Forbidden Love escrita por carol_teles


Capítulo 7
Capitulo 07


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! ^^
Demorei para postar né? Desculpa ae!!
Só que eu to tão atolada de trabalho que nem mesmo tenho tempo para pensar no que escrever, quanto mais postar novos capitulos. Desculpe. TT
Bem, consegui esse capitulo e espero que gostem. Aproveitem.
Torçam para que eu consiga postar logo. ;D
Bjos!



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- Ren? Ren? Oi! Ren!!! – Yashiro grita, tentando chamar a atenção dele.

- O que foi? – Ren pergunta, ainda com os pensamentos longe.

- A Kyoko-chan está falando com você.

- Está tudo bem, Ren? – Kyoko pergunta, preocupada.

- Sim, apenas estava pensando em outras coisas.

- É por causa da cena de cama que o diretor disse?

- Você está bem com isso, Kyoko?

- Para mim, se melhorar o drama, tudo bem.

- Então você não se importa de fazer essa cena. Comigo.

- No começo eu me importava. Mas você disse que se o diretor diz algo, é vendo o melhor para o filme. Então vou confiar em você.

Ren não acreditava! Ele tinha cavado o próprio túmulo! Já estava se vendo perdendo o controle na cena, revelando seus sentimentos e fazendo Kyoko correr para longe, com medo dele.

- Bom, deixa isso pra lá. Hoje são as primeiras gravações. Como está se sentindo?

- Estou muito animada! Tenho certeza de que vai ser um ótimo drama!

- Espero que sim. – Ren sorri.

- Queria agradecer por ter ido me pegar, Ren. Mesmo sendo longe da sua casa.

- Não era tão longe assim, Kyoko. Está tudo bem.

- Mesmo assim, obrigada.

- De nada. Mas por que está morando em uma pousada? – Ren pergunta, curioso.

- Porque eu ainda não achei um apartamento barato.

- E o Daruyama?

- Eles já me ajudaram muito. Não quero causar mais problemas.

- Por que não fica na casa de uma amiga? Katonami-san?

- Não quero incomodar. Além disso, a família dela é muito grande. E mesmo que a Moko-san more sozinha, ela está muito ocupada agora e não quero ser uma preocupação.

- Entendo. Então vai continuar morando na pousada?

- Sim. – Yashiro sorri maliciosamente ao escutar a resposta. Já estava planejando seu próximo plano.

- Chegamos. – eles saem do carro, entrando no estúdio, cumprimentando a todos.

- Ren, Kyoko-chan! – Data chama.

- Bom dia diretor.

- Bom dia. Suas roupas estão prontas. Vão se arrumar e venham para cá ao acabar.

- Sim. – Kyoko e Ren vão para suas salas, se trocando.

Ren usava uma calça de elástico e uma blusa regata branca. Um pijama de pobre para ser mais exato. Kyoko usava uma saia branca e uma blusa verde.

- Aqui! – Date chama já conversando com Peter. – Já sabem suas falas certo?

- Sim.

- Ótimo. Para seus lugares! Luzes! Ação!

A manhã na casa de Takumi começava sempre da mesma maneira. O sol entrava pela janela e Takumi cobria seu rosto com o lençol. Então o despertador tocava e Takumi o jogava contra o chão. Era sempre assim, até que seu irmão mais novo, Saionji Shouta viesse acordá-lo.

- Nii-chan está dormindo. – um sorriso travesso aparece no rosto do pequeno, que atravessa o quarto nas pontas dos pés, parando ao lado do irmão. Ele prende o nariz de Takumi e ri de quando ele ronca, por falta de ar. De repente, um braço de Takumi se mexe na direção de Shouta e ele anda para trás, assustado, tropeçando e caindo.

- Nii-san... – a irritação toma conta do garoto, que se levanta e vai até o banheiro, enchendo um balde com água. Volta para o lado do irmão e deixa o balde ali. Abre a porta, preparando sua fuga, então pega o balde e grita:

- NII-SAN!!! – Takumi se levanta assustado, olhando para os lados, ainda sonolento. Então um balde de água fria cai nele. – HAHAHAHAHAHA – Shouta sai correndo quarto afora, enquanto Takumi se levanta com ódio, pronto para matar seu irmão.

- SHOUTAAAAAAA! – Takumi corre para fora do quarto, correndo pelo corredor e abrindo a porta do quarto de sua irmã, Yumiko.

- Shouta! Eu sei que você está aqui! Saia agora! – Takumi grita entrando no quarto da irmã, sem perceber que ela estava se trocando e no momento, estava apenas com o sutiã.

- T-A-K-U-M-I!!! – uma aura de ódio envolve Yumiko que começa a jogar tudo na sua frente no irmão – O que você pensa que está fazendo?!! Seu pervertido! Tarado!

- Yumiko! Para! – Takumi desvia dos objetos e sorri para ela com um sorriso de gozação - Você é uma tábua, não tem nem o que olhar. Por que eu iria querer ver uma tábua como você nua?

- FORA! FORA DAQUI!!! – Yumiko grita, jogando sua escova contra ele, acertando sua cabeça.

- Ai! – Takumi sai do quarto, fechando a porta com força e massageando a cabeça. – Não sei pra que todo esse escândalo. Não é como se ela tivesse peitos.

- Hehehe, onee-chan ficou brava com você. – a voz de Shouta chega aos ouvidos de Takumi que escaneia o corredor, achando o garoto debaixo do armário.

- Shouta! Você está morto!!!

- Corta! Okay, pessoal! – Date aprova a cena.

- Ren, me desculpe! Eu joguei com muita força! Me desculpe! – Kyoko chega ao lado de Ren, se curvando várias vezes.

- Tudo bem Kyoko. Era a cena.

- Mas deve estar doendo. – Kyoko puxa o braço de Ren, fazendo ele se abaixar e massageia de leve a cabeça dele – Dói muito?

- N...ão. – Ren responde.

- Kyoko-chan! Precisamos que você vá se trocar! Você também Ren!

- Sim! Me desculpe Ren. – Kyoko se curva mais uma vez e corre para o vestuário, trocando as roupas. Quando ela sai, estava usando uma calça jeans e uma blusa vermelha de alças. Ren por outro lado, usava uma calça Jean e um casaco preto, com umas botas.

- Ren, você precisa aprender a dirigir uma moto. – Date informa Ren.

- Por que?

- Vamos ter cenas em que você vai estar dirigindo. Eu já consegui um professor para você. Seu empresário está marcando os horários com ele agora.

- Sim.

- Kyoko-chan, agora você está na faculdade. Na sala de aula com suas amigas.

- Sim.

- Ok, em seus lugares! Ação!

- Yumiko-chan! Bom dia. – Hikari, melhor amiga de Yumiko chega, abraçando a amiga. Logo atrás dela vinham Rika e Midori, suas amigas também.

- Que cara é essa, Yumiko-chan?

- Ahh, nem pergunte. A culpa é do idiota do meu irmão. – Yumiko se senta, suspirando e tirando seus cadernos.

- O que ele fez dessa vez? Voltou bêbado? Brigou? Deixou roupas espalhadas?

- Não, muito pior! Ele entrou no meu quarto enquanto eu estava trocando de roupa! Aquele tarado! – Yumiko começa a desenhar no papel com raiva, fazendo desenhos de seu irmão e algo acontecendo com ele, tipo uma bomba caindo nele, ou então um piano. Ela era muito boa com desenhos, já que queria entrar no mundo na moda.

- Qual é... – Midori suspira – Isso acontece quase todos os dias. Você já devia ter se acostumado.

- Eu sei, mas... – Yumiko pensa em todas as vezes que Takumi lhe pegou trocando de roupa, e um vermelho toma conta de suas bochechas.

- Não liga pra isso.

- Mas ele me chamou de tábua! – Yumiko diz, quase chorando de vergonha – Eu não sou tão reta assim, sou?

- Yumiko, seu irmão é um idiota. Todos nós sabíamos disso.

- Eu não tenho peito, não é? – Yumiko entra em depressão – Por que eu não tenho peitos?!!! – ela grita no meio da sala e todos se viram para ela, primeiro assustados e depois rindo.

- Se quer tanto saber, sugiro que preste atenção nas aulas de ciência do corpo humano, Saionji-san. – o professor diz, irritado.

- Desculpe... – Yumiko se encolhe na cadeira.

- Corta! Okay pessoal! – Kyoko se levanta, conversando com as amigas e vai até o diretor.

- Muito bem, Kyoko-chan, garotas.

- Obrigada.

- Kyoko-chan! – Kei aparece do nada – Você tem peitos sim, viu? – Kei diz, sorrindo.

Kyoko olha para ele, o rosto vermelho de vergonha e todos riem.

- Kei! – Kyoko bate no braço dele.

- Ai, por que você me bateu?

- Não fale esse tipo de coisa! É embaraçoso.

- É por causa disso que ela não dá bola pra você, Kei-kun. – Itsumi brinca.

- Garotos! É a vez de vocês!

Ren, Kaito, Kei e Mathew se alinham.

- Ação!

Takumi entra na sala de aula, sendo seguido de seus amigos. À medida que ele andava, as meninas gritavam seu nome, estendendo chocolates e biscoitos, seus números de celular. Takumi e os outros ignoraram e se sentaram como de costume no fundo da sala.

- Ei, soube que a Yumiko-chan gritou no meio da aula o porque dela não ter peitos. – Sui comenta, rindo.

- Alguma idéia do porque, Takumi? – Akatsuki pergunta, reparando no galo na cabeça dele – Ei, o que foi isso na sua cabeça?

- Eu vi ela trocando de roupas e ela jogou uma escova em mim. – Takumi diz, com uma cara de paisagem.

- Cara, quando você vai entender que Yumiko-chan não é igual às outras mulheres? Ela não é o tipo que implora para você vê-la sem roupa e ir pra cama com elas. Além disso, ela é sua irmã.

- Eu sei disso melhor do que ninguém. – Takumi diz, olhando para a janela.

- Como foi o encontro ontem com aquela garota, Kazuya?

- Que encontro? Eu só sai com ela porque ela disse que ia me pagar um jantar. – Kazuya diz, sorrindo.

- Não sei qual de vocês é o pior. – Sui comenta, suspirando.

- Você é um de nós. – todos dizem ao mesmo tempo, acusando ele de pertencer ao mesmo crime.

- Estou entediado. – Akatsuki diz – depois vamos falar com a Yumiko-chan.

- Vamos. – Kazuya concorda.

- Por que vocês vão atrás da minha irmã? – Takumi pergunta, irritado.

- Por que é divertido estar com ela.

- Além disso, as amigas dela não são nada mal. – Sui adiciona.

- Se ela me bater, vocês vão me pagar. – Takumi ameaça.

- Hai! – todos concordam rindo.

Takumi volta a olhar pela janela, lembrando de quando viu Yumiko só de sutiã. Era mentira. Ele mentiu quando disse que a irmã era uma tábua. Ela com certeza tinha seios, e grandes, mas Takumi preferia pensar que não. Sem perceber, seu rosto ficou um pouco vermelho e ele se martirizou por estar pensando em sua irmã.

- Sou o pior. – ele murmura para si mesmo, com um sorriso doloroso.

- Corta! Boa expressão Ren!

- Ah, sim. – Ren balança a cabeça levemente. Ren estava começando a sentir a profundidade dos sentimentos de Takumi.

- Ren! Sua cabeça está doendo? – Kyoko aparece, com um saco de gelo, que coloca na cabeça dele. – Desculpe.

- Kyoko, eu já disse que está tudo bem. Não está mais doen...Ai! – Ren sente uma pontada e Kyoko olha para ele, com uma sobrancelha levantada.

- Realmente sinto muito. – Kyoko se curva.

- Está tudo bem.

- Mas eu machuquei você, Ren.

- Era para uma cena. Se você se desculpar mais uma vez, eu vou ficar com raiva. – Ren diz, sorrindo. Kyoko olha para ele surpresa, mas logo sorri. Ele era esse tipo de pessoa.

- Kyoko-chan, Ren! Estamos esperando!

- Ah, sim! – Ren e Kyoko vão para seus lugares.

- Prontos? Câmeras? Ação!

As garotas começam a gritar quando 4 garotos, mais conhecidos por Kings, entram na sua sala. Eles eram 2 anos mais velhos, mas eram populares tanto com os mais novos como com os mais velhos. Takumi era o líder e o mais bonito. Kazuya, seu melhor amigo, era seu braço direito. Akatsuki era o esportista. Sui era o responsável do grupo e quem mantinha todos eles unidos.

Midori, Rika e Hikari levantaram o olhar, percebendo aqueles quatro garotos, que eram o sonho de consumo de toda a faculdade, andando até elas. Se elas fossem quaisquer outras garotas, já estariam gritando e se descabelando por eles, mas elas não eram.

- O que estão fazendo aqui? Resolveram que eram estúpidos demais e voltaram dois anos? – Hikari pergunta, sorrindo.

- Que rude, Hikari-chan. – Sui sorri gentilmente – Viemos fazer uma visita a vocês.

- Bom, já fizeram. Podem ir embora.

- A sala não é de vocês. Podemos ficar onde quisermos. – Kazuya retruca, recebendo um olhar maligno dela.

- À vontade. Mas não serão vocês que irão enfrentar todas as garotas da faculdade, explicando qual a nossa relação com vocês.

- Ignore elas. – Takumi diz, sentando no lugar de Yumiko e mexendo nas coisas dela.

- Mais fácil falar do que fazer, Takumi-kun. – Rika comenta.

- Ei, é verdade que a Yumiko-chan gritou no meio da aula porque ela não tinha peitos? – Akatsuki pergunta, segurando o riso.

- Ah, aquela garota. Não sei como ela consegue mais de 20 confissões toda semana.

- Midori! – as garotas gritam e a menina coloca a mão na boca.

- Confissões?

- Mais de 20?

- Toda semana?

- Finjam que não escutaram isso, por favor. – Rika pede.

- Por que? É segredo?

- Não é bem isso. É só que...

- Yumiko. – Takumi diz, olhando para a irmã que havia estava parada na porta da sala, conversando com alguém.

- Ei, aquele não é o Haruka-sempai?

- Sério? O que ele está fazendo com a Yumiko-chan?

- Quem é ele? – Sui pergunta, sorrindo.

- Ele é um sempai, do mesmo ano de vocês. Ele e a Yumiko-chan fazem parte do clube de Tênis.

- Tem certeza? Ele não me parece só um amigo. – Akatsuki comenta, olhando para Yumiko. Takumi estava observando sem expressão, a irmã sendo abraçada por outro cara, e depois recebendo um beijo na testa, sorrindo e acenando um “Vejo você depois”.

- Hum, talvez eu devesse comprar roupas novas e... Uaaw! – Yumiko se assusta ao perceber a gangue de seu irmão ali.

- Yumiko-chan, quem era ele? – Sui pergunta, sorrindo.

- Era seu namorado? – Kazuya pergunta, sério.

- Era meu sempai e meu amigo. – Yumiko responde.

- Por que ele se interessaria por uma tábua como ela? – Takumi diz de propósito, sorrindo para a irmã.

- O que você está fazendo aqui? – Yumiko pergunta, irritada.

- Procurando dinheiro. Ah, achei. – Takumi mostra uma carteira pequena, abrindo-a e tirando dinheiro.

- Ei! Você tem seu dinheiro! Eu preciso desse dinheiro!

- Pra que? Comprar roupas pro seu encontro com o Haruka-sempai? – Takumi pergunta, fazendo uma voz de desgosto.

- Não, seu idiota! Ontem você estava com febre caso não se lembre! Eu ia comprar remédio pra você!

- Ah. – Takumi olha para a irmã, arrependido.

- To vendo que você está bem melhor, já que tem tempo para sair por ai pegando o dinheiro dos outros.

- Ehh~ Yumi-chan... – a voz de Takumi fica melosa, igual uma criança. Todos suspiram, já sabendo o que aconteceria.

- N-não me chame desse jeito! – Yumiko diz, se controlando para não ceder àquela voz.

- Gomen, nee? – Takumi faz um olhar triste - Yumi-chan, seu onii-chan está doente. Você não vai cuidar dele? – Takumi pergunta, com olhinhos de um cachorrinho abandonado.

- N-n-n-não adianta m-m-mostrar esse o-olhar... – Yumiko desvia o olhar.

- Yumi-chan... – Takumi se levanta, passando por cima da mesa, se sentando nela e puxando Yumiko pelos braços, prendendo-a em um abraço. – Seu onii-chan precisa de você. – ele sussurra contra a orelha dela e ela sente um calafrio passando pelo seu corpo.

Seus amigos observavam aquilo com uma gota caindo. Yumiko era fraca a esse lado de Takumi. Assim como ele era fraco a Yumiko de todos os jeitos.

- Taku-nii... – Yumiko murmura o apelido carinhoso e Takumi soube que venceu a luta.

- Yumi-chan é a única que sabe como cuidar de mim. – ele diz melosamente. Yumiko suspira.

- Okay, Taku-nii, você venceu.

Todos suspiram. De todas as vezes que eles fizeram esse teatrinho, Takumi ganhou todas às vezes. Taku-nii e Yumi-chan eram apelidos que eles se deram quando crianças e que só eles dois podiam usar.

- É por isso que eu te amo, Yumi-chan. – Takumi diz, sorrindo igual uma criança, abraçando a irmã.

- Eu também te amo, Taku-nii. – Yumiko abraça o irmão, derrotada.

- Ei, acabaram o drama? – Akatsuki pergunta.

- Vamos comer alguma coisa. – Midori diz, se levantando e sendo seguido pelos outros. Yumiko vai andando e para, olhando para Takumi.

- Não vem, Taku-nii? – Takumi sorri e se levanta, enfiando uma mão cheia de papeis no bolso. Ao passar pela lata de lixo, joga todas aquelas confissões fora. Elas nunca seriam abertas. Não por Yumiko.

- Yumi-chan... Você tem um cheirinho tão bom... – Takumi diz, passando o braço ao redor de Yumiko, abraçando ela enquanto andavam.

- Ah, Taku-nii, eu vou cair.

- Eu vou te proteger de tudo, Yumi-chan. Não se preocupe. – Takumi sorri, e Yumiko sorri de volta. Mas se olhassem de novo para Takumi, veriam que o olhar dele não estava nem um pouco feliz.

- Corta!

- Ah. – Kyoko sai do personagem de repente, ficando um pouco tonta.

- Tudo bem, Kyoko-chan? – Itsumi pergunta.

- Ah, está. Só foi de repente.

- Pois é. – então Kyoko percebe que Ren ainda estava com o braço em volta dela.

- Ren? Está tudo bem?

- Ah, desculpe, Kyoko. – Ren tira o braço – Acabei me acostumando.

- Tudo bem.

- Ren, precisamos de você aqui fora!

- Hai! – Ren corre para fora, já que seria uma cena de briga de rua.

- Vocês vão fingir estar batendo neles, ok?

- Sim. – os quatro concordam.

- Câmeras? Ação!

- Akatsuki, o que nós estamos fazendo aqui? – Kazuya pergunta, olhando para o grupo de garotos que rodeavam os quatro amigos.

- Na verdade, eu ganhei daquele cara ali um dia desses. Acho que ele quer vingança.

- E por que eu estou aqui? – Takumi pergunta, com tédio.

- Somos os quatro mosqueteiros. Um por todos e todos por um.

- São os TRÊS mosqueteiros. – Kazuya corrige irritado. – E eu que podia estar falando com a Yumiko-chan agora. – Kazuya suspira.

- Você realmente ama ela, não é? – Sui pergunta, sorrindo maliciosamente.

- N-n-não! – o vermelho invade as bochechas dele.

- Ei, vocês ai! Calem a boca! Peguem eles! – os homens avançam para os quatro, que desviam dos socos e chutes. Takumi parecia nem ligar para o que acontecia a sua volta. Só se mexia de um lado por outro, empurrando os homens que tentavam lhe bater.

- Ei, Akatsuki, depois disso, você vai me comprar um lanche. – Takumi diz, derrubando 3 caras ao mesmo tempo.

- Ta, ta! Tanto faz.

- E pra gente também! – Kazuya diz.

- Vocês se virem! – Akatsuki derruba o último, batendo as palmas de suas mãos uma na outro, e depois passando a mão por sua roupa, tirando a sujeira.

- Qual é... Que chato. – Sui diz, agachado e cutucando um dos homens no chão. – Levantem ai.

- Deixa isso pra lá. Vamos comer. – Takumi limpa a poeira dos ombros e sai andando, sem esperar os amigos, que se apressam, correndo atrás dele.

- Corta! Tudo bem com vocês, pessoal? – Date pergunta para os figurinos que se levantaram sorrindo, acenando. – ótimo. Obrigado pela ajuda!

- Hai!

- Vamos lá para dentro. Ren, vá se trocar. É sua cena com a Kyoko-chan.

- Sim. – Ren vai para o vestuário, vestindo o pijama novamente. Quando ele saiu, viu Kyoko conversando com Peter. Ela usava uma blusa rosa e um short combinando. Peter usava uma calça folgada e uma blusa de mangas. Kuu, por outro lado, usava um terno.

- Peter-kun, por que você não gosta dele?

- Ele gosta de você e está tentando roubar você de mim. – Peter abraça Kyoko ao ver Ren se aproximando.

- O que está acontecendo? – Ren pergunta para Kuu, que sorriu para ele.

- A criança está com ciúmes de você.

- Bom, é o personagem dele.

- Não, o Peter-kun está com ciúmes de você.

- Por que?

- Ele acha que você quer roubar a Kyoko-chan. – Kuu diz, rindo.

- Entendo. – Ren olha para o garoto no colo de Kyoko e sorri, mas Peter vira o rosto.

- Ele não gosta mesmo de você.

- Ahh, ahh, até uma criança quer competir comigo. – Ren suspira e senta ao lado de Kyoko.

- Peter-kun, por que você não gosta de mim?

- Você quer a Kyoko-chan só pra você! Eu não vou dá-la! – Peter abraça Kyoko e ela ri sem graça.

- Mas Peter-kun, você não sabe ainda? – Ren finge estar surpreso.

- O q-que?

- Você quer saber?

- Q-quero.

- É um segredo. Chega mais perto. – então Ren sussurra algo no ouvido de Peter. O garoto fica de boca aberta e olha para ele, como se estivesse questionando. – É verdade.

- Você vai protegê-la?

- Sim.

- E ela é minha?

- Toda sua.

- Tudo bem. Gosto de você um pouquinho. – Peter sorri e Kyoko olha para Ren, que sorri para ela.

- Ei familia feliz! Estamos prontos! – Date chama. Ren, Kyoko e Peter se levantam, indo até o diretor.

- Depois dessa cena, vamos fazer uma pausa para o almoço, ok?

- Sim.

- Prontos?

- Sim.

- Câmeras? Ação!

- Shoutaaaa! – Takumi aparece no corredor, correndo atrás do garoto, que segurava um sanduíche, colocando-o na boca.

- Takumi! Shouta! – Yumiko grita, fazendo eles pararem, assustados. – Eu já disse para não correrem dentro de casa.

- Ele pegou meu sanduíche. – Takumi aponta para Shouta, que já tinha engolido o último pedaço. – Seu pivete! – Takumi pega Shouta pelos pés, colocando ele de cabeça para baixo e Shouta começa a gritar.

- Takumi! Coloc... – Yumiko não consegue continuar, pois tropeça numa poça d’água e cai no chão.

- Corta!!! – o diretor grita – Kyoko-chan! Você está bem?

- Ai, ai. – Kyoko geme um pouco se sentando com a ajuda de Ren.

- Você está bem, Kyoko?

- Estou. – Kyoko diz, sorrindo.

- Alguém traga um pano pelo amor de Deus!

- Kyoko-chan, você está bem? – Peter pergunta, segurando a mão dela.

- Estou, Peter-kun. Ai, essa precisa ficar pra história.

- Ah pode apostar. Vou colocar no making of do Dvd. – Date sorri para ela.

- Diretor! – Kyoko fica vermelha e se levanta, mas escorregando de novo e só não caindo porque Ren a segurou.

- Tudo bem?

- Sim, obrigada Ren.

Uma mulher chega com um pano, limpando o chão. Ela se desculpa e Kyoko agradece.

- Tudo bem ai?

- Sim!

- Ação!

- Seu pivete! - Takumi pega Shouta pelos pés, colocando ele de cabeça para baixo e Shouta começa a gritar.

- Takumi! Coloca o Shouta no chão!

- Não querooo! – Takumi diz, balançando Shouta pelos pés, que gritava desesperadamente. Então eles escutam um clique e olham para a porta, revelando seu pai.

- Oto-san! – Shouta grita e Hideo sorri para os filhos.

- Se divertindo muito ein? – Hideo tira o paletó e Yumiko corre para ajudá-lo, dando um abraço nele e ganhando um beijo na testa.

- Okaeri, Oto-san.

- Tadaima, Yumiko.

- Okaeri. – Takumi diz, soltando Shouta em cima do sofá, andando para a cozinha, indo fazer um outro sanduíche.

- Takumi, deixa ai. Eu faço. Oto-san quer um também?

- Ah, sim, obrigado, Yumiko. – Hideo senta no sofá e Shouta começa a falar animadamente com o pai, contando sobre as malvadezas do irmão.

- Uhh... Mais um pouco... ahhh... – Yumiko ficava de pontas de pé, tentando alcançar o pacote de café. Então uma sombra lhe cobre e um braço pega o café para ela. Yumiko se vira e dá de cara com o peito de Takumi.

- Obrigada.

- Hum. – Takumi se vira e senta na bancada, comendo uma maça e observando a irmã. Yumiko cantarolava uma canção qualquer enquanto preparava a comida do irmão e do pai.  Takumi observa os cabelos de Yumiko se movimentando à medida que ela se mexia, e observa as expressões dela. Takumi sorri inconscientemente e Yumiko percebe.

- Do que está rindo, Taku-nii?

- Quer saber, Yumi-chan? – ele dá um sorriso maroto e Yumiko analisa-o, antes de se virar, recusando. Aquele sorriso e aquele olhar significavam um plano. E Yumiko nunca saia feliz dos planos de Takumi.

- Oto-san, aqui está o seu.

- Ah, obrigado, filha. – Hideo come o sanduíche enquanto olhava alguns papeis.

- Trabalho, papai? – Shouta pergunta, bocejando.

- É. Já está na hora de ir dormir não é, Shouta?

- Mas eu não to com so... – ele boceja de novo - ...no.

- Vamos Shouta. – Yumiko pega ele no colo, que acaba adormecendo logo. Hideo observa a filha, admirando-a. Ela realmente crescera muito bonita. Um olhar indecifrável aparece em seu rosto, e ele suspira. Takumi e Yumiko. Seus dois filhos, que ele amava mais do que tudo. Eles sofriam e a culpa era dele.

{Muda a câmera}

- Onee-chan, eu não quero dormir. – Shouta murmura, segurando o braço da irmã.

- Por que? Amanhã você tem escola. Tem que recuperar as energias, Shouta.

- Mas se eu dormir eu vou ter pesadelos. – Shouta diz, tremendo. Yumiko olha para o irmão gentilmente e tem uma idéia.

- Que tal você dormir com seu irmão?

- Não! Ele é mal! – Shouta diz – Eu quero dormir com você.

- Mas eu ainda tenho que estudar, Shouta. Não vou dormir agora.

- Onee-chan...

- Vamos fazer um acordo. Você fica com seu irmão até eu acabar de estudar e depois eu te levo para dormir comigo, ok?

- Promete?

- De dedinho. – eles entrelaçam o dedo mindinho e Kyoko se levanta levando Shouta para o quarto do irmão, que estava sentando na varando, escutando música e olhando para fora.

- Takumi, o Shouta vai ficar aqui por um tempinho, ta?

- Não. Tira ele daqui. – Takumi diz, sem olhar para ela.

- Por favor. É só enquanto eu estudo.

- Não.

- Taku-nii... Por favor... – Takumi estremece com a voz doce de Yumiko e olha para ela, que olhava para ele com os olhos brilhando.

- Ta, mas vem logo, se não eu expulso ele.

- Você é o melhor Taku-nii! – Yumiko dá um beijo em Shouta e em Takumi, saindo do quarto sorrindo.

- Rosto vermelho, ein, criança? – Takumi brinca, observando seu irmãozinho deitar em sua cama.

- Cala a boca. O seu está pior do que o meu. – Shouta se cobre com o lençol e Takumi fecha o rosto, irritado. Ele estava deixando seus sentimentos escorregarem com mais facilidade. Não podia deixar isso acontecer. Não queria perder Yumiko.

{Um tempo passa}

- oiii, Shouta. Taku-nii... – Yumiko sussurra pela fresta da porta, entrando no quarto. Ela encontra os dois deitados no chão. A cama parecia ter sofrido um bombardeio de tão desorganizada que estava. Devem ter brigado.

- Boa noite. – Yumiko diz baixinho, puxando o lençol para cubri-los, mas ao se levantar, Takumi puxa o braço dela, fazendo ela deitar do seu lado, de frente para si. Ele passa um braço pela cintura dela, puxando-a para mais perto e enterra a cabeça entre o pescoço e os seios dela.

- Yumi-chan... – ele murmura no sono, se aninhando contra ela.

- Ei, Taku-nii... Me solta. – Yumiko tenta se libertar dos braços do irmão com o rosto vermelho de vergonha. – Taku-nii...

- Hum... Não me deixa... Yumi-chan... Não... vai... – a garota se cala, assustada por Takumi estar sonhando com ela. – eu vou...ser bom... vou me compor...tar... Yumi-chan... Não me...deixa...

Yumiko percebe uma lágrima escorrendo pelo rosto de Takumi e limpa ela. Ela abraça Takumi e sussurra:

- Eu nunca vou te deixar Taku-nii. – ele murmura alguma coisa mais, mas Yumiko não escuta, pois já tinha adormecido.

Uns segundos depois, Hideo aparece na porta com uma expressão de dor. Seus filhos se amavam e não podiam ficar juntos por culpa dele. Ele só trazia infelicidade para eles. Mas consertaria isso. Sim, ele encontraria um meio de Takumi e Yumiko se amarem livremente. Ele fecha a porta do quarto.

- Corta! – Kyoko suspira e abre os olhos, percebendo Ren olhando para ela, sorrindo. Ela se senta e Ren também, ainda olhando para ela.

- Ren?

- Hum?

- Alguma coisa errada? – ele parecia de alguma forma, estar esperando algo dela.

- Não, estou bem. Bom trabalho, Kyoko. – Ren se levanta e estende a mão, ajudando-a a se levantar.

- Obri...gada. – Kyoko olha para o diretor e ele sorri, satisfeito com a cena.

- Podem ir se trocar. Vamos almoçar agora. – Kyoko corre para o vestuário e Ren vai andando calmamente, se trocando lentamente. Enquanto isso, Kyoko já estava se sentando com os amigos, conversando.

- Então, Kyoko-chan, mal começaram as gravações e você já consegui beijar Tsuruga-san e dormir agarradinha com ele. – Julie sorri maliciosamente e Kyoko fica vermelha.

- É-É a-apenas atuação. – ela diz, comendo seu omelete.

- Vai dizer que não gostou?

- Julie!

- Ahh, eu queria estar no seu lugar, Kyoko-chan. – Kate comenta e Itsumi concorda, rindo.

- Momose-san! Kate-san! – Kyoko se engasga e Julie bate nas costas dela.

- Ahahaha, a emoção foi tão grande que ficou engasgada, Kyoko-chan? – Kaito pergunta, rindo.

- Até você, Kaito-san. Se vocês querem tanto saber como foi, apenas o abracem. – Kyoko resmunga, voltando a comer.

- Como se ele fosse abraçar alguém além de você.

- Era só atuação! – Kyoko explica.

- Mas como é Kyoko-chan? É bom? – Itsumi pergunta.

- Você não se lembra?

- Não muito. Faz um tempo desde Dark Moon.

- Eu acho... bom. – Kyoko admite, timidamente.

- Como é?

- Ah, eu não sei explicar. Só é...bom.

- É igual abraçar o garoto que você gosta? – a cara de Kyoko se fecha ao escutar isso.

- Eu não sei. Nunca fui abraçada pelo garoto que eu gostei. – ela diz, comendo silenciosamente.

- E o Fuwa-san? – Itsumi pergunta. – vocês não estavam saindo?

- Não.

- Mas ele te beijou e levou aquele buquê lindo no dia de São Valentim.

- Ele era estranho. – Kyoko responde.

- Espera, você nunca me disse sobre ter beijado o Fuwa. – Julie diz, surpresa.

- Por que não teve importância.

- Foi um beijo! É lógico que tem importância.

- Não para mim.

- Você é bem madura, não é Kyoko-chan? – Mathew a elogia.

- Obrigada, Mathew-san. – Kyoko levanta o olhar, procurando por Ren.

- Está procurando quem?

- Ren. Ele está tentando escapar das refeições. – Kyoko se levanta e vai até Yashiro.

- Yashiro-san, onde está o Ren?

- Ele disse que estava com dor de cabeça e está lá dentro. – Kyoko se desespera ao ouvir isso. Ela corre para o vestuário de Ren, batendo na porta e abrindo ela, olhando para dentro, encontrando Ren, deitado no sofá.

- Ren. – Kyoko se aproxima sem fazer barulhos e se agacha ao lado dele. Ela coloca a mão na testa dele, mas ele não tem febre. Ela pega uma mecha de cabelo que tinha caído nos olhos dele e ajeita. Kyoko acabou sentando no chão, pegando uma mão de Ren, enquanto a outra fazia caricias no cabelo de Ren. Era tão macio e fofo. Kyoko sorriu, entrando no seu mundo das fadas e acabou adormecendo.

Quando Ren acordou, sentiu algo pesado contra sua testa e descobriu ser uma mão. Ele olhou para o lado e viu a face adormecida de Kyoko apoiada no sofá, Ren olhou para sua mão e a dela juntas e sorriu. Dormir um pouquinho mais não faria mal.

Julie e Kuu foram procurar o filho no vestuário, querendo aproveitar o tempo livre para conversar com ele. Quando abriram a porta, encontraram a cena mais fofa que podiam imaginar. Ren, deitado e Kyoko na sua frente, de mãos dadas. Os dois sorriam, e Kuu aproveitou, chamando o diretor.

- Date, aqui. Uma coisa boa para o Making of. – Date olha dentro da sala e pula para trás.

- Eles... estão nesse tipo de relação?

- Ainda não. – Julie responde – Mas estamos dando um empurrãozinho para que aconteça logo.

- Então é por ela. – Date diz, percebendo que a garota que Ren amava era Kyoko. Isso com certeza era uma reviravolta interessante. Date puxa a câmera e tira algumas fotos.

- Tira aqui. – Kuu senta ao lado de Kyoko sorrindo e Julie do outro lado, os dois fazendo um símbolo de paz e amor.

- Hahah. – Date segura a risada e pega uma caneta. – Se atrevem?

- Com certeza. – Kuu pega e faz desenhos no rosto de Kyoko e Ren, que nem se mexem. Date tira mais fotos e eles saem da sala, liberando a risada e assustando a todos.

- Isso vai dar um susto neles quando virem.

- Ahahahaha!

Alguns minutos depois, Ren acorda de novo. Ele olha para seu lado conferindo se Kyoko ainda estava ali e sorri. Então ele percebe algo preto no rosto dela. Ele estica a mão e esfrega de leve, mas isso acorda Kyoko, que pula para trás de susto.

- Ren! – Kyoko se afasta, mas Ren segura a mão dela, ainda deitado.

- Vem cá, Kyoko. – ela se aproxima e ele passa a mão no rosto dela, tentando limpar a tinta. Ele percebeu o olhar incrédulo no rosto de Kyoko. – O que foi?

- Ta sujo, Ren. Seu rosto. – Kyoko passa a mão na bochecha dele, mostrando a tinta preta nos seus dedos. Ren se levanta e juntos vão se olhar no espelho. Kyoko grita e todo o estúdio escuta, se assustando. Date, Julie e Kuu se acabam de rir.

- O que é isso?! – Kyoko esfrega o rosto, passando o pano molhado.

- Kuu. Foi ele. – Ren murmura, já conhecendo as brincadeiras do pai. Ele passa a mão pelo rosto mais uma vez, conferindo e ajeita as roupas.

- Oto-san! Não acredito! – Kyoko esfrega o pano no rosto com mais força.

- Kyoko, assim você vai se machucar.

- Mas não ta saindo.

- Me dê aqui. – Ren pega o pano e senta de frente para ela no sofá. Ele passa de leve e gentilmente no rosto da garota, com todo o cuidado para não machucá-la. Ren levanta o queixo de Kyoko e passa o pano ali, descendo em direção ao decote. Ren se controla e volta a limpar o rosto dela. Kyoko observava Ren hipnotizada. Ele era tão cuidadoso e carinhoso com ela. Ele se importava com ela. Kyoko ficava feliz por Ren gostar dela e se importar com ela. Ren sorriu para ela, terminando o trabalho, no mesmo momento que alguém bate na porta e entra.

- Ei, o diretor está chamando. – Kuu avisa, olhando para eles e para os panos sujos. Ele sorri e Ren lhe dá um sorriso brilhante.

- Oto-san. – Kyoko chama, se levantando e abraçando ele – Eu estava com saudades suas. – ela amarra os braços de Kuu em suas costas.

- Ei, o que é isso? O que estão fazendo?

- Vingança. – Ren e Kyoko respondem sorrindo malignamente

Todos olham para a aura refrescante ao redor de Kyoko e Ren, que riam e que haviam acabado de sair do vestuário de Ren e para a aura de depressão ao redor de Kuu, que tinha o rosto todo preto.

- Kuu! – Julie chega perto do marido, passando a mão pelo rosto dele. – O que houve?

- Eles descobriram. – Kuu murmura, abraçando a esposa.

- Xiiiss! – Date diz e Kuu sorri por reflexo, percebendo depois que Date tinha tirado sua foto para o Making of.

- Diretor! – Kuu reclama e Date ri.

- Esse vai ser um dos melhores making of que já foram vistos. – Date murmura para si mesmo, guardando a câmera.

- Oi! Yumiko-chan! – Rika se aproxima de Yumiko que já estava sentada na sua cadeira, fazendo uma tarefa de última hora.

- Ah, Rika. Bom dia.

- Tão cedo e já está copiando?

- Não. Eu me esqueci de fazer ela ontem de noite. – Yumiko mente. Na verdade ela tinha se lembrado, mas estava com tanto sono que desistiu. Além disso, ela não trocaria os braços de Takumi por nada nesse mundo.

- Hum. Então, como foi o trabalho ontem?

- O mesmo de sempre. Mas eu me divirto muito. – Yumiko diz, sorrindo. – eu só queria que pagasse melhor. Oto-san está trabalhando demais esses dias.

- Se você precisar de alguma ajuda, sabe que pode me pedir, não é? – Rika pergunta, sorrindo para a amiga.

- Sim, obrigada Rika.

- Ei, ei! Está tendo briga lá fora! – um garoto chega correndo na sala e todos imediatamente prestam atenção.

- Quem é? – Yumiko pergunta.

- Saionji Takumi e um garoto de outro colégio. Vamos ver! – todos correm para fora da sala, animado com a notícia. As garotas só queriam ver o gato do Takumi lutando. Para elas, ele ficava sexy quando estava lutando.

- Yumiko? Você não vem?

- Vai na frente. Vou acabar de copiar isso aqui.

- Tem certeza?

- Tenho. – Rika corre para fora da sala.

- Corta! Okay pessoal! Para fora! – Kyoko e os outros vão para a parte de trás do estúdio, onde as câmeras já estavam arrumadas e tinha vários figurantes, com se fossem os alunos.

- Kyoko-chan, preste atenção ok? – Date diz – Sua vez chega logo.

- Sim.

- Câmeras? Ação!

- Briga! Briga! Briga! Briga! Briga! Briga! – a roda de pessoas ao redor de Takumi e o garoto de outro colégio, gritavam, animados. As garotas torciam por Takumi, que estava com uma expressão de tédio.

- Vamos lá Saionji! Está com medo?

- Estou. De te machucar tanto que você irá parar no hospital, Keijiro. – Takumi diz, sorrindo maldosamente.

- Se alguém vai para o hospital, esse alguém é você! – Keijiro e Takumi se atacam, trocando socos, chutes, fazendo combinações de movimentos. Um dos chutes pegou na barriga de Takumi, deixando-o sem ar.

- Ei, onde está a Yumiko-chan? – Midori pergunta.

- Ela está copiando a tarefa lá em cima.

- O que? Mas o irmão dela ta lutando aqui!

- Vai entender. – elas voltam a prestar atenção na luta, vendo Takumi deixar Keijiro no chão, prendendo com o pé.

- Se quiser apanhar, já sabe onde me encontrar. – ele solta o homem e se vira, andando em direção aos amigos. Yumiko entra em cena, abrindo caminho entre as pessoas. Ela para, olhando Takumi e vê o outro garoto, com quem ele lutou, se levantando, pegando um pedaço de madeira do chão e indo para Takumi.

- Taku-nii!!! – Yumiko corre em direção a ele, e quando Takumi se vira, só vê um borrão preto, então o “back”. Takumi assiste chocado Yumiko deslizando em seus braços, caindo no chão com um som surdo. Keijiro ri maldosamente e Takumi perde o controle. Ele avança em cima dele, batendo nele, o rosto tomado pela fúria. Akatsuki, Kazuya e Sui correm até eles, segurando os braços de Kei, tentando pará-lo.

- Me soltem! Eu vou matar esse desgraçado! – Takumi se debatia, tentando alcançar Keijiro, já desmaiado no chão.

- Deixa ele pra lá. O que vai fazer sobre a Yumiko-chan?! – Sui pergunta e a razão volta para Takumi. Ele se levanta, correndo até a irmã, se ajoelhando ao lado dela, pegando gentilmente a sua cabeça e trazendo-a para seu colo. Takumi vê algo vermelho escorrendo pelos seus dedos e pingando no chão. Sangue. Sangue de Yumiko.

- Corta! – Date grita e todos relaxam do ar tenso. Kyoko abre um olho, encontrando Ren.

- Acabou? – ela sussurra.

- Acabou. – Ren diz, sorrindo.

- Uww, foi assustador. – Kyoko se senta e vê as mãos e as roupas de Ren sujas de sangue falso.

- Eu realmente pensei que fosse sangue. – Ren diz, olhando para as próprias mãos.

- Você tem medo de sangue, Ren? – Kyoko pergunta, preocupada com o olhar no rosto do sempai.

- Não. Apenas não me traz boas memórias.

- Sinto muito. – Kyoko diz. Kaito e Mathew chegam com panos, dando para eles.

- Que cena ein?

- Foi muito emocionante. Nossa, pareceu mesmo que Tsuruga-san tinha perdido o controle lá.

- Achei que a Kyoko-chan estava sangrando mesmo.

- Não. Tinha um saquinho com sangue falso no pedaço de madeira. – Kyoko limpa suas mãos. – eu tenho que trocar a peruca. Volto já já. – ela se afasta.

- Tsuruga-san, o que pensou quando viu ela caindo no chão?

- Eu perdi a consciência para o Takumi. Ele tomou conta de mim por alguns segundos.

- Nossa, foi tão legal! Você é um ótimo ator. Espero chegar no seu nível um dia. – Kaito elogia e Ren agradece. Ele dá um desculpa e se afasta, sentando numa cadeira.

- Ren, tudo bem? – Yashiro se aproxima, com uma garrafa d’água.

- Só um pouco enjoado. – Ren responde.

- Foi chocante ver a Kyoko-chan daquele jeito não é? – Yashiro pergunta, sorrindo maliciosamente e começando a falar.

Ren ignorou Yashiro, pensando naquela tinta em seus dedos. Seu passado ainda permanecia ali. Não importava o quanto ele tentasse, nunca sumiria. Ren não se orgulhava nada do que tinha feito. Usou sua raiva de forma errada, ameaçando as pessoas, batendo nelas, por motivos fúteis. Seu passado como Kuon era um mar de violência. O sangue de muitas pessoas manchava suas mãos. Ren imaginou o quão desgostosa Kyoko ficaria se descobrisse sobre isso. Ela odiaria Ren. Ninguém aceitaria ser abraçado por aqueles braços que um dia foram usados para violência. Ren era sujo. Não sujaria Kyoko também. Apenas ela tinha que permanecer pura. Apenas ela.

- Ren? O diretor está chamando. – Yashiro olha para Ren preocupado. Ele se levanta e vai até lá, se preparando para a próxima cena.

- Ren, pronto? É a última cena de hoje.

- Sim.

- Kyoko-chan, todo bem ai?

- Sim. – Ren olhou para a garota deitada em uma cama branquinha.

- Câmeras? Ação!

Takumi assistia o sono de sua irmã, impaciente. Já faziam mais de seis horas que ela estava na enfermaria e ainda não tinha acordado. Tudo por culpa dele. A cena de Yumiko caindo no chão se repetia em sua mente, e o grito dela antes da cena ecoava em seus ouvidos. Por culpa dele Yumiko estava machucada. Por culpa dele Yumiko estava sofrendo. Por que ele não conseguia protegê-la?!

- Taku-nii... – os olhos de Yumiko se abrem lentamente, ajustando-se a luz. Ela vira a cabeça devagar e encontra o olhar de dor em Takumi. – Taku-nii... Você... está bem? 

- Se eu estou bem? Se eu estou bem?!! – Takumi grita, assustando Yumiko – Você está acamada, com um ferimento grave na cabeça, passou mais de seis horas dormindo e você pergunta se eu estou bem?!

- Taku-nii... Que bom que está...bem. – Yumiko sorri fracamente e a dor de Takumi aumenta.

- Yumi-chan... Me desculpe. Me desculpe. – Takumi murmurou repetidamente, segurando a mão da irmã – Me perdoa.

- Taku-nii...

- Me perdoa por não te proteger. Me perdoa, Yumi-chan. A culpa é minha você ter se machucado. Eu só trago dor pra você. Me perdoa, me perdoa. – Takumi apóia sua cabeça na barriga dela, fechando os olhos com força.

- Taku-nii... Não é...sua culpa. – ela murmura, colocando uma mão na cabeça do irmão e acariciando. – Taku-nii só me faz...feliz. Ele sempre...me protege... Eu também... quero...proteger você, Taku-nii...

Takumi levanta o olhar, olhando para Yumiko que estava chorando, mas sorrindo.

- Yumi-chan... Me desculpa. Eu sou o pior por te fazer sofrer. – Takumi limpa as lágrimas de Yumiko.

- Taku-nii... eu estou feliz...que consegui...te proteger. – ela sorri, fechando os olhos.

- Baka. – Takumi sorri, derrotado. Ele coloca a cabeça entre as mãos, puxando seus cabelos. Ele estava se sentindo impotente. Incapaz de proteger a única pessoa com quem realmente se importava. A única pessoa que amava. A única pessoa que não podia amar.

- Taku-nii... não chora... – Yumiko levanta a mão, colocando-a no rosto de Takumi, tentando limpar as lágrimas que caiam pelas bochechas do irmão. À medida que ela conseguia, mais caiam. Yumiko se esforçava, tentando ao máximo, enquanto Takumi a observava calado, chorando silenciosamente.

Yumiko desistiu de limpar as lágrimas, e ao invés disso, fez algo ainda mais surpreendente. Ela se sentou, mesmo sofrendo de dor, e abraçou Takumi. O garoto apenas recebeu o abraço, indiferentemente. Então sentiu as lágrimas aumentarem e abraçou Yumiko com força, fazendo ela ficar o mais perto de si. Takumi queria unir seus corpos em um só, queria absorver a dor de Yumiko e oferecer todo seu amor. Yumiko gemeu de dor e Takumi percebeu a estupidez que tinha feito.

- Yumi-chan. – Takumi a deitou na cama gentilmente. Yumiko esticou a mão e limpou as últimas lágrimas do rosto dele.

- Consegui... – ela sorri e Takumi se afasta, antes que faça algo mais estúpido. – Taku-nii...fica aqui...comigo. – ela pede, com um olhar abandonado.

- Y-y-yumi-chan... Não posso. Você precisa descansar. – ele diz, se levantando da cadeira e se virando, mas sentindo sua camisa sendo puxada.

-Taku-nii... – a voz chorosa de Yumiko quebra qualquer controle que ele estava construindo e ele se deita ao lado dela, segurando sua mão.

- Durma, Yumi-chan. Eu não vou te deixar.

- C...Corta! – Date grita de repente e todos voltam à realidade. Ninguém ousava se mexer ainda. Eles ficaram tão envolvidos com os sentimentos de Takumi e Yumiko que esqueceram tudo ao seu redor.

- Ei, não tinha choro nessa cena. – Julie diz.

- Eu sei. Mas ficou tão perfeito. Tão profundo. – Kate diz, limpando as lágrimas de seus olhos.

- Mas nessa cena era pro Takumi gritar com ela com raiva de si próprio e da insensatez dela. Então ele saia, deixando ela triste.

- Mas se você pensar melhor, os sentimentos do Takumi nunca permitiriam ele deixar ela machucada ali sozinha. Ele ama ela demais.

- Assim ficou mais legal.

- Eu...to me sentindo patético. – Kei diz, depressivo.

- Por que?

- To vendo a diferença de habilidade entre nós.

- Tsuruga-san realmente é um ótimo ator. Mas a Kyoko-chan está no mesmo nível, quem sabe até superior.

- Ela passou. – Kuu diz, sorrindo para a esposa e depois para a filha. – estou orgulhoso.

- Nossa. Se essa cena foi assim, imagina as outras. – Mathew comenta.

- Alguém sabe cadê a Kyoko-chan?

- Ela está ali ainda. Com o Tsuruga-san. – Julie responde olhando para o set.

Kyoko olhava para suas mãos, ainda chocada. Ren olhava para o nada.

- Ren! Kyoko-chan! – Date chama a atenção deles. Hesitantes eles se aproximam do diretor.

- Desculpe, Diretor. Eu sai do script. Me desculpe. – Kyoko se curva.

- Do que você está falando? Ficou absolutamente perfeito! Melhor do que antes! – Date elogia, olhando para Ren, que não tinha nenhuma expressa no rosto.

- Sério?

- Sim. Bom, só queria dizer que amanhã é o mesmo horário. Bom trabalho. – Date se afasta. Ren permanece parado e Kyoko olha para ele.

- Ren? Ren? Tudo bem? – ela olha para ele preocupada.

- Eu...

- Ren? Tudo bem? Foi porque eu mudei a cena sem avisar? Me desculpe. – Kyoko já ia se curvar, mas Ren a impede.

- Não, Kyoko. A mudança ficou perfeita. Só... que estou um pouco chocado.

- Com o que?

- É a primeira vez que alguém controla minha atuação. – ele admite.

- Do que está falando? – Kyoko pergunta sem entender. Kuu se aproxima junto de Julie.

- Ele está dizendo que é a primeira vez que alguém lidera a cena que não fosse ele.

- Eh? Quem fez isso?

- Você, Kyoko. – Ren diz, olhando para ela, sério.

- Hã? – o queixo de Kyoko cai – D-d-do que estão falando? N-n-não tem jeito de eu ter feito isso. Não, não. É impossível.

- Mas você fez. – Kuu diz, sorrindo – Estou orgulhoso de você.

- Oto-san... Ren!!!Ahhh!! Me desculpeee!!! – Kyoko se ajoelha, se desculpando profundamente – Eu fiz algo assim tão desrespeitoso para você!! Me desculpe!!! Eu sou uma kohai horrível!

Ren olha surpreso para ela. Por que ela estava se desculpando quando devia estar feliz?

- Kyoko. – Ren se abaixa, ficando no mesmo nível dela – Não estou irritado com isso. Estou feliz, na verdade. Estou orgulhoso de que você finalmente me mostrou o quão boa atriz você pode ser. Tenho certeza de que ainda pode melhorar. – Ren sorri gentilmente e Kyoko começa a chorar.

- Ah, ah, você fez ela chorar, Ren. – Julie acusa e Kuu ri do desespero de Ren.

- Por que você está chorando? O que eu fiz? – Ren tenta limpar as lágrimas de Kyoko.

- N-não é isso. Eu...deixei você orgulhosa Ren. Estou feliz. – Kyoko diz, sorrindo e Ren levanta rapidamente, tossindo fracamente, tentando esconder o vermelho que tinha aparecido em seu rosto.

- Isso é b-bom. – Ren diz e Kyoko se levanta, agora animada.

- Yoshi! Vou melhorar muito mais e fazer você dizer está orgulhoso de mim de novo! – Kyoko sorri diante do desafio. Ren sorri sem graça e murmura um sim.

Serão longos dias de gravação


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Notas finais do capítulo

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