If You Only Knew escrita por wendy anne


Capítulo 14
“Você tem algum talento?”


Notas iniciais do capítulo

Aí está mais um capítulo para vocês. Obrigada a todos que estão acompanhando a fic e me desculpem se tiver algum erro de digitação ou de português no meio do texto, mas eu estou atolada de coisas pra fazer e não consegui arranjar tempo para revisar o capítulo antes de postar :T
Enfim, aproveitem a leitura.



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— Claro! — falei, sem conseguir esconder a minha animação. — Quero dizer... É. Seria uma boa idéia. — tentei me consertar.

— Ótimo. — ele sorriu novamente. — O que você acha de sexta-feira?

— Por mim tudo bem.

— Então eu passo na sua casa, ahm... Às 7:30, pode ser? — ele questionou com um tom doce em sua voz.

— Ah, claro. E para onde vamos? — não suportei a curiosidade.

— Bem, vai ser surpresa, mas o lugar pede roupas um pouco formais.

— Ok. — falei, com um pouco de nervosismo, eu não sabia como me arrumar de maneira formal.

— Vou esperar ansiosamente por sexta-feira. — abriu um pequeno sorriso.

— E-Eu também. — não acreditei ter ouvido aquilo. — Tenho que ir agora.

— Te vejo depois? — falou com um leve tom de dúvida.

— Claro. — sorri alegremente. — Então, até depois.

— Até. — ele disse por fim.

Girei em meus calcanhares e caminhei em direção ao refeitório, com meu coração batendo descompassado. Meu Deus! Isso realmente aconteceu? Ou era só um sonho? Dei um beliscão em meu braço para garantir se aquilo era a realidade ou não.

— Ai! — murmurei ao me beliscar.

Realmente doeu então aquilo não era um sonho. Que se dane a dor, eu tinha um encontro com o Liam. Eu, Miley Perdedora Cyrus, tinha um encontro com o garoto mais lindo da escola... Ou pelo menos um dos mais lindos. Parecia que, finalmente, após tudo de ruim que me aconteceu, minha vida estava se ajeitando. E eu estava feliz. Era isso, felicidade, coisa que eu já não sentia fazia certo tempo.

Cheguei à cafeteria, depois de mais uns minutos de caminhada, com um grande sorriso e logo localizei as meninas. Antes de me juntar a elas, fui comprar meu almoço. Posteriormente a perder mais uns minutos na fila, paguei pela minha porção de nachos, uma garrafinha de suco de laranja e um mousse de chocolate – daqueles que vendem em tacinhas de plástico. Carreguei minha bandeja até a mesa em que elas estavam. Coloquei o objeto que tinha em mãos sobre a mesa e as cumprimentei:

— Oi meninas.

— Oi! — Nicole e Sam disseram em coro.

— Nossa. Que felicidade toda é essa hein? — Selena questionou-me sorrindo de forma gentil.

— O que? Nem sei do que você está falando, eu estou no meu humor normal. — tentei esconder o sorriso, mas não consegui.

— Ah Miley, você está com esse sorriso enorme e ainda quer tentar esconder? — Demi me provocou, num tom evidente de brincadeira. — Será que toda essa sua felicidade tem alguma coisa a ver com o Sr. Liam Hemsworth?

— Bem... — abaixei minha cabeça por um momento e encarei minhas pernas, não conseguia parar de sorrir feito uma idiota.

— O que aconteceu? — perguntou Sam com um tom zombeteiro.

— Ah... Ele me chamou para sair. — respondi, olhando para elas, com um tanto de vergonha.

Elas fizeram um coro de “owns” e mais alguns sons que indicavam o quanto achavam aquilo fofo. Eu senti vontade de cavar um buraco no chão e me enfiar nele, eu não gostava muito daquele tipo de atenção. Nunca gostei, mas ao mesmo tempo, continuava a me sentir feliz.

— Então, quer dizer que o Liam realmente te chamou para sair, hum? — ouvi uma voz ao meu lado.

Virei meu rosto rapidamente e me deparei com Nick. O que ele queria afinal? Fuzilei-o com o olhar e respondi:

— Sim, por que algum problema?

— Não, claro que não. — ele falou num tom de ignorância.

— Hunf. — rolei os olhos e não o olhei mais, me concentrei em minha porção de nachos, que continuava, até aquele momento, intacta.

— Ah, oi Nick. — ouvi a voz inconfundivelmente deslumbrada de Selena.

— Oi Selena. — o garoto fez uma breve pausa. — Oi meninas.

Continuei a comer, ignorando a presença do moreno. Como é que aquelas garotas conseguiam gostar dele? Eu não conseguia entender. Não só elas, mas o resto de todas as outras meninas da escola. Acho, seriamente, que há algo de errado com elas...

— Demi! — o rapaz falou com um pouco mais de animação.

— Oi. — a voz suave de Demi, ao meu lado, encontrou meus ouvidos. — E aí, te vejo amanhã depois da aula, como sempre?

— Claro. Você sabe disso. — olhei de esguelha e ele havia pousado a mão no ombro da menina, que o olhava fixamente.

— Ótimo. — ela continuou. — Ah, a Miley vai estar lá também. Ela quer entrar para o clube e vai dar uma olhada amanhã.

— Sério? — vi o sorriso no rosto dele murchar, provavelmente de propósito. — E ela... Bem, deixa pra lá, depois nós conversamos.

E ela o que? O que ele iria falar afinal? Cheguei à conclusão de que ele estava fazendo aquilo apenas para me irritar. E estava conseguindo. Na verdade, ele sempre conseguia. Sempre me irritava, da mesma forma que eu também conseguia continuamente o deixar com raiva. E nossa relação se resumia a isso.

— Tudo bem então. — Demi concluiu.

— Bem, já estou indo. Até depois Demi. — ele retirou a mão do ombro da garota e acenou para as outras. — Tchau meninas.

— Tchau Nick. — Selena fez questão de falar.

Fiz questão de que ele estivesse longe o suficiente, conferindo algumas vezes, para enfim dizer:

— Quando eu digo que ele é irritante, vocês não acreditam.

— Eu não achei nada irritante nele até agora. — Selena falou com sua voz encantada.

Fazia sentido, afinal Selena tinha uma queda por Nick, a qual não era nada discreta. Então, resolvi não dizer nada e me concentrei no motivo da minha felicidade. Parando para pensar nisso me veio tal pergunta: será que era cedo demais para me sentir feliz? Claro, eu sentia falta da minha mãe, muita, e não gostaria que ela pensasse que me esqueci dela.

No fundo do meu peito eu ainda sentia aquela dor. A dor de ter perdido minha mãe era enorme e eu sabia que não iria desaparecer por completo. Então comecei a me sentir um pouco culpada. Culpada por ser feliz, por me sentir bem. Então a felicidade ligeiramente se esvaiu, me deixando com uma ponta de remorso. Senti necessidade da minha mãe. Necessidade de tê-la ali, dizendo para mim que eu não tinha culpa de nada. Mas, se ela não estava lá, como eu iria ter certeza disso?

--

O resto daquele recreio passou muito rápido, assim como todo o restante do dia. Depois do horário do almoço, apenas tive mais duas aulas e pude ir para casa, finalmente. Encontrei com Liam na saída, mas nada de mais, apenas conversamos um pouco e eu tive que ir embora. Admito que eu fiquei nervosa quando ele chegou perto de mim e, sorrindo, me perguntou como haviam sido as últimas aulas. Cansativas – respondi. E depois de mais uns minutos de conversa, seguimos nossos caminhos.

Ao chegar a minha casa não fiz nada de mais, apenas fiquei pensando no que me ocorrera naquele mesmo dia, mais cedo. De fato, não fiz nada de muito interessante durante aquele dia... Até que a terça-feira chegou, com um vento frio que cortava o ar e o céu levemente nublado.

Já na escola, a primeira pessoa a me encontrar no corredor foi Selena. A garota chegou com um esboço de sorriso em seu rosto e perguntou me cumprimentou:

— Bom dia, Miley. Tudo bem?

— Ah, bom dia Selena. Tudo sim e com você? — respondi de maneira gentil.

— Estou bem. — ela fez uma pequena pausa. — Então, Miley, eu estava me perguntando quando eu poderia ir até a sua casa de novo. Sabe, para você me ajudar com biologia? Bem, se você ainda quiser, é claro.

— Claro. Quando seria um bom dia para você? — questionei.

— Bem, nessa quarta-feira eu não irei ter treino, pode ser? — ela pareceu um pouco insegura.

— Ah, sim. Está ótimo. — falei com sinceridade.

— Muito obrigada mesmo, Miley. — ela sorriu.

— De nada. — retribuí seu sorriso com outro.

— Vamos juntas para a aula? — perguntou a garota.

— Claro.

Começamos a caminhar em direção à classe de História Americana. No caminho, passei por meu armário para pegar o material que precisava, como de costume. Ao chegar à sala de aula, encontramos as outras, já sentadas e conversando entre si. Sentamo-nos logo e pouco depois a aula começou e se passou tão rapidamente, igual ao resto do dia.

Quando me dei conta já havia batido o sinal que indicava, de uma vez por todas, o término das aulas naquele dia. Como eu já havia avisado meu pai e a Allison que ficaria até mais tarde na escola, não precisava me preocupar com isso. Guardei minhas coisas em meu armário, deixando em minha mochila apenas os cadernos das matérias que havia dever de casa, e fiquei esperando Demi em frente ao mesmo, para que fossemos juntas à sala onde funcionava o clube de música.

Percebi que alguém havia se encostado a um armário, ao meu lado.

— Vai ficar aqui até mais tarde hoje? — a voz de Liam soou doce aos meus ouvidos.

— Ah, vou sim, por causa do clube de música. — o olhei e sorri abertamente.

— Não sabia que você fazia parte... — ele comentou um tanto surpreso.

— Bem, oficialmente, eu ainda não faço, mas a Demi me chamou para dar uma olhada.

— Ah... E você toca algum instrumento? — questionou o loiro, ainda mantendo a conversa.

— Sim, toco violão e canto... Um pouco. — respondi-o de maneira doce e ao mesmo tempo levemente embaraçada.

— Tenho certeza de que você deve ser uma ótima cantora. — ele sorriu de forma muito encantadora.

— Sério? — deixei um pequeno tom de incredulidade transpassar em minha voz.

— Claro. Você tem uma bela voz. — notei a forma sincera como o garoto falou aquilo e meu rosto se iluminou.

— Obrigada.

— Só falei a verdade. — ele me deu uma piscadela. — Agora tenho que ir. Até amanhã.

— Até. — disse em forma de despedida.

Ele se inclinou e depositou um leve beijo em meu rosto. Observei-o enquanto ele se afastava. Mordi meu lábio inferior levemente e, quando ele desapareceu do meu campo de visão, não tardou muito para que Demi chegasse.

— Pronta? — ela perguntou, assim que parou ao meu lado.

— Aham. Vamos?

Caminhamos juntas em direção à sala, que ficava no segundo andar da escola. Assim que Demi abriu a porta eu fiquei deslumbrada com o local. A sala era bem grande, havia um piano comum, sem cauda, encostado a uma das paredes, um número considerável de cadeiras, um quadro branco com as linhas de uma partitura musical alguns violões e guitarras, em seus receptivos pedestais e notas musicais pintadas nas paredes cor creme. Já havia algumas pessoas na sala e, à frente, um homem de cabelos louros escuros, num corte simples, olhos verdes muito intensos e uma barba curta que enfeitava seu rosto quadrado, porém charmoso.

Assim que entrei na sala, o homem, que deduzir ser o professor, me olhou sorrindo. Sentei-me com Demi em uma cadeira um pouco à frente. Pouco depois mais pessoas chegaram, dentre estas Nick, que se sentou ao lado de Demi. Até que havia bastantes membros naquele clube. Por último entraram uma garota loira, de cabelo curto e num corte bem diferente e moderno e olhos muito azuis, a qual eu conhecia apenas de vista, e um garoto com claras descendências asiáticas.

— Bem, boa tarde a todos. — começou o home à frente da classe ao que todos murmuraram “boa tarde” como resposta. — Temos uma pessoa nova aqui conosco, como todos já devem ter percebido.

O olhar de todos caiu sobre mim, o que me fez sentir um tanto desconfortável.

— Qual é o seu nome? — perguntou o homem sorrindo.

— Miley. — tentei manter um tom descontraído.

— Bem, Miley, me chamo Dean Samuels e sou o instrutor do clube. — ele continuou sorrindo. — E você canta? Toca algum instrumento? Qual é seu talento?

— Você tem algum talento? — Nick se inclinou para trás, podendo me ver por trás de Demi, e disse de forma que somente eu pudesse ouvir, claramente querendo me provocar.

— Eu toco violão e canto, um pouco. — ignorei o comentário do Nicholas, mas senti uma pontada de raiva pela provocação do garoto.

— E você se importaria em cantar algo para a gente? — perguntou gentilmente o Sr. Samuels.

— Bem... Eu não costumo cantar em público. — falei com um leve tremor em minha voz.

— Ah Miley, canta. Aposto que você é canta super bem. — Demi me encorajou.

Olhei para Nick e ele, em contra partida, estava com uma expressão facial que claramente dizia “até parece”. E, somente por causa disso, por causa do fato de Nick estar me provocando, resolvi cantar. Olhei para o Sr. Samuels e assenti com a cabeça. Ele logo se levantou de sua cadeira e pegou um dos violões e me entregou gentilmente. Eu apoiei o instrumento em meu colo e pensei em uma música para tocar. Obviamente não seria uma de autoria minha, eu não me sentia tão confiante assim. Então, uma música iluminou minha mente. Dedilhei as cordas do violão, primeiramente, para começar apenas depois, a tocar as notas da canção e cantar:

“No, no, I, I, I, I, I don't want to break when I speak. I don't want to shake while I'm standing. I don't want to crawl into another hole. I don't know what I'm hiding for

As pessoas logo começaram a se agrupar um pouco mais perto de mim, inclusive o Sr. Samuels. E eu apenas continuei a cantar, naturalmente, e não demorou muito para que chegasse ao refrão da música, que era a parte da canção com a qual eu mais me indicava no momento:

“But I can’t keep on running no I just can’t keep on running away from here. I know that the only way to beat it is by fighting my every fear, I'm not going to make it 'til I turn around and face it alone…”

Dedilhar as cordas daquele violão me trazia uma sensação tão boa. Claro, eu estava muito nervosa por ter todas aquelas pessoas me observando, mas eu tentava me imaginar no meu quarto, sozinha, tocando apenas para mim e para as paredes vazias, como eu já havia feito várias vezes. Eu sentia que estava cantando com meu coração, colocando em cada uma das palavras proferidas a maior emoção que conseguia. Então, com aquela música, era uma forma de desabafar... Continuei aproveitando aquela sensação.

“You can hide from all the pain, but it will find you anyway. Yes, I know, now I know.”

E, finalizando com mais um refrão, toquei a última nota da canção. Pouco depois explodiu o som de um aplauso caloroso, vindo de todas as pessoas presentes. Abri um grande sorriso. Retirei as mãos do instrumento que estava em meu colo e, só então, percebi o quando as mesmas tremiam.

— Nossa. — disse o Sr. Samuels. — Você foi ótima Miley, meus parabéns. Você tem uma ótima voz.

— Obrigada. — disse com um sorriso no rosto e olhei de esguelha para Nick, mas não pude ver a expressão do garoto.

— Você já teve aulas de canto? Porque me parece que você tem um bom controle de sua voz, não? — continuou o homem.

— Bem, mais ou menos. Quando meu tio me ensinou a tocar violão ele me deu algumas aulas básicas de canto, até porque eu tinha que aprender a cantar as notas certas, mas não foi nada muito aprofundado. — expliquei.

— Você tem muito talento. — senti a mão de Demi pousar em meu ombro e imediatamente desviei o olhar para ela. — E uma voz realmente muito bonita.

Sorri abertamente para a garota, como forma de agradecimento. E, finalmente, consegui olhar para Nick, que estava sentado ao lado da morena. Ele estava com o olhar fixo em mim, então nossos olhos se encontraram e eu notei o sorrisinho em seus lábios. Rapidamente ele desviou o olhar, descaradamente. E me deixando um pouco confusa. O sorriso que eu vira no rosto do garoto, poucos segundos antes, não era aquele sorriso que ele sempre me mostrava. Não era sarcástico, desdenhoso ou muito menos irritante... Era um sorriso puro. Um sorriso que iluminava seu rosto de uma maneira que eu nunca vira antes.


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Notas finais do capítulo

* A música citada no capítulo é It Stops Today da Colbie Caillat.
Essa música não é a minha favorita da Colbie, admito, mas eu não estava achando mais nenhuma que se encaixasse no capítulo, então acabou ficando essa mesmo :D
Espero que vocês tenham gostado e digam, com a maior sinceridade possível, o que acharam do capítulo deixando seus lindos e maravilhosos reviews.
Obrigada a todos, mais uma vez.
Bejs



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