me algo em relação aquele lugar – Ele olhou para mim – O que era?

    -Não me recordo muito bem – Falei, olhando o luar pela janela da sala. – Mas eu já estive naquele lugar, quando eu era menor. De tudo, a única coisa que eu não consegui esquecer foi sua localização... E agora vai cair-me muito bem.

    -Mai, você não vai para aquele lugar – Mitchell respondeu com um tom de voz sério – Eu não vou deixar.

    -Mitchell, deixa a garota escolher – Derick mal terminou de falar e foi interrompido por Mitchell:

    -E você, fica calado! – Ele apontou para o irmão, gritando.

    -Mai... – Mitchell voltou o olhar para mim, agora ele falava mais calmamente – Mesmo que você fosse... O que iria fazer? Ainda não sabe usar ou controlar seus poderes, você nem mesmo sabe quais são.

    -Mas Mitchell, o que eu vou fazer? – As lágrimas que haviam cessado, começaram a voltar os poucos – Deixar que minha mãe morra? Sem ao menos tentar salvá-la?

    Ele pareceu concordar com meu argumento, por que o mesmo abaixou a cabeça e agachou-se, como se estivesse pensando em algo.

    -Eu vou – Mitchell falou por fim.

    -Não! Você é louco? – Eu respondi – É muito perigoso

    -É mais perigoso para você do que para mim – Ele falava, continuando de cabeça abaixada e, agachado.

    -Não! É minha mãe, eu vou. – Respondi, a fim de fazê-lo desistir, mas não adiantou.

    Ele levantou-se num movimento rápido, colocou-se na minha frente e segurou meus braços.

    -Mai! Você não entende. – Mitchell me encarou com aqueles seus olhos azuis, aqueles orbes que eu tanto quis fugir. – Eu... Eu não irei aguentar se alguma coisa acontecer a você, eu não estou forte o suficiente para aguentar isso. – Ele finalizou, abaixando novamente a cabeça.

    -Mitchell... – Eu falei, impressionada com tal atitude dele.

    -Por favor, deixe-me protegê-la de verdade, pelo menos uma vez. – Ele voltou a olhar para mim

    Eu não queria, eu não queria perder mais uma pessoa importante na minha vida, eu não queria perder a única pessoa pela qual me apaixonei verdadeiramente. Mas não pude recusar tal pedido diante daquela situação, eu não aguentava vê-lo daquele jeito, rebaixando-se, mostrando-se fraco para me proteger.

    -Tudo bem. – Falei, minhas palavras saíram automaticamente após vê-lo naquele estado.

    -Irmãozinho, nunca tinha o visto desse jeito – Derick debochou.

    -Eu já não te mandei ficar calado? – Mitchell falou, pausadamente para o irmão, lançando-lhe um olhar ameaçador.

    -Mitchell... Quantas vezes eu devo dizer que eu não tenho... – Antes que Derick pudesse completar, eu falei:

    -Parem com essa besteira... Agora! – Gritei.


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Notas finais do capítulo

Reviews?!

Esse definitivamente foi o capitulo mais "explicativo" de toda minha carreira de "escritora de fics", o que não é muito tempo, né? kkkk' Mas, eu achei "aceitável" esse capitulo, espero que tenham gostado. E digam isso nas reviews, hein?! kkkk' Acho que as dúvidas de alguns de você acabaram, devido esse capitulo, mas em compensação, novas dúvidas surgiram com ele xD. kkkk

Próximo capitulo: Despedida.

O titulo já diz que terá fortes emoções :s


Até õ/
by: Váh