Not Myself Tonight - Christina Aguilera

You know tonight I am feeling a little out control. Is this me? You wanna get crazy? Você sabe que essa noite estou meio descontrolada. Essa sou eu? Você quer ficar louco?

Ela descia da limusine com o ar esnobe de sempre, mas seu coração estava partido. Mas se sentia mais leve. Os problemas que Nate não quisera dividir com ela eram dele agora. Puramente dele.  Ela se sentia com vontade de fazer tudo diferente. Tudo que ela havia feito durante anos, milimetricamente planejado não funcionou, então, ela queria mudar.  Pensava em vingança, afinal, era para isso que a Queen B. fora programada. Para pisar, magoar. E não para amar. Não deveria ter entregado meu coração para ele, ela pensava. Mal sabia que ele nunca possuirá seu coração, afinal. Desembarcou do carro e viu Chuck. Ele era apenas um drogado que agarrava calouras bêbadas em festas de amigos. Mas ele era o único que conseguia brincar com ela. Mas apenas porque ele era idiota o suficiente para nunca tirar o echarpe do pescoço, nada além disso. Embora ela realmente soubesse que de alguma maneira, ele sempre tivera uma parte maior do seu coração que Nate.

Ele a viu saindo do carro e por um momento não acreditou. Ele tinha vontade de agarrá-la ali, apenas para tirar um pouco daquele ar esnobe que ela tinha. Aquela garota o tirava do sério, mas não apenas pela aparência impecável. Não por ser tão malvadamente boa. Ele não sabia dizer o porquê. Alguns poderiam dizer que ele estava apaixonado, mas isso soaria estranho demais para Chuck Bass. O jeito que ela olhava para ele. Era como se quisesse o ignorar, mas ao mesmo tempo, como se sequer percebesse que ele estava ali. O ar de superior que tanto o encantava era o que ele desejava desesperadamente arrancar dela, talvez exatamente por o encantar tanto.

I'm out of character. I'm in rare form. And If you really knew me you'd know it’s not the norm.

Estou sem personalidade. Numa forma rara. E se você me conhecesse de verdade você saberia que esse não é o normal.

— Onde está o Nate? – Ele finalmente perguntou, e ela continuou a andar.

— Nós terminamos. – Ela torcia para que sua voz soasse indiferente, mas ele percebeu um pouco de dor na voz dela. Ele não sabia se era por sentir falta dele ou apenas por algo não ter saído a maneira que Blair queria.

— O que? – Ela revirou os olhos sem perceber uma ponta de alegria e perversão na voz dele.

— Eu não quero falar sobre isso. Só preciso fugir. E é para isso que esse lugar serve, certo? – Ela não parou de andar. Ela também não precisava olhar para ela para saber que ele carregava um sorriso torto. O tempo de convivência fez com que ambos se conhecessem muito bem. Não que isso fosse realmente bom.

Ficaram horas no sofá conversando sobre amenidades. Ela sorria e ele observava o quanto ela parecia interdita com as mulheres que rebolavam sensualmente sobre o palco. Era algo mágico aos olhos dela, assim como uma criança que observa um brinquedo novo. Para ele, aqueles brinquedos já eram velhos e usados. O brinquedo novo ali era ela. O brinquedo que ele já desejará a algum tempo. O brinquedo que nunca pareceu tão perto do seu alcance.

— Eu sei que você não que falar sobre isso mas... – Ela não desviou o olhar do palco e apenas ignorou as palavras dele. Pensar no Nate a fazia pensar que muito tempo de trabalho duro havia esvarrido pelo ralo.

— Aliviada. – Ele a fitou um pouco confuso. – Eu me sinto aliviada. – Ela estava com o sorriso que tanto o encantava. Era maléfico, por mais que ela não quisesse. Ela fitava os olhos dele pela visão panorâmica. Ele tinha aquele olhar de “Sim, eu estou te imaginando sem roupa” que possuía quase sempre. – Você sabe, eu consigo dançar. – Ela disse sem fitar Chuck. Ela conseguia fazer aquilo.

— Sério? Então por que não sobe lá? – Desafiador. Era assim que seu sorriso estava.

— Não, só estou dizendo que também sei dançar. – Ela tinha certeza do que falava. Ou não. Ela não se sentia ela. Ela tinha cede de ser má. Extravasar. Mudar.

— Vamos lá, eu sei que você pode ser 10 vezes melhor do que qualquer uma delas. – Ela riu. Sabia o jogo dele. Mas ele realmente achava que ela era melhor do que aquelas garotas.

— Eu sei o que você está fazendo Bass. – Ele se apoiou no sofá novamente e ela finalmente o olhou. Era como se ele tivesse vencido, ele sabia disso.  – Você realmente não acha que eu subo no palco? – Ela perguntou com uma sobrancelha arqueada e o sorriso dele se abriu.

— Eu sei que você não vai até lá. – Ela sabia que estava entrando no jogo dele. Mas não se importava.

— Fique de olho na minha bebida. – Ele a olhou descrente enquanto ela saia do sofá.

Cause I'm doing things that I normally won't do. The old me's gone I feel brand new. And if you don't like it fuck you

Porque estou fazendo coisas que normalmente não faço. A velha "eu" se foi, me sinto novinha. E se você não gostar, foda-se.

O caminho até o palco era tão curto e tantas coisas passaram pela cabeça de Blair. Nate e sua vida a dois fracassada. Serena e sua ida e volta inesperada. Seu ai se declarando gay e sua mãe destruída. Sua maldita insegurança e Chuck Bass.  A conclusão dela foi simples: foda-se.

Ele olhava ela ir e não acreditava. Lá estava a grande rainha de Constance.  Ela havia caído no jogo dele. A garota de olhar confiante a pose inabalável. Vingativa e aos olhos dele totalmente perfeita, havia cedido ou jogo simples de Chuck Bass.

I'm not myself tonight. Tonight I'm not the same girl same girl.

Eu não sou eu mesma essa noite. Essa noite, não sou a mesma garota, a mesma garota.

Ela subiu no palco e ouviu os gritos, mas apenas olhou para Chuck enquanto tirava a própria tiara e junto com ela, a sua mascara. Ela não precisava mais usar a muralha de boa moça. Ela apenas ia soltar seu lado mal. A nova Blair estava lá, sobre o palco do Victrola abrindo o zíper do vestido que sua mãe havia escolhido para ela. Quando o vestido caiu, ela apenas olhou a face de espanto que Chuck Bass mantinha. Ninguém imaginará que Blair Waldorf perderia a classe diante dos olhos de Chuck Bass. Ele ainda via a garota de cachos negros e olhar intenso, mas ela não era mais um boa garota. Ela tinha se transformado na garota má que ele sempre soube que ela era, e ela não pode mais esconder isso atrás de festas beneficentes e roupas recatadas.

The music's on and I'm dancing. I'm normally in the corner just standing. I'm feeling unusual. I don't care cause this is my night.

A música está tocando e estou dançando. Normalmente fico no canto. Estou me sentindo diferente Não importo, porque essa é a minha noite.

Ele brindou a ela, não apenas por ela ter cedido a ele, mas por ela parecer ainda mais gostosa aos olhos dele em cima daquele palco. E ela apenas retomou o ar esnobe descendo lentamente o quadril enquanto olhava para ele. Talvez o Archibald realmente não desse o valor que ela merecesse, ela pensou enquanto descia do palco e via todos os olhares masculinos sobre ela. Chuck concordava em ponto e questão.

Entraram na limusine sem trocar uma única palavra, e Chuck se divertia com a ideia de Blair Waldorf estar envergonhada. Mas ela não estava. Simplesmente porque perto dele, ela não precisava fingir. Ela tentava se convencer que era por não ligar para o que aquele drogado pensava, mas na verdade, era por acreditar nele. Por ele a deixar confortável com seu jeito meio pervertido e elegante. Talvez por ele ser realmente engraçado e por ela não ter que fingir risadas ao seu lado.

— Vocês estava maravilhosa naquele palco. – Ele falou ao lembrar de como a pequena anja desceu do pedestal. Ela não parecia mais uma boneca de porcelana, afinal. Ela queria falar algo, mas aqueles olhos dele a puxavam de uma maneira idiota e nojenta. Ela não poderia ama-lo. Era apenas uma vingança.

In the morning, when I wake Up, I'll go back to the girl I used to be. But baby not tonight.

De manhã, quando eu acordar, eu voltarei a ser a garota que eu era. Mas, amor, não essa noite. 

Ela o beijou. Naquela hora, eles conseguiam sentir o veneno que corria de abas as partes. Eles nunca fora  pessoas boas, e talvez por isso tenham um imã.

— Você tem certeza? – Eles sabiam as consequências daquilo. Ela mal acreditava que estava disposta a perder a virgindade com Chuck Bass. E ele mal acreditava que estava a ponto de fazer o que o melhor amigo nunca fizera. A pergunta ecoou na cabeça dela. Ela tinha certeza. Afinal, era apenas vingança. Ou não. Ela não sabia porque as mãos ágeis de Chuck pareciam desesperadas, e nem ele. Ela só não queria que aquilo acabasse, pois ele era capaz de dar a ela coisas que outro nunca pode dar. E nunca poderia, assim como nunca poderá.

Yah, that feels good. I needed that. Get crazy. Let's go. That's right. Come on. Give it to me now, don't stop.

É, isso é bom. Eu precisava disso. Ficar louca. Vamos. Isso mesmo. Venha. Venha comigo agora, não pare.