I am so happy knowing you are the one

That I want for the rest of my days

For the rest of my days

Your all of my days

Eram sete da manhã.

E já estava atrasado, então poderia muito bem esperar o horário para a segunda aula.

Caminhou para o quarto do loirinho, abrindo a porta silenciosamente. Desde que Len e Rin conquistaram seus quartos próprios, buscava por uma chance de ficar a sós com o menor; E dadas as circunstâncias, esta seria sua maior chance.

Seus olhos rolaram pelo local pouco iluminado, notando o menor deitado em sua cama, respirando calma e profundamente. Sentou-se ao pé da cama de modo que seu rosto ficasse de frente ao do menor. Agora podia observá-lo mais atentamente.

Seus dedos seguiram silenciosamente para tocar-lhe os cabelos de textura aparentemente macia. Com as expectativas confirmadas, seu rosto pendeu-se para frente apenas para poder usufruir de seu cheiro único. Exalava um cheiro forte, mas não conseguia distinguir exatamente; Só tinha certeza de que... Pendia o aroma de frutas vermelhas.

Estava mais para melancia, mas não, possuía algo a mais. Um cheiro que nunca havia sentido antes...

O pequeno corpo se remexeu, tirando-o de seus devaneios, para olhar – ao mesmo tempo – atento e calmo para os olhinhos que se abriam. Eles piscaram duas vezes lentamente, enquanto ouvia um “Bom dia” ser proferido com uma voz manhosa e grogue. A coberta foi segurada por duas mãos e abaixada minimamente, deixando a mostra o sorriso leve do menor.

Kaito se assustou de início, mas logo respondeu o pequeno.

- Bom dia, Len.

- Você não vai à aula hoje, Kaito? - O menor bocejou enquanto falava.

- Depende muito. – Ele riu baixinho.

Len remexeu-se e preferiu se sentar, bocejando novamente, mas com uma freqüência menor.

- Depende muito? – Indagou. - Depende do quê? – Sorriu.

- Para ser mais exato... Depende de você. – Seu sorriso era calmo, quase que sedutor.

O impacto que aquelas palavras causaram em Len eram assustadoramente perceptíveis, afinal, a quantidade de sangue contida em suas bochechas era bastante notável. Chegava a ser cômico, mas Kaito via aquilo com tamanha fofura.

- D-De mim? – Indagou, com uma voz baixa e insegura.

- É! – Sorriu. – O que vai fazer para eu comer hoje?

- Nada. – Ficou sério.

- Ahn? Por quê? – Indagou, fazendo bico.

- Não adianta, Kaito, eu não vou fazer nada pra você. – Suspirou. - Vai pra escola, vai.

Kaito sorriu ironicamente.

- Não, agora eu fico. Pego o que tiver pra pegar com a Luka, vou ficar com você. – Ele sorriu mais normalmente agora, fazendo o menor corar.

- O que aconteceu com você, Kaito? – Arqueou uma sobrancelha. - Está tão meloso, se apaixonou por quem, ein? – Riu.

- Hunf. – Bufou, rondando o olhar pelo quarto, sem saber o que dizer. – Não sei bem. – Suspirou, voltando a olhar para o loiro. – Pode parecer clichê, mas eu gosto de alguém, só não sei se essa pessoa sente o mesmo por mim. – Deu de ombros.

Observou o menor pender a cabeça minimamente para o lado, pensando sobre suas palavras.

- Clichê não, é só o amor. – Ele riu, ficando em silêncio novamente. Kaito o observou curioso.

- Lindas palavras, só não resolvem o meu problema. – Ele riu baixinho, recebendo um olhar ofendido.

- Tonto, não é isso que eu quero dizer! Você nem deixou terminar! – Cruzou os braços, irritado.

Kaito riu, mas sem proferir uma palavra se sentou ao lado do pequeno, invadindo sua cama.

- Então termine!

Len remexeu-se, tentando controlar seu nervosismo. Afinal, era Kaito e ele sabia mexer consigo, por mais que o maior nem fizesse ideia disso.

- Certo... – Suspirou. –... Você só tem de falar pra ela. Seja você mesmo, tenho certeza que essa pessoa vai aceitar.

- Hn? – Riu fraco. – Como tem tanta certeza disso? Eu sou um saco. – Suspirou.

- Tá, você é um saco. – Sua vez de rir. – Mas tem o seu jeito de demonstrar que gosta dos outros. Tirando essa sua cara feia... Se eu fosse uma mulher eu acho que lhe daria uma chance. – Brincou.

Kaito sorriu, inclinando seu corpo para frente, na mesma medida que Len se distanciava; notando certa mudança na situação se pronunciou.

- Você vai se atrasar, Kaito.

- Hm... – Observou seu relógio de pulso. – É verdade. – Mordeu o lábio inferior, preocupado. – Então... – Seu sorriso aumentou ao observar Len.

- O quê? – Corou assustadoramente.

O maior se aproximou, segurando o rosto do pequeno, que se assustou arregalando os olhos. Kaito sorriu antes de encostar seus lábios nos de Len, apenas sentindo sua textura, porque não poderia se atrasar.

O beijou singelamente, levantando-se e observando o menor, que mais parecia um tomate, pela cor rubra de suas bochechas.

- É, agora eu tenho de ir.

- Eu sempre soube que era um idiota. – Len colocou a língua para fora, fazendo uma careta.

Kaito riu, passando sua mão na cabeça do pequeno.

- Certo, eu sou um idiota. – Bagunçou os cabelos de Len, mas logo foi obrigado a soltá-los ou levaria um tapa na mão. Limitou-se a andar até a porta, parando ali e virando-se novamente. - Estou tão feliz sabendo que você é o único que eu quero para o resto dos meus dias. – Sorriu e, sem receber resposta alguma, encostou a porta no batente, correndo até a porta de saída.

Não notou Len correndo atrás de si e gritando seu nome da porta da casa.

- E o que isso tudo tem a ver? – Gritou confuso para um Kaito que atravessava a faixa de pedestres.

O maior virou-se.

- Eu te amo e espero uma resposta quando eu voltar, tá? – Acenou, fazendo algumas pessoas pararem para observar a situação.

Algumas olharam de um garoto para o outro, enquanto uns mal paravam para observar. Muitos apontavam para o loiro que escondia o rosto na mão, mas logo não demorou ali, fechando a janela e entrando em casa.

~

Lá pelas três da tarde o mais velho chegou em casa junto com seus colegas, com quem dividia a casa também. Eram Luka, Miku, Meiko e Gakupo. Era estranho ter de dividir a casa, mas como eram todos grandes amigos isso já não se tornara mais um empecilho.  

- KAITO! – Gritou uma voz feminina. Era Rin.

- Oi, garota! – Ele sorriu, recebendo um abraço da menina. – Cadê o seu irmão?

- Ele tá no quarto e não saiu desde o almoço. Ficou calado e quando eu mencionava você ele mudava de conversa. O que aconteceu, ein? – Ela riu, enquanto soltava o mais velho.

- Eu definitivamente não sei. – Riu ele, nervoso.

Luka, Miku e Kamui o olharam ironicamente.

- O que foi? – Ele indagou, sem entender nada.

- Naaada. – Disse Meiko, pegando Rin. – E aí? Conseguiram montar o quebra-cabeça?

- Estamos terminando, a Gumi é fantástica nessas coisas, ela montou quase tuuudo. ~

- Vamos ver então? – Pediu ela, enquanto puxava Miku.

- Eu quero veer. – A garota de cabelos azulados se interessou, puxando a mão da mais velha.

- Então vamos. Quer vir Luka? – Indagou.

- Quero, eu não tenho o que fazer, venha também Gackpoid. O Kaito tem de resolver coisas. – Ela riu, seguindo as meninas.

- Ah, tá! Ei, Kaito, tenho uma ideia ótima! Mostra pra ele a sua banan–

- CALA A SUA BOCA SEU IDIOTA PERVERTIDO! – Gritou Kaito, atirando-lhe a primeira almofada que viu em sua frente.

- Ah, Deus, agora a culpa é minha. Tsc, não sou eu que sou o problema pessoal de certo garoto de quatorze anos. – Riu, pegando a almofada do chão e massageando o rosto, correndo antes que algum outro insulto fosse dito a si.

-... Um garoto de quatorze anos. – Imitou.

- O que quer de mim? – Len apareceu apoiando-se no batente da porta.

- Leeeen ~

Correu em direção ao menor, jogando-o ao chão.

- AAAH! O QUÊ? – Corou violentamente com os seus corpos tão juntos.

O pé do maior fechou a porta atrás de si, para que nenhum intruso fizesse alguma bobagem para espiá-los. Sentou-se, colocando o pequeno loirinho em seu colo.

- Pensou? Pensou? – Indagou, mordendo a gravata do menor e olhando para ele de maneira sedutora.

- Pensei, mas você não vai fazer nada, seu pervertido! – Irritou-se.

- “Mas”? Quer dizer que sim? Quer ser o meu amorzinho? – Indagou, sorrindo apaixonado.

- Oh, não, p-pare com isso. – Já não podia esconder a cor de suas bochechas.

- Por quê? – Seus olhos sondaram os do outro. – Vaaamos! É só dizer sim. ~

O menor observou-o por um tempo, mordendo o interior do lábio superior.

- M-Me promete que a gente não vai... – Falou infantilmente, sem olhar para o maior; e seus dedos insistiam em brincar com a ponta do cachecol de Kaito. Era apenas um passatempo para não ter de se perder naqueles olhos.

- O quê? – Indagou, porém, quando o menor o observou com uma expressão frágil e quase indescritível, pôde entender o motivo, mordendo o lábio inferior e pensando. – Hm... Tudo tem o seu tempo. Não vou fazer nada que você não queira. Mesmo porque eu já disse: Você é a única pessoa pra mim. – Seus dedos contornaram o rosto do menor, fazendo-o encará-lo.

- Você pode ser a única pessoa pra mim? – Indagou.

O maior sorriu, quase rindo.

- Seria uma honra.

Inclinou-se minimamente para beijá-lo, capturando seus lábios com delicadeza e aprofundando o beijo na mesma medida que Len se acostumava àquilo. Ter os lábios do pequeno com os seus era tão inebriante. Tanto o cheiro único do menor, quanto a experiência nata do mesmo.

Mas, bem, teriam muito tempo para pensar e se aprimorarem de acordo com o tempo.

I'm happy knowing that you are mine

The grass is greener on the other si-ide

The more I think the more I wish

That we could lay here for hours and justa reminisce.