Puxa, tenho MUITA coisa para escrever aqui.

O plano deu certo. Ainda bem, porque eu não iria passar pelo o que eu passei hoje de novo.

Não MESMO.

Enfim, vou contar como tudo aconteceu.

Depois do almoço fomos encontrar a Pansy na Sala Precisa. Ela já estava esperando a gente na porta, com dois conjuntos de vestes da Sonserina.

"Vamos começar?"

Harry tirou um pequeno frasco do bolso com um pouco de Poção Polissuco e um tubo com os fios de cabelo de Pansy.

"Hermione, essa é a sua Poção."

Tomei a poção, e confesso que nunca havia tomado algo tão ruim na minha vida. No momento em que tomei o primeiro gole, meu cabelo escureceu. Quando tomei o segundo, meus olhos ficaram azuis. Quando tomei o terceiro, estava um pouco mais alta.

"Uau, é como olhar para um espelho!" disse Pansy.

A animação dela era inacreditável. Ela ainda não tinha se tocado que eu provavelmente iria dar uns amassos no namorado dela.

"Hm, Pansy, posso te perguntar uma coisa?"

"Claro, Herm."

"Você pensou que, provavelmente, eu tenha que beijar o Draco? Não seria estranho, porque ele é seu namorado, então..."

"Nós... Terminamos." A alegria de Pansy desaparecera de seu rosto. "Mas não foi uma surpresa, quero dizer, acho que ele nunca me viu como namorada. Mas eu não ligo. Só quero que ele fique bem, do meu lado ou não."

Fiquei paralisada naquele momento. Pansy estava com olhos molhados, com uma voz chorosa.

"Quero que você descubra o que ele pretende, Hermione. Eu não consigo perguntar isso a ele, eu não posso. Ele vira a cara toda a vez que eu falo, ele não retribui meu abraço. É como se eu fosse um estorvo."

Lágrimas corriam pelas bochechas de Pansy. "É ridículo o que eu estou te pedindo, eu sei. Mas tente, por favor. Por mim."

"Farei o que puder."

Não havia outra coisa a dizer. Ela estava CHORANDO.

Quando ela parou de chorar, ela me agradeceu.

"Acho melhor você ir, Hermione. A Poção Polissuco acaba em uma hora, lembra?" disse Harry, que acabara de engolir o frasco inteiro de Felix Felicis.

"Ok, me desejem sorte. Pansy, fique tranquila, está bem? E tome cuidado, Harry."

"Pode deixar!" disse Harry.

"Boa sorte!" gritou Pansy.

Quando saí da Sala, esbarrei com o Nick-Quase-Sem-Cabeça.

"Oi, Ni...!" Lembrei que era uma Sonserina. Sonserinos não falam com os fantasmas das outras Casas. "Ei, cabeçudo! Você viu o Malfoy?"

"Aprenda bons modos, menina! Vocês Sonserinos... Terei uma conversinha com o Barão Sangrento, terei sim. O garoto Malfoy está no corujal."

Saí correndo para fora do castelo.

No caminho esbarrei com alguns Sonserinos, mas nem parei para conversar.

Cheguei no corujal, e como sempre, lá estava cheio de cocô de coruja. Odiava ir pra lá.

Subi as escadas, e me assustei quando vi Malfoy sentado no chão com uma coruja em seu ombro.

"Erm... Oi, Draco."

Ele não havia notado minha presença até eu dizer isso.

"Oi, Pansy. O que faz aqui?"

"Ah, vim dar uma olhada em minha coruja, não tenho verificado minha correspondência, sabe."

"Sua coruja, é?"

"Sim, por quê?"

"Engraçado, você não tem uma coruja. É alérgica às penas delas. Engraçado que você ainda estja respirando aqui dentro, um lugar cheio de corujas."

Ele disse aquilo com um tom de ironia.

Eu não sabia que Pansy era alérgica à penas, pelas barbas de Merlin.

Por que eu só fico sabendo das coisas da pior maneira possível?

"Eu... Bem..."

"Você não é a Pansy, é?"

Ele já sabia que eu não era a Pansy.

"Não. Eu sou... uma amiga da Pansy."

NUNCA iria dizer que eu era a Hermione Granger.

Eu poderia morrer ali mesmo se dissese isso.

"Seja lá você quem for. E o que você quer?"

"Bem, a Pansy ela... Queria saber... Como você está."

"Estou bem, obrigado. Pode ir embora agora."

Não acreditei no tom de voz de Malfoy. Era tão frio.

"Não, ela na verdade, quer saber o que está acontecendo com você."

Eu esperava uma reação um pouco mais "surpresa" de Draco. Mas ele só levantou a cabeça para me encarar.

"Eu sabia." Ele deu uma risada sarcástica. "Ela acha que é fácil... Já expliquei à ela. É para o bem dela."

"Como assim?"

Ele se levantou e deixou a coruja de lado.

"Estou em uma missão, não posso revelar qual e quem me concebeu tal missão. Mas se eu falhar, ele disse que Pansy sofreria." Agora ela olhava para o teto, com um olhar pensativo. "Não é fácil olhar pra ela e não dizer a verdade para não preocupá-la. É difícil não retribuir os abraços dela, mesmo que me façam sentir mais forte. É difícil ignorá-la, quando ela está tentando ajudar."

A expressão de medo dominou o rosto pálido de Malfoy.

"Eu... a amo. Eu não quero que ela sofra. Não por mim." Ele parou. Agora estava com o mesmo olhar sonhador de antes. "Mas logo estarei fora dessa escola, estarei mais longe de que qualquer pessoa pode imaginar. Ninguém mais se preocupará comigo, nem mesmo a Pansy."

Silêncio. Arrisquei dizer alguma coisa.

"Não diga isso!" Gritei. "Ela te ama, e você não pode fazer isso com ela!"

"Não há como parar agora!" Ele também gritava, me encarando. "Eu já passei do estágio de poder desistir, agora não há mais volta. Hoje mesmo estarei indo embora!"

Não conseguia entender. Ir embora? Missão?

Foi aí que percebi que o que Harry vive dizendo: Draco é um Comensal de Morte.

Tudo se encaixava. Estava mais do que claro.

"Está chegando a hora." Draco olhava para a janela. "Não diga nada à Pansy. Só entregue isso a ela amanhã de manhã." Ele me entregou um pedaço de pergaminho cuidadosamente dobrado. "Adeus, seja lá quem você for."

E Draco saiu correndo pelas escadas.

Saí logo em seguida. Eu já podia sentir que meus cabelos estavam voltando ao normal.

Quando cheguei à Sala Precisa no sétimo andar, Pansy e Harry já me esperavam.

"E como foi, Hermione?" perguntou Pansy.

"Podemos falar sobre isso mais tarde? Estou realmente cansada."

"Ah, claro."

"Bem, obrigado pela ajuda, Parkinson. Tenho que ir agora, Dumbledore disse que precisa me ver hoje à noite."

"Acho que também vou indo. Estou muito cansada." Eu disse. Agora eu já estava com a minha aparência original.

"Ok, Herm. Me conte tudo depois, sim?"

"Claro, Pansy."

E me tomei meu caminho para cá.

O que será que Malfoy está aprontando? Há algo sim, não há mais dúvidas para mim.

Ah, que saudades do Rony.

Nossa, a Lilá está falando sobre alguma coisa que aconteceu na Torre de Astronomia.

E todas as meninas parecem muito assustadas, inclusive a Gina.

Dei uma olhada no dormitório, e percebi que todas tinham ido embora.

Alguém pode me explicar o que aconteceu na Torre de Astronomia, afinal?

Ah, vou descobrir por mim mesma.

Quem sabe posso dar uma passadinha na Ala Hospitalar.