Forbidden Love escrita por carol_teles


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Sorry, sem tempo para falar.
Aproveitem.
Beijos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/84079/chapter/9

Os meses passaram, as gravações do drama aconteceram e 9 episódios já tinham sido lançados para o público, recebendo ótimos comentários e uma ótima audiência. Kyoko havia começado seu projeto com Shou e eles tinham ficado muito próximos um do outro, iguais quando crianças. Todos os dias, Kyoko passava a manhã gravando as cenas e de tarde ia se encontrar com Shou, e de noite, em volta das 10 da noite voltava para casa de Ren, podendo ou não encontrá-lo. Kyoko já tinha achado vários apartamentos, mas Ren não aprovou nenhum deles. Lógico, ele estava só querendo ficar mais tempo com ela.

- Corta! Mathew-san, não é essa expressão que eu quero! Tente ficar um pouco mais... frustrado.

- Sim!

- Ação!

- Takumi, você é o irmão dela, só isso!

- Eu já sei disso.

- Então por que se intromete tanto na vida da Yumiko-chan?!

- Eu só estou preocupado como um irmão. – ele diz, já começando a se irritar.

- Eu não vejo você olhar para ela como apenas um irmão. – ele diz asperamente – Nos seus olhos tem desejo. Você sabe que é errado!

- Por que você se importa tanto, Sui?!

- Por que você é meu melhor amigo! E eu me preocupo com você e com a Yumiko-chan! Droga, cara, pensa no que você ta fazendo.

- Eu sei muito bem o que estou fazendo. – Takumi retruca, furioso.

- Não, você não sabe! Você está apaixonado pela sua própria irmã!!! Você sabe o quão idiota é isso?!

- Você acha que eu não sei?! – ele da um murro da mesa.

- Você não pode ficar com ela. É proibido. Não importa o quanto você a ame, nunca poderão ficar juntos.

- Eu não disse que quero isso.

- Não precisa dizer Takumi. – ele diz calmamente.

- Eu vou me controlar. Me controlei todos esses anos. – Takumi diz depois de uns segundo em silêncio.

- Não, Takumi. Você não vai conseguir mais. Não mais. – ele diz, andando para a porta – Apenas lembre disso: Eu vou fazer de tudo como seu amigo para te impedir.

- Eu não preciso de pena. – ele lança um olhar maligno ao amigo

- Não, isso é para seu próprio bem. Quem vai sofrer mais se a Yumiko-chan se machucar, é só você, Takumi. – então ele deixa.

- Corta! Ok! Acabamos todas as cenas do episódio 11! Bom trabalho pessoal!

- Bom trabalho! – todos gritam.

- O que está fazendo Kyoko? – Ren se aproxima dela, sentando-se ao seu lado.

- Ah, bom trabalho Ren. – ela sorri – Estou pensando apenas em algumas letras.

- Letras?

- Música. É para o projeto.

- Ah, você ainda não me falou muito sobre ele. Como é? – Ren pergunta, não por interesse, mas por querer conversar e ficar mais perto dela.

- É um projeto de música. Vamos fazer um Cd de dois cantores.

- Você e quem? – ela desvia o olhar – Kyoko?

- Promete não ficar com raiva?

- Raiva? – Ren estava confuso.

- Sim, não fique.

- Ok.

- Prometa.

- Eu prometo não ficar com raiva.

- Com o Shou. – Kyoko avalia a reação de Ren.

- Entendo. – ele diz, com um sorriso brilhante.

- Ah, você prometeu não ficar com raiva! – ela acusa.

- Mas eu não estou com raiva. – ele diz, ainda com o sorriso brilhante.

- Está sim! – ela diz – Quando você sorri desse jeito é porque está com raiva ou está mentindo!

- Que rude, Kyoko. – ele diz, agora sério.

- Eu sou o Bo, esqueceu? – ela diz. Então Ren lembra. – Seu sorriso é como um espelho. Por que quando você mente ou faz algum comentário maldoso, sua expressão muda e você fica com um sorriso maravilhoso no rosto. – Kyoko diz na voz de Bo.

- Isso é maldade, Kyoko. – Ren diz, fingindo estar magoado.

- Há! Você está com raiva! Eu sabia! – ela diz.

- Tudo bem, você me pegou. – ele diz, levantando os braços, em um sinal de rendição. – Mas não é por sua causa. Eu só...não gosto dele. – ele diz com um sorriso brilhante.

- Por favor, pare de sorrir desse jeito. Me assusta.

- Desculpe. – ele suspira. – É um hábito.

- Já percebi. – ela retruca.

- Só não gosto do fato de um cara que já lhe magoou tanto estar perto de você. – ele diz, olhando pro lado.

- Ren... Está tudo bem. Não sou mais aquela criança que não sabia de nada.

- Eu sei. – ele diz – Só que eu ainda me preocupo.

- Se ele me fizer alguma coisa, não se preocupe. Você vai ser o primeiro a saber. – Kyoko sorri animadamente.

- Se ele te fizer alguma coisa eu vou matar ele. – Ren diz, em sua personalidade de BJ.

- Uww, que aura assassina incrível. – Date se aproxima, balançando a mão na frente do nariz.

- Ah, Date-san. – Ren e Kyoko se levantam.

- O que você fez Kyoko-chan? Pra deixar ele tão irritado assim.

- Eu não estou irritado – Ren diz.

- Não, não, claro que não. – Date ironiza e Ren suspira.

- Aconteceu alguma coisa? – Kyoko pergunta.

- Não, só vim chamar vocês para fazer a próxima cena.

- Ah, sim. – eles vão para o set depois de se trocar.

- Ação!

- Takumi-kun, vamos nos divertir. – uma mulher diz, começando a tirar a roupa de Takumi e a dela.

- O que está fazendo?

- Você está frustrado não é? Brigou com a namorada... Eu também. – ela diz, beijando o pescoço dele e o deitando na cama. – Vamos nos consolar... – ela diz sedutoramente.

- Quem te mandou? – a mulher hesita, mas logo sorri.

- Do que está falando? Eu sei que você quer isso... Sentir o prazer... Pode pensar na sua namoradinha se quiser... – o corpo de Takumi amolece e a mulher sorri. Tinha ganhado o controle dele.

- Corta! Muda a cena!

- Hai!

- Ação!

- Yumiko-chan, que bom que pode vim.

- Tudo bem, Sui-kun. Por que me chamou aqui?

- Bem, eu soube que você brigou com o Takumi e eu queria te animar um pouco.

- Não tudo bem... – ela diz tristemente.

- Yumiko-chan, Takumi não é uma pessoa má.

- E-e-e-eu... O-onde é o banheiro? – ela pergunta nervosa.

- Terceira porta a esquerda. – Sui diz.

- O-obrigada. – ela anda apressada e Sui sorri.

- Desculpe, Yumiko-chan. Isso é por você e pelo Takumi.

{Muda a Cena}

Yumiko anda pelo corredor, contando as portas, então para em frente da terceira. Então a abre e seu corpo paraliza.

- Ahnnn, Takumi-kun... – uma mulher gemia, em baixo de Takumi, que estava beijando ela. Eles estavam deitados de frente para a porta, mas não perceberam Yumiko ali. A garota olhou para seu irmão e a mulher ali, os dois cobertos por um lençol, se abraçando e trocando carícias.

- Taku-nii... – ela sussurrou, dando passos para trás, deixando sua bolsa cair. Takumi ouviu a fraca voz e levantou o rosto.

- Y-yumi-chan... – Takumi olhou chocado para sua irmã ali, parada, vendo aquela cena.

- Oh, você é a próxima? – a mulher embaixo dele pergunta – Tem quer ter muita resistência. Takumi-kun é muito difícil de agradar, mas é muito, muito bom de cama. – ela sorri maliciosamente.

- Y-yumi-chan, e-espere... – Takumi diz, levantando a mão em direção a ela.

Yumiko balança o rosto em negação, sentindo as lágrimas quentes caírem de seus olhos, escorrendo por suas bochechas e pingando no chão. Ela dá alguns passos para trás, batendo em Sui, que apareceu atrás dela.

- Yumiko-chan, me desculpa, o banheiro era na 2ª porta e... – Sui percebe a porta aberta e olha para Takumi.

Yumiko empurra Sui e corre para fora, chorando.

- Yumi-chan!!! – Takumi grita, saindo de cima da mulher. Ele ainda estava de calças, e corre atrás dela. Mas Sui segura seu braço.

- Deixe ela ir. – ele diz, não olhando pára Takumi.

- Me solta.

- Você não pode fazer nada. Você não pode confortá-la. Você não pode amá-la. – Sui diz, soltando o braço de Takumi, que lhe dá um soco, o rosto tomado pela fúria.

- Seu desgraçado! – então ele corre atrás da irmã.

- Ei, já posso ir embora? – a mulher pergunta, sentada na cama, já vestida. – Cumpri meu trabalho.

- Pode. Toma o dinheiro. – Sui entrega um maço de dinheiro.

- Ainda não entendi pra que fazer isso. Se bem que ele até era bonitinho e bom de cama. Bom, eu saio ganhando.

- Vá embora. – Sui diz.

- Valeu. – ela sai rebolando, e vai embora da casa.

- Corta! Valeu pessoal!

- Ahh, tenho pena da Yumiko-chan. – Kyoko diz, limpando as lágrimas.

- Tenho pena do Takumi. – Ren diz, vestindo sua blusa. – Ele sofre tanto porque ama ela.

- E ela?! Ver a pessoa que ama na cama com outra mulher não é legal! – Kyoko diz.

- Bom, tecnicamente, eles não fizeram nada. – Ren diz.

- É lógico que fizeram! Eles estavam na cama, se beijando!

- Mas não foram até o final. Isso é o que conta. – Ren sorri.

- Você só está protegendo ele porque é igual a ele Ren. – Kyoko acusa.

- Eh? Eu não sou igual a ele.

- É claro que é. Vocês dois são plaboys. – ela diz.

- Eu não sou um playboy. – Ren se defende. – É rude dizer isso.

- Ahã, sei. Me desculpe, então. – ela diz sarcasticamente e se afasta.

- Ei Kyoko, você não acredita em mim!

- Hai, hai! – Kyoko acena, sem se virar.

- Eu não sou! – Ren grita.

- Hai, Hai! – ela grita de longe e entra em seu vestuário.

Ren suspira. Por que ela não acreditava nele?

- Oho, brigou com a Kyoko-chan? – Yashiro aparece de repente.

- Yashiro-san! Não apareça assim do nada. – Ren repreende.

- O que você fez, Ren? Eu te dou todas as chances para você ficar com ela e você estraga tudo!

- Do que está falando? – Ren pergunta.

- Eu to trabalhando feito louco para juntar você, uma falha no amor, com a Kyoko-chan e você não ajuda. Pelo menos não brigue com ela. – Yashiro suspira.

- Eu não briguei com ela. – Ren retruca, e se afasta.

- Ei, Ren! – Yashiro corre atrás dele.

- Hikari, o que estamos fazendo aqui?

- Relaxa! É uma festa! Sei que está irritada com o seu irmão. – Hikari diz, sorrindo.

- É Yumiko-chan, vamos curtir! – Rika diz, começando a dançar.

- Eu vou beber alguma coisa. – Yumiko se afasta e senta em frente ao bar. – Um refrigerantente.

- Refrigerante? – o barman pergunta, com a sobrancelha levantada. – Que tal vodca?

- Tanto faz. Só me dá algo que me faça esquecer a raiva.

- Hai, hai. – ele sorri, se afastando. Yumiko se vira, olhando as pessoas ali, e de repente ela vê aquela mulher que estava na cama com Takumi. A raiva lhe preenche e ela se levanta, indo até lá, pronta para dar um tapa nela. Mas ela para bem perto, pois escutou a conversa delas.

- Ele pagou? Para você transar com alguém?

- Foi. No começo eu recusei, mas o garoto, como é mesmo o nome... Takumi! Isso, esse Takumi é bem bonitinho, e é bom de cama.

- Foram até o fim?

- Não. O objetivo era só para uma garota chegar e pensar que ele estava traindo ela. Deu certo. Ela saiu chorando igual um bebe.

- Uww... Você tem coragem.

- É essa coragem que me deu dinheiro e que está pagando sua cerveja. – as mulheres riem e Yumiko se afasta, pensando no que tinha acabado de escutar.

- Corta! Ok, pessoal! Hora do lanche! -  Date diz sorrindo.

- Tchau Julie, Kate-san, Momose-san! – Kyoko se curva, e corre para o vestuário, se trocando e indo se encontrar com Shou.

- Nee, Shou, eu estava pensando sobre o nosso dueto. – Kyoko diz.

- O que tem? – Shou pergunta, parando de tocar sua guitarra, olhando para ela. Eles estavam no estúdio, ela sentada no sofá ao seu lado, trabalhando em suas letras, enquanto ele tocava as notas.

- Asami-san disse que queria algo como uma reconciliação. Então eu pensei em um casal que tinha brigado, e estava sentindo falta um do outro.

- É uma boa idéia.

- O problema é que eu não consigo pensar em nada.

- Hum, bem nós já tivemos uma experiência de reconciliação. – Shou diz com uma expressão triste, lembrando de todos os erros que cometeu com Kyoko – Não da pra tirar nada daí?

- Eu pensei nisso também. Mas eu simplesmente não acho que seja esse o tipo de sentimento que Asami-san quer. Ela ta procurando o sentimento de quando você sofre com saudades da pessoa que ama, pensando nela e em todos os momentos juntos que passaram, então percebe que a briga era estupidez considerando o quanto vocês se amam e corre atrás dela para fazer as pazes.

- Você acabou de descrever um PV. – Shou diz – Vamos usar essa idéia e pensar em algo. Agora escuta esse refrão.

What hurts the most, was being so close

And having so much to say

And watchin you walk away

Never knowing, what could have been

And not seein that lovin you

Is what I was tryin to do

- Hum? O que achou? – Shou pergunta.

- Wah! Eu tive uma idéia pro começo! Espera um pouco. – Kyoko começa a escrever no papel rapidamente. Shou tenta espiar – Não olhe!

- Mas é minha música – ele retruca.

- Bom, eu estou te ajudando, então não reclame. – ela sorri, voltando a escrever. De vez em quando ela olha para ele, avaliando, suas expressões mudando à medida que escrevia. Shou sorri e Kyoko percebe.

- O que? Por que ta rindo?

- Nada, só é engraçado pensar que você está aqui comigo, quando um dia você me odiou tanto.

- Não é engraçado. – ela diz.

- Eu sei. Estava rindo por que acho que você fica bonitinha quando está concentrada desse jeito. – Kyoko fica vermelha ao comentário e Shou ri mais.

- N-não ria! Não estou acostumada a ser elogiada. Ainda mais por você. Me da essa guitarra. – ela toma a guitarra dos braços dele e toca algumas notas. – Não, ta estranho. Se eu trocar essa por essa, e acrescentar essa nota... – ela toca e sorri. – Isso. Presta atenção. Essa é a introdução. E exatamente nessa parte você canta. Ó, vou te mostrar.

(Coloquem a música What Hurt The Most do Rascal Flatts)

I can take the rain on the roof of this empty house, that don't bother me

I can take a few tears now and then and just let them out

I'm not afraid to cry

Every once in a while even though goin on with you gone still upsets me

There are days

Every now and again I pretend I'm okay but that's not what gets me

- É, você tem talento pra coisa. – Shou elogia, sorrindo.

- Obrigada. Agora pensa no resto. – ela sorri maliciosamente e se levanta, ligando o som fora da sala e voltando, colocando os fones, começando a tocar. Passado alguns minutos,

Kyoko tira o fone, e vai para o piano.

- O que você ta fazendo? – Shou pergunta.

- Vou tocar. O que parece? – ela pergunta.

- E você sabe?! – ele pergunta surpreso.

- Lógico. Você não? – ela zomba dele. Shou vira a cara, resmungando.

- Escuta esses versos. Não quero te machucar, mas é só que... me lembrou de você.

- Toca logo.

- Shou, você pode pensar que eu ainda te odeio, mas não é verdade. Só que eu fiz essa música quando eu ainda estava cheia de ódio de você.

- Tudo bem. Acho que posso agüentar algumas palavras. – ele zomba.

- Me desculpa. – ela olha para o piano na sua frente e começa a tocar, mas para. – Eu vou tocar só alguns versos.

- Ta, ta.

So run, run, run...

And hate me if it feels good

I can't hear your screams anymore

You lied to me

But I'm older now

And I'm not buying, baby

Demanding my response

Don't bother breaking the door down

I found my way out...

And you'll never hurt me again

Quando Kyoko olha para Shou ele não está mais no sofá, mas sim ao seu lado.

- Kyoko, eu não vou te machucar de novo. Eu não vou ser estúpido de novo.

- Eu não disse que você iria. – Kyoko sorri.

- Só... Me desculpe.

- Sim. – ela apóia a cabeça no ombro de Shou e eles ficam assim por alguns minutos. Então um zelador aparece.

- Com licença. – eles se afastam, olhando para a porta – Já são meia-noite. Eu preciso fechar o estúdio.

- Meia noite!?? – Kyoko pula do banco. – Shit! I’m sooo dead! – ela diz em inglês, pegando suas coisas.

- Ei, eu te levo.

- Não, obrigada. Ta tarde e você tem que acordar cedo amanhã.

- Mas...

- Até amanhã! – Kyoko corre, murmurando coisas em inglês. Ren iria matar ela.

“Não, espere. Eu tenho a chave da casa dele. Então eu posso entrar sem ser descoberta. É, ele deve ta dormindo.”

Kyoko vai pensando isso dentro do táxi. Quando ela chega na frente no prédio, sobe o elevador rezando.

- Por favor, por favor, por favor. – ele coloca a chave na fechadura e gira a maçaneta. Ela mete a cabeça para dentro e só o que vê é escuridão. – Salva. – ela suspira, entrando na casa, fechando a porta. Quando ela se vira, dá de cara com o peito de Ren, voltando dois passos e batendo na porta.

- Onde você estava? – Ren pergunta, a voz áspera. Ele a prendeu contra a porta, colocando seus braços dos dois lados do corpo dela, impedindo qualquer caminho de fuga.

- R-ren! Você me assustou. – ela diz nervosamente.

- Onde você estava, Kyoko? – ele se aproxima.

- M-me desculpe por chegar agora. Eu estava no estúdio com o Shou, ai nós ficamos conversando sobre as músicas, e tivemos um problema com nosso dueto, ai ficou tarde, ai apareceu um velho, ai eu percebi que já era meia noite, ai o táxi demorou, ai eu cheguei aqui agora, ai você me assustou, ai eu estou aqui falando feito uma idiota e eu vou me calar agora. – Kyoko fala tudo de uma vez, sem parar para respirar. Quando ela acabou, estava sem fôlego e tinha o rosto vermelho. Ren se afastou e se virou de costas, tremendo.

- R-ren? V-você está bravo? – ela dá a volta nele e percebe ele com a mão na boca, se segurando para não rir. A expressão de Kyoko se fecha, em uma Mio irritada. – Você está gozando de mim.

Ren começa a rir descontroladamente, com a mão na barriga, batendo a outra contra a parede. Do que ele estava rindo?! Por que ele estava rindo?! Kyoko era tão engraçada assim?!

- You.Are.The.Most.Stupid.Person.Tsuruga.Ren. – Kyoko diz em inglês, queimando de raiva, e se vira, pisando duro e indo para seu quarto. Quando estava abrindo a porta, sente braços passando por sua cintura, lhe abraçando.

- Sorry, Kyoko. – Ren diz em inglês. Kyoko fica com um pouco de vergonha ao saber que ele tinha entendido o que ela havia falado, então se lembra de que Ren era americano na verdade e que tinha ido para lá diversas vezes para trabalhar. Mas ela ainda estava com raiva dele por rir dela.

- Me solta. Eu achei que você estava com raiva de mim e vim correndo, mas você ri da minha cara! Você é muito mal, Ren!

- Me desculpe. É só que você foi tão honesta, falando tudo de uma vez só sem pausar para respirar, com as bochechas vermelhas. Foi meio que engraçado e eu acabei não resistindo e ri. Me desculpe se eu magoei você, não era minha intenção.

- Me desculpe por chegar tarde.

- Bem, você chegou mesmo tarde.

- E você riu de mim.

- Acho que estamos quites.

- Sim. – eles começam a rir – Ei, você pode me soltar agora? Se não, não vou poder entrar e dormir.

- Ah. – Ren solta ela rapidamente, se afastando – Desculpe.

- Boa noite. – ela entra no quarto, fechando a porta, e se encostando nela. Ren faz a mesma coisa do outro lado da porta. O coração dos dois batia velozmente, e com um suspiro, foram dormir.

- Desculpe por aquele dia. – Takumi diz a Yumiko, segurando sua flor favorita. Desde crianças era assim que ele se desculpava quando tinha feito algo ruim e deixado a irmã brava ou muito triste.

- Eu não estou com raiva Takumi. – Yumiko diz, sorrindo e pegando a flor.

- Eu não queria que você me visse daquele jeito com outra mulher. Você deve ter pensado que eu estava fazendo aquele tipo de coisa.

- E não estava?

- Não. Nós tínhamos brigado e eu estava com muita raiva, e ela apareceu, e acabou naquilo. Mas nós não fomos até o final. Eu juro. – ele diz, olhando diretamente nos olhos dela, quase desesperado para que ela acreditasse.

- Tudo bem, eu acredito em você Taku,i. – ela sorri – Não é que eu estivesse com raiva, eu só estava chocada por ver você daquele jeito e evitei você porque não sabia como te encarar ou o que falar. Me desculpe também.

- Eu sou o único que deveria estar se desculpando aqui.

- Bem, não é como se aquilo fosse realmente da minha conta. – Yumiko continua, se virando – Afinal, somos só irmãos. Não é da minha conta com quem você dorme ou não.

- Yumi-chan... – os olhos de Takumi estavam cheios de dor, assim como os da irmã.

- Bem, não importa mais. Estou feliz que fizemos as pazes. Boa sorte com sua namorada, Tukumi...

- Yumi-chan, ela não é... – Yumiko corre para longe antes que pudesse ouvir a continuação. Takumi fica parado, observando a irmã desaparecer. Ela não tinha lhe chamado pelo apelido uma única vez.

Yumiko estava chorando, seu coração doía muito. Ela amava seu irmão mais do que tudo e queria ser a única no coração dele. Mas eles eram irmãos. Não podiam se amar.

- Está doendo... Taku-nii... – ela murmura, se agachando no meio da rua, chorando. Chorando pelo primeiro e único amor.

- Corta! Okay pessoal! Bom trabalho!

- Ah. – Kyoko se levanta, limpando as lágrimas.

- Essa cena foi legal. – Ren comenta – Meio triste, mas simples.

- Comparada às outras que fizemos... – Kyoko suspira – Bem, tenho que ir. Tchau Ren.

- Tchau, Kyoko, até de noite.

- Até. – ela sorri, indo pro vestuário e se trocando. Quando ela estava acabando, Julie entra correndo.

- Kyoko-chan!!! Ele ta aqui!!! Ele!!! Ele ta aqui!!

- Ahhh! O que você ta fazendo entrando desse jeito?!

- Ele ta aqui, Kyoko-chan! – Julie gritava, desesperada.

- Quem?

- Ele! Ele!

- Ele quem?! – Kyoko sai do vestuário, e vê todo mundo olhando para a entrada do estúdio.

- Fuwa Shou! – Julie diz, e Kyoko percebe o homem ali, parado, como sempre, chamativo. Um sorriso maroto brincava em seus lábios.

- Por que veio aqui, Fuwa? – Ren pergunta, andando até ele, uma aura assustadora a sua volta.

- Por você é que não é. – ele responde, ainda sorrindo.

- Não sabia que você era tão desocupado a ponto de ter tempo para vir aqui. – isso tira o sorriso dele, mas logo volta.

- Eu tenho um motivo especial. – ele diz.

- Shou! – Kyoko sai do meio da multidão, que começara a sussurrar mais ainda. – O que você está fazendo aqui? Eu já estava indo te encontrar.

- Bem, nós vamos ter uma pequena mudança de planos. – ele sorri, indo até ela e abraçando-a – Bom trabalho, Kyoko.

- Kyaa!! Eles estão se abraçando! – as garotas gritam e os homens comentam sobre um possível relacionamento entre eles.

- Ei, se você quer zangar o Ren, não me use para isso. – Kyoko sussurra no ouvido dele, ainda abraçados.

- Bem, assim é mais divertido. – ele se afasta. – Vamos. – ele puxa a mão dela.

- Ei, pra onde estamos indo? – ela pergunta, sendo arrastada sobre o olhar curioso de todos, inclusive o de Ren, que era o único raivoso.

- Tsuruga Ren, eu estou levando sua querida Kohai em um encontro. Não se preocupe, vou tomar conta dela muito, muito bem. – Shou enfatiza a palavra ‘kohai’, sorrindo maliciosamente. Com essas palavras, ele e Kyoko deixam o set.

- Você pirou?! – Kyoko pegunta – Eles vão pensar que nós estamos saindo! Além disso, nós temos que trabalhar no projeto! Não temos tempo pra um encontro falso. – ela grita dentro do carro de Shou.

- Ahh, cala a boca! Isso é pro projeto também!

- E como isso se relaciona de alguma maneira com o projeto?! Você só ta querendo fugir do trabalho e se divertir! Gato preguiçoso!

- Bem, muito obrigado pelo elogio. – ele diz sarcasticamente – E, bem, em parte eu quero mesmo me divertir um pouco.

- Viu?! Eu sabia!

- Mas nós estamos saindo para trabalhar. Vamos andar por ai, observando os casais e vendo como eles interagem. Quero ter uma idéia do sentimento para poder fazer a música. Além disso, quero sair com você um pouco.

- Shou!

- Ah, para de reclamar. Uma vez na vez aprenda a curtir.

- Eu sei curtir!

- Ah, é? Então me prove. Nós vamos nesse encontro, vamos nos divertir, comer e então vamos pensar na música.

- Ótimo! Justamente o que eu queria! – ela diz, cruzando os braços.

- Shou.

- O que?

- Você sabe o que as pessoas tão pensando agora?

- O que?

- Olha aqueles dois idiotas ali disfarçados ridiculamente, parados no meio da praça.

- Ah, cala a boca! Isso foi a única coisa que eu consegui arranjar.

- Isso?!

Kyoko aponta para as roupas que eles estavam usando. Shou usava um cabelo blackpower, com uma barba de papai Noel e uns óculos amarelos em formato de círculo. Ele usava uma calça de caubói e uma blusa florida, daquelas que se vai para a praia. Usava um cachecol verde e tinha um charuto na boca. Kyoko, por outro lado, usava uma roupa rippie ridícula, com uma peruca rosa, óculos em formato de coração rosa e tinha um bigode francês. Usava uma cartola e umas sandálias com salto plataforma. Em seu pescoço tinham vários colares, que pareciam ser usados em rituais de macumba.

- Eles tão até tirando foto da gente! Tem gente da emissora de TV gravando a gente! Porcaria! – Kyoko grita, só para Shou escutar.

- Você tem algo melhor?! – Shou retruca.

- Tenho! – Kyoko começa a se despir, tirando aquela roupa ridícula, e fazendo todos olharem para ela. A praça toda parou para observar um dos idiotas tirando a roupa.

- AH! O que você ta fazendo sua idiota?! – Kyoko tirou os disfarce, voltando a sua roupa normal, que era uma calça preta jeans colada, e uma blusinha tomara-que-caia.

- Agora você! – Kyoko arranca o cabelos de Shou, os óculos e vai tirando o resto.

- AHH! O que você ta fazendo?! – Shou grita, tentando impedir ela.

- Cala a boca! – Kyoko tira a última peça, conferindo ele e aprovando a aparência.

- Ei, é Mogami Kyoko e Fuwa Shou! – todos começam a murmurar, gritando. Então eles percebem que a emissora agora estava vindo até eles e tinha gravado tudo, até o momento que Kyoko tirou suas roupas e arrancou as de Shou.

- Agora, é a hora que nós corremos. – Kyoko segura a mão de Shou.

- Hã?! – então Shou é arrastado por Kyoko para longe dali.

Os fãs e a emissora correm atrás deles, chamando e gritando o nome deles. Kyoko e Shou começam a correr mais, olhando para trás algumas vezes, percebendo a multidão aumentar.

- Corre! – Shou passa na frente de Kyoko, agora ele puxando ela.

- AH! – Kyoko se assusta pela velocidade, mas logo acompanha. Ela olha para trás, vendo a câmera da emissora correndo na frente de todos, gravando tudo, e uma cara falando, como se narrando a perseguição.

Shou dobra numa rua e Kyoko vê uma loja de fantasias, entrando nela com ele, e correndo, indo para o vestuário. Ela joga Shou lá dentro e entra, trancando a porta. Como era pequeno, eles tinham que ficar espremidos um no outro.

- Ahh. Ahh... Meu...Deus... – Shou tentava recuperar o fôlego.

- Yeah... – Kyoko estava no mesmo estado.

- Você acha que eles já foram?

- Não, espera um pouco mais. – Kyoko diz, se encostando mais nele. Shou coloca seus braços em volta dela e descansa a cabeça no topo da cabeça dela.

- Cara, isso foi...

- Pois é. – Kyoko lembra de quando foi a empresária de Ren e eles estavam no táxi, indo para o próximo trabalho de Ren. Estava o maior engarrafamento e Ren pensou se ir de metro não era mais rápido. Ele realmente não entendia o quão famoso era.

- Ei, ta se divertindo?

- Divertindo?! A gente se fantasiou feito dois idiotas, fomos perseguido pela Tv e por fãs e agora estamos socados dentro de um vestuário apertado que só! Você ta perguntando se eu to me divertindo?! – ela pergunta ironicamente.

- Sim. – Shou responde.

- É lógico que eu to. Foi tão engraçado te ver com aquela peruca. – Kyoko ri.

- E você, com aquele bigodinho francês e as roupas de rippie. – Shou se junta a Kyoko. Os dois riram até chorarem, parando só porque alguém bateu na porta.

- Com licença, tem alguém aqui?

- Sim, eu estou aqui. – Shou abre a porta, dando um passo pra fora, puxando Kyoko pela mão. A garota fica sem palavras, olhando para as duas celebridades na sua frente. Mas o que eles estavam fazendo juntos ali?

- Ei, Shou, achei umas perucas. Vamos usá-las.

- Beleza. – Shou vai até Kyoko, colocando a peruca preta que ela tinha lhe dado. Kyoko usava uma loura.

- Agora sim. Isso é um disfarce. Pega esses óculos. – Kyoko joga pra ele óculos escuros e vai até o caixa, pagando.

- Kyoko, vamos. – Shou chama, pegando a mão dela e a puxando para fora da loja.

Enquanto isso, uma garota ligava para a emissora de Tv.

- Sim, eu estou na xxxx e Mogami Kyoko e Fuwa Shou acabaram de sair. Eles estavam juntos!

- Tem certeza?

- Sim.

- Se for mentira... Ah, espere um pouco. Sim, chefe. O que? Ei, garota, onde você disse que ta?

- Na xxxxx.

- Não saia daí. Estamos indo imediatamente. – então a ligação é cortada.

- Olha ali. Eles tão se beijando. – Shou diz, parando para observar.

- Não pare para ficar olhando! – Kyoko diz, puxando ele.

- Mas eu tenho que saber por causa da música.

- Então olhe para eles! – Kyoko aponta para um casal que conversava animadamente, tomando do mesmo sorvete e de vem quando trocavam alguns selinhos.

- E aquele? – Shou olha para um casal que estava, bem, se comendo.

- Shou! – Shou ri da expressão de vergonha dela. Ele olha no relógio. 8:17. Tão tarde.

- Kyoko, está com fome?

- Não. – ela diz ao mesmo tempo em que um ronco vem de seu estomago.

- Mesmo? – Shou ri e Kyoko da um leve soco nele.

- Cala a boca.

- Vem, vamos comer alguma coisa. O que você quer?

- Hambúrguer com um ovo frito em cima! – ela diz imediatamente.

- Você... não mudou nada. – Shou diz, rindo.

- C-cala a boca! Maníaco por pudim!

- M-m-maniaco?! – Shou olha para ela, incrédulo.

- Isso! – ela dá a língua e se vira de lado, cruzando os braços.

- Então você é uma maníaca por hambúrguer! – ele devolve.

- Hã?! – eles se encaram e Kyoko acaba desistindo. Aquilo não levaria a nada. – Esquece. Vamos comer. Sei um lugar que tem seu precioso pudim.

- Ei, eu não sou um maníaco!

- Ahãm, ahãm... – Kyoko vai andando e Shou a segue, reclamando.

O restaurante não era muito chique, era um de família. Não tinha muitas pessoas. Kyoko e Shou entraram e se sentaram, tentando não chamar muito atenção. Kyoko notou em dois homens que entraram depois deles. Um deles segurava uma câmera e lançou um olhar para ela. Kyoko devolveu o olhar e olhou para Shou, que estava fazendo o pedido.

- Desculpe, acabei de lembrar que tenho um compromisso. Pode cancelar o pedido. Desculpe. – Kyoko diz e o garçom concorda, hipnotizado pela mulher. Ele se afasta e Shou olha para ela.

- O que você ta fazendo? – Shou pergunta.

- Nós temos que ir embora. Agora.

- O que? Por que?

- Ta vendo aqueles caras ali? – Shou olha e Kyoko pega o rosto dele – Olha discretamente seu idiota!

- Ta, ta! – Shou finge estar olhando para a cozinha e da uma espiada, logo ele entende. – Vamos embora.

Eles se levantam e vão para a porta, com os homens os seguindo. Shou passa um braço ao redor dos ombros de Kyoko e apressa o passo.

- Qualquer coisa você corre.

- Hã? Não vou te deixar aqui sozinho com a mídia.

- Posso lidar com eles.

- Eu também. – ela diz, séria. Shou olha para ela e continua andando. De repente, uma mão pega seus cabelos e arranca a peruca. Shou olha para Kyoko, que também teve a peruca arrancada. Eles olham para trás.

- Fuwa Shou. Mogami Kyoko. Estamos honrados por estarmos nos conhecendo pessoalmente. – um homem de cabelos castanhos diz. Seu sorriso não era nada agradável.

- Bom, sair por ai, seguindo os outros e depois puxando os cabelos deles, não é nada educável. Posso dizer que não sinto o mesmo prazer por lhe conhecer. – Kyoko diz sorrindo, mas seus olhos eram puro ódio.

- Bem, eu precisava ter certeza.

- Isso não justifica seus atos.

- Posso perguntar se estão em um encontro? – ele muda de assunto, olhando para o braço de Shou nos ombros dela.

- Não, você não pode. – Kyoko responde – Nunca lhe ensinaram que é rude e extremamente mal educado fazer esse tipo de pergunta diretamente? Ainda mais nessa situação.

- Bem, sou curioso. Então estão saindo. Há quanto tempo mantêm esse relacionamento?

- Ela disse que não vai responder. – Shou diz – E se nos dá licença, nós estamos ocupados agora. Vamos, Kyoko

- Entende, se conhecem há tanto tempo e são íntimos, por isso se chamam pelo primeiro nome. Então presumo que essa relação tem mais de anos.

- Você não vai presumir nada. Se eu souber que você está fazendo boatos caluniosos a nosso respeito, eu vou ter a certeza absoluta de destruir totalmente a sua vida, está entendendo? – Shou pergunta, olhando para ele ameaçadoramente. O homem não responde. – Ótimo. Agora, nós vamos embora.

Shou e Kyoko lhe lançam um último olhar ameaçador e se viram, se afastando do homem.

Kyoko abriu a porta do apartamento de Ren, e entrou. Percebeu Ren na sala e foi até lá.

- Boa noite, Ren. – ela se curva rapidamente e se senta ao lado dele, suspirando.

- Boa noite. – ele diz sem olhar para ela, prestando atenção na Tv.

- Está com raiva sobre o Shou? – ela pergunta, olhando para ele pelo canto do olho.

- Não.

- Você está mentindo.

- Não estou.

- Está sim.

- Tudo bem, eu estou com raiva. Melhor? – ele olha para ela, os olhos tristes.

- Na verdade não. – ela diz, olhando para baixo.

- Desculpe Kyoko. É só... Eu me preocupo muito com você.

- Sei me cuidar.

- Eu sei disso, mas não me impede de me preocupar.

- Ren. – Kyoko se vira para ele e se aproxima, dando um beijo na bochecha dele – Obrigada.

Ren abraça Kyoko com força. Ela estava em cima do sofá, apoiada nos joelhos e Ren abraçava a cintura dela, com sua cabeça na barriga dela.

- Sabe, você parece uma criança agora. – Kyoko sussurra.

- Por que?

- Não sei. Só to com esse sentimento.

- Só...fique assim até a minha raiva sumir. Por favor.

- Hum.

Eles ficam ali alguns minutos. Então a barriga de Kyoko ronca. Ela não tinha comido.

- Desculpe, você está com fome. – Ren diz, quase rindo.

- Eu vou fazer o jantar. – ela diz, vermelha de vergonha e correndo para a cozinha. Ren a observa. Ele pensa nos poucos minutos que tinham ficado abraçados e como ele desejou poder contá-la o quanto a amava e beijá-la, mantendo-a consigo, sem soltá-la e não permitindo Shou de se aproximar. Era incrível como ela podia com simples palavras ou um gesto fazer Ren esquecer sobre todo o resto e pensar só nela. Preocupar-se só com ela. Amá-la mais e mais.

Depois de algum tempo Kyoko vem com o jantar, colocando-o na mesinha na frente da Tv. Eles se sentam para comer enquanto assistiam a Tv. De repente uma noticia vem ao ar.

- Nessa tarde, Mogami Kyoko e Fuwa Shou foram perseguidos pelos fãs na rua. Eles estavam juntos e mais tarde foram vistos juntos em uma loja de fantasias e depois na frente de um restaurante familiar. Aqui estão as gravações.

Então a tela mudava e aparecia Kyoko e Shou no fundo da tela, com aqueles disfarces horríveis.

De repente um deles começava a tirar as roupas e depois arrancava as roupas do outro, revelando Mogami Kyoko e Fuwa Shou. Os fãs começaram a ir para frente da câmera. Então foi visto ela pegar a mão dele e os dois correrem. Mostrou toda a perseguição.

- Como podem ver, eles fugiram juntos. Um jornalista, que tenho o prazer de dizer que está aqui conosco, disse ter encontrado eles e falado com eles. Boa noite, Toshihisa-san.

- Boa noite. É uma honra estar aqui. – Kyoko reconheceu o homem como sendo o que tinha visto no restaurante.

- O que pode nos falar sobre essas duas estrelas?

- Bom, eu posso dizer que eles são muito íntimos a ponto de se chamarem pelo nome. Eles estavam juntos, passeando, parecia um encontro. Quando perguntei nenhum dos dois negou. Perguntei se eles se conheciam há muito tempo e eles também não negaram. Acho que esse relacionamento existe há muito tempo e realmente estou surpreso em como eles mantiveram isso escondido por tanto tempo.

- Então eles estão mesmo saindo?

- Presumo que sim. Fuwa Shou pareceu bem hostil quando tentei perguntar sobre Mogami Kyoko e eles se protegeram muito bem.

- Então Fuwa Shou tem namorada? Tenho que certeza de que a população feminina não vai gostar disso.

- Nem a população masculina. Mogami Kyoko, uma das estrelas mais famosas aqui no Japão e que fez sua estréia mais rápida do que qualquer outra, e ainda uma estrela na América. Bem, posso dizer que Fuwa Shou sabe mesmo escolher garotas.

- E quanto a ela?

- Bom, que eles tem sentimentos um pelo outro com certeza é verdade, mas Mogami Kyoko me intrigou. Ela com certeza tem a aura de uma pessoa famosa e elegante, e admito, eu mesmo a acho muito sexy e sedutora. Sou até o que se pode chamar de fã. Mas sendo ela a estrela que é, por que escolheria alguém como Fuwa Shou?

- Você não acha que eles fazem um bom casal?

- Não, acho que sim, eles são um bom casal. Mas não acho que ela seja o tipo de garota para alguém como ele.

- Ela é boa demais?

- Talvez sim, talvez não.

- Bem ficamos por aqui, hoje. Muito obrigada pela sua presença.

- É um prazer.

- Agora mostraremos algumas das fotos do encontro desse mais jovem famoso novo casal – Ren olhava para a Tv sem expressão, observando as fotos que passavam, mostrando Shou e Kyoko juntos, com as perucas.

O celular de Kyoko toca e ela atende.

- Alo?

- Você viu isso?! – a voz de Shou vem do outro lado da linha e parecia furiosa.

- Vi, Shou. Ele estava nos seguindo antes mesmo do restaurante. Não foi coincidência.

- Eu sei! Ahh, fica quieta Shouko-san! Eu sei, ta?! – ele grita com Shouko, então volta a falar com Kyoko – Não se preocupe, eu vou resolver isso.

- Não. Eu vou cuidar disso pessoalmente. Vou ter certeza de que ele nunca mais apareça em televisão, vou fazê-lo cair no mais profundo abismo e ter a certeza de que ele nunca mais vai sair de lá. – a voz de Kyoko assustou Ren um pouco. Shou ficou sem palavras – Estou desligando.

Kyoko põe o celular no bolso. Ela olha para a Tv, então sorri. Um sorriso da Natsu. Um sorriso que dizia que ela iria mesmo destruir o homem. Então ela se levanta e pega as coisas, levando para a cozinha. Depois de lavar tudo, ela volta à sala, mas Ren não estava mais lá. Ela queria se desculpar com ele. Olha para a porta do quarto dele e bate.

- Pode entrar. – Ren diz, sentado na cama, com os braços apoiados nas pernas.

- Ren, me desculpe por aquilo. – Kyoko diz – Por favor não fique com raiva.

- Eu não estou com raiva, Kyoko. É diferente de raiva. – Ren diz.

- O que é? – ele abre a boca para explicar, mas a fecha.

- Não se preocupe. Pode ir dormir. Está tarde e você deve estar cansada. Boa noite.

- B-boa noite. – ela sai do quarto, fechando a porta.

Ren não estava bravo. Não com ela. Mas consigo mesmo. Como ele pode deixar aquilo acontecer? Como ele deixou sua Kyoko ir embora com Shou? Como aquele jornalista ousava fazer aqueles comentários sobre ela? Ela era boa demais para Shou! Ele não a merecia e nunca iria merecer! O ciúme queimava por dentro de Ren e a raiva por não poder protegê-la contra esse boato calunioso estava lhe destruindo.

Com os pensamentos a mil em sua cabeça, Ren se deitou, pensando que aquela não seria uma boa noite de sono.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews?